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Sumário
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NOSSA HISTÓRIA
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As Teorias e o Processo de Aprendizagem
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A aprendizagem está diretamente relacionada com o desenvolvimento
cognitivo. As passagens pelos estágios da vida são marcadas por constante
aprendizagem. “Vivendo e aprendendo”, diz a sabedoria popular. Assim, os indivíduos
tendem a melhorar suas realizações nas tarefas que a vida lhes impõe. A
aprendizagem permite ao sujeito compreender melhor as coisas que estão à sua
volta, seus companheiros, a natureza e a si mesmo, capacitando-o a ajustar-se ao
seu ambiente físico e social.
Estímulo neutro – é involuntário, pois não está relacionado com uma ação ou
reação; todavia, deve-se sempre perguntar se ele é neutro em relação a que. Um
evento qualquer costuma ser reativo em relação à uma ação e neutro em relação à
outra. Exemplo: Contração da pupila.
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Estímulo condicionado – era neutro em um primeiro momento, mas depois de
vivenciar diversas repetições e associações, passou a ser condicionado. Exemplo:
resultado de treinamento de animais.
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Bandura diz que somos expostos a diversos padrões de comportamentos, mas
só vamos imitá-los se tivermos reforço. No caso específico da sala de aula, os
elementos mais sutis podem indicar reforços ou punição. Por exemplo: se um aluno
faz uma pergunta e o professor diz que está fora do contexto num tom de
ridicularização, esse é um exemplo de punição.
Reforço direto – ocorre por uma ação direta. Exemplo: uma medalha dada em
uma competição.
Reforço vicariante – ocorre pela observação de um
acontecimento. Exemplo: Observo uma batida de carro e aprendo que, se andar em
alta velocidade, posso sofrer um acidente também.
Cognitivismo: Piaget
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Piaget considera 4 períodos no processo evolutivo da espécie humana que são
caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das
diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento. São eles:
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de onipotência". No recém nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao
exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a
criança é conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o
movimento dos olhos, por exemplo).
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Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações
importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não
concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas
conceituais e da lógica. Para citar um exemplo pessoal relacionado à questão,
lembro-me muito bem que me chamava à atenção o fato de, nessa faixa etária, o meu
filho dizer coisas do tipo "o meu carro do meu pai", sugerindo, portanto, o
egocentrismo característico desta fase do desenvolvimento. Assim, neste estágio,
embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em
função da aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior) ela
apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado (em
função da ausência de esquemas conceituais), conforme salienta Rappaport (op.cit.).
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da quantidade quando se transvaza o conteúdo de um copo A para outro B, de
diâmetro menor)", tal reversibilidade será construída ao longo dos estágios operatório
concreto e formal.
(d) Período das operações formais (12 anos em diante): nesta fase a criança,
ampliando as capacidades conquistadas na fase anterior, já consegue raciocinar
sobre hipóteses na medida em que ela é capaz de formar esquemas conceituais
abstratos e através deles executar operações mentais dentro de princípios da lógica
formal. Com isso, conforme aponta Rappaport (op.cit.:74) a criança adquire
"capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos códigos de conduta:
discute valores morais de seus pais e contrói os seus próprios (adquirindo, portanto,
autonomia)".
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meio dele, deixaria de ser um animal para se tornar um ser humano. Dessa forma,
tanto a aprendizagem quanto o desenvolvimento acontecem pela dialética.
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É justamente nesta zona de desenvolvimento proximal que a aprendizagem vai
ocorrer. É nas interações no interior do coletivo, das relações com o outro, que a
criança terá condições de construir suas próprias estruturas psicológicas.
Para Vygotsky, o processo de aprendizagem deve ser olhado por uma ótica
prospectiva, ou seja, não se deve focalizar o que a criança aprendeu, mas
sim o que ela está aprendendo. Em nossas práticas pedagógicas, sempre
procuramos prever em que tal ou qual aprendizado poderá ser útil àquela
criança, não somente no momento em que é ministrado, mas para além dele.
É um processo de transformação constante na trajetória das crianças. As
implicações desta relação entre ensino e aprendizagem para o ensino
escolar estão no fato de que este ensino deve se concentrar no que a criança
está aprendendo, e não no que já aprendeu. Vygotksy firma está hipótese no
seu conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP). (Creche Fiocruz,
2004).
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de informações que a pessoa tem a potencialidade de aprender mas ainda não
completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas potencialmente
atingíveis. Em outras palavras, a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já
sabe e aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste campo que a
educação atuaria, que se daria a aprendizagem assistida, estimulando a aquisição do
potencial, partindo do conhecimento da ZDP do aprendiz, para assim intervir. O
conhecimento potencial, ao ser alcançado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP
redefine-se a partir do que seria o novo potencial.
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Para definir o conhecimento real, Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito
é capaz de fazer sozinho, e o potencial aquilo que ele consegue fazer com ajuda de
outro sujeito. Segundo Vygotsky, em qualquer ponto do desenvolvimento existem
certos problemas que uma criança está prestes a ser capaz de resolver. Ela precisa
apenas de alguma estrutura como pistas e lembretes, ajuda para recordar detalhes
ou passos, incentivo para continuar tentando etc. Por outro lado, alguns problemas
estão além da capacidade da criança mesmo que cada passo seja explicado
claramente. Pode acontecer inclusive, de que os melhores “professores” sejam os
outros alunos que acabaram de compreender um determinado problema, no sentido
de que estes “professores” podem estar operando na ZDP do aprendiz, Assim
determina-se a ZDP e o nível de riqueza e diversidade das interações determinará o
potencial atingido. Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o
desenvolvimento.
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A noção de ZDP claramente reflete a visão de Vygotsky sobre a natureza do
desenvolvimento humano e a inter-relação entre aprendizagem e desenvolvimento. A
aprendizagem não é desenvolvimento, mas um processo organizado que pode levar
ao desenvolvimento necessário. Ele acreditava que esse processo depende da
interação e que a aprendizagem, na verdade, conduz ao desenvolvimento cognitivo.
De acordo com essa perspectiva, o desenvolvimento cognitivo não é um processo
espontâneo, mas ocorre através da prática reflexiva e de colaboração com outras
pessoas. Assim, o desenvolvimento cognitivo pode ser visto como a transição de
interpsicológico para intrapsicológico e a ZDP é a abstração que descreve o
mecanismo e o efeito potencial de aprendizagem no desenvolvimento. A
aprendizagem é mediada primeiro no plano interpsicológico entre uma pessoa e
outras pessoas e seus artefatos culturais, e, em seguida, internalizados por indivíduos
no plano intrapsicológico. que a transformação de um processo interpessoal em um
intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos do desenvolvimento.
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Para que o processo de aprendizagem significativa possa ocorrer, são
necessárias duas condições: i) o aluno precisa querer aprender e ii) o conteúdo a ser
ensinado precisa ter características significativas, ou seja, deve ser flexível para que
se adapte à experiência individual de cada aluno (PELIZZARI ET AL, 2002).
A Teoria das Inteligências Múltiplas foi elaborada a partir dos anos 80 por
pesquisadores da universidade norte americana de Harvard, liderados pelo psicólogo
Howard Gardner. Acompanhando o desempenho de pessoas que haviam sido alunos
fracos, Gardner se surpreendeu com o sucesso obtido por vários deles. O
pesquisador passou então a questionar a avaliação escolar, cujos critérios não
incluem a análise de capacidades que são importantes na vida das pessoas. Concluiu
que as formas convencionais de avaliação apenas traduzem a concepção de
inteligência vigente na escola, limitada à valorização da competência lógico-
matemática e da linguística.
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Teoria das Inteligências Múltiplas sustenta que cada indivíduo possui diversos
tipos de inteligência, o que chamamos em linguagem comum de dom, competência
ou habilidade.
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2 - LINGUÍSTICA - habilidade para lidar criativamente com palavras nos
diferentes níveis de linguagem, tanto na forma oral como na escrita. Sensibilidade aos
sons, estrutura e significados e funções das palavras e da linguagem. Os
componentes centrais da inteligência linguística são uma sensibilidade para os sons,
ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes
funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar,
estimular ou transmitir idéias. Gardner indica que é a habilidade exibida na sua maior
intensidade pelos poetas. Em crianças, esta habilidade se manifesta através da
capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências
vividas.
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habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de
todo o corpo. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes,
artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de
objetos com destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se
move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais demonstra
uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.
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8 – NATURALISTA – perícia em distinguir entre membros de uma espécie,
em reconhecer a existência de outras espécies próximas e mapear as relações,
formalmente ou informalmente, entre várias espécies. Kátia Smole, em sua
dissertação de mestrado sobre o tema, amplia a proposta defendendo a classificação
da habilidade de desenhar como uma outra inteligência.
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REFERÊNCIAS
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COLL, C. As contribuições da Psicologia para a Educação: Teoria Genética e
Aprendizagem Escolar. In LEITE, L.B. (Org) Piaget e a Escola de Genebra. São
Paulo: Editora Cortez,1992. p. 164-197.
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PULASKI, M.A.S. Piaget: perfil biográfico. In, Compreendendo Piaget: uma
introdução ao desenvolvimento cognitivo da criança. (?): Zahan Editora, 1980
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