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Sumário
1) Dados e sumário
2) Introdução
3) Descrição do estágio
4) Fundamentação teórica
5) Estudo de caso com desenvolvimento
6) Considerações finais
7) Descrição dos grupos terapêuticos
8) Referências bibliográficas
9) Anexos
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Introdução
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Por meio do Estágio Supervisionado Básico II: Projetos sócio educacionais nos
foi concedida a oportunidade de sermos agentes transformadores e adentrar no
universo social e educacional que nos cerca.
Descrição do estágio
Por meio de uma parceria com o projeto Fazendo Arte, me foram designados
quatro jovens para trabalharem as emoções, através de acolhimentos
realizados semanalmente, de forma remota. Aplicamos nesses jovens testes
como: APGAR, Schutte, ASR e YSR, com a finalidade de que soubéssemos
com quais emoções o jovem lida em seu cotidiano, como é seu lar e sua
estrutura familiar.
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dias, entre outras... Eram propostas, a fim de promover autoconhecimento e
aprimoramento da inteligência emocional desses jovens.
Fundamentação teórica
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Wallon possui contribuições muito interessantes para compreendermos e
trabalharmos com adolescentes. Conforme Wallon (1985):
“o jovem expressa seus sentimentos com o corpo todo. Por isto, mímicas,
gesticulações exageradas tornam-se bastante frequentes traduzindo a falta de
habilidade para dominar todo o potencial de que o novo corpo é capaz. Através
de brincadeiras, risadas, conversas em tom de voz elevado e muita
movimentação que o jovem expressa o prazer em realizar determinadas
atividades. Voltam a preponderar às funções afetivas; isto é, a construção da
pessoa a sua identidade vai ocupar o primeiro plano. A vida afetiva torna-se
muito intensa e toma um relevo que muitas vezes surpreende o adulto. Na
adolescência uma das características mais marcantes é a ambivalência de
atitudes e sentimentos, resultante da riqueza da vida afetiva e imaginativa que
traduz o desequilíbrio interior: alternam-se o desejo de oposição e
conformismo, posse e sacrifício, renúncia e aventura. O jovem experimenta
necessidades novas, ainda confusas; desejos poderosos e vagos o impelem a
sair de si. O desejo de posse, de ter para si e de absorver em si o outro,
convive com o desejo de se sacrificar totalmente por esse outro, e ambos
representam o prelúdio de atração pelo sexo oposto”.
Ferreira citado por Neves e Rollo (2006), comenta que acolher é dar acolhida,
admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender,
admitir. Em um antigo dicionário da língua portuguesa consta: acolhimento “[...]
s. m.V. acolhida. Acolhida, s. f.1. Ato ou efeito de acolher; recepção. 2.
Atenção,
consideração. 3. Refúgio, abrigo” (SILVA et al., 1982).
O site da Biblioteca Virtual em Saúde refere que acolhimento é uma postura
ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do
seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na
responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento
de saberes. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos
cidadãos que procuram os serviços de saúde (ACOLHIMENTO, 2012).
o acolhimento enquanto postura pode ser considerado um
componente cujo potencial reorganizador é observável na fala, na forma de
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expressão da pessoa, a qual se modifica de uma sessão para a outra,
denotando maior clareza e organização dos pensamentos e sentimentos que
vão se delineando mais ordenadamente na sessão.
A troca com os grupos terapêuticos foi extremamente engrandecedora, visto
que contribuiu de forma significativa para o exercício da empatia,
desenvolvimento do pensamento coletivo e valorização da cooperação mútua.
“Ao contrário da psicoterapia individual, o terapeuta no grupo está situado lado
a lado e no meio dos pacientes. É, também, membro do grupo. Precisa ter não
só a experiência do analista, mas também a presença de espírito e a coragem
de colocar em jogo toda sua personalidade no momento preciso para
preencher o âmbito terapêutico com calor, empatia e expansão emotiva.”
Moreno JL. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. São Paulo (SP): Mestre Jou; 1974.
PRIMEIRO ACOLHIMENTO:
A paciente do projeto Fazendo Arte Maria (nome fictício), de 21 anos que
trabalha como design de sobrancelhas. No primeiro acolhimento trouxe
demandas de ansiedade e problemas de relacionamento com a mãe,
psicóloga, que diverge dela em muitas questões.
Durante a aplicação dos testes APGAR, Schutte e YSR Ficou evidente o
distanciamento familiar de Maria, sua insegurança na hora de conduzir suas
relações com as pessoas, de forma geral e sua dificuldade em seguir regras e
horários.
A paciente relata já ter feito tratamento psicológico anteriormente, mas acredita
não ter sido benéfico a ela.
SEGUNDO ACOLHIMENTO:
Seguindo o cronograma sugerido pelo projeto, conversei com a paciente a
respeito das emoções que ela mais tem vivenciado nos últimos meses. Ela
relatou constantes crises de ansiedade, angústia, e fuga dos sentimentos por
meio do trabalho, álcool e festas.
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A paciente relata que piorou após o término de um relacionamento complicado,
o qual ela ainda não superou e acredita até que sua voz tenha ficado rouca
devido ao rompimento.
A relação conturbada com a mãe acabou sendo pauta novamente, visto que
segundo Maria a mãe tentou se aproximar, fazendo com que a filha se abrisse.
E posteriormente teria recriminado as ações e usado as informações obtidas
para atingir a paciente.
Maria também alega se sentir extremamente incomodada na presença de
desconhecidos.
Mediante as demandas trazidas, procurei mostrar a paciente, que encontrar
formas para encarar a raiz de suas angústias seria um caminho melhor do que
a fuga no álcool e festas. Para isso expliquei que era necessário identificar no
seu cotidiano situações que sugavam sua energia ou lhe traziam sentimentos
desagradáveis e para tal usamos a atividade sugerida no caderno de atividades
do projeto (anexo).
Com relação ao rompimento do relacionamento analisamos juntas os motivos
que levaram ao fim e pedi para que ela procurasse se lembrar desses motivos,
além de fazer uma lista das coisas positivas que ela teve a oportunidade de
fazer sozinha.
Com relação a mãe, sugeri que tentasse ter uma conversa clara e objetiva com
ela, sobre como se sente com a relação das duas e com as atitudes dela.
TERCEIRO ACOLHIMENTO:
No nosso terceiro encontro, seguindo o cronograma do projeto, reproduzi para
a paciente um vídeo que retratava a condução de uma sessão de terapia, onde
o terapeuta pede para que sua paciente feche os olhos e diga tudo que pensa
sobre si mesma. Logo após a jovem fazer muitas críticas a sua aparência e
personalidade, ele pede para que ela se imagine com 10 anos e repita tudo
para essa garotinha; a paciente se desespera e diz não ser capaz.
Maria se emocionou bastante e diz ter se identificado muito com o vídeo, pois
assim como a jovem, ouvia de sua psicóloga constantemente que precisava se
amar, mas nunca entendia como fazer.
Foi dito a Maria por mim, para que ela procurasse esquecer todas as crenças
negativas sobre si que tem ouvido dos outros e de si mesma através dos anos,
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que se todos os dias ela era capaz de se olhar no espelho e se fazer inúmeras
críticas, ela poderia elogiar e abraçar a si mesma. E encontrar a aceitação
dentro de dela a liberaria da carga da necessidade da aprovação do outro, o
que poderia até melhorar sua relação com sua mãe.
De exercício para a semana, pedi para que Maria escrevesse uma coisa
positiva sobre ela todos os dias até o próximo acolhimento.
A paciente encerrou o encontro se dizendo muito abraçada e acolhida como
nunca havia sentido antes.
QUARTO ACOLHIMENTO:
No quarto acolhimento, iniciamos com alguns vídeos com a temática de
insegurança e aceitação.
Posteriormente, Maria disse que havia decidido entrar na faculdade, mas que
tinha dúvidas com relação ao curso. Suas duas opções eram: design de
interiores ou estética.
Pedi a ela que se imaginasse nas duas áreas daqui alguns anos e pensasse
em qual se sentiria mais realizada.
Sugeri também para que olhasse a grade dos cursos e fizesse uma lista de
prós e contras.
Como ela já trabalha na área da beleza, seria mais fácil ter uma ideia sobre o
curso de estética.
A paciente relatou ter se encontrado com o ex-namorado no último fim de
semana, em que tiveram uma longa conversa saudável, onde manifestaram o
desejo de estar juntos. Entretanto, alguns dias depois viu um vídeo na rede
social de uma das garotas que ele costuma se relacionar. No vídeo o rapaz
aparece em sua casa, acompanhado dessa moça e de alguns amigos. Um fato
que chamou a atenção de Maria no vídeo foi que a garota aparece segurando
uma taça que ela teria dado de presente ao ex.
Após esse episódio, a paciente conta que houve discussões pelo telefone e os
dois pararam de se falar.
Ela diz se sentir bem tranquila com relação a decisão de não falar mais com o
ex-namorado, se sente mais confiante e pronta para seguir em frente, pois se
sentiu extremamente magoada e traída pelo episódio da taça.
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Diante das demandas expressei a paciente meu sentimento de satisfação por
ela ter decidido dar esse passo do curso superior.
Com relação a situação relatada, pedi para que pensasse na pessoa que ela
gostaria de ter ao lado, e se as atitudes desse rapaz condiziam com essa
pessoa.
Disse também que se uma pessoa erra uma vez, e a gente perdoa, a culpa é
dela. Mas se ela continua a errar repetidamente, a culpa deixa de ser dela e
passa a ser nossa por permitir.
Sobre o sentimento de confiança e leveza posterior a briga, sugeri que pudesse
indicar que ela se livrou da culpa que ele a fazia carregar pelo fim da relação,
uma vez que ele havia “estragado” as coisas dessa vez.
Pedi a Maria para que falasse sobre a lista de coisas positivas sobre ela que
havia notado durante essa semana, depois recomendei que a cada vez que ela
pensasse em insistir em situações em que a diminuíssem de alguma forma, ou
em que ela teria que se esforçar para se encaixar, se lembrasse de todas as
suas qualidades e pontos positivos que a tornam quem ela é.
Considerações finais:
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período de pandemia, bem como suas angústias, incertezas, mudanças e
dúvidas.
A troca de experiências e o feedback recebido dos grupos foi muito significativo
para minha construção e evolução enquanto psicóloga.
A parceria com o projeto Fazendo arte me possibilitou um contato com jovens e
adolescentes, que não havia acontecido até então. Esse contato resultou em
uma maior compreensão de como são construídas as relações familiares e
afetivas nessa fase.
A criação dos conteúdos para serem postados no Instagram e divulgados nos
grupos de whats app, bem como a criação de slides para serem trabalhados
nos grupos terapêuticos e nos acolhimentos com os jovens do fazendo arte,
fizeram com que eu exercitasse minha criatividade, estudasse com mais
profundidade as temáticas propostas e melhorasse a comunicação e escrita.
O exercício em campo e os direcionamentos feitos pela orientadora Karla
Patrícia, foram de suma importância na minha jornada acadêmica, visto que me
nortearam e me despertaram para novas possibilidades de atuação dentro da
psicologia.
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Grupo: O EAD e a rotina dos pais:
O grupo foi aberto para pais com crianças em idade escolar, que estão vivendo
a realidade do ensino a distância. Através de acolhimentos em grupos,
realizados semanalmente, de forma remota, pela plataforma zoom. Tratamos
de questões acerca da mudança na rotina das famílias, e como isso vem
afetando os pais, que além de cuidadores, agora assumem o papel de
professores.
Referências bibliográficas:
Moreno JL. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. São Paulo (SP): Mestre Jou;
1974.
https://www.pensador.com/citacoes_sobre_educacao/
Anexos:
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I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
Entrevistas:
I.
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II.
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
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VIII.
IX.
X.
XI.
XII.
I.
II.
III.
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IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
IX.
X.
XI.
XII.
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XIII.
XIV.
XV.
XVI.
Postagens do Instagram:
I.
II.
III.
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I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
IX.
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