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Introdução à avaliação projetiva

da personalidade
VAN KOLCK, O. L. Técnicas de Exame Psicológico e Suas
Aplicações no Brasil, Rio de Janeiro: Vozes, 1981
Odette Lourenção Van Kolck
Nasceu no estado de São Paulo, foi professora do Instituto de Psicologia
da Universidade de São Paulo. Pioneira na área de avaliação psicológica
no Brasil.
MÉTODOS PROJETIVOS
ANZIEU, D. Os Métodos Projetivos. Rio de Janeiro: Campus, 1979.
Didier Anzieu
Didier Anzieu nasceu em Melun, França, em 8 de julho de 1923 e morreu
em Paris, em 25 de novembro de 1999. Estudou psicanálise, métodos
projetivos, psicodrama. Interessou-se pelo teste de Roscharch e por
métodos projetivos, nos quais se especializou.
Métodos Projetivos
Em 1939, L. K. Frank publicou um artigo no
Journal of Psychology, intitulado “Os métodos
projetivos para o estudo da personalidade”.
Inventara a expressão “métodos projetivos”
para explicar o parentesco entre três provas
psicológicas: teste de associação de palavras de
Jung (1904), teste de manchas de tinta de
Rorschach (1920) e T. A. T. de Murray (1935).
o Tais técnicas formavam o Termo ‘teste’: as
técnicas projetivas
o protótipo de uma distinguem dos
investigação dinâmica e testes de aptidão
global da pela ambiguidade do
personalidade, isto é, material
apresentado ao
abordando-se a sujeito e pela
personalidade como liberdade de
uma estrutura em expressão. Aproxima
evolução, cujos das tendências da
psicologia da forma
elementos constitutivos e da psicanálise ↔
se encontram em abordagem aos
interação. processos da
personalidade.
O termo Projeção
 Na Psicologia:  Nas técnicas
 Psicologia Social Projetivas:
 Neufisiologia  Projeção
 Psicanálise  Expressão
 Adaptação
 Identificação
O QUE É PROJEÇÃO?
o Ação física: (como opera - lançamento de
projéteis) Freud usou de analogia metafórica,
denominando projeção como ação
característica da paranóia, a qual consiste em
expulsar da consciência os sentimentos
repreensíveis, atribuindo a outra pessoa. Nesse
sentido, os testes projetivos favorecem a
descarga, sobre o material apresentado ao
sujeito, de tudo aquilo que este recusa ser, que
vivencia em si mesmo como mau, ou com
pontos vulneráveis.
O QUE É PROJEÇÃO?
o Matemática: (correspondência estrutural -
geometria projetiva) a projeção estabelece a
correspondência entre um ponto do espaço e
um ponto de uma reta ou de uma superfície.
Os testes projetivos, analogamente, levam o
sujeito a produzir um protocolo de respostas
de tal modo que a estrutura do mesmo
corresponde à estrutura de sua personalidade,
estando conservadas no primeiro as
características fundamentais da segunda.
O QUE É PROJEÇÃO?
o Ótica: (veículo das representações arcaicas da
imagem do corpo) a projeção luminosa envia
raios ou radiações sobre uma superfície. Um
teste projetivo é como um raio X. Atravessando
o interior da personalidade, fixa a imagem do
seu núcleo secreto sobre um revelador
(aplicação do teste), permitindo depois sua
leitura fácil, por meio da ampliação ou
projeção ampliadora em uma tela
(interpretação do protocolo). O latente se
torna manifesto, o interior é trazido à
superfície.
Tipos de projeção
 Especular (narcisismo): o sujeito reencontra
características que pretende serem suas;
 Catártica: o sujeito atribui à imagem do outro não
mais suas características, mas as que erradamente
pretende não ter, recusa considerar como suas e das
quais se livra, deslocando para outro.
 Complementar: a pessoa atribui aos outros
sentimentos e atitudes que justifiquem as suas;
Categorias de projeção:
Temáticos: revelam os conteúdos
significativos da personalidade, ex. T.
A.T.;
Estruturais: revela a maneira de
apreender o mundo, ex. Rorschach;
Referências
• Martins, Camila Alves. Projeção, Métodos
Projetivos e Símbolo. Apresentação de Power
Point. Disponível em:
http://professor.ucg.br/login.asp
Situação do teste projetivo:
O sujeito é convidado a falar livremente;
O tempo é ilimitado;
É submetido a um inquérito;
Não há boas e más respostas prederteminadas
O material é ambíguo;
As instruções subordinam o sujeito à sua própria vontade
(‘como quiser’);
Mobiliza angústia frente a liberdade de instruções diante
a emergência de desejos internamente proibidos: a
associa-se a representações fantasmáticas inconscientes,
que transparecem no conteúdo das respostas, enquanto
que os mecanismos de defesas do ego contra a angústia e
contra os fantasmas se manifestam nas características
formais das respostas;
Situação do teste projetivo:
o Provoca uma regressão psíquica: convida o testando
a um rápido mergulho no inconsciente, facilitando-
lhe os meios de se refazer prontamente. A
psicanálise distingue três aspectos: formal
(pensamento racional ao pensamento por imagens),
cronológico, tópico (regressão do ego ao id). Enfim,
provoca a regressão dos processos secundários aos
processos primários;
o O sujeito deve recorrer aos recursos profundos de
sua personalidade (estruturação inconsciente);
Avaliação das Técnicas Projetivas
ANASTASI, A.; URBINA, S. Testagem Psicológica. 7 ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2000.
Anne Anastasi
1908-2001 – Psicóloga norte americana conhecida pelo desenvolvimento
da Psicometria
Susana Urbina
Nascida em 1946, é uma psicóloga peruana-americana. Recebeu seu
Ph.D. em Psicometria pela Fordham University em 1972 e foi licenciada
na Flórida em 1976. Atualmente leciona na University of North Florida,
onde sua principais áreas de ensino e pesquisa são testes psicológicos e
avaliação.
o As técnicas projetivas diferem amplamente
entre si
o Diferenças entre as técnicas projetivas e os
testes padronizados não tão grandes nem
tão fundamentais
“Rapport” e Aplicabilidade
o Tarefas “interessantes” e/ou “divertidas” –
contribui na construção do vínculo
o Aceitação de todas as respostas – situação
menos ameaçadora
o Grupos verbalmente limitados
Simulação (Fraude)
o Objetivo disfarçado menos suscetíveis à
simulação
o Possibilidade de alterar respostas seguindo
um direcionamento anterior
o Sinais de simulação:
o Natureza das repostas individuais;
o Padrão de respostas;
o Inconsistências com outras fontes
O examinador e as Variáveis
Situacionais
o Evidências de que diferenças no enunciado e
no relacionamento examinador-examinando
pode alterar o desempenho nestes testes
o Falta de objetividade na pontuação e na
interpretação dependem da habilidade e
experiência clínica (dimensão projetiva da
avaliação)
Normas
o Dados normativos – ausentes, inadequados ou
baseados em populações vagamente descritas
o Estrutura de referência “experiência
clínica geral”
o Normas de subgrupo – não equiparadas
OBS.: No Brasil a realidade dos testes modificou-
se consideravelmente após o SATEPSI
Fidedignidade
o Fidedignidade do avaliador – pontuação
objetiva + estágios integrativos e
interpretativos ainda poucos estudos
o Coeficientes de consistência interna – baixos
(itens não comparáveis, avaliam variáveis
diferentes)
o Tendência de resposta a itens sucessivos
significativa
o Construção de formas paralelas
o Fidedignidade de reteste:
o Intervalos longos – mudanças na personalidade
o Intervalos curtos – efeito da lembrança
Validade
o Validação Concorrente relacionada a critério
Comparação de grupos contrastantes
Técnicas de equiparação com outras fontes de
informação
o Validade Preditiva (treinamentos,
desempenho no trabalho em resposta à
psicoterapia)
o Tendência a estudos de validade de construto
Validade (cont.)
o Estudos inconclusivos – deficiências
metodológicas evidências falsas de validade
o Contaminação de dados de critério ou de teste
análise cega
o Ausência de validação cruzada – diferenciações
significativas baseadas no acaso
o Exatidão de estereotipo declarações descritivas
de amplo espectro
o “ Validade ilusória” (Chapman) fundamentada
em estereotipos populares preestabelecidos
Validade (cont.)
o Subestimando a validade utilização de
categorias psiquiátricas como critério
o Importância dos princípios holísticos e
integrativos necessidade de planejamentos
experimentais de alta complexidade
Hipótese Projetiva
o Respostas a estímulos ambíguos refletem
atributos da personalidade
o Fatores outros interferem nestas respostas
o Necessidade do examinador ter acesso a outras
fontes de informação
o Ambiguidade do estímulo extensiva ao
examinador
o Crítica à profundidade de análise dos testes
projetivos
Técnicas Projetivas como
Instrumentos Psicométricos

Não correspondem às expectativas


Técnicas Projetivas como
Instrumentos Clínicos
o “Auxílios suplementares qualitativos à
entrevista nas mãos de um terapeuta
experiente” (p. 360)
o Procedimentos de pontuação aparência
ilusória de objetividade
o Cronbach e Gleser:
o Técnicas projetivas banda ampla
o Técnicas psicométricas banda estreita
o Variabilidade de dados fornecida em
diferentes sujeitos
o Julgamento clínico Processual

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