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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- CCS


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
INT 5204- O CUIDADO NO PROCESSO DE VIVER HUMANO II:
condição cirúrgica de saúde

Cuidados de Enfermagem
aos pacientes cirúrgicos no
período pré- operatório
TBL - Team-based learning
Prof Dra TiSOBEST Juliana Balbinot Reis Girondi
Prof Dra Lúcia Nazareth Amante
2021
1. PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO

• PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO: abrange o período


desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior à
mesma (dias, meses, anos...)

• PRÉ-OPERATÓRIO IMEDIATO: corresponde às 24


horas anteriores à cirurgia e tem por objetivo
preparar o cliente para o ato cirúrgico mediante
alguns cuidados.
( CHEREGATTI, 2012)
1. PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO

Cuidar de uma pessoa que será submetida a uma


intervenção cirúrgica exige, por parte do enfermeiro,
um CONHECIMENTO DE TODO O PROCESSO
CIRÚRGICO, essencialmente do modo como o
doente conceitualiza a cirurgia e relembra as
experiências anteriores (SILVA, 2012).
2. ASPECTOS ÉTICOS

Para cuidarmos do paciente como ser holístico e de


forma humanizada devemos atender os princípios da
Bioética: AUTONOMIA, JUSTIÇA, NÃO-
MALEFICÊNCIA E BENEFICÊNCIA.

Consentimento informado/direito à informação é


essencial em todo processo cirúrgico.
2. ASPECTOS ÉTICOS: Consentimento
Informado

Qual sua importância no contexto cirúrgico?

• É a forma de obter permissão ou de autorizar o uso dos outros;

• Respeitar de várias formas a dignidade individual;

• Reconhece que os indivíduos são frequentemente os melhores juízes


próprios;

• Mesmo que estes não sejam os melhores juízes, reconhece que a


satisfação duma escolha livre é frequentemente preferível, em relação
a uma escolha acertada por terceiros.

(Biondo-Simões et al, 2007 )


2. ASPECTOS ÉTICOS: Consentimento
Informado

O consentimento informado pode ser encontrado no Código


Deontológico do Enfermeiro, sendo considerado como “um
conceito de dever profissional, que respeita a
autodeterminação da pessoa e o seu direito à informação e
decisão sobre o seu próprio corpo” (DIAS, 2003, p. 41).
RASTREAMENTO DE INFORMAÇÕES CONSENTIDAS SOBRE
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO EM PACIENTES INTERNADOS, RECÉM-
OPERADOS NO CONJUNTO HOSPITALAR DE SOROCABA

79%(n=100) não assinaram o Termo, indicando a


baixa adesão de sua aplicação por motivos: medo e
poder jurídico questionável do mesmo.

Entre os entrevistados, 86% concordam ter


conhecimento sobre sua doença, sendo as questões
menos compreendidas sobre o pós-operatório
(52%) e complicações (41%). Também foram estes
os temas que os pacientes mais gostariam de terem
recebido informações adicionais.

José Roberto Pretel Pereira Job, Gabriela Perroti Sera, Gabrielle Aredes Leal, Neil Ferreira
Novo. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba. v. 18, Supl., out. 2016. 33º Congresso
da SUMEP.
ADMISSÃO DO PACIENTE NA UNIDADE DE
INTERNAÇÃO CIRÚRGICA
1. Entrevista admissional: anamnese e Histórico de
Enfermagem.
2. Respeito às crenças individuais e culturais: beneficia o
tratamento e estreita relações.
3. Realização do exame físico/Sinais Vitais
4. Avaliação nutricional: intolerâncias, dados antropométricos e
IMC (nutricionista).
5. Processos alérgicos: alimentos, medicamentos, látex e
soluções a base de iodo.
6. Transfusões sanguíneas
7. Terapia medicamentosa prévia
8. Exames laboratoriais
9. Uso de álcool, tabaco e outras drogas.
VISITA PRÉ-OPERATÓRIA DO ENFERMEIRO

1. Faz parte da sistematização da assistência de


enfermagem perioperatória (SAEP).

2. Destacam‑se o esclarecimento e orientações sobre a


cirurgia e a minimização da ansiedade.

3. Se houver uma orientação fornecida ao paciente e suas


dúvidas forem esclarecidas, as complicações no período
pós‑operatório poderão ser prevenidas.

Frias TFP, Costa CMA, Sampaio CEP. O impacto da visita pré ‑operatória de enfermagem no
nível de ansiedade de pacientes cirúrgicos. REME Rev Min Enferm. 2010;14(3):345 ‑52.

Silva WV, Nakata S. Comunicação: uma necessidade percebida no período pré ‑operatório de
pacientes cirúrgicos. Rev Bras Enferm. 2005;58(6):673 ‑6
A VISITA PRÉ‑OPERATÓRIA COMO FATOR ATENUANTE DA
ANSIEDADE EM PACIENTES CIRÚRGICOS
Gonçalves TF, Medeiros VCC.REV. SOBECC, SÃO PAULO. JAN./MAR. 2016; 21(1): 22-27.

A ansiedade, como diagnóstico de enfermagem, está


presente nos pacientes que irão se submeter a
procedimentos cirúrgicos.

Pacientes que recebem visita de enfermagem


pré‑operatória apresentam nível de ansiedade inferior
aos que não passam por essa fase do processo.

SANTOS, Danielle de Jesus Leite dos et al. Visita pré-operatória de Enfermagem: avaliação da aprendizagem após utilização de um
softwareautoinstruciona. Rev. enferm. UFPI, v. 6, n. 4, p. 15-21, 2017.

DE SENA, Adnairdes Cabral et al. Construção coletiva de um instrumento de cuidados de enfermagem a pacientes no pré-operatório
imediato. Revista Baiana de Enfermagem, v. 31, n. 1, 2017.

NEGROMONTE GONÇALVES, Karyne Kirley et al. Ansiedade no período pré-operatório de cirurgia cardíaca. Revista Brasileira de
Enfermagem, v. 69, n. 2, 2016.

COPPETTI, Larissa de Carli; STUMM, Eniva Miladi Fernandes; BENETTI, Eliane Raquel Rieth. Considerações de pacientes no perioperatório
de cirurgia cardíaca referentes às orientações recebidas do enfermeiro. Revista Mineira de Enfermagem, v. 19, n. 1, p. 113-126, 2015.
COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA ENTRE PACIENTE E
ENFERMAGEM NO PERÍODO PERIOPERATÓRIO
Camargo CP, Jacob ESS, Araújo IM, Ferreira JS, Pereira SA, Maia LFS. Comunicação terapêutica entre
paciente e enfermagem no período perioperatório. São Paulo: Revista Remecs. 2018; 3(5):38-42.

Através da comunicação eficaz no perioperatório, o


processo cirúrgico, torna-se menos estressante, pois quando
esclarecido de todo o processo, o paciente tende a colaborar
e a buscar caminhos para sua recuperação o mais precoce
possível.

Morales CLP, Alexandro JG, Prim S, Amante LN. A comunicação no período perioperatório sob a ótica dos pacientes submetidos à
cirurgia bariátrica. Florianópolis: Texto Contexto Enferm. 2014; 23(2):347-55.

Gonçalves RMDA, Pereira MER, Pedrosa LAK, Silva QCG, Abreu RMD. A comunicação verbal enfermeiro-paciente no perioperatório de
cirurgia cardíaca. Cienc Cuid Saude. 2011; 10(1):27-34.

Mafetoni RR, Higa R, Bellini NR. Comunicação enfermeiro-paciente no pré-operatório: revisão integrativa. Fortaleza: Rev Rene.
2011; 12(4):859-65.

Lacchini AJB, Décimo ET, Jacobi CS, Soccol KLS, Viero NC, et al. Importância das orientações do enfermeiro para pacientes no
período pré-operatório. Rev Contexto Saúde. 2011; 10(20):1021-1024.
NECESSIDADES DAS MULHERES COM CÂNCER DE
MAMA NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
Giovanna Paola Trescher, Lúcia Nazareth Amante, Luciana Martins da
Rosa, Juliana Balbinot Reis Girondi, Ana Inez Severo Varela, Julieta Oro,
Joel Mancia Rolim, Maristela Jeci dos Santos.
Rev enferm UFPE on line., Recife, 13(5):1288-94, maio., 2019

As informações e ações educativas


realizadas pelos enfermeiros na consulta
de Enfermagem são fundamentais para a
promoção da qualidade de vida de
mulheres com câncer de mama por
prestarem apoio e educação e por
favorecerem o enfrentamento do
processo de adoecimento, tratamento e
autocuidado.

Acolhimento, escuta atenta e


comunicação efetiva.
ORIENTAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS PARA
EVITAR COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

INSPIRAÇÃO:
achatamento da cúpula
RESPIRAÇÃO diafragmática, com
DIAFRAGMÁTICA alargamento da parte
superior do abdomem.

EXPIRAÇÃO: contração
dos músculos
1. Posição semi-fowler, apoio abdominais.
em travesseiros;
2. Posicionamento das mãos;
3. Inspiração profunda pelo
nariz e boca;
4. Prender até 5’;
5. Expirar pela boca e nariz;
6. Praticar 15X (5 séries)
ORIENTAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS PARA
EVITAR COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS

MOBILIZAÇÃO DE
TOSSE SECREÇÕES PULMONARES

PODE HAVER
DESCONFORTO

1. Posição sentada no leito;


2. Entrelaçar mãos sobre o sítio da
incisão para agir como uma
tala;
3. Inspiração profunda pelo nariz e
boca;
4. Tossir 3X de forma seca
5. Praticar 9X (3 séries)
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Colocar pulseira de identificação no Realizar tricotomia


paciente

Manter jejum de 8-12 horas Providenciar esvaziamento


intestinal e urinário

Administrar medicação pré- Encaminhar prontuário, exames,


anestésica (cpm) TCLE.

Verificar sinais vitais Remover esmalte, maquiagem,


próteses e adornos

Providenciar higiene corporal Colocar camisola


(detergente germicida), oral

(CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009; SMELTZER, HINKLE; BARE, 2012).


RESULTADOS ESPERADOS

• Alívio da ansiedade.

• Medo diminuído.

• Compreensão da intervenção cirúrgica.

• Reduzir/Minimizar o risco de complicações pré-operatórias.

• Diminuir a ocorrência de complicações pós-operatórias.

COM AS INTERVENÇÕES
DE ENFERMAGEM
PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO DE FATORES DE
RISCO

FATORES JUSTIFICATIVAS
A redução do volume circulante pode acarretar distúrbios
Hipovolemia hidroeletrolíticos.

DESNUTRIDOS: retardamento do processo de


Estado nutricional cicatrização.
OBESOS: sobrecarga cardiovascular e função pulmonar
diminuída, retardamento do metabolismo e da excreção
de anestésicos/analgésicos.

JOVENS: imaturidade do sistema orgânico e nos


Extremo de idade (idoso e mecanismos reguladores.
criança) IDOSOS: degeneração de órgãos e lentidão nos
mecanismos reguladores.

Favorecem a atelectasia, broncopneumonias e


Doença Pulmonar insuficiência respiratória (piora tabagistas).

Gestação Reservas maternas diminuídas.


PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO DE FATORES DE
RISCO

FATORES JUSTIFICATIVAS

Como as pessoas lidam com medo, ansiedade e outros


Crenças espirituais e culturais que afetam o procedimento (jeová, espíritas e outros).

Processos alérgicos Medicamentos, fitas adesivas, soluções, látex e outros.

Diabetes Hiperglicemia: inibição do sistema imunológico, aumento


do risco de infecção, retardo da cicatrização.
Hipoglicemia: altera a circulação e composição sg, causa
vasoconstrição.

Dor Interfere em todo processo.

Uso de substâncias tóxicas Alterações respiratórias, cognitivas, hepáticas e outras


Altera a eficácia dos anestésicos, analgésicos, e outras
drogas, abstinência.
PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO DE
FATORES DE RISCO

FATORES JUSTIFICATIVAS

Retardo na metabolização das drogas, alteração da coagulação,


Distúrbios Hepáticos confusão mental.

Fatores Psicossociais Emprego, família, morar longe, recursos financeiros e outros.

Anticoagulantes, tranqüilizantes, analgésicos, anti-hipertensivos,


Uso de medicamentos hipoglicemiantes e outros.

Imunossupressão, QT, Rxt, TARV: reações adversas ao


Distúrbios Imunológicos medicamento, infecções e perdas sanguíneas.

Distúrbios renais Arritmias, distúrbios hidroeletrolíticos, intoxicações


medicamentosas (retardamento da excreção das drogas).

Distúrbios Cardiovasculares Alteração da PA, FC, choque, arritmias, ICC, sobrecarga


cardíaca (hídrica), AVE.
REFERÊNCIAS
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