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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

Beatriz Paixão Mariano Sabino - 1800057


Cristian Eduardo Crepaldi Rossi - 1814655
Camila Rodrigues da Silva - 1914599
Mayara Ribeiro Chaves - 1790892

GRUPOS: TEORIAS E TÉCNICAS


Intervenção baseada em um protocolo de terapia cognitivo
comportamental: um relato de experiência com crianças no ambiente
escolar

Ribeirão Preto
2021
1. DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO

O presente artigo, “Intervenção baseada em um protocolo de terapia cognitivo


comportamental: um relato de experiência com crianças no ambiente escolar”, tem como
intenção retratar uma intervenção grupal dirigida em crianças de 7 a 9 anos de idade.

Dessa maneira, essa pesquisa tem como objetivo relatar a experiência resultante da
aplicação do protocolo preventivo (TRI-P) que se baseia nos princípios da (TCC), com a
finalidade em prevenir problemas de comportamento, que são consideradas fatores de risco
para o desenvolvimento saúde mental em crianças, como ansiedade e depressão. Participaram
desta pesquisa 17 crianças, tendo idade entre 7 a 9 anos de ambos os sexos, matriculadas em
uma escola particular em turno integral no interior do Rio Grande do Sul.

Os critérios de inclusão foram ter idade entre 7 a 9 anos, estar matriculado em turno
integral em uma escola particular e apresentar o termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE) assinado pelo responsável. Os responsáveis que tiveram interesse em participar do
estudo foram convidados além de assinar o (TCLE) também a preencher um questionário de
dados sócio demográficos, que aborda perguntas fechadas sobre idade, informações
ocupacionais dos responsáveis, histórico familiar e de doença psiquiátrica e sobre o
desenvolvimento infantil. Após as etapas acima, as crianças foram submetidas à intervenção
grupal TRI-P.

Os encontros aconteceram de forma semiestruturadas e semanalmente, com um total


de doze encontros de uma hora cada, sempre dirigido por uma psicóloga e uma estudante de
psicologia treinadas para a aplicação do TRI-P. Com isso a intervenção teve uma duração
total de dois meses e meio.

Cada sessão tem um objetivo a ser alcançado sobre compreensão das emoções,
pensamentos, comportamentos e o desenvolvimento de habilidades da infância. Contudo cada
participante recebeu um caderno de atividades do protocolo.

Primeiro encontro

O primeiro encontro foi iniciado com uma apresentação do protocolo TRI-P,


esclarecendo o objetivo, mostrando as etapas do protocolo e como seria os demais encontros e
suas regras.”. As regras apresentadas ao grupo, formam um acrônimo com a sigla TRI sendo
elas: Regra T: Trabalhar para crescer em grupo, Regra R: Respeitar os outros e a diferença e a
Regra I: Inovar nas soluções dos problemas, buscando soluções que envolvam todos os
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membros do grupo. Depois foi requerido um feedback dos participantes sobre as explicações
e funcionamento apresentado. Logo após esta apresentação de funcionamento e regras do
grupo, cada criança foi convidada a fazer uma apresentação, em forma de desenhos como “Eu
sou”, “Se eu fosse um animal, eu seria...” e “Minha família”.

Segundo encontro

O segundo encontro começa com uma atividade denominado T que significa


“Trabalhe suas emoções”, onde pergunta-se ao grupo “O que são emoções” logo após a
questão, as crianças são convidadas a pintar as emoções consideradas agradáveis na cor verde,
e as emoções desagradáveis de vermelho, também colar alguns adesivos de emoções
desagradável e agradável.

Próximo passo foi explicar as diferenças e o que são as emoções, e também como as
pessoas podem reagir de maneiras diferentes quando entram em contato com essas emoções.
Depois explica-se o conceito de bem-estar e metáfora das emoções. As crianças foram
convidadas a participar de uma nova atividade em imaginar um barco parado no mar e que o
barco se move lentamente apenas com o movimento da água, demonstrando que essa calmaria
é o bem-estar/tranquilidade.

Contudo, toda vez que a uma onda de emoção, agradável ou desagradável, bate no
barco irá balançar e a maneira de pensar e agir poderá se modificar. Com intuito de fortalecer
essa metáfora das emoções, o próximo exercício é de dobradura do barquinho. E para finalizar
pede-se para as crianças desenhe, conte ou escreva situações de quando sentiu a emoção e
depois ir marcando a intensidade que sentiu essa emoção em um termômetro do lado direito, e
no lado esquerdo, a intensidade que tem sentido essa emoção.

Terceiro encontro

Já o terceiro encontro trabalha-se o reconhecimento de cada emoção básica,


começando sobre a expressão facial das ilustrações dos adesivos dados junto com o caderno
no primeiro encontro. As crianças são convidadas demonstrar as expressões faciais de cada
emoção. Após é solicitado alguns exemplos de situações vividas como emoções secundarias.

É apresentado ao grupo uma atividade chamada “arvore das emoções”, para explicar a
relação entre as emoções básicas e secundarias, mostrando a semelhança de que as raízes da
arvore são as emoções e que precisam estar equilibradas para ter a sustentação de um tronco
seguro que é o (bem-estar). Depois é proposto em duplas que as crianças discutem sobre
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historias e emoções que há correspondem. Nesse encontro há também uma tarefa para casa,
onde tem o objetivo de entrevistar pessoas da família perguntando sobre as emoções que eles
sentem.

Quarto encontro

A primeira parte do quarto encontro as crianças relataram sobre a tarefa de casa


incentivando as crianças a falarem sobre suas experiências. Depois é trabalhado o jeito que as
emoções se manifesta no corpo, nessa atividade as crianças são divididas em seis grupos e
cada grupo fica responsável por uma emoção utilizando papel pardo e canetas coloridas.

Uma criança se voluntaria para que seu corpo seja contornado no papel pardo, e partir
disso, pede-se que deem uma forma e uma localização na parte do corpo para a emoção onde
se sente. Para finalizar, todos mostram o corpo desenhado e a emoção onde imitam a
expressão facial, a voz e a representação da emoção trabalhada. É interessante que os cartazes
sejam fixados nas paredes onde todos possam observar.

Quinto encontro

O objetivo desse encontro é praticar a empatia e a percepção pessoal das emoções.


Com isso, as crianças fazem um exercício de imitação facial e da vida as emoções. Após,
trabalha-se com as crianças alguns pensamentos perante da ativação das emoções. A próxima
atividade tem o objetivo de auxiliar na compreensão da empatia, chamado “balões de
pensamentos” onde consiste em uma adivinhação do que o outro participante está sentindo e
pensando.

Recomenda- se fazer exercícios com imitação é sincronia corporal, um exemplo é


iniciar uma caminhada com movimentos distinguidos e depois pedir as participantes que
formam uma fila indiana.

Sexto encontro

Nesse encontro exploram novamente o conceito de bem-estar, buscam quais atitudes


atingem e mantem o bem-estar, é conduzido exercícios de relaxamento, tudo explicadinho no
caderno em forma desenhos.

Com o objetivo de retomar o conceito de bem-estar, explora-se quais atitudes são


necessárias para atingir e manter o bem-estar. Propõe que depois desse encontro os outros
sejam inicializados ou finalizados com exercícios de respiração ou posições de relaxamentos.
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Sétimo encontro

Inicia-se o encontro com exercícios de respiração, sempre explicado no caderno em


forma de desenho. As crianças submeteram a montar um cartão SOS (cartão de
enfrentamento) que ajudara como porta para lembrar o que foi aprendido na primeira parte,
que foram os conteúdos trabalhados nos encontros T.

Oitavo encontro

No oitavo encontro inicia-se a etapa R “Recicle seus pensamentos”, relacionando os


pensamentos que não ajudam as emoções agradáveis de sentir com os pensamentos que não
ajudam com as emoções desagradáveis de sentir. O princípio é auxiliar as crianças a entender
entre as emoções e os pensamentos, agindo como voz da emoção. Introduzindo a metáfora da
reciclagem, realçando os pensamentos que não ajudam, identificado como vermelhos,
mostrando a maneira de ver o mundo, portanto podem ser reciclados.

O encontro é focado nos pensamentos que não ajudam, sendo reciclados com um
passo a passo dinâmico, ajudando a desenvolver o questionamento socrático. O objetivo do
encontro é demostrar o conceito de assertividade na expressão adequada do pensamento
resultando na emoção. E também apresentaram as vantagens em agir de maneira assertiva.

Nono encontro

As crianças foram separadas em equipes para ser realizado uma atividade de


reciclagem dos pensamentos. Podendo ter a utilização do questionário socrático, apresenta-se
uma máquina da reciclagem, onde existe um recurso que apresenta todas as etapas realizados
até agora, por tanto, transformar pensamentos vermelhos em verdes. É entrega para as
crianças uma folha com a máquina de reciclagem, para continuarem treinando o que foi
aprendido no encontro. Em seguida, é montado um Cartão SOS relacionando aos
pensamentos que não ajudam.

Décimo encontro

Nesse encontro deu início aos trabalhos das emoções agradáveis de sentir e os
pensamentos verdes. Ilustra-se a metáfora dos fogos de artifícios para explicar o que é
diferenciar os pensamentos. Cada grupo escolhe se vai trabalhar com amor ou alegria e deve
listar pensamentos aparecem quando sentimos emoções agradáveis.

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Após, indaga-se os participantes se devesse distribuir ou reciclar esse pensamento,
efetuando uma diferenciação entre os argumentos que já foi trabalhado na etapa R. Contudo,
Exibe o símbolo de fogos de artifícios simultaneamente com uma frase que ajuda a separar
que é “Logo posso demonstrar”. Depois cada grupo reflete de qual maneira pode-se ser
demonstrado e estabelecido a emoção e o pensamento. As crianças recortam a máquina de
reciclagem e levam para casa. No final montam outro cartão SOS relacionando os
pensamentos que ajudam.

Décimo primeiro

Nesse encontro inicia-se uma nova etapa caracterizada como I “inove seus
comportamentos”, sendo a última fase ela se relaciona a uma capacidade de modificar os
comportamentos que não ajudam. A metáfora do Efeito Bumerangue, tem uma explicação que
atirarmos para o ambiente retorna para nos novamente da mesma forma, portanto se
lançarmos comportamentos agradáveis geram bem-estar e se lançarmos as desagradáveis
geram mal-estar. Retomando a formulação de bem-estar, as crianças fazem uma busca no
caderno de frases de deveres para alcançar o bem-estar no grupo.

Na próxima etapa, trata-se a importância do respeito e discorrem sobre os frutos que


eles pretendem colher no grupo. Mais uma vez fazem o cartão SOS, mas agora um para a
etapa dos comportamentos.

Décimo segundo

O último encontro do protocolo, volta-se a ideia de comportamento e insere a uma


atividade das cenas comportamentais. A turma mais uma vez é dividida em grupos e cada
grupo ocupa-se uma classe comportamental (verdes ou vermelhos), lendo a história da cartilha
e apresentando em forma de dramatização para todos o amor, brincar, comer, dormir e estudar
como atuação necessárias para um bem-estar de vida. Logo após, põem em pratica um
esquema racional entre os pensamentos, comportamento, emoções e reações corporais. Para
finalizar, os cadernos são entregues para que as crianças levarem para casa.

Para a intervenção é usada o TRI-P que é um treinamento, que se caracteriza pelo


abastecimento de informações e ajuda na identificação dos três elementos fundamentais da
TCC, que são os pensamentos, emoções e comportamentos. O grupo de focam o trabalho em
atividades práticas, as quais juntam as mudanças cognitivas, comportamentais e afetivas.

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Com o objetivo de psicoeducar e trabalhar a TRI-P tem uma divisão em três partes o
trabalho com emoções, reciclagem dos pensamentos e inovação dos comportamentos. Após, a
experiência prática com o protocolo, percebemos que a organização pôde esclarecer o
entrosamento e a semelhança entre os elementos e facilitando a explicação de como eles se
influenciam. Ao mesmo tempo, foi possível observar ligações entre os três conceitos com as
experiências dos participantes. Á adesão ao protocolo foi alta, não houve desistências de
participantes e teve um feedback positivo das crianças e responsáveis.

2. ANÁLISE CRÍTICA

A infância pode ser considerada a chave para o crescimento saudável, pois as crianças
são muito sensíveis às perturbações ambientais, portanto, a terapia cognitivo-comportamental
tem aumentado o trabalho de crianças e adolescentes. A abordagem da TCC para crianças e
adolescentes segue os mesmos princípios básicos estabelecidos ao trabalhar com adultos.
Destacam-se o empirismo colaborativo, a descoberta guiada, a orientação por objetivos e a
estrutura da reunião. Nesse sentido, o trabalho da TCC para crianças e adolescentes não se
concentra apenas no tratamento de sintomas psicopatológicos, mas também previne e
promove a saúde mental. Como todos sabemos, os princípios e conhecimentos da TCC podem
ser considerados úteis para pessoas fora da clínica. É importante desenvolver planos no meio
ambiente (como escolas) para promover a saúde mental e prevenir transtornos mentais em
crianças.

O seguinte artigo apresenta o relato de experiência de uma intervenção grupal


denominada Acordo TRI-P realizada em uma escola particular do RS. Foram contatados os
responsáveis pelos meninos e meninas oficialmente matriculados em escolas particulares. No
telefonema realizado pela equipe do projeto composta por duas psicólogas e duas alunas de
psicologia, foram explicados o objetivo da pesquisa, as etapas do protocolo e os resultados
esperados.

Os pais interessados em pesquisas são convidados a assinar um termo de


consentimento livre e esclarecido e preencher um questionário sócio demográfico
estabelecido pela equipe do projeto. O questionário aborda idade, informações ocupacionais
dos pais, história familiar, doença mental e ingenuidade no desenvolvimento. Os critérios de
seleção são: ter entre 07 a 09 anos, estudar em escola particular em período integral e
apresentar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelo responsável.

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Dezessete participantes que atenderam aos critérios de inclusão foram incluídos no
estudo. O acordo TRI-P se concentra na prevenção universal, portanto, todas as crianças em
tempo integral entre 7 e 9 anos de idade são convidadas a participar.

Em seguida, as crianças incluídas foram submetidas ao grupo TRI-P para intervenção.


Essas reuniões acontecem ao longo do dia todas as semanas em salas de aula disponibilizadas
pela escola onde os participantes aprendem, com duração de 1 hora cada. O grupo é liderado
por uma psicóloga, um projeto de mestrado e um assistente de pesquisa de alunos de
psicologia. Ambos receberam treinamento na aplicação do TRI-P.

Um estudo de revisão de literatura apontou que a escola é um ambiente promissor


onde educação e saúde se encontram, oportunizando iniciativas de prevenção e promoção da
saúde.

O TRI-P está organizado em 12 encontros semanais semiestruturados para a população


em geral. Nesse sentido, entende-se que a intervenção durou dois meses e meio. Os
participantes receberam o caderno de atividades do protocolo elaborado pelo autor. Cada aula
tem objetivos específicos para atingir a compressão de emoções, pensamentos e
comportamentos e o desenvolvimento das habilidades das crianças. O primeiro encontro
inicia com uma apresentação acerca do protocolo, com o objetivo de esclarecer o propósito, as
etapas do protocolo, assim como o modo de organização dos encontros, segundo encontro
questiona o grupo sobre o que são emoções, o terceiro trabalha com o reconhecimento de cada
emoção básica, o quarto Retoma-se a tarefa de casa, incentivando as crianças a relatarem a
experiência, o quinto o objetivo é exercitar a empatia, o sexto tem objetivo de retomar o
conceito de bem estar, o sétimo realiza exercícios de respiração, o oitavo começa
relacionando os pensamentos que ajudam com as emoções agradáveis de sentir e os
pensamentos que não ajudam com as emoções desagradáveis de sentir, o nono é realizado o
exercício da reciclagem dos pensamentos, no décimo, décimo primeiro e décimo segundo
encontro são realizados os processos de trabalho apurado com as emoções, inovação do
comportamento, e retomada do conceito de comportamentos e introduz a atividade das Cenas
Comportamentais.

O objetivo deste artigo é relatar a experiência adquirida com a aplicação do programa


de prevenção da Terapia Modulatória Infantil (TRI-P) com base nos princípios da Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC). O TRI-P é uma intervenção grupal composta por doze
reuniões semanais com o objetivo de prevenir problemas de comportamento considerados
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fatores de risco para o desenvolvimento da saúde mental infantil. Participaram do estudo 17
crianças de 7 a 9 anos de idade que frequentavam escolas particulares do interior do Rio
Grande do Sul. Levando em consideração um conjunto de dados qualitativos obtidos, verifica-
se que o trabalho em grupo é uma oportunidade para fortalecer as competências adquiridas no
período. Intervenção. Além disso, percebe-se que as recomendações de intervenção podem
diferir nos esforços de prevenção e promoção da saúde dos alunos, destacando a importância
dos cuidados com a saúde mental no ambiente escolar.

A aplicação da TCC em crianças foi projetada para ajudá-las a reconhecer,


compreender e reavaliar seus pensamentos e crenças, a fim de procurar se adaptar ou mudar
seu comportamento e estado emocional. Portanto, para realizar uma educação psicológica e
um trabalho detalhado sobre cada conceito, o TRI-P está dividido em três etapas:
processamento de emoções, pensamentos circulares e inovação comportamental, portanto,
prevenção em saúde mental refere-se a intervenções para reduzir problemas futuros. Para um
desenvolvimento saudável. A implementação do acordo TRI-P pode indicar a possibilidade de
intervenção no ambiente escolar para o desenvolvimento de habilidades e fatores de proteção
que não estão evoluindo nas condições clínicas.

3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

HEINEN, Marina et al. Intervenção baseada em um protocolo de terapia cognitivo


comportamental: um relato de experiência com crianças no ambiente escolar. Aletheia,
Canoas, v. 52, n. 2, p. 192-204, dez. 2019.

4. ANEXO

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