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I- Período de desenvolvimento
Início no final do séc. XIX (1869), data das primeiras publicações de Francis Galton até
1935.
Período onde se desenvolveram os fundamentos teóricos e práticos da Psicometria.
Psicofísica - séc. XIX o filósofo Weber com seus experimentos permitiram pela 1ª vez medidas
precisas entre diferenças na intensidade de um estímulo e a sensação destas diferenças-
“limiares diferenciais”. Ex: medições de limiares de audição, visão, etc...
Final do séc. XIX e início deste é que irá surgir um forte movimento de PSICOMETRIA -
“medidas sensório-motoras”
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PASQUALI, Luiz. Psicometria. Teoria dos testes na psicologia e educação. Petrópolis: Vozes, 2004.
Rorschach na década de 20
TAT na década de 30
Szondi na década de 40
O que se mede em psicologia é uma variável psicológica definida como uma característica que
cada indivíduo tem em diferentes níveis.
Só a partir do séc. XIX é que o ser humano se volta para si, para mensurar os processos
psíquicos e o comportamento deles decorrentes. Assim, os testes psicológicos são medidas de
processos psicológicos.
[NOME DO AUTOR] Resumo da Disciplina de Psicometria, elaborado por Arsénio Tesoura
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Psicometria
Conjunto de técnicas que permite a quantificação dos fenômenos psicológicos. Seu objetivo é
aplicar métodos científicos no estudo do comportamento humano. É a ciência que estuda os
princípios e métodos da medida psicológica. É a medida de construtos psicológicos ou traços
latentes (estruturas latentes) através de comportamentos “verbais” ou “motores” que seriam a
representação daqueles traços.
A Psicometria
Veio atender à necessidade de medidas quantitativas conseqüência da influência
científica da época. Com isto, a Psicologia aproximou-se de fato das ciências empíricas,
atendendo às exigências do modelo científico.
Veio atender à necessidades socioculturais, associadas a preocupações mais práticas
ligadas a melhoria do rendimento dos sujeitos.
Realçou a questão das diferenças individuais. A visão de homem subjacente ao modelo
psicométrico (no seu início), implicava a existência de características genéricas de
comportamento humano. Essas características de ordem genética e constitucional, eram
consideradas relativamente imutáveis. Os testes visavam identificá-las, classificá-las e
medí-las.
Hoje, os factores genéticos não são suficientes para explicar tais diferenças, mas estes
acrescidos de factores experiências e sócio-culturais.
O instrumento psicométrico mais típico é o “TESTE”.
Funções da medida:
a) Quantificação – A medida permite uma descrição precisa do fenômeno e o símbolo
que garante a maior precisão é o número.
b) Comunicação – Condensa informações; é mais precisa e objetiva.
c) Padronização – Assegura a equivalência entre objetos com características diversas.
d) Objetividade – Permite-se classificação com menos ambigüidade.
Escalas de medida:
A) Escala de razão: possui “zero absoluto”. Por ex: peso zero é um conceito definível baseado
na força da gravidade. Esta medida não é usada na Psicologia, pois não existe zero absoluto nos
fenômenos psicológicos.
B) Escala intervalar: possui “zero arbitrário” como também apresenta distâncias (intervalos
iguais) na propriedade que está sendo medida. Por ex: a diferença da temperatura entre 10°C e
30°C é a metade da diferença entre 40°C e 80°C. Neste tipo de medida os símbolos numéricos
expressam não só a ordem como também o tamanho da diferença relativa entre as categorias
das características medidas.
C) Escala nominal: os números podem servir meramente de nomes ou rótulos. Ex: código por
região do telefone (BH é 31/ Rio é 21).
Tipos de medida:
a) Medida fundamental – Obtida como resultado da mensuração direta. Medir aqui, é
verificar a coincidência de pontos. Ex.: comprimento
b) Medida derivada – Produto de uma operação de mensuração baseada em indícios que
se supõe estarem relacionados com o atributo do objeto medido. Ex.: m (massa) é igual
a volume (metro cúbico) X densidade (kg por metro cúbico).
c) Medida por teoria – Pode ser por “lei” ou “teoria”. A medida em Ciências Sociais e do
Comportamento é:
[NOME DO AUTOR] Resumo da Disciplina de Psicometria, elaborado por Arsénio Tesoura
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Por lei – Quando se quer demonstrar empiricamente que dois ou mais atributos
estruturalmente diferentes mantêm entre si relações sistemáticas.
Os elementos envolvidos na mensuração são descobertas científicas – é o facto. Ex: lei
do reforço em Psicologia, ou seja, mede-se por lei quando se demonstra empiricamente
que dois ou mais atributos estruturalmente diferentes mantêm entre si relações
sistemáticas. Em Psicologia - psicofísica e análise experimental do comportamento.
Por teoria – quando não existem leis relacionando variáveis, daí recorre-se a teorias que
hipotetizam relações entre os atributos da realidade, permitindo assim a medida indireta
de um atributo através de fenômenos a ele relacionados via teoria. A teoria, por
exemplo, versa sobre processos mentais (estrutura psicológica hipotética), conceituando
sua estrutura e sua dinâmica e define o conjunto de comportamentos que os expressa.
4. PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS
Para garantir legitimidade e cientificidade aos testes psicológicos, que são instrumentos de
medida em psicologia e, como qualquer instrumento de medida, deve apresentar certas
características para podermos confiar nos dados que produzem. Tais características são:
validade e fidedignidade.
I – Validade
A validade de um teste está relacionada à questão se de fato ele mede o que pretende medir, e é
verificada através de análise estatística.
A análise deve ser feita em cada item do instrumento, verificando se estão medindo o mesmo
construto (factor). Caso o instrumento pretenda medir mais de um factor, as análises estatísticas
devem ser feitas independentemente para cada factor.
Existem várias técnicas para viabilizar a demonstração da validade dos testes, mas três são
dominantes:
1- Validade de conteúdo
É o exame sistemático do conteúdo do teste com o objetivo de verificar se este realmente
constitui uma amostra representativa do comportamento que deseja mensurar.
3- Validade de construto
É usada quando o psicólogo crê que seu instrumento reflete um “construto particular”, ao qual
estão ligados certos significados. A validade de construto envolve-se com os problemas de
definição de termos e de conceitos. Conceitos ou construtos são cientificamente pesquisáveis
somente se forem, pelo menos, passíveis de representação comportamental adequada. Do
contrário são conceitos metafísicos e não científicos. Assim, na validação de construto há
validação de definição de construto e da teoria que lhe dá origem. Pode ser trabalhada sob dois
ângulos:
a) Análise de representação comportamental do construto
São usadas duas técnicas:
Análise de consistência interna do teste – Calcula a correspondência que existe
entre cada item do teste e o restante dos itens ou total (escore total) dos itens.
Análise factorial – Verifica quantos construtos são necessários para explicar as
intercorrelações dos itens.
II – FIDEDIGNIDADE (PRECISÃO)
A fidedignidade de um teste ou precisão diz respeito à característica que ele deve possuir, que é
medir sem erros. Está intimamente ligada ao conceito de variância erro, sendo este definido
como a variabilidade nos escores produzida por factores estranhos ao construto.
a) Correlação simples
1) Método das duas metades: divide-se um único teste em duas partes equivalentes e a
correlação é calculada entre os escores obtidos nas duas partes. (Coeficiente de consistência)
2) Método das formas paralelas ou formas alternativas: os sujeitos respondem a duas formas
paralelas do mesmo teste e a correlação entre as duas distribuições de escores constitui o
coeficiente de precisão do teste. (Coeficiente de equivalência)
2) Alfa de Cronbach
É utilizada quando a resposta ao item pode assumir mais de duas alternativas. Visa verificar a
consistência interna do teste pela análise da consistência interna dos itens, verificando a
congruência que cada item tem com o restante dos itens do mesmo teste.
A avaliação psicológica pode ser utilizada para diferentes finalidades, tais como : diagnóstico,
intervenção, encaminhamento, orientação psicopedagógica e vocacional, seleção, prevenção e
pesquisa.
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Material de Prof. Álvaro José LELÉ e Profª. Wilma M. G. LOPES (maio, 2000).
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WECHESLER, S.M.&GUZZO, R.S.L. Avaliação Psicológica. Perspectiva Internacional. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
1- Ter sempre presente a realidade sociocultural em que o sujeito vive e sua história pessoal.
2- Lembrar que uma avaliação psicológica é sempre um meio, um recurso, para compreender
e explicar os comportamentos humanos.
3- Realizar estudos sobre validação lingüística e conceitual assim como elaborar normas
estatísticas locais, quando se utiliza testes elaboradas em contextos sociocultural diferente
do nosso.
4- Superar falsas confrontações entre dados qualitativos e quantitativos e buscar sua
integração.
5- Propiciar a construção de novos testes e não só sua adaptação.
6- O uso de testes psicológicos num processo avaliativo nunca pode ser feito sem o auxilio de
outros testes e outras técnicas de avaliação (Exemplo: entrevistas).
7- Propor “Testes” não se trata efetivamente de um forcing, como alguns imaginam, pois “O
próprio psicólogo acredita, freqüentemente e implicitamente, poder fazer dizer o que o
sujeito não quer dizer, quando não deveria jamais esquecer que está ali, pelo contrário, para
favorecer a expressão do que não pode ser dito numa linguagem clara” (RAUSCH de
TRAUBENBERG, Nina, 1975)
De acordo com Mediano (1976 apud ERTHAL, 2001, p. 39) existem 3 técnicas de coleta de
informação:
1. Observação;
2. Inquirição; e
3. Testagem.
1. OBSERVAÇÃO
Observação: ponto de partida para qualquer estudo científico.
: Objetivo – estabelecer e validar conhecimentos adquiridos.
2) Observação científica: caráter científico e para tal é necessário que se explicitem hipótese e
que a observação seja suscetível à repetição.
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ERTHAL, Tereza Cristina. Manual de Psicometria. Rio de Janeiro: Editora Zahar,2001, p. 39-56.
2. INQUIRIÇÃO
INQUIRIÇÃO: Muitas informações sobre o domínio afetivo podem ser rapidamente obtidas
através de uma inquirição sistemática. Sempre que possível associar a inquirição à observação.
1. Questionário: lista de perguntas para obter informações sobre opiniões e atitudes dos
indivíduos.
Utilização
Pesquisa
Psicoterapia
Aconselhamento
Clínica (atingir um diagnóstico)
Na empresa (admissão, transferência, promoção, desligamento)
Exame psicológico em geral
3. TESTAGEM
É a técnica que produz resultados mais eficientes. O instrumento utilizado é o teste (prova).
“Um teste é um procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com a
ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas” (CRONBACH, 1996, p.51).
Através dele se obtêm informações acerca do domínio cognitivo, afetivo e psicomotor.
São dois os tipos de testes:
Testes não-padronizados ou construídos pelo professor;
Testes Padronizados – são construídos por especialistas
Referência
CRONBACH, Lee J. Fundamentos da testagem psicológica. 5ª ed. Porto Alegre: Artes
Médicas Sul, 1996.
ERTHAL, Tereza Cristina. Manual de Psicometria. 6ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.