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PLANO DE ENSINO
PROFESSOR (A)
DISCIPLINA Fundamentos de Enfermagem I
CARGA HORÁRIA 80 horas
SEMESTRE / ANO
MÓDULO I
DATA
EMENTA
OBJETIVOS
GERAL
Capacitar o estudante a entender e interpretar os princípios históricos, técnicos e humanos
que orientam a prática de enfermagem, para que possa executar técnicas e ações, com
segurança, a fim de promover e recuperar a saúde, prevenindo problemas e complicações.
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ESPECÍFICOS
Conhecer a história da Enfermagem e sua evolução.
Conhecer as entidades de classe e as organizações de interesse da área de saúde e defesa da
cidadania.
Discutir as finalidades das diversas entidades de classe da Enfermagem.
Conhecer os dispositivos legais que orientam a formação e o exercício dos profissionais de
Enfermagem.
Identificar os direitos e os deveres inerentes à ação dos profissionais de enfermagem no
atendimento ao indivíduo e a comunidade.
Reconhecer a estrutura, organização e funcionamento da enfermagem dentro das instituições
de saúde.
Identificar os membros da equipe de enfermagem e suas respectivas funções.
Identificar as diversas formas de trabalho e locais de atuação dos profissionais de
enfermagem.
Reconhecer a importância dos registros dos procedimentos de enfermagem.
Conhecer os conceitos e princípios sobre assepsia, antissepsia, desinfecção, descontaminação
e esterilização, identificando suas características.
Conhecer os agentes utilizados na descontaminação, limpeza, antissepsia, desinfecção,
esterilização e destocamento de materiais.
Conhecer a organização, a estrutura e o funcionamento de um Centro de Material.
Correlacionar o método de esterilização adequado a cada tipo de material.
Conhecer os diversos tipos de materiais e instrumentos processados no Centro de Materiais.
Identificar os cuidados especiais relacionados ao manuseio do material esterilizado.
Conhecer as finalidades, estruturas e o funcionamento do Serviço de Controle de Infecções
Hospitalar – SCIH.
Reconhecer sua prática profissional como um dos fatores que interferem nos índices de
infecção hospitalar.
Reconhecer a técnica da lavagem das mãos como um dos procedimentos básicos no controle
da infecção hospitalar.
Interpretar normas de segurança no trabalho e prevenir acidentes com perfuro cortante.
Conhecer, interpretar e aplicar o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
História da Enfermagem.
Legislação educacional relativa à formação de pessoal de enfermagem.
Entidades da Enfermagem: ABEN, COFEN, COREN, Sindicatos. Finalidades e dinâmicas de
funcionamento.
Técnicas e princípios para anotações e registros das práticas de enfermagem.
Técnicas de abordagem e comunicação.
Técnicas e princípios de anotações de ocorrências e serviços.
Prevenção e controle de infecção.
Normas técnicas de descontaminação, limpeza, preparo, desinfecção, esterilização, manuseio
e estocagem de materiais.
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METODOLOGIA
AVALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne G. Fundamentos de enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
ATKINSON, Leslie D.; MURRAY, Mary Ellen. Fundamentos de enfermagem: introdução ao
processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
KAWAMOTO, Emilia Emi. Fundamentos de enfermagem. 2 ed. Revisada e ampliada. São
Paulo: EPU, 2003.
NETTINA, Sandra M. Prática de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003.
MAYOR, Eliana Rodrigues Carlessi; MENDES, Edoilia Maria Teixeira; OLIVEIRA, Katia
Regina D. Manual de procedimentos e assistência de enfermagem. São Paulo: Atheneu, 1999.
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APRESENTAÇÃO
A abordagem proposta neste trabalho articula os princípios da infecção hospitalar aos procedimentos
básicos de enfermagem. Considerando-se que grande parte dos atos realizados em pacientes envolve
risco potencial de infecção, é imprescindível que o técnico de enfermagem, já no início de sua
formação, vá gradativamente incorporando os princípios de prevenção de infecção às técnicas de
enfermagem.
Ressaltamos que os procedimentos descritos são orientações gerais que devem ser ajustadas de
acordo com as necessidades dos pacientes e do âmbito no qual é exercido o cuidado de enfermagem.
Embora haja uma inter-relação entre os capítulos sua forma de organização oferece certa
flexibilidade para se trabalhar os conteúdos, sem necessariamente exigir que se siga, de modo rígido,
a sequência aqui estabelecida.
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SUMÁRIO
A Enfermagem - reconhecida por seu respectivo conselho profissional é uma profissão que possui
um corpo de conhecimentos próprios, voltados para o atendimento do ser humano nas áreas de
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, composta pelo enfermeiro, técnico e
auxiliar de enfermagem.
A enfermagem em sua evolução passou por três fases distintas: a empírica ou primitiva, a evolutiva e
a de aprimoramento. O cuidado de pessoas doentes significava, no geral, grande inconveniência para
a sociedade, principalmente assistência aos indivíduos com distúrbios mentais ou doenças
contagiosas.
O cuidado com o doente teve início na família e posteriormente passou para a responsabilidade dos
sacerdotes, feiticeiros, mágicos e médicos antigos.
Na primeira fase, chamada de empírica ou primitiva (em que as coisas se faziam por tentativa e erro
sem nenhum fundamento cientifico mas sim com base na experiência de quem ministrava os
cuidados). As ações das Irmãs de Caridade, na Europa e das diaconisas, na Alemanha, no fim deste
período lançaram as bases da enfermagem.
A prática de saúde, antes mística e sacerdotal (inicia-se no século V a.C., estendendo-se até os
primeiros séculos da Era Cristã), passa agora a ser um produto desta nova fase, baseando-se
essencialmente na experiência, no conhecimento da natureza, no raciocínio lógico que desencadeia
uma relação de causa e efeito para as doenças e na especulação filosófica, baseada na investigação
livre e na observação dos fenômenos, limitada, entretanto, pela ausência quase total de
conhecimentos sobre a anatomia e fisiologia do corpo humano. Este período é considerado pela
medicina grega como período hipocrático, destacando a figura de Hipócrates (Hipócrates de Cós -
nasceu na Antiga Grécia, considerado por muitos como uma das figuras mais importantes da história
da saúde – é frequentemente considerado o "Pai da Medicina" ou o "Pai das Profissões da Saúde"),
que propôs uma nova concepção em saúde, dissociando a arte de curar dos preceitos místicos e
sacerdotais, através da utilização do método indutivo, da inspeção e da observação. Não há
caracterização nítida da prática de Enfermagem nesta época.
As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a evolução das ações de saúde e, em especial, do
exercício da Enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante.
Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século XVI. A retomada da
ciência, o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das universidades não
constituíram fator de crescimento para a Enfermagem.
Enclausurada nos hospitais religiosos, permaneceu empírica e desarticulada durante muito tempo,
vindo desagregar-se ainda mais a partir dos movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da
Santa Inquisição. O hospital, já negligenciado, passa a ser um insalubre depósito de doentes, onde
homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em leitos coletivos.
Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela queda dos padrões morais que a
sustentava, a prática de enfermagem tornou-se indigna e sem atrativos para as mulheres de casta
social elevada. Esta fase, que significou uma grave crise para a Enfermagem, permaneceu por muito
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tempo e apenas no limiar da revolução capitalista é que alguns movimentos reformadores, que
partiram,
sua grande missão. Em 1854, Inglaterra, França e a Turquia declaram guerra à Rússia: é a Guerra da
Criméia. Os soldados acham-se no maior abandono. A mortalidade entre os hospitalizados é de 40%.
Florence partiu para Scutari (cidade Italiana) com 38 voluntárias entre religiosas e leigas vindas de
diferentes hospitais. Algumas enfermeiras foram despedidas por incapacidade de adaptação e
principalmente por indisciplina. A mortalidade decresce de 40% para 2%. Os soldados fazem dela o
seu anjo da guarda e ela será imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de lanterna na mão,
percorre as enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia,
em 1856, leva uma vida de inválida. Dedica-se com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na
Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para
ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1959.
Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no
Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais
escolas que foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do
tipo militar, era uma das características da escola Nightingaleana, bem
como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de um
ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos.
Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico foi de fato a única
pessoa qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das
suas funções poderiam colocar nas mãos das enfermeiras. Florence
morre em 13 de Agosto de 1910, deixando florescente o ensino de
Enfermagem.
Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que enfrentar, devido à
incompreensão dos valores necessários ao desempenho da profissão, as escolas se espalharam pelo
mundo, a partir da Inglaterra. Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873. Em 1877 as
primeiras enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços a domicílio em Nova Iorque.
As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da Escola Florence Nightingale, baseada
em quatro idéias-chave:
1. O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto qualquer outra forma
de ensino e ser mantido pelo dinheiro público.
2. As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação com os hospitais, mas manter sua
independência financeira e administrativa.
3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar de pessoas não
envolvidas em Enfermagem.
4. As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residência à disposição, que lhes
oferecesse ambiente confortável e agradável, próximo ao hospital.
Com o descobrimento do Brasil, iniciou-se o exercício da Enfermagem no País pelos jesuítas, com
atuação preponderante, sobretudo, de Anchieta, missionário intrépido, que juntamente com os
demais jesuítas, atendiam ás necessidades urgentes do povo, como catequistas, médicos, enfermeiros
e educadores, com objetivos bem direcionados para prevenção e cura. Nesta época começaram a
surgir as necessidades básicas, como Hospitais, constituídos pelas Santa Casa de Misericórdia, que,
sem dúvida, necessitavam de assistência de enfermagem para os clientes ali internados.
Os escravos eram utilizados como voluntários, e muito contribuíram na assistência aos enfermos.
Qualquer pessoa podia iniciar – se no cuidado aos clientes e, após pequena experiência, intitular – se
prático.
Em 1890, o ensino da Enfermagem começou a ter doma legal com o Decreto nº 791 de 27 de
setembro, criando uma Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, para os hospícios e
hospitais civis e militares (Escola Alfredo Pinto). Em 10 de novembro de 1932, o governo da
República aprova o regulamento do Hospital Geral de Assistência do Departamento Nacional de
Saúde Pública e, anexa ao Hospital, a Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde
Pública (Escola Ana Neri).
2 AS
ENTIDADES DE CLASSE DA
ENFERMAGEM
O surgimento de uma discussão mais efetiva acerca da ética codificada surge desde 1951 e se
intensifica principalmente a partir de 1955, quando os Enfermeiros começam a encaminhar seus
debates no sentido de trabalhar a elaboração de um código de ética de Enfermagem, cujo objetivo
seria nortear as normas de conduta para o exercício da profissão.
Somente em 1958 foi aprovado o primeiro código de ética de enfermagem o qual era fundamentado
na Ética Religiosa. Historicamente os Enfermeiros começaram a sentir a necessidade de ver a
profissão regulamentada, em face da proliferação de diferentes grupos de pessoas, com pequeno ou
nenhum preparo, desenvolverem também atividades de Enfermagem.
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É a entidade que tem por finalidade, entre outras, congregar enfermeiros, obstetrizes e técnicos de
Enfermagem, e desde 1997, também os auxiliares de Enfermagem; promover o desenvolvimento
técnico-científico, cultural e político, pautados nos princípios éticos, promover a pesquisa e o
intercâmbio com outras organizações, nacionais ou internacionais; bem como divulgar estudos e
trabalhos de interesse da enfermagem. As atribuições consistem basicamente na promoção de
atividades de caráter técnico-científico, cultural e assistencial, além de representar nacional e
internacionalmente a Enfermagem em assuntos relacionados com educação, saúde e trabalho, nos
aspectos pertinentes.
Vinte e oito anos de luta foram necessários para que se tornasse realidade a Lei que recebeu o
número 5.905, de 12 de Julho de 1973 e que criou o Conselho Federal (COFEN) e Regionais de
Enfermagem (COREN).
A fim de dar cumprimento ao parágrafo Único do art.10, da Lei n.5905/73, o COFEN organizou
quadros distintos para fins de inscrição, sendo estes divididos em Enfermeiros e Obstetrizes,
Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem, práticos de Enfermagem e parteiras práticas.
Como órgão disciplinador, o COREN deve fiscalizar o exercício profissional e, nele, todas as
pessoas que exercem a enfermagem são obrigadas a estar devidamente inscritas. Além dos
enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem, existem outras categorias como
obstetrizes e parteiras - que também fazem parte do pessoal de enfermagem.
Além de atuarem como poder executivo os Conselhos têm competência legislativa quando baixa
provimentos disciplinadores da profissão, que têm força de Lei sobre os que nele estão inscritos, ou
por eles provisionados e também competência judiciário quando julgam em processo ético os
profissionais que transgridem as normas do código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. O
Conselho é a única Entidade de Classe, onde a vinculação é compulsória, como condição para o
exercício da profissão, ou seja, a inscrição é obrigatória.
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A Lei nº 775, de 6 de agosto de 1949, ao dispor sobre o ensino de enfermagem, criou oficialmente o
curso de auxiliar de enfermagem, em dezoito meses, aberto para homens e mulheres. De acordo com
a lei, a principal atividade dessa nova categoria deveria ser a de auxiliar o enfermeiro em suas
atividades de assistência curativa. Não previa, portanto, o trabalho do auxiliar de enfermagem nos
serviços de saúde pública.
Em 1959, líderes da enfermagem, através da ABEn, fizeram um sério estudo sobre a situação e
publicaram o Levantamento de Recursos e Necessidades de Enfermagem no Brasil, que mostrou,
além das enormes diferenças existentes nos currículos dos cursos de auxiliar e técnicos de
enfermagem em todo o país, a insuficiência nos conteúdos das disciplinas, pois, na prática, os
auxiliares e técnicos de enfermagem estavam executando atividades mais complexas que as previstas
no ensino, e na maior parte das vezes sem supervisão ou orientação de enfermeira.
Com os dados obtidos no levantamento citado, a ABEn fez diversas recomendações ao Ministério da
Educação e Cultura, que respondeu ao apelo baixando a Portaria nº 106/65, para fixar normas
reguladoras dos cursos de auxiliares de enfermagem, já agora com base na LDB. Entretanto, por essa
portaria o currículo deveria ser desenvolvido em dois anos letivos, e incluir cinco disciplinas de
cultura geral correspondentes às duas primeiras séries do curso ginasial.
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Na época, havia um movimento entre enfermeiros para criar outra categoria intermediária, a do
Técnico de Enfermagem, prevista pela própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Era
uma tentativa de formar um maior número de profissionais de enfermagem, com um poder de
atuação mais amplo que o do auxiliar e com capacidade para substituir, em algumas situações, o
profissional de nível superior.
Assim, em 1966, embora nem todos os profissionais da área estivessem plenamente convencidos e de
acordo, foi criado um curso intermediário que formaria o Técnico de Enfermagem, o mais novo
membro da equipe de enfermagem.
Alguns anos depois, em 1972, o governo federal aprovou uma nova Lei de Diretrizes e Bases, a Lei
nº 5.692, de 11 de agosto de 1972, sobre o ensino de 1o e 2o graus, unificando o antigo primário e
ginasial para formar o ensino de 1o grau, e o antigo colegial passou a ser curso de 2o grau. Com isso,
a LDB alterou completamente o sistema de ensino e criou os cursos supletivos, inclusive o supletivo
profissionalizante. Essa nova legislação federal provocou a necessidade de adaptação da legislação
do ensino de enfermagem, o que foi feito pelas Resoluções nos 7/77 e 8/77, do Conselho Federal da
Educação, que regulamentaram o ensino de ambos os níveis de enfermagem, determinando novo
currículo e número de horas de estudo e estágios necessários para cada curso. Como parte de suas
funções, o COFEN tratou de criar um código de ética profissional para orientar todos os membros da
equipe de enfermagem sobre como agir quando no exercício de suas atividades.
Está atualmente em vigor o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, ao qual todos os
trabalhadores da área estão obrigados a respeitar. Além de dar as linhas gerais do comportamento
ético, o COFEN procurou também atualizar a legislação do exercício profissional. Para tanto,
conseguiu a aprovação da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamentada pelo Decreto-Lei nº
94.406, de 8 de junho de 1987.
b) Zelar pela limpeza e ordem do material, dos equipamentos e das dependências de unidades
de saúde;
Integrar a equipe de saúde;
Participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
a) Orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de
enfermagem e médicas;
b) Auxiliar o Enfermeiro na execução dos programas de educação para a saúde;
Executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes;
Participar dos procedimentos pós-morte.
Todo documento particular, caso da documentação de enfermagem, para ser considerado autêntico e
válido deverá estar legalmente constituído, ou seja, possuir assinatura do autor do registro (artigo 368
do Código do Processo Civil - CPC) e inexistência de rasura, entrelinhas, emenda, borrão ou
cancelamento, características que poderão gerar a desconsideração jurídica do documento produzido
como prova documental (artigo 386 do CPC). Salientamos que as declarações constantes do
documento particular, escrito e assinado, presumem-se verdadeiras em relação a quem o assinou
(artigo 368 do CPC), fator importante na defesa profissional em processos judiciais e éticos.
É todo acervo documental padronizado, organizado e conciso, referente ao registro dos cuidados
prestados ao paciente por todos os profissionais envolvidos na assistência.
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Algumas regras são importantes para a elaboração das Anotações de Enfermagem, dentre as quais:
Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais cronológicas;
Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final
de cada registro;
Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços;
Conter observações efetuadas, cuidados prestados, sejam eles os já padronizados, de rotina
e específicos;
Devem, ainda, constar das respostas do paciente frente aos cuidados prescritos pelo
enfermeiro, intercorrências, sinais e sintomas observados;
Devem ser registradas após o cuidado prestado, orientação fornecida ou informação
obtida;
Devem priorizar a descrição de características, como tamanho mensurado (cm, mm, etc.),
quantidade (ml, l, etc.), coloração e forma;
Não conter termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito, pouco, etc.);
Conter apenas abreviaturas previstas em literatura;
Devem ser referentes aos dados simples, que não requeiram maior aprofundamento
científico. Não é correto, por exemplo, o técnico ou auxiliar de enfermagem anotar dados
referentes ao exame físico do paciente, como abdome distendido, timpânico; pupilas
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isocóricas, etc., visto que para a obtenção destes dados, é necessário ter realizado o exame
físico prévio, que constitui ação privativa do enfermeiro.
Como é sabido, a infecção hospitalar (IH) é entendida como aquele tipo de infecção que se adquire
no ambiente hospitalar, após o paciente ter dado entrada no hospital. É importante ressaltar que,
mesmo a infecção sendo adquirida em ambiente hospitalar, devido ao tempo que o paciente demora
a demonstrar a doença ou infecção (podendo variar alguns dias), o aparecimento dos sintomas pode
ocorrer já depois do paciente ter saído do hospital. Portanto, mesmo nas manifestações que ocorrem
após a alta hospitalar (fim da internação), a infecção pode ser considerada como hospitalar.
A infecção hospitalar ou, também, as infecções relacionadas aos ambientes de saúde é um grande
problema da assistência à saúde por afetar não somente o paciente que a adquire (piora da qualidade
de vida, altos custos dos tratamentos, danos permanentes à saúde, entre outros), mas também os
estabelecimentos de saúde (devido aos prejuízos financeiros).
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Você já parou para pensar como seria difícil estar internado em um hospital para algum tratamento e
durante este período adquirir uma IH?
A partir daí viriam outros tratamentos, juntamente com o afastamento do trabalho, dos familiares e
amigos, os gastos com medicamentos e, consequentemente, perda da qualidade de vida! Essa é uma
realidade para milhares de pessoas em todo o mundo, devido, muitas vezes, à falta de cuidados
essenciais por parte dos trabalhadores da saúde.
Lembramos que os agentes causadores de infecção podem estar presentes no próprio corpo do
paciente, nas mãos dos pacientes e dos profissionais, em materiais e objetos contaminados, na água e
alimentos, entre muitos outros.
No Brasil, a primeira CCIH foi implantada em Porto Alegre/RS em 1963, quando, de fato, começou
a preocupação brasileira em relação às IH, devido à ocorrência de surtos de doenças resistentes a
alguns antibióticos; época em que o país passava por um grande momento de industrialização e
desenvolvimento.
A legislação brasileira referente ao assunto teve seu início com a criação da Portaria 196 do
Ministério da Saúde, em 1983, que obrigava a criação de CCIH nos hospitais brasileiros, incluindo
nas atividades da comissão a vigilância epidemiológica, a criação de normas técnicas, medidas de
isolamento, entre outras.
Posteriormente foram criadas novas portarias, como a 930 (de 1992) e a 2616 (de 1998), no sentido
de melhorar e adequar à primeira portaria, buscando sempre a redução e controle das infecções
hospitalares.
Vimos que as infecções hospitalares são um grande problema de saúde, tanto para os pacientes
(causando sofrimento e até mortalidade) quanto para as instituições de saúde (aumento dos custos).
Assim, melhor para pacientes e hospitais é o foco na prevenção e controle das infecções.
No Brasil, órgãos federais como a ANVISA, através de portarias (196,930, 2616), buscam esse
controle. O incentivo e a obrigatoriedade da criação das CCIH e o funcionamento da Vigilância
Epidemiológica são fatores inquestionáveis na busca da redução dos índices de IH em pacientes e de
custos para as instituições.
Lembramos que a efetiva prevenção e controle das IH necessitam de uma boa combinação de
recursos humanos, tecnológicos e financeiros, sendo um desafio para as equipes de saúde.
Resumo
Infecção Hospitalar é o tipo de infecção que é adquirida nos ambientes dos serviços de
saúde;
A infecção é um grande problema de saúde pública, por acarretar, além de danos aos
pacientes, prejuízos financeiros às instituições e governos.
Na maioria das vezes, a infecção é transmitida devido à falta de cuidados por parte dos
profissionais de saúde.
A IH existe desde o surgimento dos hospitais e vem acompanhando a evolução da medicina,
com novos tipos de doenças e infecções.
No Brasil, a legislação responsável pelo assunto, Portaria 2616/98, preconiza a existência de
uma CCIH e um programa de Vigilância Epidemiológica para agir na prevenção e controle
das IH.
As CCIH são responsáveis pela investigação, controle e prevenção das infecções
hospitalares.
A Vigilância Epidemiológica tem como funções primordiais a produção de dados,
informações e conhecimento.
Portanto, a criação da CCIH e seu funcionamento junto à Vigilância Epidemiológica são
imprescindíveis na busca da redução das IH em pacientes e de custos para as instituições.
tipos de unidade de que se compõe o hospital. Aborda, ainda, conceitos e critérios para os
diagnósticos das infecções hospitalares, orientações sobre a vigilância epidemiológica e seus
indicadores epidemiológicos, lavagem das mãos e recomendações sobre normas de limpeza,
desinfecção e esterilização, uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia.
Artigos hospitalares são os materiais empregados com o objetivo de prevenir danos à saúde das
pessoas ou de restabelecê-la, necessários aos cuidados dispensados, podendo ser descartáveis ou
permanentes, esterilizáveis ou não. A equipe de enfermagem tem importante papel na manutenção
dos artigos hospitalares de sua unidade de trabalho. Para sua previsão e provisão, deve-se levar em
consideração as necessidades de consumo, as condições de armazenamento, a validade dos produtos
e o prazo de esterilização. Os artigos permanentes devem ter seu uso assegurado pela limpeza,
desinfecção, descontaminação e esterilização.
5.3.1 Classificação dos Artigos Hospitalares: são classificados conforme o grau de risco de
provocar infecção no paciente.
A) Limpeza: é o ato de remover a sujidade por meio de fricção e uso de água e sabão ou
soluções detergentes. Pode ser feita manualmente ou em máquinas. Os detergentes variam de
neutros a específicos para lavadoras. Podemos apontar ainda os detergentes enzimáticos,
bastante eficazes pois são capazes de remover a matéria orgânica da superfície do material
em tempo inferior a 15 minutos (em média, 3 minutos), não danificam os artigos e são
atóxicos e biodegradáveis.
Limpar é um procedimento que deve sempre preceder a desinfecção e a esterilização. Quanto mais
limpo estiver o material, menor a chance de falhas no processo. A matéria orgânica, intimamente
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aderida ao material, como no caso de crostas de sangue e secreções, atua como escudo de proteção
para os microrganismos, impedindo que o agente desinfetante/esterilizante entre em contato com a
superfície do artigo, tornando o procedimento ineficaz.
A desinfecção de artigos hospitalares por PROCESSO QUÍMICO é feita por meio de imersão em
soluções germicidas. Para garantir a eficácia da ação faz-se necessário: que o artigo esteja bem
limpo, pois a presença de matéria orgânica reduz ou inativa a ação do desinfetante; que esteja seco,
para não alterar a concentração do desinfetante; que esteja totalmente imerso na solução, sem a
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presença de bolhas de ar; que o tempo de exposição recomendado seja respeitado; que durante o
processo o recipiente seja mantido tampado e o produto esteja dentro do prazo de validade.
D) Esterilização é o processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana, por
meio do uso de agentes físicos (vapor saturado sobre pressão – autoclave; e vapor seco -
estufa) e químicos (óxido de etileno, plasma de peróxido de hidrogênio, formaldeído,
glutaraldeído e ácido peracético).
A esterilização pelo vapor saturado sob pressão é realizada em autoclave, que conjuga calor,
umidade, tempo e pressão para destruir os microrganismos. Nela podem ser esterilizados artigos de
superfície como instrumentais, baldes e bacias e artigos de espessura como campos cirúrgicos,
aventais e compressas, e artigos críticos e semicríticos termorresistentes e líquidos.
Na estufa, o calor é produzido por resistências elétricas e propaga-se lentamente, de maneira que o
processo é moroso e exige altas temperaturas - vários autores indicam a esterilização por esse
método apenas quando haja impossibilidade de submeter o material à autoclavação, como no caso de
pós e óleos.
5.4INF
EC
ÇÃ
O
RELACIONADA AO AMBIENTE
O ar, a água e as superfícies inanimadas verticais e horizontais (compreendem pisos, paredes, tetos,
portas, janelas, mobiliários, equipamentos e demais instalações físicas) fazem parte do meio
ambiente de uma instituição de saúde. Particularmente no hospital, o ambiente pode tornar-se foco de
infecção hospitalar.
Os cuidados com o ambiente estão centrados principalmente nas ações de limpeza realizadas pelo
Serviço de Higiene Hospitalar e há uma estreita relação deste com o Serviço de Prevenção e Controle
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É atribuição do Serviço de Higiene realizar a limpeza do piso, paredes, teto e mobiliário da unidade,
como mesas, telefones, extintores de incêndio. Ao Serviço de Enfermagem cabem as tarefas de
limpeza e desinfecção de equipamentos e artigos relacionados à assistência do paciente, como
bombas de infusão, monitores, aspiradores, comadre, bacias, etc.
Concorrente: realizada TODOS OS DIAS; remover pó, poeira e sujidades visíveis do piso,
mobiliário, sanitários, recolhimento do lixo; evita proliferação de microorganismos; deve ser
ÚMIDA; NÃO É RECOMENDADO USO DE VASSOURAS. Após esta limpeza, reposição
de materiais: sabão líquido, papel toalha, papel higiênico, sacos para lixo.
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Toda a equipe de saúde tem responsabilidade com relação à prevenção da infecção hospitalar,
devendo fazer correto uso das técnicas assépticas, dos equipamentos de proteção individual (EPI)
e ou coletivo (EPC), quando necessário. Por sua vez, o empregador tem a responsabilidade de
disponibilizar os recursos necessários e efetivação desses cuidados. A prevenção e o controle da
infecção fundamentam-se nos princípios de assepsia, mediante a utilização de medidas para impedir
a penetração de microrganismos (contaminação) em local onde não estejam presentes.
As técnicas de assepsia devem ser utilizadas por todos os profissionais de saúde em todos os
procedimentos, e são agrupadas sob a denominação de assepsia médica e cirúrgica. A primeira
refere-se às medidas adotadas para reduzir o número de microrganismos e evitar sua disseminação; a
segunda, para impedir a contaminação de uma área ou objeto estéril. As medidas que visam reduzir e
prevenir o crescimento de microrganismos em tecidos vivos são denominadas antissepsia.
lavar sempre as mãos antes e após realizar qualquer procedimento - um dos mais importantes
meios para prevenir a infecção cruzada;
Higienização das mãos: Antes e após o contato com paciente, antes e depois de calçar luvas, antes e
depois de entrar em contato com materiais e equipamentos presentes na área do leito do paciente e
em outras situações descritas anteriormente.
Uso de luvas não-estéreis: Se existir risco de contato com sangue e outros fluídos corporais,
membranas mucosas e pele não-íntegra, e outros itens considerados contaminados. As luvas devem
ser retiradas imediatamente após o uso. A higienização das mãos após a retirada é obrigatória.
Uso de aventais limpos não-estéreis: Toda vez que possa ser prevista contaminação por sangue e
outros fluídos corporais. Retirar o avental imediatamente após o uso e lavar as mãos após este
procedimento.
Uso de máscara, óculos e protetor facial: Somente quando possa ser prevista contaminação de
membranas mucosas boca e olhos com sangue e outros fluídos corporais (jatos ou “sprays” desses
fluídos).
Destino adequado de material perfuro-cortante: Sempre zelar pelo destino correto de materiais
perfuro-cortante e dos cuidados na sua manipulação e transporte.
Cuidados ambientais: Zelar pelos equipamentos e materiais utilizados para cuidados ao paciente e
com as superfícies fixas, além de descarte adequado dos resíduos.
Medidas que devem ser aplicadas às doenças de transmissão que envolve o contato direto pele a pele,
através de fômites ou objetos de uso comum. Também são recomendadas a pacientes com feridas
apresentando drenagem excessiva de difícil contenção devido ao risco de contaminação ambiental.
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Luvas: As luvas deverão ser utilizadas ao contato com paciente ou material infectante, descartando-
as após o uso e higienizar as mãos.
Avental de manga longa: Usar sempre que existir contato da roupa do profissional com o paciente,
leito, mobiliário ou material infectante. Em caso de paciente com diarréia, colostomia, ileostomia ou
ferida, onde a secreção não é contida no curativo, torna-se obrigatório o uso de avental durante a
assistência ao paciente.
Transporte do paciente: O transporte deverá ser evitado, mas quando necessário o material
infeccioso eliminado pelo paciente deverá ser contido com curativo, avental ou lençol, para evitar
contaminação de superfícies. Se o paciente for encaminhado para a realização de exames ou
procedimentos fazer desinfecção da maca ou cadeira de transporte. Sempre comunicar com
antecedência a unidade para o qual o paciente está sendo transportado, objetivando organizar a
recepção do mesmo.
Artigos e equipamentos: Deverão ser exclusivos para cada paciente; limpos regularmente se
apresentar sujidade e devem ser desinfectados ou esterilizados após alta do paciente.
Medidas
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recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por gotículas (i.e., partículas maiores
de 5 µm), no caso de contato com a mucosa oral, nasal ou conjuntiva, que ocorre com freqüência
durante a tosse, espirro ou em procedimentos de aspiração de secreções em vias aéreas. Estas
partículas não permanecem em suspensão no ar, necessitando, portanto, de um contato mais íntimo e
próximo da fonte para ocorrer à transmissão. Para adotar as medidas de precaução respiratória são
necessários os seguintes itens:
Transporte: Evitar, mas quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando máscara
comum (cirúrgica).
Medidas recomendadas para impedir a transmissão de microrganismos por pequenas partículas, com
tamanho inferior 5 µm (aerossóis), que podem permanecer suspenso no ar por longos períodos de
tempo, dispersando-se com maior facilidade a grande distância, podendo ser inaladas e causar
infecção em indivíduo susceptível. As precauções com aerossóis são utilizadas na suspeita ou
confirmação de: tuberculose pulmonar ou laríngea; varicela; herpes zoster disseminado ou com
lesões extensas em pacientes imunossuprimidos; situações especiais (e.g., influenza aviária e Gripe
A durante procedimento em vias aéreas).
Para adotar as medidas de precauções com aerossóis são necessários os seguintes itens:
Quarto: Obrigatoriamente privativo, com porta fechada. De forma ideal devem dispor de sistema de
ventilação com pressão negativa e trocas de ar (6/6horas) para o ambiente externo (longe de
calçadas, janelas que podem ser abertas).
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Transporte do paciente: Evitar, mas quando necessário o paciente deverá sair do quarto utilizando
máscara comum (cirúrgica).
Máscaras: Obrigatório o uso de máscaras (N95 ou PFF2) com capacidade de filtrar partículas
menores do que 3 µm. A máscara deve ser colocada antes de entrar no quarto e retirada somente
após a saída do mesmo.
7 LAVAGEM DE MÃOS
A pouca adesão dos profissionais da área de saúde à prática de lavagem das mãos reflete em parte
essa situação, pois é procedimento simples, comum na esfera social como hábito de higiene, o que
certamente não lhe confere o valor e o status de alta tecnologia. E muitas são as justificativas usadas
pela equipe para não fazê-lo, como, dentre outras: falta de pias e degermantes adequados, sobrecarga
de serviço, situações de emergência.
Nada justifica a não utilização deste procedimento, uma vez que é um dos mais significativos para a
prevenção e o controle da infecção hospitalar, sendo-lhe atribuída a possibilidade de redução
acentuada da carga microbiana quando as mãos são lavadas com água e sabão e com degermantes
como povidine ou clorhexidine
A CME pode ser de três tipos, de acordo com sua dinâmica de funcionamento:
Descentralizada: utilizada até o final da década de 40, neste tipo de central cada unidade ou
conjunto delas é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza;
Semi-centralizada: teve início na década de 50. Cada unidade prepara seus materiais, mas os
encaminha para serem esterilizados em um único local;
Centralizada: utilizada atualmente, os materiais do hospital são processados no mesmo local, ou
seja, os materiais são preparados, esterilizados, distribuídos e controlados quantitativa e
qualitativamente na CME.
A CME centralizada apresenta inúmeras vantagens, das quais podem-se destacar: a eficiência, a
economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes.
8.2
9 BIOSSEGURANÇA
Durante a história da humanidade, diversos foram os estudiosos ou pensadores que criaram teorias
para o surgimento e a propagação das doenças ou moléstias que afetavam a população de um modo
geral. Muitas teorias explicavam a propagação das doenças devido a bruxarias, contato com vapores
contaminados, devido ao toque ou o contato com roupas e objetos contaminados, entre outros.
Também, foram muitas as ideias de como prevenir o contágio das doenças. Com o passar dos tempos
e com o aprimoramento de muitas dessas ideias, o homem foi descobrindo formas de se evitar essa
propagação, através da diminuição dos riscos nos ambientes de trabalho, tendo, aí, indiretamente,
surgido a Biossegurança.
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Em nossa maioria, não nos damos conta ou não percebemos que estamos cercados de riscos para a
nossa saúde e bem-estar; que em pequenas ações como comer um sanduíche ou fazer as unhas
existem riscos que podem causar graves doenças.
Para pensarmos um pouco o quanto é importante a Biossegurança, você conseguiria imaginar, hoje
(com o vasto número de doenças existentes), como seria o trabalho em algum serviço de saúde sem o
uso da Biossegurança? Como seria cuidar e tratar diferentes pacientes com diferentes doenças sem a
preocupação de nos proteger durante o nosso trabalho? Seria impossível, não é? E porque não nos
preocupamos tanto com os riscos em nosso dia-a-dia? Por que não nos preocupamos mais com a
higiene dos ambientes ou lugares que frequentamos ou com o que comemos ou usamos? Essa é a
preocupação que todos nós temos que ter sempre em mente.
Com relação à legislação (leis) internacional, até a década de 80, tratava-se somente a respeito de
micro-organismos geneticamente modificados. Foi somente a partir de 1980, por meio de muitas
discussões e reuniões em todo o mundo, da criação de muitas leis, portarias e diretrizes envolvendo
os mais diversos usos da Biossegurança, que o seu foco passa a ser a proteção dos trabalhadores
quanto à exposição a riscos biológicos.
No Brasil, essa nova abordagem só aconteceu a partir de 2002 (através da Portaria n° 343/GM), que
estabeleceu a Biossegurança no campo do Ministério da Saúde. Assim, a biossegurança que
utilizamos em nosso dia-a-dia e em nosso local de trabalho passou a ser aquela percebida em relação
à saúde do trabalhador e da prevenção de acidentes, ou seja, voltada à segurança ocupacional frente
aos riscos existentes.
Com a publicação da Norma Regulamentadora (NR) n°32, intitulada Segurança e Saúde no Trabalho
em Serviços de Saúde, de novembro de 2005, o Brasil passa a focalizar de vez o olhar sobre os riscos
presentes nos serviços de saúde para os profissionais neles inseridos.
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Essa norma tem como objetivo a prevenção de acidentes ou doenças em profissionais que trabalham
na área da saúde, através de medidas de proteção à segurança, sendo que, por um lado, esses
trabalhadores possuem direito a medidas de segurança, e, por outro, as instituições possuem
obrigação de oferecerem esse ambiente seguro aos trabalhadores.
O Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que aponta e
descreve as ações relativas ao manejo de resíduos sólidos, que corresponde às etapas de: segregação,
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final. Deve considerar
as características e riscos dos resíduos, as ações de proteção à saúde e ao meio ambiente e os
princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas administrativas e normativas para
prevenir acidentes.
Devem fazer parte do plano ações para emergências e acidentes, ações de controle integrado de
pragas e de controle químico, compreendendo medidas preventivas e corretivas assim como de
prevenção de saúde ocupacional. As operações de venda ou de doação dos resíduos destinados à
reciclagem ou compostagem devem ser registradas.
A RDC ANVISA no 306/04 e a Resolução CONAMA no 358/05 classificam os RSS segundo grupos
distintos de risco que exigem formas de manejo específicas.
Os grupos são:
Grupo A - resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características, podem apresentar risco de infecção;
Grupo B - resíduos químicos;
Grupo C - rejeitos radioativos;
Grupo D - resíduos comuns;
Grupo E - materiais perfurocortantes.
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A Organização Mundial da Saúde, OMS, recomenda que luvas devam ser usadas devido a duas
principais razões:
1.Para reduzir o risco de contaminação das mãos dos profissionais de saúde com sangue e outros
fluidos corporais.
Entretanto, a OMS alerta que os profissionais de saúde devem ter ciência de que luvas não oferecem
proteção completa contra a contaminação, razão que justifica a importância da correta higienização
das mãos antes de calçar as luvas. Conforme destaca a OMS, os patógenos podem ter acesso às mãos
dos profissionais usuários de luvas por meio de pequenos defeitos nas luvas ou por contaminação das
mãos durante a sua remoção. Essa possibilidade fortalece a necessidade básica de também fazer a
higiene das mãos para garantir sua descontaminação após a remoção das luvas. Destaca-se também
que o uso das luvas pode representar desperdício de recursos e não contribuir para a redução de
contaminação cruzada quando o seu uso não é indicado. Nesses casos, a higienização das mãos é
uma oportunidade preventiva que não deve ser perdida.
A OMS elaborou a pirâmide (Figura 1) com vistas a ajudar profissionais de saúde a diferenciar
situações clínicas específicas em que as luvas devem ser usadas e trocadas e aquelas situações em
que o seu uso não é imprescindível.
A ANVISA, alinhada às políticas de Segurança do Paciente da OMS e do Center for Disease Control
and Prevention (CDC), reitera ainda as seguintes recomendações:
Passo 1: Pegue uma luva próximo ao seu punho em direção à ponta dos seus dedos
até que a luva se dobre.
Passo 2: Pegue cuidadosamente a dobra e puxe em direção às pontas dos seus dedos. À medida que
puxar você estará colocando a luva ao avesso.
Passo 3: Continue puxando a dobra até que a luva esteja quase que totalmente removida.
Passo 4: A fim de evitar contaminação do ambiente, continue a segurar a luva removida. A seguir,
remova sua mão da luva completamente.
Passo 5: Escorregue o dedo indicador da mão sem luva por baixo da luva que permanece. Continue a
inserir seu dedo em direção à sua ponta até que quase metade do dedo esteja sob a luva.
Passo 6: Gire o seu dedo a 180º e puxe a luva ao avesso e em direção à ponta dos seus dedos. À
medida que fazer isso a primeira luva será contida dentro da segunda luva. O lado interno da segunda
luva também será virada ao avesso.
Passo 7: Pegue as luvas firmemente por meio da superfície não-contaminada (o lado que estava
inicialmente tocando
sua mão). Libere totalmente o contato com a primeira luva removida. A seguir retire sua segunda
mão do contato com as luvas descartando-as adequadamente.
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