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CAPITULO 2 – O reflexo aprendido

Ivan P. Pavlov, em seus estudos sobre comportamento inato com cães aprendiam novos reflexos. Ao
fenômeno de aprendizagem de um novo reflexo, deu-se o nome de Condicionamento Pavloviano,
Condicionamento Clássico ou Condicionamento respondente.

 (sineta + carne -> salivação) realizando o Emparelhamento de estímulos a fim de que (sineta
-> salivação) que é o que chamamos de Condicionamento Pavloviano.

Conceitos básicos:
 REFLEXO INCONDICIONADO – é a relação entre a carne (US) e a resposta incondicionada
(UR) (salivação) pois não depende de aprendizado para acontecer (inato).
 REFLEXO CONDICIONADO – (reflexo aprendido). É a relação entre o estimulo condicionado
(CS) e uma resposta condicionada (CR)
 ESTIMULO INCONDICIONADO (US) – estímulo que elicia a resposta (carne)
 RESPOSTA INCONDICIONADA (UR) – salivação
 ESTIMULO NEUTRO (NS) – estímulos que não elicia uma determinada resposta (sineta)
 EMPARELHAMENTO – emparelhamento do estímulo neutro ao estímulo incondicionado
 ESTIMULO CONDICIONADO (CS) – (sineta), porém neste caso está emparelhada com US
 RESPOSTA CONDICIONADA (CR) – salivação, porém neste caso ocorreu a partir do CS

O CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO E O ESTUDO DAS EMOCOES

Até aqui vimos que o condicionamento pavloviano refere-se ao processo e ao procedimento pelos
quais os organismos aprendem novos reflexos. Vimos também, que emoções são, em grande parte, relações
entre estímulos e respostas (são, em parte, comportamentos respondentes). Se os organismos podem
aprender novos reflexos, podem também aprender a emitir respostas emocionais na presença de novos
estímulos. Jonh Watson e Rosalie Rayner conduziram o experimento clássico sobre condicionamento
pavloviano e emoções em 1920, o qual ficou conhecido como “o caso do pequeno Albert”. O objetivo de
Watson ao realizar o experimento era verificar se o condicionamento pavloviano teria utilidade para o
estudo do comportamento emocional, o que se provou verdadeiro. Watson partiu para a experimentação
controlada, ou seja, buscou na prática as suas respostas em ambiente controlado, no qual é possível ter certo
domínio sobre as variáveis relevantes para o experimento. Como já afirmado, um reflexo é condicionado a
partir de outro já existente.

 PASSO 1 : Som estridente (US) -> choro (UR)


 PASSO 2: Rato Branco (NS)
 PASSO 3: Som estridente (US) + rato branco (NS) -> choro (UR)
 PASSO 3: Rato branco (CS) -> choro (CR)

Watson concluiu que Albert havia aprendido a ter medo de rato. Estamos agora em condições de
começar a compreender alguns aspectos sobre como determinadas pessoas passam a emitir respostas
emocionais como, por exemplo, medo de penas de aves ou de baratas, ou excitação sexual ante estímulos
pouco usuais (como nos casos de sadomasoquismo e necrofilia, por exemplo). O mesmo pode ser dito em
relação àquelas emoções mais corriqueiras, como ter palpitação ao ouvir a música que tocava quando do seu
primeiro beijo ou ficar ansioso ao falar em público. Também podemos, agora, compreender um pouco
melhor por que emoções são “difíceis de controlar”. É difícil controlar algumas delas porque são, em parte,
respostas reflexas. A razão de respondermos emocionalmente de formas diferentes aos mesmos estímulos
está na história de condicionamento de cada um de nós. Como diferentes pessoas têm diferentes histórias
de aprendizagem, o analista do comportamento precisa sempre investigar a história de cada indivíduo,
baseando a sua intervenção na história de aprendizagem específica do sujeito.

GENERALIZACAO RESPONDENTE

Após um condicionamento, estímulos que se assemelham fisicamente ao estímulo condicionado podem


passar a eliciar a resposta condicionada em questão. Esse fenômeno é chamado de generalização
respondente. Uma situação aversiva envolvendo uma galinha, pode passar a emitir respostas de medo na
presença desse espécime. Muito provavelmente, ela passará também a apresentá-las na presença de outras
galinhas da mesma raça e até mesmo de outras aves. Isso acontece em função das semelhanças físicas (cor,
tamanho, textura, forma, etc.) dos demais estímulos com o estímulo condicionado presente na situação de
aprendizagem. Um interessante aspecto da generalização respondente reside no fato quanto mais parecida
com uma galinha determinada ave for, mais fortes serão as respostas de medo eliciadas por ela. A
representação gráfica da variação nessas propriedades da resposta em função das semelhanças físicas entre
os estímulos é denominada gradiente de generalização. A amplitude do gradiente de generalização é um
indicador do nível de generalização de um dado reflexo.

Quanto mais parecido um cachorro for com um pastor alemão, maior será a magnitude da resposta de medo
eliciada por ele. A magnitude da resposta de medo eliciada diminui à medida que o cão (estímulo)
apresentado vai diferenciando-se do estímulo condicionado original (o pastor alemão). É interessante notar
que até mesmo um cachorro de brinquedo pode passar a eliciar uma resposta de medo. Essa resposta, no
entanto, será bem mais fraca que aquela eliciada na presença de um pastor alemão de verdade. Este
fenômeno foi identificado por Watson no caso do Pequeno Albert que passou a eliciar medo de tudo que
fosse de pêlos brancos.

RESPOSTAS EMOCIONAIS CONDICIONADAS COMUNS

Da mesma forma que os indivíduos têm emoções diferentes em função de suas diferentes histórias de
condicionamento, eles compartilham algumas emoções semelhantes a estímulos semelhantes em função de
condicionamentos que são comuns em sua vida. É tão comum pessoas terem medo de altura, por exemplo,
que acreditamos ser uma característica inata, porem nossa experiência regressa pode nos ter remetido à
este reflexo.

EXTINCAO RESPONDENTE E RECUPERACAO ESPONTANEA

Quando um estímulo condicionado (CS) é apresentado várias vezes sem o estímulo incondicionado (US) ao
qual foi emparelhado, seu efeito eliciador se extingue gradualmente. O CS começa a perder a função de
eliciar a resposta condicionada até não mais eliciá-la. Denominamos tal procedimento e o processo dele
decorrente de extinção respondente. Um reflexo, depois de extinto, pode ganhar força novamente sem
novos emparelhamentos. Esse fenômeno é conhecido como recuperação espontânea. Porque é que a
recuperação espontânea é tão significativa? Esse fenômeno demonstra que a extinção não é a mesma coisa
que desaprender. Enquanto a resposta pode desaparecer, isso não significa que ela tenha sido esquecida ou
eliminada. Depois que uma resposta condicionada foi extinta, a recuperação espontânea pode aumentar
gradualmente à medida que o tempo passa. No entanto, a resposta que volta não terá geralmente a mesma
força que a resposta inicial a menos que um condicionamento adicional ocorra. Numerosos  ciclos de
extinção seguidos de recuperação espontânea geralmente resultam em respostas progressivamente mais
fracas. A recuperação espontânea pode continuar a ocorrer, mas a resposta será menos intensa.

CONTRACONDICIONAMENTO E DESSENSIBILIZACAO SISTEMÁTICA

Supondo-se que um medo tenha se desenvolvido a partir de condicionamento respondente,


sabemos que, para extingui-lo, o indivíduo deve ser exposto a esses animais (CS) sem a presença do US ao
qual o estímulo “aves” foi emparelhado. Não podemos, no entanto, simplesmente trancar essa pessoa em
um quarto cheio de aves e esperar pelo enfraquecimento do reflexo. Felizmente, contamos com duas
técnicas muito eficazes para produzir a extinção de um reflexo de forma menos aversiva: o
contracondicionamento e a dessensibilização sistemática.
CONTRADICIONAMENTO – consiste em condicionar uma resposta contrária àquela produzida pelo CS. Por
exemplo, se determinado CS elicia uma resposta de ansiedade, o contracondicionamento consistiria em
emparelhar esse CS a outro estímulo que elicie relaxamento (uma música ou uma massagem, por exemplo).

Exemplo:
RATO -> ANSIEDADE enquanto CANCAO DE NINAR -> RELAXAMENTO
CONTRADICIONAMENTO:
RATO + CANCAO DE NINAR (emparelhamento)
RATO -> RELAXAMENTO

DESSENSIBILIZACAO SISTEMATICA: É a técnica mais consagrada na psicologia para suavizar o processo de


extinção de um reflexo e é utilizada com base na Generalização respondente em que expõe-se o indivíduo
gradativamente a estímulos que eliciam respostas de menor magnitude até o CS original não mais eliciar a
resposta em questão. Em função da generalização respondente, a pessoa não tem medo apenas do cão que
a atacou mas todos os cães. Para utilizar a dessensibilização sistemática, seria necessário construir uma
escala crescente de estímulos de acordo com as magnitudes que produzem, a chamada hierarquia de
ansiedade. A hierarquia, portanto, envolveria uma lista de estímulos relacionados a cães, iniciando-se com
aquele que eliciasse respostas de medo de menor magnitude e progredindo em escala crescente até o
estímulo fóbico original, como, por exemplo:

1. Ver fotos de cães.


2. Tocar em cães de pelúcia.
3. Observar, de longe, cães bem diferentes daquele que atacou a pessoa.
4. Observar, de perto, cães bem diferentes daquele que atacou o indivíduo.
5. Observar de longe cães similares ao animal que atacou a pessoa.
6. Observar de perto cães similares ao animal que atacou o indivíduo.
7. Por fim, interagir com cães similares ao animal que atacou a pessoa.
Após a elaboração da hierarquia de ansiedade, o cliente é exposto a esses estímulos sequencialmente de
forma repetida. Quando o estímulo inicial não mais elicia respostas de medo, o indivíduo é submetido ao
item seguinte da hierarquia da ansiedade. Desse modo, o cliente será exposto a todos os estímulos da
hierarquia até que o último não elicie mais respostas de medo. É muito comum, na prática psicológica, utilizar
a dessensibilização sistemática em conjunto com o procedimento de contracondicionamento tornando as
repetidas exposições aos estímulos fóbicos menos aversivas e acelerando o processo de enfraquecimento do
respondente.

Psicólogos clínicos têm utilizado, cada vez mais, medidas de biofeedback em suas intervenções. O
uso dessas medidas comportamentais é interessante na prática clínica, pois produz dados mais objetivos: tais
medidas são obtidas utilizando-se os aparelhos de biofeedback, que apresentam uma boa precisão. O
biofeedback fornece informações aos clientes (feedback) sobre alterações em medidas fisiológicas, como,
por exemplo, batimentos cardíacos, ciclo respiratório, temperatura corporal e corrente galvânica da pele.
Sem dados objetivos, preferencialmente representados de forma numérica em gráficos e tabelas, os
resultados da eficácia de um tratamento psicoterápico podem ser enganosos.

Uma “palavrinha” sobre condicionamento Pavloviano


Como as palavras passam a eliciar emoções? Parte dessa “carga emocional” das palavras pode estar
relacionada ao condicionamento respondente. De fato, elas são estímulos como outros quaisquer e,
portanto, adquirem suas funções comportamentais pelos processos descritos neste livro. O emparelhamento
de algumas palavras com situações que eliciam sensações agradáveis ou desagradáveis pode fazer seus sons
passarem a eliciar respostas semelhantes àquelas eliciadas pelas situações em que elas foram ditas.

É comum, por exemplo, que palavras como “feio”, “errado”, “burro” e “estúpido” sejam ouvidas em
situações de punição, como uma surra ou reprimenda. Se a surra ocorre junto com xingamentos
(emparelhamento de estímulos), as palavras ditas podem passar a eliciar sensações semelhantes de dor,
medo, e choro.

Condicionamento Pavloviano de ordem superior

Recapitulando Cão Pavlov:

Alimento (US) -> Salivação (UR)

Alimento (US) + Sino (NS) -> Salivação (UR)

Sino (CS)-> Salivação (CR)


Mas o que aconteceria se emparelhássemos um quadro-negro (NS) ao som da sineta (CS)? É possível que
observássemos o que denominamos condicionamento de ordem superior. O condicionamento de ordem
superior é um processo em que um estímulo previamente neutro passa a eliciar uma resposta condicionada
como resultado de seu emparelhamento a um CS que já elicia a resposta em questão. Falamos sobre um
emparelhamento NS-CS.

Quadro Negro -> Salivação

Chamamos esse novo reflexo (quadro-negro → salivação) de reflexo condicionado de segunda ordem, e o
quadro-negro de estímulo condicionado de segunda ordem. Se outro estímulo neutro fosse emparelhado ao
quadro-negro e houvesse condicionamento de um novo reflexo, chamaríamos esse novo reflexo de reflexo
condicionado de terceira ordem, e assim por diante. Vale lembrar que, quanto mais alta é a ordem do
reflexo condicionado, menor é a sua força.

FATORES QUE INFLUENCIAM O CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO


Alguns fatores aumentam as chances de o emparelhamento de estímulos estabelecer o
condicionamento, bem como definem o quão forte será a resposta condicionada.
 Frequência dos emparelhamentos: Em geral, quanto mais frequentemente o CS é
emparelhado com o US, mais forte será a resposta condicionada. Porém eventos traumáticos
ou ingestão de alimentos tóxicos podem valer-se de apenas um emparelhamento para uma
resposta condicionada de alta magnitude surja. Além disso, o aumento na magnitude da
resposta condicionada com o aumento no número de emparelhamentos não ocorre de
forma ilimitada. Chegará um ponto em que novos emparelhamentos não resultarão em
subsequentes aumentos na magnitude da resposta.
 Tipo do emparelhamento: Respostas condicionadas mais fortes surgem quando o NS é
apresentado antes do US e permanece durante sua apresentação. Quando se inverte essa
ordem, ou seja, quando o US é apresentado antes do NS, as respostas reflexas condicionadas
são mais fracas ou mesmo há uma menor probabilidade de que ocorra o condicionamento.
 Intensidade do Estímulo Incondicionado (US): Um US intenso tipicamente leva a um
condicionamento mais rápido. Por exemplo, um jato de ar (US) direcionado ao olho elicia a
resposta incondicionada de piscar. Emparelhamentos de jato de ar com um som fazem a
resposta de piscar ocorrer ao se ouvir o som. Nesse exemplo, um jato de ar mais forte levaria
ao condicionamento mais rapidamente do que um jato fraco. Novamente, é importante
deixar claro que o aumento na intensidade do US não produz respectivos aumentos
indefinidamente na força da resposta condicionada.
 Grau de predição do Estímulo Neutro (NS): Para que haja condicionamento, não basta que
ocorra apenas o emparelhamento NS-US repetidas vezes. O NS deve ser preditivo da
ocorrência do US. Caso o NS seja apresentado muitas vezes sem ser seguido pelo US, o
condicionamento será menos provável do que se o NS for seguido pelo US sempre que
apresentado. Por exemplo, um som que ocorre 100% das vezes antes da apresentação de
alimento eliciará com maior probabilidade a resposta de salivação do que um que é seguido
do alimento em apenas 50% das vezes. O processo de extinção respondente pode nos ajudar
a compreender por que isso ocorre, já que, nas vezes em que o NS é apresentado sem o US,
está ocorrendo, por definição, o procedimento de extinção, cujo efeito é um
enfraquecimento da resposta condicionada.

OUTRAS APLICACOES DO ONDICIONAMENTO PAVLOVIANO

Os princípios do condicionamento Pavloviano são utilizados com muita frequência pela publicidade e fim de
realizar o emparelhamento dos indivíduos a determinados padrões de consumo estabelecendo uma relação
funcional entre o produto anunciado que é um NS, e as respostas emocionais eliciadas ao vermos as pessoas
e situações presentes na propaganda. O condicionamento Pavloviano também possui aplicações relevantes
na área saúde, onde o corpo apresenta respostas imunológicas. Pesquisadores administraram
simultaneamente em ratos, agua com açúcar e uma droga supressora do sistema imunológico. Depois de
vários emparelhamentos agua com açúcar-droga (NS-US), a supressão imunológica passou a ocorrer após a
ingestão de agua com açúcar (supressores imunológicos são utilizados em casos de transplantes de órgãos).
Outro exemplo na área da saúde é o emparelhamento de fármacos com determinados cheiros, por exemplo,
pode fazer apenas um cheiro específico bastar para a obtenção de feitos supressores sobre o sistema
imunológico, o que poderia reduzir a quantidade de medicação tomada, e consequentemente, seus efeitos
colaterais. Também tem sido utilizado para controle do fenômeno conhecido como “tolerância” (aumenta o
consumo com doses maiores para obter o mesmo efeito) ao consumo de fármacos e/ou drogas, reduzindo o
risco de overdose. Um experimento investigou o efeito das pistas ambientais sobre a tolerância ao uso de
heroína. Considerando o condicionamento Pavloviano, as pistas ambientais presentes no momento da
administração frequente da droga, podem adquirir a função de CS capaz de eliciar parte do efeito sistêmico
da droga no organismo.
Resumo do experimento realizado com ratos e administração de heroína em locais diferentes para
cada grupo a fim de medir o fenômeno de Tolerância e Overdose Contextual:
G1:
Heroína ministrada no Biotério
Agua com açúcar ministrada em outra sala com ruído
Dose > heroína foi administrada no Biotério (mesmo local onde já estavam acostumados com o
procedimento)
Mortalidade: 32,4% (indicador de alto índice de Tolerância relacionada ao ambiente)

G2:
Heroína ministrada em outra sala com ruído
Agua ministrada no Biotério
Dose > ministrada no Biotério (local diferente da habitualidade do procedimento)
Mortalidade: 64,3%

G controle:
Não receberam Heroína
Agua ministrada no Biotério (15 dias) e na sala com ruído (15 dias)
Dose > heroína ministrada no Biotério e na sala com ruído (50%/50%)
Mortalidade: 96,4%

O estudo de Siegel e colaboradores, portanto, demonstrou o efeito do condicionamento Pavloviano para o


desenvolvimento da tolerância ao uso de drogas, assim como o seu papel nos casos de overdose baseados
na mudança de ambiente – fenômeno conhecido como overdose contextual. É possível chegar a essa
conclusão pelo fato de os animais que receberam a dose alta de heroína no ambiente em que “estavam
acostumados a consumir a droga” terem tido uma menor taxa de mortalidade. Logo, os sujeitos de pesquisa
desse grupo apresentaram maior tolerância à substância, muito provavelmente porque o ambiente passou a
ser um CS que eliciava as respostas antecipatórias ao consumo da droga.

O Grupo 2, ainda que acostumado com a mesma dosagem do Grupo 1, apresentou uma taxa de mortalidade
maior. Isso se deve ao local onde a dose de 15 mg/kg foi administrada. Como, para esse grupo, a dosagem
máxima foi aplicada em um local diferente do habitual, as respostas antecipatórias ao consumo da droga não
foram eliciadas, o que pode ter resultado em mais mortes por overdose.

Por fim, o grupo-controle, além de ter sido exposto à dose máxima da droga logo na sua primeira
administração, não teve a oportunidade de que as respostas antecipatórias fossem condicionadas aos dois
ambientes do estudo. Desse modo, praticamente todos os seus sujeitos morreram de overdose. As
diferenças obtidas em função das diferentes manipulações experimentais às quais cada grupo foi exposto
evidenciam o papel do condicionamento pavloviano na descrição dos fenômenos da tolerância e da
overdose contextual.

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