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TÉCNICAS DE GRUPO E RELAÇÕES

HUMANAS

JOVENS EM VULNERABILIDADES
PSICOSSOCIAIS: GRUPO COMO LUGAR DE
ACOLHIMENTO E SUBJETIVAÇÃO POLÍTICA

Gabriella Leão - RA 28279429


Regimaldo Filgueira dos Santos – RA 28296413
Viviane Maria Dos Santos Valtingojer – RA 28257741

Guarulhos/SP
2022

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TÉCNICAS DE GRUPO E RELAÇÕES
HUMANAS

JOVENS EM VULNERABILIDADES PSICOSSOCIAIS: GRUPO


COMO LUGAR DE ACOLHIMENTO E SUBJETIVAÇÃO
POLÍTICA

Trabalho, resumo, direcionado ao Curso


de Psicologia da Universidade de
Guarulhos, UNG para a disciplina de
Técnicas de Grupo e Relações
Humanas.

Professor: Jeferson Ulisses

Guarulhos/SP
2022

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• Introdução

Este resumo objetiva relatar a experiência de um estágio profissionalizante em


psicologia realizado em dois Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
(SCFV) – instituições vinculadas ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS) –,
destinados a jovens da cidade de Florianópolis compreendidos por esta política como
inseridos em “situações de riscos e vulnerabilidades sociais” (PNAS, 2004). Este
trabalho foi realizado junto com a (PNAS) Proteção Social Básica da Política de
Assistência Social. Este serviço visa prevenir as situações de vulnerabilidade e risco
nessa fase. Com o objetivo de fortalecer os laços familiar e também da comunidade,
criando grupo de intervenção juntos aos jovens, dando voz a esses jovens da periferia,
explorando estes num espaço coletivo que também serve de um espaço de acolhimento
ao sofrimento destes jovens em seu contexto social. Com base neste artigo, este trabalho
nos traz uma importante reflexão em torno desse mecanismo grupal junto a esses jovens
de periferia, que se sente excluído da sociedade, de não se sentir pertencente, ouvido,
acolhido do seu sofrimento ético-político. Este trabalho vem justamente para explorar a
potencialidade no âmbito grupal e, potencializando habilidade individual de cada
indivíduo. ao iniciar o trabalho de grupos, com a intenção de ouvi-los, compreender o
que se passa com os jovens de localidades menos favorecidas, um espaço de apoio, de
se fazer ouvida as suas dores e sofrimentos. onde também se inicia num espaço
intersubjetivo, a oportunidade de aflorar todo tipo de individualismo; seus preconceitos
e, sua revolta dirigida a outrem. O estágio proposto pelos autores visa a priori alcançar
os jovens de periferia, de modo a problematizar as possibilidades e desafios do uso do
dispositivo grupal como instrumento de intervenção psicossocial. Além disso, o grupo
tem por objetivo prevenir as situações de risco e vulnerabilidades, bem como fortalecer
os laços familiares e comunitários. Para os jovens que faziam parte do grupo, foi
proposto criar um espaço de elaboração psíquica e política sobre temas significativos
para a vida daqueles jovens e para a atual sociedade. O grupo de estagiários apostaram
na ideia de que as oficinas propostas propiciaram a construção de um espaço coletivo
que servisse de acolhimento ao sofrimento ético-político frente as iniquidades daqueles
jovens, substituindo suas dores por um momento de afago na vida daqueles jovens. Por
fim, o trabalho feito pelos estagiários de Psicologia pode por meio deste trabalho em
grupo, alcançar os objetivos esperados. Funcionando como um mecanismo de

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intervenção psicossocial de escuta, acolhimento, fortalecimento comunitário e político.
Os denominados grupos de “risco social” são produções inerentes ao sistema capitalista
que necessitam de relações de exploração e opressão para se perpetuar. Dessa forma,
compreendemos a pobreza em sua multidimensionalidade e heterogeneidade em que
aspectos subjetivos e objetivos, singulares e coletivos se entrecruzam e se constituem.

Método e procedimentos de intervenção

Os grupos ocorreram em dois bairros distintos da cidade de Florianópolis durante os


períodos de maio até dezembro de 2015 e de abril até julho de 2016. Diversas
estratégias foram utilizadas para compor os grupos: busca ativa, encaminhamento de
outras instituições e contatos telefônicos com as famílias atendidas pelos CRAS4. Em
média, os grupos eram compostos por 23 jovens, em sua maioria, negros, pobres e
residentes de periferias. Nesse sentindo se trata de uma ação conjunta de dois ou mais
indivíduos a fim de influir nos resultados de uma ou mais pessoas. Membros de um
grupo formam coalizões quando isto lhes parece oportuno, quando os resultados podem
ser mais compensadores. O ponto de partida de nossas investigações sobre os grupos
operativos, tal como os concebemos hoje, provém do que denominamos Experiência
Rosário (realizada em 1958).

Enrique Pichon – Rivière (2012, pag122) “Os termos “investigação ativa” ou


“investigação da ação” são utilizados por Pichon-Rivière com referência à
proposta de K. Lewin da “action research”. Outra tradução possível seria a de
“pesquisa-ação”, bastante utilizada entre nós, mas que não nos parece tão feliz.
(N.do. T.)

O programa Bolsa Família; atendidos pelo Creas; egressos do Peti (Programa de


Erradicação do Trabalho Infantil) e jovens com deficiência, cujas famílias eram usuárias
do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em outras palavras, um dispositivo é o
que possibilita modos de singularização e de subjetivação, produzindo novas estéticas
de existência. Assim, a noção de dispositivo está atrelada às formas de criação, à
mutação, às derivas enunciativas, ao inusitado, às “linhas que estabelecem o vai e vem
entre o dizer e o ver” (DELEUZE, 1996, p. 83).

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Deleuze (1996) para compreender o grupo enquanto um
dispositivo de intervenção, ou seja, um operador que produz
recortes enunciativos, uma máquina de fazer ver e fazer
falar.

Discussão dos resultados


O grupo como um dispositivo de intervenção entre o íntimo e o público: alteridade
e constituição do sujeito

Os autores compreenderam que o grupo pode se caracterizar como um instrumento de


intervenção profícuo para a atuação na PNAS por atuar no interstício do
singular/coletivo e do íntimo/privado. A depender de como for manejado, o grupo pode
se configurar como um dispositivo de “fazer ver e fazer falar”, funcionando como um
operador simbólico que permite a circulação da palavra, dando abertura aos processos
de singularização do sujeito.

Broide e Broide (2015) de que “as narrativas, ao serem retiradas da


invisibilidade e do silêncio, são capazes de incitar a reflexão acerca
das razões de seu sufocamento, tornando-se, então, uma ação política
e subjetiva de grande magnitude” (Broide e Broidep.15).

O grupo como uma estratégia de intervenção psicossocial: o dispositivo grupal


como um lugar de acolhimento e de subjetivação política.

Ao iniciar o trabalho de grupos, com a intenção de ouvi-los, compreender o que se passa


com os jovens de localidades menos favorecidas, um espaço de apoio, de se fazer
ouvida as suas dores e sofrimentos. onde também se inicia num espaço intersubjetivo, a
oportunidade de aflorar todo tipo de individualismo; seus preconceitos e, sua revolta
dirigida a outrem. através do desse trabalho, um dos pontos que mais me levou ao
interesse foi o relato de um Jovem, Renato de 16 anos. quando uma Também jovem,
Amanda, de (13 anos), o vive atacando com feroz discriminação. através desse relato,
damos o nome de Projeção. Segundo Freud: Projeta-se no outro aquilo que não
suportamos sentir em nós mesmos. são no mínimo um pedido de ajuda equivocado,
onde contamos com outro para carregar uma carga (peso) emocional que não
suportamos carregar em nós mesmos.

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Consideração Finais
Por compreendermos que as dimensões subjetivas e sociais não possam ser
dicotomizadas, embora sejam esferas distintas em que uma não se sucumbe a outra,
utilizaremos neste artigo o termo “vulnerabilidades psicossociais” entendidas como as
fragilidades psíquicas decorrentes de situações sociais injustas e opressoras que geram
desamparo, sofrimento e violação de direitos. Por meio dessa proposta de escuta grupal,
a psicologia se coloca como uma intercessora, identificando diversos conflitos,
desamparos sociais e subjetivo dentro desse ambiente. Essa dinâmica que além intervir
com programa de orientação grupal, também se faz acolhedora, proporcionando um
lugar de fala e de escuta coletiva, enfrentando suas crises emergente e proporcionando a
o outro sujeito essa mesma possibilidade. Concluído: Vemos a importância dessa
pesquisa de intervenção e efetivação das políticas públicas voltada para os jovens de
periferia. E assim promover aos jovens sujeito de direitos, participando da própria
construção da sua cidadania e do coletivo do qual ele pertence.

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• Referências

BROIDE, J., & Broide, E. E. (2015). A psicanálise em situações sociais críticas:


metodologia clínica e intervenções. São Paulo: Escuta.
BROIDE, J. A Psicanálise em Situações Sociais Críticas | PDF | Psicologia (scribd.com)

DELEUZE, G. (1996). O que é um dispositivo? In O mistério de Ariana (p.83-


96). Lisboa: Vega.
Deleuze - O Que É Um Dispositivo | PDF | Michel Foucault | Friedrich Nietzsche
(scribd.com)

GOMES M. A; Maheirie K; Corrêa B. (2019); RELATO DE EXPERIÊNCIA:


Jovens em Vulnerabilidades Psicossociais: Grupo Como Lugar de Acolhimento
e Subjetivação Política.
JOVENS EM VULNERABILIDADES PSICOSSOCIAIS: GRUPO COMO LUGAR DE
ACOLHIMENTO E SUBJETIVAÇÃO POLÍTICA | ReQuest PDF (researchgate.net)

RIVIERE, E. P. (2005). O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes.


o processo grupal - enrique pichon-riviere.pdf (google.com)

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