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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

O TRABALHO DO PSICÓLOGO NUMA PERSPECTIVA SOCIAL

LUIS FELIPE BASTOS LINHARES - N710942


LUCAS MATOS DE SOUZA - F343405
RAFAELA CRISTINA BREYON OLIVEIRA - N695CE3
LUIZ MATEUS DA SILVA - F342EF0
RAPHAEL YUJI NARIMATSU - T029EI9

SÃO PAULO
2022
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

O TRABALHO DO PSICÓLOGO NUMA PERSPECTIVA SOCIAL

Disciplina: Psicologia Social


Responsável: Prof. Marcos Muniz de Souza

SÃO PAULO
2022
Sumário
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................4
2. DESENVOLVIMENTO...............................................................................................5
2.2. O que é psicologia social?...................................................................................5
2.3. O que é trabalho?................................................................................................5
2.4. O trabalho do psicólogo social............................................................................7
2.5. A importância da psicologia social no trabalho...................................................7
3. CONCLUSÃO.............................................................................................................9
4. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

Neste presente artigo, pretende-se analisar os impactos da psicologia


social voltado ao cenário de trabalho, haja vista que, neste contexto de pandemia, a
integração, o acolhimento e a receptividade do processo psicológico são
fundamentais para o estabelecimento de uma simetria harmônica nas atividades de
cunho do afazer, perfazendo uma ingerência em estudar os impactos do trabalho na
saúde mental das pessoas.

Sendo assim, o cotidiano pode ser entendido como um padrão de


costumes que adotamos em uma determinada janela de tempo, ademais, ele pode
ser usado em uma perspectiva negativa, no qual nesse espaço, não ocorre nada de
novo, sendo assim, algo monótono, sem tempo para o criativo. Sabemos que é
necessário em nossa vida a rotina, o habitual, pois somente o caos em
unilateralidade não é saudável. Entretanto, em nossa vigente sociedade capitalista,
como Byung-Chul Han aponta em “Sociedade do Cansaço”, o indivíduo ao livrar-se
do poder de instituições, desligando-se de ordens exteriores, agora ele se encontra
em um patamar de liberdade, ouvindo a si mesmo, porém seus deveres e metas
nunca alcançam a gratificação, para esse sujeito ele pode sempre ir além, nessa
dinâmica, o indivíduo chega ao esgotamento. Não podemos falar de rotina sem
mencionar esse panorama do trabalho, atualmente as relações tomaram um rumo
diferente do observado anteriormente, por isso precisamos intervir com medidas e
bases teóricas que a Psicologia Social contribui.

A psicologia organizacional foi estruturada com base em métodos e


práticas para a transformação do espaço de trabalho, conseguindo trazer mais
eficiência e produtividade no ambiente. Ocorreram transformações em determinados
quesitos, mas a questão do impulso do trabalhador para alcançar mais fertilidade no
trabalho, ainda é recorrente. Desse modo, o espaço abordado por essa vertente da
psicologia, ainda se constitui por apenas uma janela do panorama macrossocial. O
papel do psicólogo social entra em abranger esses espaços que outros segmentos
da psicologia não exploram, questões como identidade, subjetividade, relações
sociais, entre outros, são imprescindíveis para uma melhor compreensão da
problemática discutida. Ademais, quando pesquisado sobre as relações de trabalho,
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nem todos os pontos foram explorados, como, por exemplo, o segmento rural e as
relações de trabalho informais, assim, vemos que foram estabelecidos apenas um
foco relacionado a grandes empresas e suas necessidades.

Outrossim, destaca o filósofo Zygmund Bauman (2006) que as relações


contemporâneas tornaram-se meros invólucros fabricados, ou seja, simulacros
pedantes que se destroem com o caráter nocivo da transformação do indivíduo em
coisa. Portanto, o Homo Faber, torna-se mero Homo Economicus, voltando o seu
labor ao mero lucro e a ingerência imoral das relações atávicas que balançam o
sistema econômico vigente.

2. DESENVOLVIMENTO

2.2. O que é psicologia social?


A Psicologia Social consolidou-se nos Estados Unidos, em um período
em que esse país começou a adquirir força no cenário internacional. De fato, este se
caracterizou como o terreno fértil para o desenvolvimento da perspectiva
behaviorista, principalmente refletida nas ideias de Floyd Allport. Este autor primou
por definir os contornos da Psicologia Social como disciplina objetiva, de base
experimental e focada no indivíduo (LIMA, 2010).

A psicologia social, segundo a definição de Gordon Allport (1954), que se


tornou clássica, procura explicar os sentimentos, pensamentos e comportamentos
do indivíduo na presença real ou imaginada de outras pessoas.

Segundo Torres, Cláudio, V. e Elaine Rabelo Neiva, a psicologia social é


uma disciplina relativamente recente, já que adquiriu tal status apenas no começo do
século XX, razão pela qual alguns dos que contribuíram para a construção de seu
passado ainda estão vivos e atuantes em suas respectivas áreas de investigação.
Um rápido exame dessa curta história evidencia que, desde o início, essa área da
psicologia social foi marcada por uma relativa falta de consenso acerca de seu
objeto de estudo.

2.3. O que é trabalho?


O trabalho é definido por Karl Marx como a atividade sobre a qual o ser
humano emprega sua força para produzir os meios para o seu sustento. Ao
observamos os períodos históricos antecedentes ao nosso, o período medieval, por
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exemplo, notamos que o trabalho rural era forma de labor primordial do período. A
produção de alimentos ou de outros bens de consumo estava relacionada com a
necessidade daqueles que o produziam. Isso quer dizer que o homem agrário não
produzia em função de lucro ou de moeda corrente, mas para consumo próprio. O
comércio reduzia-se a formas rudimentares de troca de produtos produzidos por
outros trabalhadores, assim, o trabalhador mantinha contato direto com o que
produzia.

Desde que Marx (1846) declarou que o elemento diferencial entre o


animal e o homem era que este era capaz de “produzir suas condições de
existência”, de transformar o mundo, e assim não mais se submeter aos puros
acasos da natureza, o trabalho é considerado, tanto por marxistas quanto por não
marxistas, não só como uma característica importante da espécie humana, mas
como a essência do homem. Numa perspectiva sócio-histórica, podemos afirmar
que, desde o advento do capitalismo e da revolução industrial do século XVIII, o
trabalho tornou-se um atributo central da vida humana nas sociedades ocidentais. A
relação entre trabalho e subsistência, ou sobrevivência, era íntima e direta. Foi por
essa razão que Marx definiu a força de trabalho como o bem “inalienável” do ser
humano. A partir dessa perspectiva, o trabalho seria o bem mais importante do
homem e aliená-lo, isto é, transferir o direito de proveito dos frutos desse trabalho
para outra pessoa, seria o mesmo que alienar o direito à própria vida.

É irrefutável o caráter nocivo da coisificação moderna, que culmina no


que é conhecido em ciência política como “reificação”, ou seja, o caráter nocivo de
supervalorização de coisas e o esquecimento integral das relações humanas,
transformando o prazer do trabalho em degradação, fragmentação, restituição do
trabalho em nome do “ofício”. Tal intento, por conseguinte, eleva a fetichização do
trabalho e apreende o indivíduo a tornar-se coisa e a coisa indivíduo, tal qual é
exposto na película “tempos modernos.” Onde o protagonista— interpretado por
Charles Chaplin, mediante a mecanização do fazer, torna-se uma parte da máquina
e ao cair não consegue morrer, pois tornou-se engrenagem do processo produtivo e
deformou-se, transmutou-se, redimiu-se a condição sine qua non de coisa.

Não obstante, fora do paradigma absurdo que é o labor moderno, o


filósofo Italiano Domenico de Masi, introduz o tema do “ócio criativo”, onde expõe a
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necessidade de um trabalho mais prazeroso com uma epítome menos caótica,


voltada ao ócio criativo que visa a ingerência contemplativa e o simulacro valorativo
de aproveitar o tempo em uma sistemática mais inteligente e menos cansativa,
culminando em produtividade e também em desvinculação negativa do mecanismo
moderno de alienação proposto pelas relações de labor contemporâneas.

2.4. O trabalho do psicólogo social


Segundo Almeida (2018), é função do psicólogo social colaborar na luta
contra o rompimento dos entraves sociais, tais como: preconceitos, estigmas,
estereótipos e estigmas, mostrando através de intervenções que somos pessoas de
direito, capazes de combater as desigualdades sociais, assim como compreender
suas causas e efeitos.

Para Lane e Codó (2010) “o psicólogo social enxerga o homem como um


ser que vivem em grupos, sociedades, culturas e organiza sua vida em relação a
outros seres humanos, influencia e é influenciado pela história, pelas instituições e
pelos comportamentos”. Através do trabalho do psicólogo social nos auxilia a
entender a necessidade que sentimos do outro e a importância da comunicação
frente ao comportamento alheio. Os psicólogos sociais se interessam em saber
como as pessoas influenciam umas às outras no contexto da sociedade, entender as
atitudes, como o preconceito se forma, a conformidade e saber se as pessoas se
comportam diferente quando estão em grupo ou sozinhas. Outra abordagem que
tem sido foco do psicólogo social é a atuação frente as políticas públicas,
colaborando para que as pessoas possam desenvolver e compreender suas
habilidades e utilizá-las para romper com a vulnerabilidade. Ou seja, instrumentalizar
as pessoas para que rompam com a situação de manipulação e opressão.

2.5. A importância da psicologia social no trabalho


Bendassolli (2011) relata haver duas posturas assumidas pela psicologia
em relação ao trabalho quando esta surge como ciência, uma constitutiva, que
aceita algumas premissas que já estavam sendo colocadas em relação ao trabalho,
como, por exemplo, a centralidade do trabalho postulada por Marx, e uma
reconstitutiva, que traz contribuições específicas da psicologia, que se dão por meio
de três diferentes eixos, o organizacional, o social e a clínica. Destacando a
diferença entre os interesses e epistemologias fundantes do eixo organizacional e do
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social, em que o primeiro opera conforme as expectativas do corpo gerencial e do


capital, e objetiva ampliar a eficácia e a produtividade por meio da resolução de
problemas de gestão, o segundo busca compreender o trabalho pelo olhar do
trabalhador, valendo-se dos estudos da psicologia social, toma a organização como
fenômeno psicossocial, e inclui a leitura sobre a relação entre saúde e trabalho,
entendendo a saúde como um direito, e não como um recurso para a produção,
reivindicando, portanto, melhores condições de trabalho e de direitos sociais.

Segundo Jacques (2008), a Psicologia Social fornece um conjunto de


conhecimentos capaz de sustentar um conjunto de ações do psicólogo, no âmbito
das relações de trabalho, psicólogo este que passa a ocupar o lugar de assessor,
lugar que representa sua melhor posição na hierarquia empresarial desde então.
Fornecendo os pressupostos teóricos sobre atitudes, motivações, processos
grupais, entre outros temas, para atender a demanda crescente, principalmente nas
áreas do comércio e serviços. A perspectiva funcionalista, presente no modelo de
Psicologia Social hegemônico fornece os princípios a partir da proposição de que o
indivíduo desempenha tanto mais quanto melhor estiver adaptado a sua função.

Na área clínica da psicologia, segundo Myers (2014), julgamentos clínicos


também são julgamentos sociais, pois a construção social de doença mental
funciona assim, diz ele: alguém observa um padrão de pensamento e ação atípico
ou indesejado. Um grupo poderoso considera a conveniência ou rentabilidade de
diagnosticar e tratar esse problema e, portanto, lhe dá́ um nome. Notícias sobre
essa doença se espalham, e as pessoas começam a vê-la em si ou em membros da
família. Desse modo, nascem o transtorno dimórfico corporal (para aqueles
preocupados com um defeito na aparência), o transtorno desafiador de oposição
(para crianças pequenas fazendo birras), o transtorno do desejo sexual hipoativo
(para aqueles que não desejam sexo com frequência suficiente) ou o transtorno
orgástico (para aqueles que apresentam orgasmos muito tarde ou muito cedo). “A
ciência da medicina não é diminuída por reconhecer que as noções de saúde e
doença são socialmente construídas”, observa Maddux (2008), “nem a ciência da
economia é diminuída por reconhecer que as noções de pobreza e riqueza são
socialmente construídas”.
Como fenômenos sociais, os julgamentos clínicos são vulneráveis a
correlações ilusórias, excesso de confiança gerado por retrospectiva e diagnósticos
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autoconfirmatórios (Garb, 2005; Maddux, 1993). Vejamos por que alertar os


profissionais da saúde mental sobre como as pessoas formam impressões corretas
e equivocadas poderia ajudar a evitar julgamentos errôneos sérios.

3. CONCLUSÃO

Destacamos neste trabalho a importância do psicólogo social no que


tange as relações de trabalho, pois estas relações podem ser consideradas a mola
propulsora da sociedade e do sujeito, pois possui implicações diretas na
organização social e na função social do trabalhador. Ele pode preencher aspectos
psicológicos do homem, compreendendo o sentido utilitário, de reconhecimento, de
status, de afetividade etc. Por isso podemos concluir a importância do trabalho do
psicólogo social nessa perspectiva, de entender como se estabelece as relações
individuais e grupais que vão influenciar em como as pessoas se comportam não
somente no trabalho, mas na vida delas em si.

Para destacar ainda mais a importância do trabalho da psicologia social


em nossas vida, um estudo da universidade de Michigan, mostra que regiões do
cérebro associadas a percepção de dor física são as mesmas associadas a dor de
rejeição social, onde são realizadas pesquisas que demonstram quando a rejeição é
fortemente provocada, fazendo com que pessoas que recentemente vivenciaram
uma separação indesejada, vejam uma fotografia de seu ex-parceiro enquanto
pensam em serem rejeitadas, sendo assim é percebido que áreas que suportam os
componentes sensoriais da dor física (córtex somatossensorial secundário; ínsula
dorsal posterior) tornam-se ativos. Por isso quando somos rejeitados e excluídos nos
sentimos tão mal, isso pode indicar que biologicamente somos desenvolvidos para
termos uma necessidade social, e também que possuímos um cérebro social que
encara essa necessidade de aceitação social como necessária para nossa
sobrevivência.

Portanto por esse estudo, pode-se entender que temos um cérebro social,
ou seja, que temos um cérebro humano que não entende solidão, por isso sempre
procuramos suprir essa necessidade, seja em um grupo social, em relacionamentos,
na internet, ou seja, em qualquer coisa que nos proporcione um sentimento de
acolhimento, então se somos pertencentes a um grupo, por esse grupo nós vamos
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fazer de tudo para defende-lo. Isso demonstra a importância das relações sociais na
nossa vida e a importância do psicólogo social.

4. BIBLIOGRAFIA

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