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Psicologia Social e

Compromisso ético-político

Psicologia Social: Fenômenos


Psicossociais
Profª Paula
Sebastião Salgado (2007)
Salgado, S. (1997)Terra
Tarsila do Amaral “Operários” (1933)
Fonte: Salgado S. http://forum.brfoto.com.br/index.php?showtopic=66779
Salgado, S. (1997)Terra
Salgado, S. (1997)Terra
http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2014/05/parada-da-diversidade-junta-
minorias-sociais-no-centro-de-cascavel.html
Church Gate Station. Bombay, India, 1995. © Sebastião Salgado
Munch, E. (1893) O Grito
PSICOLOGIA SOCIAL
E COMPROMISSO ÉTICO-POLÍTICO
A psicologia social, enquanto ciência humana,
passou a abraçar um compromisso ético-
político com o SOFRIMENTO PSICOSSOCIAL

Comprometer-se com a promoção da


consciência/transformação dos sujeitos,
grupos, comunidades, instituições.
O que é
SOFRIMENTO PSICOSSOCIAL
• Sawaia (2010) - Psicologia Histórico-Cultural
leitora de Vigotski
• Entende que as dores em nossa sociedade
podem ser traduzidas no senso comum como
individuais, mas que, na verdade, revelam um
sofrimento que é reprodução de
problemáticas sociais, ideológicas e históricas.
O que é
SOFRIMENTO PSICOSSOCIAL
“Ele revela a tonalidade ética da vivência
cotidiana da desigualdade social, da negação
imposta socialmente às possibilidades da
maioria apropriar-se da produção material,
cultural e social de sua época, de se
movimentar no espaço público e de expressar
desejo e afeto”. (SAWAIA, 2010, pp. 105-106)
Nesse sentido, trata-se de um sofrimento
ético-político
“É o individuo que sofre, porém, esse sofrimento não
tem a gênese nele, e sim, em intersubjetividades
delineadas socialmente” (SAWAIA, 2010, p. 101).

OLHAR CRITICAMENTE O FENÔMENO

• Essa concepção coloca o sofrimento como dor


mediada pelo social em que cada período temporal
do desenvolvimento da sociedade abarca aspectos
contextuais diversos que afetam as pessoas de
formas variadas.
“Enfrentar o sofrimento psicossocial é devolver
ao homem os meios para traçar um caminho
pessoal e original na organização de sua vida,
meios estes que não se restringem, apenas, à
capacidade de reflexão, mas à possibilidade
de ter esperança e potencializar esta
esperança em ação”
(SAWAIA, 1995 p.52)
“Por trás da desigualdade social há sofrimento,
medo, humilhação, mas há também o
extraordinário milagre humano da vontade de ser
feliz e de recomeçar onde qualquer esperança
parece morta. A Psicologia tem o dever de
resguardar essa dimensão humana nas análises e
intervenções sociais, desmentindo as clássicas
imagens dos desvalidos contentando-se em se
conservarem vivos” (SAWAIA, 2009, p.364).

• Os desafios da superação do sofrimento social e


promoção da saúde exigem uma ação que
desenvolva as potencialidades do sujeito e de seu
grupo.
Potencial de ação
• Vigotski (2001) sustenta a ideia de sujeito que se
constitui nas determinações sociais, mas com
capacidade de resistência e de superação das
condições de sofrimento e não o de desistência.
• A potencialidade de o sujeito evoluir por meio da
infindável capacidade de múltiplos nexos das
funções psicológicas superiores que, pela
mediação do outro e da cultura, se ampliam
provocando um salto no desenvolvimento humano.
Potencial de Ação e Cultura

• “a cultura é um conjunto de mecanismos


simbólicos para controle do comportamento,
fontes de informação extragenéticas” (Geertz,
A interpretação das Culturas. pg. 64).
Potencial de ação
• Vigotski enfoca a força e o potencial de ação do
sujeito quando expõe seu conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal (Iminente)
• Zona de Desenvolvimento Proximal : as funções
que estão em vias de consolidação, se
manifestam com a ajuda de parceiros mais
experientes (mediadores – professor, psicólogo).
• O que o sujeito realiza com ajuda, ele realizará
sozinho em um futuro próximo.
Psicologia Social e Compromisso ético-
político
• Papel do Psicólogo Social:
• Oferecer possibilidades de reflexões e
intervenções que possam transformar o
sofrimento social dos grupos, comunidades e
instituições. (GUZZO, 2013)
• Comprometido com a realidade da população
atendida: é ela quem elege suas demandas
(LANE, 2006; SAWAIA, 1995 )
Papel do Psicólogo Social
• Construir uma ação crítica, engajada com as
metas de promoção do desenvolvimento por
meio de:
• reflexão crítica - promoção da consciência,
• diálogo como forma de comunicação possível,
• parceria – o coletivo como principal caminho.
CONCLUSÃO

• Olhar a Psicologia Social de uma perspectiva


ético-política:
• Relação entre teoria- prática-reflexão como
caminho para a potencialização do sujeito
para a promoção da autonomia e superação
de condições sociais de sofrimento.
REFERÊNCIAS
• Guzzo, R.S.L.; Moreira A.P.; Mezzalira A.S.C. (2013) Intervenção Psicossocial:
teoria e pratica na inserção do psicólogo em instituições publicas de ensino.
In: Bernardo, M.H.; Guzzo, R.S.L.; Souza, V.L.T. (orgs.) Psicologia Social:
perspectivas críticas de atuação e pesquisa (pp 69-90) Campinas: Alínea.
• Lane, Silvia T. M. & Codo, Wanderley. (Orgs.). (2006). Psicologia Social: O
homem em movimento. (13ª ed.). São Paulo: Brasiliense.
• Sawaia, B. B. (1995). Psicologia Social: aspectos epistemológicos e éticos. In
S. T. M. Lane, & B. B. Sawaia (orgs.), Novas veredas da psicologia social
(pp.45-53). São Paulo: Brasiliense.
• Sawaia, B. B. (2009). Psicologia e desigualdade social: uma reflexão sobre
liberdade e transformação social. Psicologia & Sociedade; 21(3), 364-372.
• Sawaia, B. B. (2010). O sofrimento ético-político como categoria de analise
da dialética exclusão/inclusão. Em: Sawaia, B. B. (Org.) As Artimanhas da
Exclusão – Análise Psicossocial e Ética da Desigualdade Social. (pp. 99-119).
(10ªEd.) Petrópolis R.J.: Vozes.
• Vigotski, L. S. (2001). Psicologia pedagógica. São Paulo: Martins Fontes.

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