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Índice
Objetivos e conteúdos..................................................................................................................1
A aprendizagem............................................................................................................................2
A condicionamento operante e reforço........................................................................................3
Aprendizagem vicariante e modelação.........................................................................................6
Memória…………………………………………………………………………………………...8
Dificuldades de aprendizagem……………………………………………………………………………………………………9
Estilos de aprendizagem e métodos de estudo…………………………………………………………………………10
Bibliografia e webgrafia...............................................................................................................11
Objetivos
Compreender o processo da aprendizagem; reconhecer o impacto do condicionamento operante e do
reforço; problematizar; compreender a aprendizagem vicariante e o papel da modelação; articular
memorização, esquecimento, transferência da aprendizagem; caracterizar as dificuldades na
aprendizagem; reconhecer diferentes estilos de aprendizagem; reconhecer o papel da motivação;
relacionar estudo, gestão de tempo e concentração.
Conteúdos
A aprendizagem; condicionamento operante e reforço; aprendizagem vicariante e modelação;
memória; dificuldades de aprendizagem; estilos de aprendizagem e métodos de estudo.
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A aprendizagem
A socialização é o processo pelo qual uma pessoa aprende e interioriza regras, valores e normas
da sociedade onde está inserido. Este processo acontece ao longo da vida, mas a ênfase vai para
o período em que somos crianças. Um bebé quando cresce torna-se num ser cultural integrado
no sistema tradicional da comunidade onde nasceu.
No processo dinâmico que é a socialização temos aquilo que se designa por agentes de
socialização, ou seja, a família, os grupos de amigos, a escola, os grupos sociais e os meios de
comunicação de massas. São eles que nos vão transmitindo os costumes, tradições, regras e
valores. A socialização acompanha-nos toda a vida (até na velhice, já que na reforma iremos ter
que nos adaptar a novos hábitos).
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nas nossas ações. A experiência leva-nos a consolidar as novas aprendizagens.
A motivação
A teoria de Herzberg é largamente conhecida e, com todas as suas fraquezas, o seu valor
duradouro está no reconhecimento que a verdadeira motivação vem do interior da pessoa e não
de fatores externos. Aplicada à formação em contexto real de trabalho, a teoria de Herzberg
identifica os fatores de motivação intrínseca e extrínseca. No primeiro caso, as pessoas podem
motivar-se a elas próprias através da procura, descoberta e execução de trabalho que lhes traz a
satisfação das necessidades. No segundo caso, as pessoas podem ser motivadas pela empresa
através de incentivos como salário, promoção, prémios, etc.
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Os fatores extrínsecos podem ter um efeito imediato e poderoso, mas que não irá durar muito
tempo. Os fatores intrínsecos, relacionados com a "qualidade de vida do trabalho" (uma expressão
que surgiu deste conceito), têm um efeito mais profundo e de longa duração, por serem inerentes
aos indivíduos e não serem impostos pelo exterior.
Os alunos apresentam habitualmente, uma mistura dos dois tipos de fatores de motivação. A
prática sugere que os formandos com motivação intrínseca ou mista tendem trabalhar melhor e
atingir melhores resultados do que os com motivação extrínseca. Na pedagogia tradicional
considera-se que a motivação externa é importante durante a aprendizagem. As pessoas devem
ser obedientes e dóceis para aprenderem e isso consegue-se através de fatores positivos como
boas avaliações, elogios, recompensas, ou de fatores negativos como más avaliações, punições,
constrangimento. No ensino convencional, as necessidades individuais dos alunos são
praticamente ignoradas, partindo do princípio que a instituição e/ou o professor sabem melhor o
que os alunos precisam de aprender do que os próprios alunos. A formação profissional, por outro
lado, em vez de ser centrada no saber, tenta centrar-se mais no aluno e nas suas necessidades, nos
seus interesses e motivações pessoais em relação ao saber. O formador leva em conta estas
motivações, envolvendo e responsabilizando o aluno pelo processo de aprendizagem
O condicionamento
O condicionamento clássico foi o investigado russo Ivan Pavlov que, ao estudar os reflexos
digestivos do cão, descobriu uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros
animais.
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processam e se mantêm. Para controlar as variáveis da experiência, criou um dispositivo
experimental que tem o seu nome, a “caixa de Skinner”, que apresenta um dispositivo automático
que liberta o alimento quando acionado. Muitos dos nossos comportamentos foram adquiridos ao
longo do processo de socialização através da observação e imitação dos outros.
A aprendizagem por observação e imitação foi estudada por Albert Bandura que, numa das suas
experiências, ofereceu um boneco a uma criança e a criança não demonstrou nenhuma atitude
violenta. Contudo, depois da criança assistir a um adulto a bater ao boneco imitou este
comportamento. Bandura confirmou que a experiência dos outros pode conduzir à aquisição de
novos comportamentos. Contudo, notou que algumas crianças não reproduziam o
comportamento que observam. Concluiu que não basta observar e reter um comportamento para
o imitar e que a fase de execução implica fatores internos do próprio sujeito.
O condicionamento clássico, bem como os outros acabam por ter vantagens e limitações, porque o
comportamento é em função do estímulo, o ensino deve fornecer estímulos adequados, a
aprendizagem depende apenas dos estímulos. No condicionamento operante, dá-se um arranjo
das contingências de reforço, o formador faz surgir um comportamento ótimo usando os estímulos
e os reforços apropriados, diminui o papel do individuo enquanto construtor da própria
aprendizagem. Na aprendizagem por observação e imitação, a aprendizagem pode ocorrer em
situações sociais, o indivíduo não necessita de experimentar todos os passos para aprender,
muitos comportamentos podem ser facilmente ensinados por exposição ao modelo, os indivíduos
atuam no processo da aprendizagem.
Dos três tipos de aprendizagem existentes, o mais adequado para justificar o comportamento é a
aprendizagem por observação e imitação, porque muitas das coisas que aprendemos são fruto de
vermos alguém a fazer.
O condicionamento operante
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Skinner e Thorndike criaram experiências com animais. Thorndike formulou a seguinte lei:
“qualquer ação que produza um efeito satisfatório será repetida”. Thorndike fechou gatos em
caixas-problemas que, quando descobriam a forma de destapar as caixas, aprendiam e repetiram o
movimento cada vez que fossem colocados naquele sítio.
Tanto o reforço positivo como o reforço negativo têm as mesmas consequências, como fortalecer,
aumentar a ocorrência de um comportamento. Estes dois tipos de reforços aumentam a
probabilidade que a resposta ocorra.
Existem dois tipos de castigos. O castigo de tipo I, que consiste na apresentação de um estímulo
negativo depois de emitido o comportamento que se quer que desapareça. O castigo de tipo II
traduz a eliminação de um estímulo agradável. Ao contrário do reforço, que implica sempre
desenvolvimento no comportamento, o castigo ensina a não fazer algo e a eliminar uma resposta.
No entanto o castigo deve ser imediato, não combinado. Não deve ser fraco nem forte, mas sim o
suficiente. Deve-se ser proporcional à falta em causa e fazer algo sempre que esta ocorra. Os
critérios devem ser claros para que o sujeito saiba claramente porquê está a ser castigado e para
que não o volte a repetir. Deve-se acabar com o castigo assim que ele tenha o efeito desejado.
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Caixa de Skinner
Skinner realizou a maior parte das suas experiências com animais inferiores, principalmente com o rato branco.
Desenvolveu o que se tornou conhecido por "Caixa de Skinner" como aparelho adequado para estudo animal.
Tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e um
fornecedor de alimento. Quando o rato carrega na alavanca sob as condições estabelecidas pelo
experimentador, uma bolinha de alimento cai na tigela de comida, recompensando assim o rato. Depois de o
rato ter fornecido essa resposta o experimentador pode controlar o comportamento do rato através de vários
estímulos. O comportamento pode ser gradualmente modificado ou modelado até aparecerem novas repostas
que não fazem parte dos comportamentos habituais do rato. Êxito nesses esforços levou Skinner a acreditar que
as leis de aprendizagem se aplicam a todos os organismos.
O comportamento pode ser modelado pela apresentação de materiais em cuidadosa sequência e pelo
oferecimento das recompensas ou reforços apropriados. A aprendizagem programada e máquinas de ensinar
são os meios mais apropriados para realizar aprendizagem escolar. O que é comum ao homem, a pombos e a
ratos é um mundo no qual prevalecem certas contingências de reforços.
A aprendizagem por observação foi estudada por Albert Bandura (1925-1998), que desenvolveu
várias experiências para fundamentar a sua teoria. Segundo Bandura, a aprendizagem social
ocorre pela observação dos comportamentos daqueles com quem convivemos (pais, amigos,
professores). Bandura designa por modelação ou modelagem vicariante o processo
de aprendizagem social feito com base na observação e imitação sociais. É observando e imitando
que as crianças aprendem a falar e a brincar. Brincar às casinhas ou aos polícias e ladrões é
exemplo disso. O adolescente aprende com os outros a gostar da roupa que quer comprar e ganha
hábitos de fumar ou ir à discoteca. Também o adulto imita os outros nas roupas que escolhe, na
preferência por determinadas marcas de automóvel, no tipo de férias que escolhe e na forma
Manual de Psicologia - Módulo 5 – Fatores e processos de Aprendizagem
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como educa os filhos. A ideia-chave das perceções de Bandura é que as pessoas podem aprender
tão bem diretamente como indiretamente. Por exemplo: um empregado que ganha um prémio
pelo seu desempenho profissional está a ser reforçado pelo seu comportamento positivo e
tenderá a mantê-lo no futuro (aprendizagem por reforço direto). Os colegas de trabalho tenderão
a proceder como ele porque viram que o bom desempenho é apreciado (aprendizagem por
reforço indireto). Isto significa que aprender com o que acontece aos outros é uma via de
aprendizagem de grande número de comportamentos, atitudes e sentimentos sociais (boneco
Bobo – as crianças que assistiram adultos maltratar o boneco, maltrataram-no também).
Processamento de informação
A memória sensorial (serve para reter as informações que nos chegam pelos sentidos,
isto é, a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar). A informação que nos chega
pelos sentidos é processada, analisada, interpretada e guardada no cérebro em menos
de 2 segundos. É como se fosse uma memória imediata. Quando o cérebro precisa de
mais tempo, recorre ao próximo tipo de memória.
A memória de curta duração. Quando o nosso cérebro entende que a informação que
está a receber é importante, a informação é transferida da memória sensorial para a
memória de curta duração. Nela, podemos memorizar até 7 informações durante
cerca de 30 segundos. Se necessário um armazenamento durante mais tempo, o
cérebro recorre ao último tipo de memória.
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A memória de longa duração. Quando a memória ultrapassa os primeiros dois tipos, a
informação pode ser guardada no espaço de longa duração. Esta é a parte da memória
mais interessada que nos permite guardas as informações de várias formas, mas
sempre de uma maneira cronológica, já que é o tipo de organização a que estamos
habituados.
O esquecimento pode não ter um lado negativo se percebermos que ele permite uma seleção de
conteúdos que sejam relevantes para as funções que queremos realizar. De qualquer modo, pode
haver falhas no processamento da memorização. Na fase de aquisição, confundimos nomes ou
imagens que queríamos reter e então guardamos informação errada; não conseguimos lembrar de
certas coisas que achávamos bem assimiladas. Estes desajustes podem dever-se ao facto de que
novas aprendizagens podem interferir em conteúdos antigos e inibi-los. Por exemplo, uma inibição
pró-ativa acontece quando não te recordas do teu novo número na turma nova, porque vem-te à
cabeça sempre o teu número antigo. Uma inibição retroativa dá-se quando acontece o inverso,
isto é, quando, ao aprenderes uma nova língua (por exemplo, italiano) as palavras que te surgem
numa viagem a Espanha são em italiano, em vez de serem em espanhol, porque o que mais tem
ocupado o teu cérebro recentemente é a aprendizagem do italiano. As motivações inconscientes
também explicam o esquecimento, já que inconscientemente tentamos bloquear memórias
dolorosas. Para Freud, o recalcamento é a forma de impedir a manifestação na consciência de
eventos antigos perturbadores do equilíbrio psíquico.
Dificuldades de aprendizagem
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Há várias situações em que podem ocorrer dificuldades no processo de aprendizagem. A dislexia é
um caso desses, já que é uma desordem de aprendizagem que tem como consequência a
dificuldade em reconhecer e compreender palavras, em soletrar os escrever sem erros
ortográficos (ex: omissão de sílabas ou letras, adições de sílabas ou letras, leitura lenta,
dificuldades, etc). Outras situações referem-se a uma capacidade cognitiva diminuída, ter uma
situação socioemocional frágil, entre outros.
O insucesso escolar é multifatorial. Ele está relacionado com questões familiares (ambientes
desestruturados/negligenciadores), escolares (falta de disciplina, currículos muito extensos, etc)
ou ainda um local de residência ou escolar com altas taxas de criminalidade. As estratégias para
superar este insucesso passam por um estudo acompanhado, currículos alternativos, apoios
psicopedagógicos, planos de tutoria e atividades extra curriculares.
Robert Sternberg faz uma categorização das pessoas relacionando a sua organização interna com
formas externas de organização social. Diz então que as pessoas de tipo legislativo gostam de ter
controlo sobre as suas ações e de decidir o que fazer; as pessoas executivas gostam de seguir as
regras preestabelecidas e de implementar procedimentos definidos por outras pessoas; as pessoas
judiciais gostam de avaliar regras e procedimentos. Também distingue as pessoas em função do
seu estilo de pensamento e diz então que as pessoas podem ser monárquicas (focam-se num
objetivo de cada vez, são impulsivas e determinadas); hierárquicas (analisam os problemas sob
diferentes perspetivas, estabelecendo prioridades); oligárquicas (resolvem um grupo de questões
ao mesmo tempo, mas têm dificuldade em definir prioridades) ou anárquicas (abordagem pouco
sistematizada das questões e tarefas).
David Kolb entende a aprendizagem como algo cíclico que tem quatro fases: a experiência
concreta, que é a base da aprendizagem, já que traduz uma situação nova; a observação reflexiva,
que traduz a análise das experiências; a concetualização abstrata, criamos ou corrigimos teorias de
modo a integrar e explicar o papel da experiência; e a experimentação ativa, onde se aplicam as
teorias desenvolvidas a novas situações. Kolb concebeu quatro estilos de aprendizagem que
traduzem quatro tipos de indivíduos: os divergentes (têm explicações inovadoras sobre as
situações); os assimiladores (privilegiam o conhecimento sistematizado, gostam de construir
teorias e conceitos); os convergentes (procuram aplicar as teorias na prática, preferem a resolução
de problemas concretos); e os acomodadores (preferem a realidade concreta e não lidam tão bem
com conhecimento teórico).
John Keller fala ainda de quatro fases, as ARCS, na motivação da aprendizagem: Atenção (deve ser
mantida através de perguntas regulares e clima de incerteza que estimule a curiosidade),
Relevância (deve ser mostrada a importância do que se ensina), Confiança (aluno deve poder
aplicar com sucesso os conhecimentos ensinados) e Satisfação (o aluno deve sentir-se satisfeito
com as aprendizagens e seu progresso).
Os métodos de estudo são importantes para o sucesso escolar. A gestão do tempo é importante,
quanto mais tarde, mais cansados estaremos. Devemos fazer intervalos pequenos de hora em
hora. Ter hábitos regulares de estudo, tal como devemos praticar exercício físico regularmente.
Fazer resumos da matéria obriga a selecionar o mais importante e a distinguir conteúdos. O espaço
deve estar organizado e limpo. A música por norma desconcentra. Não se deve estudar duas
disciplinas ao mesmo tempo. Deve-se dormir bem para ter o cérebro descansado e com
capacidade para reter informação. Devem fazer-se esquemas concetuais com o “esqueleto” das
matérias.
Manual de Psicologia - Módulo 5 – Fatores e processos de Aprendizagem
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Manual de Psicologia - Módulo 5 – Fatores e processos de Aprendizagem
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Bibliografia e webgrafia
Guerra, Alexandre; Lopes, Nuno (2019), Psicologia – Cursos Profissionais – Volume 2. Lisboa:
Plátano Editora.
https://elearning.iefp.pt/
https://notapositiva.com/
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