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TAT

Teste de Apercepção Temática

MURRAY, H.TAT – Teste de Apercepção Temática. São Paulo:


Casa do Psicólogo, 2005.
Apresentação
⚫ 3ª. Ed. que será estudada, foi realizada pelo
Departamento de Pesquisas e Produção de
Testes da Casa do Psicólogo;

⚫ Foi adaptada e ampliada – apresenta os textos


originais de H. Murray (1943) acrescido de
estudos brasileiros de precisão e validade.
⚫ O TAT constitui-se hoje num dos
principais instrumentos que o psicólogo
clínico dispõe para investigação da
personalidade;
⚫ Identificar a atitude do indivíduo, seus
temores, desejos, dificuldades frente a
diversas situações.
Critério para uso
⚫ Uso de forma adequada segundo as instruções
do manual;
⚫ Por pessoas habilitadas e licenciadas –
profissional de Psicologia;
⚫ Jamais fazer uso leviano das informações e do
instrumento;
⚫ Os testes de personalidade exigem maior
compreensão do instrumento e manejo
clínico.
TAT/Teste de Apercepção Temática
⚫ É uma técnica projetiva de investigação
dinâmica da personalidade
⚫ Procedimento Básico: apresentar ao
sujeito um conjunto de lâminas,
incentivando-o a relatar histórias, segundo
sua inspiração no momento.
Percepção X Apercepção
⚫ Percepção: processo objetivo e
cognitivo, fruto do campo de
estimulação externo;
⚫ Apercepção: “uma interpretação
dinamicamente significativa que um
organismo faz de uma percepção”
(BELLACK, 1978)
Premissas teóricas

⚫ Autor: Henry Murray, médico e bioquímico ;


Freud e Jung; cria a teoria - Personologia
⚫ Personalidade: necessidades e pressões;
⚫ Motivação;
⚫ Importa: o passado, a história pessoal, o
presente e o seu meio ambiente;
⚫ Prática clínica e pesquisas.
Construção do Material
⚫ Murray e Morgan reuniram um material que
se tornou o material do teste TAT:
fotografias de pinturas de museus, anúncios
em revistas, fotos de filmes de cinema, e
outros;
⚫ Imagens: foram trabalhadas para mostrar
uniformidade;
⚫ Produto final: são imagens que reproduzem
situações dramáticas, de contornos
imprecisos e temas implícitos.
Propósito
⚫ O indivíduo ao ser exposto a este material, sem
perceber, identifica-se com um personagem que
é escolhido por ele;
⚫ O personagem comunica por meio de um
história completa , experiências, memórias,
imaginário, emoções.
⚫ É possível conhecer quais situações e relações
sugerem ao indivíduo temor, desejos, dificuldades,
assim como, necessidades e pressões
fundamentais na dinâmica subjacente da
personalidade.
Premissas/Hipóteses
⚫ O examinado irá utilizar sua experiência ao
elaborar as narrações e que, sem se dar conta,
identifica-se com os personagens da cena
⚫ Evoca-se fantasias que traduzem tendências
Inconscientes inibidas
⚫ cada $ diante do mesmo material irá responder a
seu modo pessoal – uma história dificilmente será
igual a outra
⚫ Percepção, traços mnêmicos, imaginação,
emoção: possibilitam a expressão de imagens,
idéias, sentimentos, lembranças vividas que darão
acesso à personalidade subjacente
Três pontos básicos do Teste
⚫ O sujeito se identifica com o herói
⚫ Atributos do herói ou personagem
principal da história representam
tendências da personalidade do
respondente.
⚫ As características do ambiente do herói
representam aspectos significativos do
ambiente do respondente.
O que será revelado a partir das
histórias?
⚫ A relação do examinado com figuras de
autoridade;
⚫ Qualidade dos vínculos;
⚫ Relações familiares;
⚫ Natureza dos temores, desejos, dificuldades;
⚫ Hierarquia das necessidades;
⚫ Estrutura das transações entre ID ,Ego e
Superego;
⚫ A relação do indivíduo consigo mesmo e com o
mundo, etc.
Emprego do TAT
⚫ Instrumento Clínico para avaliação
psicológica;
⚫ Psicodiagnóstico prévio para a
psicoterapia breve;
⚫ Avaliação do tratamento;
⚫ Estudos e Pesquisas.
Material
⚫ 31 lâminas: 30 com gravuras (de significado
ambíguo) e uma em branco
⚫ 12 pranchas: ser humano representado
sozinho em diferentes idades
⚫ 07 pranchas: com representação de duas
pessoas do mesmo sexo
⚫ 04 pranchas: duas pessoas de sexo oposto
⚫ 01 prancha: três pessoas
⚫ 01 Vários homens juntos
⚫ 03 paisagens sem seres humanos
⚫ 01 branco:Projeção da imagem ideal de si
mesmo
Pranchas
⚫ UNIVERSAIS (11): 1, 2,4,5, 10,11, 14,
15, 16, 19 e 20
⚫ Homens Adultos: 3RH, 6RH, 7RH, 8RH,
9, RH, 12H, 13H, 17RH e 18RH
⚫ Mulheres Adultas: 3MF, 6MF, 7MF, 8MF,
9MF, 12F, 13HF, 17 MF e 18MF
⚫ Jovens do sexo masculino: 3RH, 6RH,
7, RH, 8 RH, 9, RH, 12 RM, 13R, 17RH E
18 RH
⚫ Jovens do sexo feminino : 3MF, 6MF,
7MF, 8MF, 9MF, 9MF, 12RM, 13M 17MF E
18MF
No Brasil pode ser encontrado o material americano,
argentino ou brasileiro

população HOMENS MULHERES MENINOS MENINAS

edição

brasileira Homem Feminina Rapaz Moça


(H) (F) (R) (M)
argentina Hombre Mujer Varón Ninã
(H) (M) (V) (N)
americana Male Female Boy Girl
(M) (F) (B) (G)
Preparação do Sujeito: Rapport
⚫ De modo geral não há uma preparação
muito especial além da razão do
encaminhamento;
⚫ Já um examinando resistente, pouco
responsivo, desconfiados precisam que se
gaste mais tempo nas entrevistas iniciais para
fortalecer o vínculo e a confiança;
⚫ Crianças geralmente produzem melhor
depois de interações com brinquedos com
objetivo de mobilizar e liberar suas fantasias.
(CAT)
Administração do TAT
⚫ Aplicação completa: onze universais e nove
selecionadas de acordo com o sexo e a
faixa-etária do sujeito
⚫ Forma Completa: 11 universais + 9
selecionadas de acordo com sexo e idade
⚫ Duas sessões para a forma completa: 10 + 10
⚫ Formas abreviadas: seleção por significado –
análise do encaminhamento e objetivo da
avaliação;
⚫ IDADE: Murray – manual – 14 a 40 anos,
Clima da situação de teste: rapport
⚫ Ambiente de cordialidade;
⚫ Ambiente do consultório ou sala de
testagem;
⚫ Meta do psicólogo: conseguir a maior
quantidade de material com qualidade.
⚫ O sujeito deve sentar em uma cadeira
confortável ou em um divã;
⚫ O divã é contra-indiciado: para crianças e
pacientes psicóticos;
⚫ As instruções podem ser lidas (geralmente são).
Registro
⚫ Material: cronômetro, lápis e papel;
⚫ A verbalização deve ser anotada na
íntegra, bem como as pausas, desvios da
verbalização e intervenções do aplicador;
⚫ Pode-se utilizar gravador, desde que o
testendo concorde.
Uso do cronômetro:
⚫ Tempo de latência inicial – intervalo entre a
apresentação da prancha do estímulo e a
primeira verbalização do sujeito, seja um
comentário, exclamação ou a história
propriamente dita.

⚫ Tempo total – intervalo entre apresentação da


prancha e o final do relato espontâneo (não se
inclui o inquérito).
Observações necessárias:
⚫ Comportamento verbal;
⚫ Comportamento não verbal;
⚫ Mudanças de postura;
⚫ Reações corporais frente à apresentação dos
estímulos;
⚫ Alterações de voz;
⚫ Sinais de ansiedade
* Estes são sinais que sugerem mobilização
emocional frente ao estímulo das pranchas.
Instruções:
1ª. sessão
Forma A: (adolescentes, adultos de grau médio
de inteligência e cultura)
“este é um teste de imaginação que é uma das formas de
inteligência.Vou mostrar a você alguns quadros, um de
cada vez, e a sua tarefa será inventar, para cada um
deles, uma história com o máximo de ação possível.
Conte-me o que levou ao fato mostrado no quadro,
descreva o que está acontecendo no momento, o que
os personagens estão sentindo e pensando. Diga depois
como terminará a história. Como você tem 50 min.
para os 10 quadros, você pode empregar cerca de cinco
minutos para cada história. Aqui está o primeiro
quadro”.
Instruções
⚫ Forma B (crianças, adultos pouco
inteligentes ou de pouca instrução, bem
como psicótico)
“este é um teste para contar histórias. Eu tenho aqui
alguns quadros que vou lhe mostrar. Quero que
você faça uma história para cada um deles. Conte o
que aconteceu antes e o que está acontecendo
agora. Diga o que as pessoas estão sentindo e
pensando e como a história acaba.Você pode fazer
o tipo de histórias que quiser.Você tem cinco
minutos para fazer uma história. Faça o melhor que
puder”.
Intervenções Prudentes:
1. Informar se o sujeito está muito atrasado e
muito adiantado em relação ao tempo
previsto;
2. Para estimular com um discurso elogie de vez
em quando;
3. Se o sujeito omitir algum detalhe fundamental
lembre-o com alguma breve observação tal
como: “o que levou a essa situação”?
* De modo algum o psicólogo deve envolver-se em
discussões com o sujeito.
⚫ O psicólogo deve interromper uma história
demasiadamente longa e inconsistente: “E
como ela termina?”
⚫ Crianças pequenas, pessoas com baixa
instrução e psicóticos necessitam de estímulos
para conseguir associar livremente;
⚫ Crianças muito reticentes é permitido
recompensá-las: “eu vou lhe dar um presente
se você hoje me contar uma história bem
comprida e bem bonita”; entre outras formas.
Instruções:
2ª. sessão

⚫ Ao encerrar a 1ª sessão não diga que o próximo


encontro será a continuação das histórias, isso
pode levar a pessoas se preparar lendo e
construindo histórias;
⚫ É desejável que haja um intervalo, de pelo
menos, um dia;
⚫ Na segunda sessão recomenda-se enfatizar a
completa liberdade da imaginação.
Instruções:

⚫Forma A:
“Vamos fazer o mesmo da outra vez. Só que agora
você pode dar toda liberdade à sua imaginação.
Suas 10 primeiras histórias estavam ótimas, mas
você se limitou demais aos fatos do dia a dia.
Agora, eu gostaria de ver do que você é capaz
quando deixa de lado as realidades comuns e
põe sua imaginação para funcionar, como
acontece num mito, nas histórias de fadas ou
numa alegoria. Aqui está o primeiro quadro”.
Instruções:

Forma B
“Hoje vou lhe mostrar mais alguns quadros. Será
mais fácil porque os quadros agora são bem
melhores, mais interessantes.Você me contou
ótimas histórias outro dia. Agora quero que
você faça outras. Se puder faça-as mais
emocionantes ainda do que as outras – como
sucede num sonho ou num conto de fadas. Aqui
está o primeiro quadro.”
⚫ Quadro em branco (No. 16)
É dado com uma instrução especial: “Veja o que
você pode ver neste cartão branco. Imagine
algum quadro aí e descreva-o em detalhe”.
Se o sujeito não conseguir, o examinador deve
dizer: “Feche os olhos e imagine alguma coisa” .
Depois que o sujeito der uma descrição completa
daquilo que ele imaginou peça: “Agora me conte
uma história sobre isso”.
Inquérito
⚫ Objetiva conhecer as fontes que deram origem
às várias histórias, completá-las ou elucidar
aspectos que não ficaram claros;
⚫ Esta etapa pode ser realizada imediatamente (a
cada prancha) ou após alguns dias dependendo
da circunstância;
⚫ Há possibilidade do psicólogo aplicar uma série
reduzida dos quadros.
Inquérito
⚫ O psicólogo faz perguntas amplas que
devem excluir a possibilidade de
respostas como “sim” e “não”;
⚫ Exemplo: “O que aconteceu antes?” ou
“Como vai terminar a história?”.
TAT
Teste de Apercepção Temática

• Teoria da Personalidade
• Sistema de interpretação
Personologia

Teoria basicamente motivacional centrada


em dois conceitos: necessidade e
pressão.
Necessidade

⚫ Força na região cerebral que mobiliza: a


percepção, a intelecção, a emoção levando
a ação na direção da satisfação.
⚫ Necessidades gera um estado de tensão (fome,
cede, autonomia, realização);
⚫ A tensão conduz o organismo agir na direção de;
⚫ Satisfação – eliminar o desconforto – reequilíbrio;
⚫ Necessidades – internas ou externas (demandas);
Sempre acompanhada por sentimento;
Pressões

⚫ São os determinantes do meio que podem


facilitar ou impedir a satisfação da
necessidade;
⚫ A força da pressão está diretamente ligada a
forma com que o sujeito interpreta o seu
meio.
Murray: entende a personalidade como um
compromisso entre os impulsos do
indivíduo e as demandas do meio
⚫ Personalidade: tem a função de integrar
conflitos e pressões visando à satisfação das
necessidades;
⚫ Murray apesar de criticar aspectos da teoria
freudiana adota a concepção de dinamismo
psíquico: id, ego, superego e ideal de ego.
A personologia procura considerar o
indivíduo naquilo que ele tem de mais
próprio na sua relação com o mundo.
Análise

Necessidades (identificar)

Pressões (percebidas pelo $)

Direção da atividade
Dados Básicos Exigidos
⚫ Idade do sujeito;
⚫ Sexo;
⚫ Pais: vivos ou não; casados ou não;
⚫ Irmãos: idade; sexo;
⚫ Estado civil;
⚫ Profissão do sujeito.
“fazer análise as cegas é uma façanha
sem certeza de sucesso”
Manejo/análise do TAT
⚫ Análise do discurso
⚫ Análise das histórias + Conduta na testagem
⚫ Conteúdo manifesto e latente
⚫ Identificação do herói (personagem de
identificação)
⚫ Identificação das pressões do ambiente
⚫ Temas
⚫ Desfecho
Interpretação segundo Murray
Análise Formal e Análise de
Conteúdo
Análise Formal
⚫ compreensão das instruções;
⚫ cooperação durante a prova;
⚫ exatidão da percepção de cada imagem
(percepção e distorções);
⚫ construção das histórias (lógica e
linguagem).
Análise de conteúdo:
⚫ Força ou forças provenientes do herói;
⚫ Força ou forças provenientes do meio.
O Herói
Como identificar?
⚫ O personagem que se destaca;
⚫ O mais parecido com o sujeito;
⚫ O ator da cena.
O que observar?
1. Características físicas: aspectos da
imagem real ou ideal
⚫ 2.Traços e tendências:
◦ Superioridade /inferioridade
◦ Extroversão / Introversão
⚫ 3. Atitudes frente às autoridades:
Domínio /submissão; dependência/
independência; medo/ agressão; gratidão/
ingratidão; orgulho /humildade
⚫ 4. Necessidades – Força para transformar
situação insatisfatória
Identificar na conduta do herói:
◦ Ações de iniciativa em relação a objetos, situações e
pessoas
◦ Reações do herói às ações de outras pessoas
◦ Realização, aquisição, aventura, autonomia...
⚫ 5. Estados interiores:

◦ Tipos de afetos manifestados, qual a sua direção e forma,


como surgem, como se resolvem
◦ Amor, culpa, conflitos: como são as manifestações?
◦ Conflitos: internos; ligados a rigidez ou afrouxamento do
superego; normas sociais etc...
◦ Intensidade do conflito:
● sinais de ansiedade (tipo: persecutória, de separação,
de abandono); em que circunstâncias aparece, como se
expressa, é resolvida ou não
● defesas contra a ansiedade
⚫ 5.Estados interiores:
◦ Ações do superego: expressões de culpa,
presença de castigo; autojustificativas;
necessidade de aprovação e desaprovação,
críticas,
◦ Aspectos disfóricos ou maníacos

6. Relações estabelecidas com os


personagens
⚫ Qualidade dos vínculos
Pressões do ambiente
⚫ Pressões do ambiente que afetam o herói:
facilitam ou impedem a satisfação da
necessidade do herói.
DESFECHO
⚫ Vai indicar como o herói resolve suas
dificuldades, seus conflitos, como trabalha
suas necessidades internas e como
enfrenta as pressões do ambiente
⚫ Êxito/fracasso, insight das dificuldades,
adequação ou não à realidade
Tema
⚫ O tema do herói: interação entre uma
necessidade do herói e uma força do
ambiente.

⚫ Juntando-se o tema mais o desfecho


pode-se verificar se o 1º se adapta ou não
ao significado simbólico das lâminas.
Interpretação
⚫ Traduzir os motivos (problemas,
necessidades, pressões) encontrados no
repertório das histórias, em termos de
fatores externos e internos da pdd.
⚫ Pressupõe: história pessoal, experiência
clínica, conhecimento da psicologia
dinâmica, análise do repertório completo
de histórias.

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