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Teste de Rorschach

Investigar a personalidade, pelo interesse não apenas no quê a pessoa via,


mas como via, relacionando as respostas às funções psíquicas.
Envolve um processo de construção/elaboração interna e não apenas de
identificação de imagens.
- A apresentação de uma prancha na prova estimula diretamente a visão que
integra as experiências através dos outros sentidos e, que conjuntamente com
a audição, nos oferece uma noção de como percebemos a realidade.
Série monocromática: I, IV, V, VI e VII. Representam situações diante
circunstâncias formais, de ordem mais impessoal, quando a observação e o
julgamento supõem discernimento e iniciativa.
Série colorida: II, III, VIII, IX e X. Frente a experiência que produzem impacto
afetivo direto, revelam como o sujeito as enfrenta.
 Cores: somos passivos as cores. Expressão da afetividade.
 Vermelho: amor, paixão, ódio, destruição. Mobilizar questões mais
instintivas. (II, III)
 VIII, IX, X: cores da sociabilidade, significados mais compartilhados pela
maioria das pessoas.
TEORIA DE PERSONALIDADE (segundo Aníbal)
Teoria sistêmico-cognitivista:
Estrutura de personalidade: constituída por três esferas, com um conjunto de
funções subjetivas hierarquicamente organizadas, inatas e coexistentes,
ligadas ao funcionamento cerebral, o qual resulta da comunicação com o meio
externo e interno.
Dinâmica da personalidade: corresponde à interrelação das funções
subjetivas, visto que elas não são isoladas.
1. Funções hierarquicamente mais elevadas: são as que presidem as
relações interpessoais mais desenvolvidas, mais adequadas à plena
interação no meio ambiente social, com subordinação das funções
afetivas básicas.

 Conativa:
Aspecto dinâmico da personalidade/depende da iniciativa.
Disposição subjetiva (interna) para ação motora ou mental. “Pensar antes
de agir”. Organizar a ação. Volição = vontade de executar algo. A partir de
um desejo, eu tenho que executar uma ação.
Três funções básicas:
 Iniciativa: permite iniciar o trabalho motor ou mental.
 Manutenção: permite continuar o trabalho motor ou mental através da
atenção. Determinação.
 Inibição: permite inibir a ação ou trabalho mental ou inibir as demais
esferas pelo refreamento dos impulsos inadequados.
 Afetividade:
Cerne da personalidade. Estimula as outras esferas. Constitucional, básico.
Estamos analisando aspectos estruturais do sujeito.
Dois grupos de funções psíquicas:

1. Instintos: funções básicas que estimulam o contato com a realidade e


ligam o sujeito consigo mesmo.
2. Sentimentos: funções mais complexas pela natureza interpessoal.
Estão a serviço da sociabilidade (com subordinação das funções
afetivas básicas) os sentimentos prevaleçam os instintos.

 Intelectual: dinâmica quanto estrutural.


Capacidade de estabelecer nexos lógicos entre os dados do ambiente e a
própria experiência. Ex: falar que tem movimento. Percepção de distância,
profundidade. Maturidade (pessoa correndo – adultos ou peixe nadando? –
crianças), autonomia.
 1. Observação: apreciar a realidade e assimilar os valores do meio
ambiente.
 2. Elaboração: capacidade de reelaboração original e criativa dos dados
do meio (pensamentos ou ideia).
 3. Comunicação: mimica, fisionomia, gesticulação e expressão verbal.

Rorschach: elaborou uma teoria da personalidade centrada no conceito de


duas funções psíquicas: Introversão e extraversão
Percepção é, portanto, um processo ativo e dinâmico, fruto da integração de
toda a estrutura da personalidade: afetiva, conativa e intelectual.

TESTE RORSCHACH
Aníbal Silveira
Foi desenvolvido pelo psiquiatra suíço Hermann Rorschach.
- Teste projetivo.
 Projeção na psicanálise: processo de atribuir a outra pessoa ou ao
mundo externo os próprios impulsos, sentimentos e afetos indesejados
(mecanismo de defesa). Aquilo que não aceito em mim, eu projeto no
outro (e isso em alivia) Sempre inconsciente.
 Projeção nos testes projetivos: Nem sempre é inconsciente. Pode ser
intencional ou pode ser mobilizado por questões mais impulsivas.
- A leitura dos dados pode ser feita de várias formas; ex: psicanálise e gestalt
(figura fundo)
- A mente irá trabalhar para dar um significado para o estímulo (mancha). Fará
uma elaboração, e quando comunicar a resposta, será uma projeção.
Rorschach analisa estrutura (o que dá a sustentação, aspectos intrínsecos,
como o sujeito é) e dinâmica (aspectos pontuais, o que está acontecendo com
aquele sujeito naquele momento) da personalidade.
Entra como mediador de um dialogo, cujo conteúdo é desconhecido dos
protagonistas (não tem o certo ou errado). Decifrando o enigma proposto pelo
psicólogo, o sujeito terá o seu próprio enigma desvendado.

MATERIAL
 Pranchas (1-10) viradas sobre a mesa
 Cronômetro
 2 folhas de localização
 2 canetas
 Várias folhas de resposta em branco

APLICAÇÃO
 Sala com pouca estimulação, tranquila e bem iluminada (de preferência
aplicar de dia).
 Estabelecimento de um bom rapport e privacidade.

 Deve-se deixar claro para o examinando:


- Que se trata de uma avaliação de traços de personalidade e não mede,
exclusivamente, inteligência ou qualquer outra habilidade específica.
- Pode ser aplicada em qualquer pessoa (não importa idade, grau de
escolaridade, nível cultural ou socioeconômico)
- Caráter sigiloso da prova
- A finalidade da prova para o examinando (se é pesquisa, diagnóstico
psicológico, seleção profissional)

 Coleta de dados:
- Idade, data de nascimento, naturalidade, curso, profissão, grau de
escolaridade. Se faz uso de algum medicamente, uso de substâncias químicas
e frequência e efeitos deste.
- Perguntar se está disposto, se tem bom hábito de sono, se está bem
alimentado. Se o examinando estiver com fomo ou sono ou indisposto, deve-se
adiar a aplicação.
A aplicação se divide em duas fases: associação e inquérito.

ASSOCIAÇÃO
Construção livre da pessoa, frente aos estímulos (pranchas) que lhe são
apresentados.
 Instrução:
“Vou lhe mostrar algumas manchas de tinta e gostaria que você me
dissesse o que vê nelas, o que as manchas parecem para você (...)”
Falar que: não existe resposta certa ou errada, as manchas podem ser
vistas de qualquer posição, vai anotar tudo o que a pessoa falar e o tempo
também (mas que é controle seu, e que a pessoa tem o tempo que achar
necessário), quando terminar, é para devolver a prancha.

 Anotar:
 Tempo de reação (T.R.I) e tempo total (T.T)
 Posição da prancha
 Comentários com expressões

 Observações:
 Quando a pessoa der 10 repostas ou fique de posse da prancha por
10min: interromper, gentilmente, solicitando que passa para a prancha
seguinte.
 Não consegue elaborar uma reposta: passar para a prancha seguinte,
sem insistir, pois, houve INIBIÇÃO (anotar na folha de reposta)

 Repassagem:
 Parcial: Inibição ocorreu até 3 pranchas, da 1-7. Representar apenas
a(s) prancha(s) inibida(s).
 Total:
1. Inibição da prancha 8,9,10
2. quando ocorre inibição em mais de 3 pranchas.
3. Quando o número total de resposta (nas 10 pranchas) for inferior a
15.
4. Quando ocorre perseveração em mais da metade do total das
respostas.
A instrução da repassagem, quando necessária, deve ser dada com
tranquilidade, como se tratasse de um procedimento de rotina da prova. Deve
ser anotado o T.R.I (tempo de reação inicial) e o T.T (tempo total) da mesma
maneira que na primeira associação.
Quando apesar da repassagem, a pessoa continuar não fazendo nenhuma
associação a prancha inibida, anotar que houve REJEIÇÃO.

INQUÉRITO
 Instruções
 Folha de localização
 Sem cronômetro
 Deixar claro que vai fazer perguntas
 Dar a prancha ao sujeito e ler exatamente o que ele falou.

Será representadas todas as pranchas a pessoa (menos as rejeitadas) e lhe


serão feitas algumas perguntas sobre as associações feitas, com o objetivo de
compreender o processo de percepção desenvolvido e a elaboração de cada
resposta
- Mostrar a folha de localização e deixar na mesa (ou no colo)
1. Onde: “Aqui você disse que viu (...) na mancha, mostre-me, contornando
o dedo em volta da mancha, onde você viu um (..)” Anotar no mapa de
localização o contorno feito pela pessoa
2. Como/quais (características da mancha determinaram a construção da
imagem para o examinando). “O que na mancha te deu a impressão de
(...)?”

 Observação
Todos os adjetivos utilizados pelo examinando devem ser inqueridos.
Ex: “Uma borboleta muito bonita”. O que, na mancha, te deu a ideia de ser
uma borboleta muito bonita?”
 O examinador deve construir hipóteses sobre os determinantes
utilizados pelo sujeito, considerando: forma, cor, luminosidade,
movimento e perspectiva.
 Quando acontecer uma resposta vaga, ambígua, é preciso pedir para
pessoa “explicar melhor”. Ex: “monstro” (características humanas ou de
animal?”
 Quando, no inquérito, o examinando acrescenta outras características
que não havia dito na associação, perguntar se ele já havia percebido
antes. Ex: movimento.
 Reposta de inquérito: esclarecer também
 Se não tiver levado em conta nenhuma cor em nenhum momento,
podemos ter a hipótese de daltonismo ou cegueira às cores, nesse caso,
ao final da aplicação, apresentamos a prancha 10 e solicitamos que ele
nomeie as cores.
CLASSIFICAÇÃO DE RESPOSTAS
Atribuir cada uma das respostas diversos índices pré-estabelecidos, que
traduzem o dinamismo psicológico implícito, utilizado em cada uma das
produções.

Modalidades: áreas das manchas em que a pessoa viu sua resposta.


 Modalidades principais: áreas frequentemente encontradas na
população, que correspondem a um dinamismo normal da percepção.
Indicam que o examinando é capaz de perceber os aspectos mais
amplos das situações (G); os aspectos mais óbvios e concretos (P) e a
capacidade em analisar detidamente os fatos (p)
- Reposta global (G): respostam que compreendem a mancha toda. Ex:
vejo uma borboleta na figura toda”
- Reposta de Pormenor primário (P): respostas localizadas em partes
da mancha, frequentemente selecionadas pela população. Mapa de
localização (1 – 15 aparecem com frequência)
- Reposta de Pormenor secundário (p): respostas localizadas em
partes cuja a frequência de escolha pela população for menor, aquelas
numeradas de 16 em diante pelo Mapa de Localização.

 Modalidades secundárias:

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Contempla possibilidades de observações e dinâmicas, entrevistas e


testes diversos (projetivos, gráficos e psicométricos), e que necessariamente
considera a questão do contexto na qual o sujeito está inserido. São
encontrados testes com o objetivo de mensurar áreas tais como inteligência,
cognição, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, emoção, afeto,
motivação, personalidade, etc, segundo padrões definidos pela construção dos
instrumentos.

 Psicólogo atuara com responsabilidade, por meio do contínuo


aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da
psicologia como campo cientifico de conhecimento e de prática
 Zelará para que o exercício profissional seja efetuado como dignidade,
rejeitando situação em que a psicologia esteja sendo desvalorizada.
 Psicólogo, no contexto profissional, fará uso apenas dos testes
psicológicos com parecer favorável do CFP e que se encontrem listados
no Satepsi.
 Qualificação do profissional para com o instrumento. Utilizar ambientes
adequados, que assegure a qualidade e o sigilo das informações.
 Observar os estudos realizados com cada teste, principalmente no que
se refere aos estudos de validade, de precisão e de padronização. A
cada 15 anos, o instrumento deve passar por uma nova padronização.

TEXTO SOBRE MAIORIDADE PENAL

 Armas de fogo: o homem utiliza algum meio para efetuar sua defesa. As
armas evoluíram em tecnologia e tamanho conforme a necessidade.
 Estratégia possível para lidar com a violência, é dificultar o acesso a
arma.
 A violência é também produto da parte pulsional do ser humano,
inerente a ele. (Freud). Se liga fortemente a satisfação dos impulsos e
desejos destrutivos do homem. (aliviar o incomodo, projetando no outro,
com uma justificativa racionalizada).
 Freud via a violência como um caminho que o homem utiliza para
instaurar a ordem da lei e do direito. Mas percebe que existe uma pulsão
agressiva que ora poderia possibilitar o homem desejar a paz, ora
empregar a violência. Como o sujeito usa essa energia, essa pulsão.
 Brasil tem maior índice de assassinatos com armas de fogo do mundo.
 Porte: está ligado a trazer consigo a arma de fogo.
Psicólogos para trabalhar com isso (de registro e/ou porte de arma), deve ter
CRP e fazer avaliação e ter credenciamento da policia federal.
- Psicólogo devera observar o aspecto psicológico, a personalidade do sujeito
que solicita o porte de arma.
Existe um perfil psicológico para o candidato à aquisição e/ou porte de arma.
O interessado no registro de posse de arma de fogo deverá ter aptidão
comprovada por meio da submissão à bateria de instrumentos de avalição
composta por testes projetivos, expressivos, de atenção e de memória, bem
como à entrevista semiestruturada.

 Indicadores psicológicos restritivos: conflito, depressão,


dissimulação, distúrbio, exibicionismo, explosividade, frustração,
hostilidade, imaturidade, imprevisibilidade, indecisão, influenciabilidade,
insegurança, instabilidade, irritabilidade, negativismo, obsessividade,
oposição, perturbação, pessimismo e vulnerabilidade.
 Portador de arma de fogo: adaptação, autocritica, autoestima,
autoimagem, controle, decisão, empatia, equilíbrio, estabilidade,
flexibilidade, maturidade, prudência, segurança, senso crítico,
resistência à frustração, sociabilidade.

Aspectos psicológicos para porte de arma de fogo para policiais: aspectos


cognitivos do raciocínio, sendo os mais importantes relacionados ao
desempenho. Como o policial vai lidar com as questões emocionais, deve
manter a capacidade de raciocinar.

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