Você está na página 1de 60

Como estudar melhor

Prof.ª Eloiza da Silva Gomes de Oliveira

Descrição
A aprendizagem humana e alguns de seus aspectos, como a inteligência, os estilos de
aprendizagem, os
modelos mentais e o
estabelecimento de métodos de estudo facilitadores de
aprendizagens significativas.

Propósito
Compreender as características, o processo e as possibilidades da aprendizagem humana para
identificar a sua própria
aprendizagem e estar apto a desenvolver métodos de estudo efetivos.

Objetivos
Módulo 1

Níveis Cognitivos
Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana
Módulo 2

Anos 1970
Identificar teorias da inteligência e dos modelos mentais

Módulo 3

Estilos de aprendizagem
Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes para aprendizagem
significativa

Introdução
Você já parou para pensar que, às vezes, estudamos muito e temos a sensação de que não
aprendemos quase nada? Ou já
passou por aquela situação em que você acha que estudou
suficientemente e nas avaliações o
resultado não é satisfatório?

Tão ou mais importante do que estudar é saber como estudar, identificar seu estilo de
aprendizagem e as estratégias ou
métodos de estudo mais adequados. Por isso, veremos
como estudar de modo mais proveitoso,
para que a aprendizagem seja
mais fluida e
agradável.

Se aprender melhor significa estudar o mínimo necessário, de maneira objetiva, aprendendo


o
máximo possível, então
precisamos compreender um pouco mais sobre a aprendizagem
humana.

Faremos isso conhecendo aspectos da aprendizagem como a inteligência,


os modelos
mentais e os estilos de aprendizagem. Veremos que cada um de
nós precisa aprender a
estudar,
descobrindo métodos de estudo que sejam adequados à nossa motivação,
cognição e,
principalmente, ao nosso estilo de aprender.

Mas, atenção! É importante você estudar este conteúdo sempre mantendo em


vista a sua
própria aprendizagem, a maneira
como ela se desenvolve e como pode ocorrer de forma
aprimorada. Você é o foco deste
conteúdo, com seus três módulos e
uma meta ampla em
comum: facilitar maneiras de estudar de forma cada vez melhor.

1 - Aprendizagem Humana
Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana

O ato de aprender é fundamental para o ser humano! Por isso, começaremos


compreendendo
melhor a aprendizagem e alguns
dos seus componentes. Conheceremos os fatores internos e
externos que podem
facilitar, dificultar ou até mesmo impedir
que você aprenda.
E vale a pena enfatizar: faremos tudo isso tendo sempre em mente que
aprender é algo essencial
para o
indivíduo.

Vamos lá, então!

Aprendizagem: muitas teorias e um único conceito


Conceito
São muitas as abordagens teóricas que têm como objeto a aprendizagem humana. Em
comum,
podemos afirmar que elas falam em
mudanças de comportamento que a aprendizagem provoca.

As mais importantes linhas teóricas da aprendizagem podem ser assim resumidas:

Um conceito de aprendizagem bastante abrangente e utilizado é o que foi formulado


por Ernest
Hilgard (1904-2001),
professor de Psicologia da Universidade de Stanford, autor de um conhecido
livro
sobre teorias de aprendizagem.

Veja o que ele disse:


Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é
modificada
pela reação a uma situação encontrada,
desde que as
características da mudança de atividade não possam ser
explicadas por
tendências inatas de respostas,
maturação ou estados temporários do
organismo (por exemplo, fadiga, drogas
etc.)

(HILGARD, 1966, p. 3)

Assim, toda vez que encontramos algo que estimule a nossa curiosidade e o nosso
desejo de
conhecer, vários processos
internos são ativados para que aquela situação ou objeto sejam
conhecidos, para que
possamos aprender sobre aquilo.

Definições de aprendizagem
Três perguntas sobre a aprendizagem
É possível que você tenha algumas dúvidas ou mesmo curiosidades sobre a
aprendizagem. Há pelo
menos três perguntas que
frequentemente são feitas sobre a aprendizagem e para as quais muitas
vezes
encontramos respostas muito contraditórias.

Confira as três perguntas e responda a cada uma delas:

1ª pergunta: Só se aprende na escola e demais instituições


educacionais?

Digite sua resposta aqui...

Exibir Soluçãoexpand_more
Vejamos alguns tipos de aprendizagem.

Primeiro, podemos falar da aprendizagem formal,


desenvolvida em instituições educacionais,
que leva à
obtenção de diplomas e qualificações. Ela é intencional, ocorre em
contextos
estruturados, por meio de atividades
planejadas e orientadas por metas e objetivos.

Temos também a aprendizagem não formal, que decorre


de ações desenvolvidas fora do
sistema formal de ensino, sem a
emissão de diplomas ou certificações, mas se constituindo em
aprendizagem intencional e motivada. As aprendizagens
realizadas no ambiente de trabalho são
um exemplo.
Existe ainda a aprendizagem informal, que acontece
em situações não estruturadas e não é
intencional. Ela é realizada,
por exemplo, no contexto familiar e no contato com instituições
sociais.

2ª pergunta: A aprendizagem é mais rápida e profunda na infância,


adolescência e juventude,
diminuindo o ritmo
na idade adulta e, principalmente, na velhice?

Digite sua resposta aqui...

Exibir Soluçãoexpand_more

Podemos dizer que a aprendizagem ganha características e ritmos diferentes,


dependendo da fase
de desenvolvimento do
indivíduo, mas aprender é como respirar, um processo duradouro enquanto
nós estamos
vivos.

É muito comum utilizarmos a expressão “aprendizagem ao longo da vida”


(ou
lifelong learning), que significa
continuar aprendendo coisas novas com
o passar dos anos.

Esse conceito surgiu na Europa, na década de 1970, e se consolidou nos anos 1990. É
uma ideia
que enfatiza a educação
como um processo permanente, que vai muito além dos limites das
instituições, da
idade e do nível social.

Saiba mais
O conceito de aprendizagem ao longo da vida ganhou importância a partir do
famoso Relatório
Delors, feito para a UNESCO,
com orientações para a educação mundial. O Relatório afirma o
seguinte: “O
conceito de educação ao longo da vida é a
chave que abre as portas do século XXI,
[pois] ele elimina a distinção
tradicional entre educação formal inicial e
educação permanente”
(DELORS et al., 1995/2010, p. 31).

Em setembro de 2015, líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova


York, e decidiram
um plano de ação para
erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem
a
paz e a prosperidade: daí resultou a Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual
contém o conjunto de 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4), sobre educação de


qualidade, por exemplo, é
o seguinte: “Assegurar
a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos”
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2016, p. 7).

3ª pergunta: Só aprendemos conteúdos organizados em áreas do


conhecimento?

Digite sua resposta aqui

Exibir Soluçãoexpand_more

A aprendizagem de conteúdos organizados em áreas do conhecimento se refere


basicamente ao
primeiro tipo de aprendizagem
de que falamos anteriormente, a aprendizagem formal.

Nas instituições que educam, os conteúdos são dispostos em séries, níveis,


disciplinas, áreas de
conhecimento, até
porque há o objetivo de avaliar, promover e certificar.
Nos dois outros tipos (aprendizagem não formal e informal), não existe essa
preocupação, os
conteúdos se entrelaçam em
aprendizagens interdisciplinares que permitem a abordagem dos
conteúdos sob vários
enfoques, em diferentes linguagens.

Depois de refletir sobre essas três perguntas recorrentes sobre a aprendizagem,


conheceremos
alguns fatores que
interferem na aprendizagem.

Os fatores internos e externos que afetam a


aprendizagem
Aprendizagem e o indivíduo
Cada um de nós, ao aprender, sofre o impacto de uma série de variáveis. Essas
variáveis podem ser
de dois tipos:

person
Internas ao indivíduo
Relacionadas a aspectos pessoais.

group
Externas ao indivíduo
Pertencentes ao contexto em que a pessoa se encontra.

Estamos nos referindo ao conjunto de fatores que facilitam a aprendizagem e mantêm


preservadas
as condições físicas e
psicológicas necessárias à efetivação da aprendizagem ou que, pelo
contrário, tornam
o ato de aprender mais difícil,
demorado ou até mesmo impossível.

Vejamos com atenção esses fatores que impactam a aprendizagem.


Os fatores internos (ou pessoais)

Os fatores internos ou pessoais estão relacionados com questões particulares,


pertinentes a um
único indivíduo.

Para facilitar o seu entendimento, organizaremos esses fatores em um quadro no qual


apresentamos as quatro grandes
categorias de fatores e exemplos de cada um.

Os fatores externos (ou contextuais)

Sabemos que as aprendizagens não ocorrem como se o indivíduo estivesse “fechado em


uma
bolha”. Ele está em interação
constante com o mundo externo, com a realidade física e social.

Confira alguns exemplos ou manifestações desses fatores.

Resumindo – o Cubo de Syracuse


Uma boa maneira para resumir esses fatores que afetam a aprendizagem é o Cubo de
Syracuse. Ele
foi elaborado, em 1985,
por Corine Smith, professora emérita da Syracuse University, para
representar
fatores determinantes do sucesso ou do
fracasso nas aprendizagens, observando
características próprias.
Segundo Golbert e Moojen (1996, p. 85), quando olhamos um cubo, nós o vemos como um
todo,
não olhando para um dos lados
isoladamente, mas sim para o conjunto. Para os autores, o Cubo de
Syracuse é uma
representação perfeita dos fatores que
afetam a aprendizagem, já que esses
fatores devem ser vistos de uma forma global.

Em cada face do cubo são alocados fatores intervenientes na aprendizagem, agrupados


em
categorias: biológicos,
familiares, escolares, individuais e relativos às tarefas escolares.

Cubo de Syracuse.

As cinco etapas do processo de aprendizagem


Dinâmicas do aprendizado
Você já viu que, embora haja muitas teorias buscando compreender a aprendizagem
humana, elas
convergem para a
consideração de que a aprendizagem sempre produz mudanças de
comportamento.

Por isso, podemos descrever a aprendizagem como um processo contendo cinco etapas.

Vamos a uma breve descrição de cada etapa.


01

1ª etapa – Compreender
É o momento em que a informação (ou conteúdo novo) é captada pelo
indivíduo. Normalmente, o
fato de a informação ser
inédita ou desconhecida faz com que a motivação seja despertada.

Essas informações podem ser captadas por vários meios, como aulas,
leituras, mídias ou até
mesmo pela observação da
realidade.

02

2ª etapa – Reter
Essa etapa é referente à fixação das informações obtidas. Nesse
momento, percebemos por
vezes que não houve a retenção
de tanto conteúdo como se esperava. Por isso, realizar algumas
revisões do que foi visto ou estudado pode dar conta do
que se perdeu ou não foi retido.

03

3ª etapa – Praticar
Só temos a certeza de que o conteúdo captado foi realmente retido
quando conseguimos aplicá-
lo a situações novas,
relacionando-o à prática. Temos, então, o grande desafio de fazer,
de
colocar a mão na massa, de praticar.

04

4ª etapa – Compartilhar
É o momento em que disseminamos as informações compartilhando-as com
outras pessoas,
transmitindo o que aprendemos.

Possivelmente, você já viu crianças brincando de “dar aula”,


assumindo o papel de professora ou
professor diante de
outras crianças. Esse gesto ou brincadeira deve nos lembrar que pode
ser
muito bom dividirmos com os outros o que
aprendemos. Quando procuramos ensinar o que
estamos estudando, temos
uma grande fonte de aprendizado.

05

5ª etapa – Criar
Nessa etapa, atribuímos uma característica pessoal ao que foi
aprendido, não apenas repetindo o
conteúdo, mas gerando
novos conhecimentos. A aprendizagem está relacionada com criação ou
construção de conhecimento, e não apenas reprodução
da informação obtida.
O ciclo da aprendizagem de Robert Dilts
Podemos ter uma abordagem complementar a essas cinco etapas do processo de
aprendizagem
conhecendo o ciclo da
aprendizagem proposto pelo professor Robert Dilts, estudioso e
pesquisador em comunicação.

Ciclo da aprendizagem de Robert Dilts.

Dilts, Hallbom e Smith (1993) defendem que nos desenvolvemos ao longo de quatro
estágios na
aprendizagem, começando pelo
desconhecimento do que não sabemos, passando pela
consciência do que não conhecemos
e pela consciência do que sabemos.

Finalmente, tão adaptados ao conhecimento ficamos que sequer temos consciência de


que aquele
conteúdo foi aprendido. É
como se já tivéssemos “nascido com ele”. Em outras palavras, o
conteúdo ou
conhecimento já é algo internalizado,
incorporado, automatizado, já faz parte de nossa
forma de pensar e agir sem que
disso a gente se dê conta. Você deve ter
estudado, por exemplo,
várias regras gramaticais da língua portuguesa e técnicas ou
estratégias de leitura e escrita que
estão internalizadas e nem são percebidas quando você lê ou escreve um texto.

Resumindo
Até este momento, você certamente já começou a compreender alguns aspectos
da aprendizagem
humana e como ela se efetiva.
Percebeu que a aprendizagem não acontece apenas de maneira
formal, nas
instituições educacionais, mas também de modo não
formal e informal.

Viu, ainda, que a aprendizagem ocorre durante toda a vida, ganhando


características e ritmos
diferentes dependendo da
fase de desenvolvimento do indivíduo, e que ela tem caráter
interdisciplinar, os conteúdos das diversas áreas do
conhecimento se entrelaçam, oferecendo
perspectivas mais amplas.

Você também aprendeu que há fatores internos, ou pessoais, e externos, ou


contextuais, que
afetam a aprendizagem,
podendo facilitá-la ou não. Um dos modelos que sintetiza esses fatores é o
Cubo de Syracuse, criado por Corine Smith.
Finalmente, você conheceu duas classificações de
estágios ou etapas por meio
dos quais a aprendizagem ocorre.

video_library
Aspectos e processos da aprendizagem
Vamos pensar um pouco mais sobre aprendizagem conversando com os professores Rodrigo
Rainha e Roberto Paes.

playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

As cinco etapas do processo de aprendizagem

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Ciclo de aprendizagem
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Robert Dilts formulou um ciclo da aprendizagem composto por quatro etapas. O mais evoluído, que
ele chamou de competência inconsciente, corresponde, no indivíduo,

à aquisição de conhecimentos de forma tão significativa que a pessoa não tem


A
consciência da existência dessa aquisição.

B ao desconhecimento daquilo que ele não sabe e ainda pode aprender.

à consciência e à segurança relativas ao conjunto de conhecimentos, àquilo que


C
ele sabe.

D à aquisição de conhecimentos por meio da modelagem do comportamento.


ao aflorar espontâneo de conhecimentos e conteúdos que nunca foram
E
aprendidos ou adquiridos.

Parabéns! A alternativa A está correta.


A alternativa A, correta, expressa o conceito do estágio mais elevado de aprendizagem, em que há
uma espécie de “conforto” do indivíduo, pela aquisição profunda e significativa de conteúdos. A
alternativa B se refere ao estágio mais elementar da aprendizagem, que Dilts chama de
incompetência inconsciente. A alternativa C expressa o conceito do terceiro estágio, de
competência consciente. Na alternativa D, está citada a aprendizagem por condicionamento, não
pertencente ao modelo teórico de Dilts. Por fim, a alternativa E está relacionada ao entendimento
equivocado de que conhecimento e conteúdos podem estar internalizados sem algum tipo de
Questão 2
aprendizagem ou aquisição.
Uma das perguntas sobre a aprendizagem que são feitas com frequência é se ela só acontece na
escola e demais instituições educacionais, de forma intencional e estruturada. A resposta é não.
Nas instituições educativas, ocorre primordialmente uma forma de aprendizagem, que se
denomina:

A Aprendizagem informal.

B Aprendizagem ao longo da vida.

C Aprendizagem não formal.

D Aprendizagem formal.

E Aprendizagem corporativa.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Apresentamos três tipos de aprendizagem: o primeiro é a aprendizagem formal, que é a resposta
correta desta atividade. A aprendizagem formal é desenvolvida na escola e em instituições
educacionais, levando à obtenção de diplomas e qualificações. Ela é intencional, ocorre em
contextos estruturados, por meio de atividades planejadas e orientadas por metas e objetivos. A
aprendizagem não formal decorre de ações que se desenvolvem fora do sistema formal de
ensino, não recebe diplomas ou certificações, mas é intencional e motivada. Um exemplo disso
são as aprendizagens realizadas no ambiente de trabalho, que também estariam relacionadas
com a educação corporativa ou aprendizagem corporativa. Temos ainda a aprendizagem
informal, que acontece em situações não estruturadas e não é intencional. Ela é realizada em
situações como o contexto familiar e no contato com instituições sociais. A aprendizagem ao
longo da vida se refere à continuidade do processo de informação no avançar da idade adulta.

starstarstarstarstar
2 - Níveis Cognitivos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os diferentes níveis cognitivos.

Depois de estudar alguns aspectos da aprendizagem humana e começar a compreender de


que
modo ela se efetiva, vamos
aprofundar o nosso estudo, focalizando as teorias da inteligência e dos
modelos
mentais.

Aprenderemos muita coisa interessante!

Estudando a inteligência
O que é a inteligência?
Uma opinião corrente, manifestada pelas pessoas, é que “aprende melhor quem é mais
inteligente”.

Mas o que significa afinal o termo inteligência?

Conceito e origem etimológica do termo inteligência


O termo inteligência teve origem no latim intelligentia, derivado das palavras
inter, que significa
entre, e eligere,
que quer dizer escolher. A partir daí, podemos dizer que inteligência
significa a
capacidade de fazer escolhas melhores
e mais corretas.
O Dicionário de Psicologia da Associação Psicológica Americana nos
apresenta a seguinte definição
para inteligência:

Capacidade de extrair informações, aprender com a experiência,


adaptar-se ao
ambiente, compreender e utilizar
corretamente o
pensamento e a razão

(VANDENBOS, 2010, p. 521)

Assim como a palavra aprendizagem, são muitas as definições de inteligência, que


envolvem desde
características
biológicas até processos cognitivos e emocionais. Na maior parte das definições de
inteligência, temos a conjugação de
propósito, que significa encontrar meios para alcançar
determinado fim, e uma ênfase
econômica, relativa ao máximo de
efeito com o menor gasto de
energia.

Saiba mais
Há dois conceitos de inteligência, que são bastante conhecidos, elaborados
por dois psicólogos
norte-americanos.
O primeiro conceito é de Robert Sternberg (2000), para quem a inteligência é
a
capacidade de se adequar ao ambiente,
conjugada ao aprendizado por meio das experiências
vivenciadas.

O segundo conceito de inteligência é de Howard Gardner (1995, p. 21), para


quem a inteligência
está relacionada com a
“capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são
importantes
em determinado ambiente ou comunidade
cultural”. Essa capacidade permite que uma
situação seja abordada por alguém
a partir de um objetivo a ser atingido,
buscando a solução
adequada para alcançar esse objetivo.
O quociente de inteligência (QI): a preocupação em medir a
inteligência
Os primeiros estudos sistemáticos sobre a inteligência vieram de uma corrente da
Psicologia
chamada
Psicometria, que tem
como objetivo medir os processos mentais.

É fácil compreender, então, o surgimento do conceito de quociente de inteligência,


abreviado como
QI. Ele é uma medida,
um número que expressa a capacidade intelectual de um indivíduo tomando
como base
critérios de referência que permitem
estabelecer comparações, relacionando a idade
mental e a idade cronológica.

O psicólogo alemão William Stern (1871-1938) sugeriu, em 1911, que os escores dos
testes de
inteligência podiam ser
expressos em termos de um quociente de inteligência ou QI, igual à razão:

Psicometria
Representa a teoria e a técnica de medida dos processos mentais, especialmente aplicada
na área
da Psicologia e da
Educação. Ela se fundamenta na teoria da medida em ciências em geral, ou seja,
do método
quantitativo que tem, como
principal característica e vantagem, o fato de representar o
conhecimento da natureza
com maior precisão do que a
utilização da linguagem comum para
descrever a observação dos fenômenos naturais
(PASQUALI, 2009, p. 993).

QI = Idade Mental (IM)Idade Cronológica (IC) X 100

Rotacione a tela. screen_rotation

Exemplo
Se um indivíduo tem uma idade mental de 10, medida por testes, e uma idade
cronológica de 8
anos, seu QI seria (10/8) x
100 ou 125.

A disseminação dessa ideia, de que a inteligência humana pode ser medida e


comparada, permitiu
a emergência de muitas
abordagens discriminatórias e preconceituosas, fundamentando as
concepções
de superdotados e infradotados
intelectualmente.

Um resumo dos primeiros estudos


1905 1910 1954

Alfred Binet e Théodore Alfred Binet afirmou que a Lewis Terman criou o t
Simon criaram o primeiro inteligência é coletivo Stanford Binet
teste de
inteligência. fundamentalmente ação e
comporta as etapas de
compreensão, invenção,
direção e
censura.

Atenção!
Quando Alfred Binet usa o termo censura para intitular uma
das etapas da inteligência, ele está se
referindo aos
controles sociais, morais e éticos adquiridos pelo indivíduo e que o
direcionam.

Teorias sobre a Inteligência


Inteligências múltiplas

Retomaremos o conceito de inteligência de Howard Gardner, que já mencionamos


brevemente, para
conhecer sua teoria das
inteligências múltiplas.

Atenção!

Quem foi Howard Gardner?

Gardner nasceu em 1943, na Pensilvânia, numa família de judeus alemães que


escaparam do
nazismo. Ele estudou na
Universidade de Harvard, dedicando-se à pesquisa na área da Psicologia e
da
Educação. Atualmente, Gardner é professor na
Universidade de Harvard e na Universidade de
Boston. Ele já foi considerado,
pelas revistas Foreign Policy e Prospect,
um dos cem intelectuais
mais influentes do mundo.

Howard Gardner discordou da ideia de um quociente de inteligência único e


estabeleceu que a
capacidade cognitiva humana
pode ser mais bem descrita como um conjunto de oito capacidades
mentais.

Gardner defende uma avaliação completamente diversificada do que


denomina
“inteligências múltiplas”.

Gardner utiliza formas não verbais de avaliação da inteligência que sejam capazes de
fornecer
elementos para a promoção
de habilidades cognitivas responsáveis pela boa qualidade da
adaptação do ser humano
ao ambiente que o cerca.

A inteligência seria, então, um potencial biopsicológico, baseado em diferenças


genéticas e
ambientais. Gardner enfatiza
a importância da localização das funções cerebrais e da relativa
autonomia dessas
funções na explicação dos desempenhos
cognitivos, como se expressa na
multiplicidade de inteligências.

As oito inteligências descritas por Gardner


Você já sabe que são oito as múltiplas inteligências descritas por Gardner. Elas se
desenvolvem de
forma diferente em
cada pessoa, criando um perfil único. Você pode ter, por exemplo, a inteligência
lógico-matemática muito desenvolvida,
enquanto a inteligência musical não segue o mesmo nível
de avanço.

Confira o quadro que mostra as “inteligências humanas”, segundo Gardner:


Múltiplas inteligências.

Vamos a uma breve descrição de cada uma dessas inteligências.

translate
Inteligência linguística
Capacidade de aprender noções dos códigos linguísticos, memorizá-las
e aplicá-las de forma
criativa, manifestando
domínio da linguagem e das palavras.

calculate
Inteligência lógico-matemática
Capacidade de usar os números de forma efetiva para raciocinar
eficientemente, utilizando
processos mentais, como
categorização, classificação, inferência, generalização, cálculo e
testagem de hipóteses.

visibility
Inteligência visual-espacial
Capacidade para a percepção do mundo visível e de transformar essa
percepção, envolvendo
aspectos como a sensibilidade a
cores, linhas, formas e configurações espaciais.

directions_walk
Inteligência corporal-cinestésica
Capacidade para o controle e a harmonização dos movimentos
corporais, para a orientação e a
manipulação de objetos.

audiotrack
audiotrack
Inteligência musical
Capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar formas
musicais, com sensibilidade
ao ritmo, tom, melodia e
timbre.

groups
Inteligência interpessoal
Capacidade de compreender e se identificar com os outros indivíduos
e de se comunicar com eles.

psychology
Inteligência intrapessoal
Capacidade de autoconhecimento e de agir de forma adaptativa, com
base nesse conhecimento.

spa
Inteligência naturalista
Capacidade para reconhecer e classificar espécies da natureza e
sensibilidade em relação a outros
fenômenos naturais.

Haveria uma nona inteligência?


Depois de completar o estudo das oito inteligências, Gardner começou a estudar a
possibilidade de
uma nona inteligência,
a existencial, que estaria relacionada à preocupação com questões
básicas
da vida.

De todo modo, a teoria proposta por Gardner nos leva a perceber que podemos
desenvolver
diversos tipos de inteligência.
E se não vamos tão bem em alguma capacidade, devemos nos
animar descobrindo ou
reconhecendo outras capacidades em que
vamos bem.

Ter consciência sobre nossas fortalezas e fragilidades no aprendizado é muito


importante para
identificarmos como
podemos aprender mais e melhor.

Pare, observe e reflita sobre a sua forma de aprender. Verifique, do quadro de


inteligências descrito
por Gardner, quais
são as mais desenvolvidas em você.

Pense sobre o que você aprende com mais facilidade, prazer e com melhor rendimento.

Não estamos falando apenas das aprendizagens formais, de conteúdo das disciplinas,
mas
também dos outros dois tipos de
aprendizagem de que falamos no módulo 1, as não formais e as
informais.

Uma curiosidade... E a inteligência artificial?

Todos nós ouvimos muitas referências a esse termo, mas o que ele significa?

A inteligência artificial ou IA, como é chamada, é um ramo de estudo da


Ciência da Computação
que tem como objetivo
desenvolver mecanismos e dispositivos tecnológicos que consigam simular
o
sistema de raciocínio dos seres humanos, ou
seja, a inteligência humana.

Não se trata de substituir humanos por robôs, como muitas ficções


científicas apresentam, mas de
criar soluções
tecnológicas que realizam atividades de um modo considerado inteligente.

Já dispomos, por exemplo, de aparelhos que interpretam e sintetizam a voz ou


os movimentos
humanos, mas nada que
aproxime verdadeiramente as máquinas do que é capaz de fazer a
inteligência
do homem.
Indivíduos com altas habilidades
A prática de avaliar quantitativamente a inteligência, que deu origem ao conceito de
quociente de
inteligência, também
originou o conceito de superdotação intelectual, erradamente confundida com
genialidade.

Pessoas com altas habilidades apresentam grande facilidade de aprendizagem,


desenvolvendo
competências de forma muito
rápida, dominando aceleradamente conceitos, procedimentos e
atitudes.

Normalmente apresentam vários aspectos e tipos de inteligência muito desenvolvidos,


demonstrando características como:

timer
Aprendizagem rápida

campaign
Riqueza de expressão verbal

star
Habilidade para lidar com ideias abstratas

casino
Curiosidade, preferência por situações novas e desafiadoras

tungsten
Criatividade e imaginação

group
Habilidade para compreender pontos de vistas de outras
pessoas

school
Interesse por variadas fontes de conhecimento

extension
Originalidade para resolver problemas

O modelo dos três anéis de Renzulli e Reis


Renzulli e Reis (1997) definem o indivíduo com altas habilidades ou superdotação
(AH/SD)
baseando-se na interação entre
três grupos básicos de traços humanos:

Habilidade acima da média para a realização de tarefas.


Grande envolvimento com a tarefa em execução.

Altos níveis de criatividade.


O modelo é ilustrado pelos autores desta forma:

O modelo dos três anéis.

Eles afirmam que altas habilidades têm lugar em determinadas pessoas (não em todas),
em
determinados momentos (não o
tempo todo) e em determinadas circunstâncias (não em todas as
circunstâncias).

A teoria triárquica da inteligência (TTI) de Sternberg


Robert Sternberg (1988), da Universidade de Yale, afirma que a inteligência
compreende
capacidades analíticas, criativas
e práticas. Vejamos:

Pensamento analítico
Nesse tipo de pensamento, buscamos a resolução de problemas
conhecidos.

Pensamento criativo
Por meio dele, tentamos resolver novos tipos de problemas.

Pensamento prático
É o pensamento por meio do qual tentamos resolver problemas
aplicando o que já sabemos aos
contextos cotidianos.

Teoria triárquica da inteligência.

A partir da teoria triárquica da inteligência, Sternberg criou uma concepção plural


de altas
habilidades e formulou um
modelo pentagonal, segundo o qual elas apresentam cinco
características:
excelência, raridade,
produtividade,
demonstratividade e valor.
Ele criou, ainda, um modelo explicativo da superdotação, conhecido como WICS:

Wisdom – sabedoria

Inteligence – inteligência

Creativity – criatividade

Synthesized – síntese

Conhecendo os modelos mentais


Operando com a mente
Modelos mentais são mecanismos do pensamento humano que representam e “filtram” a
realidade
externa. Cada um de nós tem
o seu modelo mental e ele, atuando em um nível abaixo da
consciência, define a forma
como percebemos os fatos que
acontecem na realidade à nossa volta,
as maneiras como pensamos, nos sentimos e
reagimos a eles.

Segundo Sartor (apud ANGELONI, 2008, p. 153), os modelos mentais são imagens,
pressupostos e
histórias que temos acerca
de nós mesmos, das outras pessoas, das instituições e em relação a
outros aspectos
do mundo e da vida.

De onde vêm os modelos mentais? Como eles se formam nos indivíduos?

Eles são criados a partir de quatro origens:

Sistema nervoso
Essa origem funciona como um "filtro biológico", refere-se às
capacidades fisiológicas e
cognitivas, assim como a
determinadas limitações que cada ser humano tem.
Linguagem
Refere-se ao modo como utilizamos a língua e suas variantes (modo de
falar, nível de linguagem,
regionalismos, por
exemplo). Por meio da linguagem, é estabelecida a comunicação com as
outras pessoas.

Cultura
Alguns autores a consideram um modelo mental coletivo, pois se
desenvolve a partir de
experiências compartilhadas nas
famílias e outras instituições sociais, empresas, nações.

História pessoal
Essa origem está vinculada ao passado de cada ser humano, às
experiências e informações que
acumulamos ao longo do
tempo.
Mas qual é a relação entre os modelos mentais e a aprendizagem?

Se os modelos mentais caracterizam a forma como o ser humano percebe e interage com
o mundo
que o cerca, também
descrevem a concepção criada por ele sobre um conteúdo, um tema ou um
assunto,
organizando os dados existentes em
informações e conhecimentos, que podem incluir a
utilização de
inferências equivocadas que
atrapalham a aprendizagem.

Marco Antonio Moreira (1997), pesquisador do assunto, afirma que a melhor técnica
para investigar
a cognição humana é o
estudo dos estilos mentais, descrevendo o que as pessoas fazem enquanto
resolvem um
problema. Para isso, utiliza
experimentos em laboratório, entrevistas estruturadas,
atividades em grupo e a
construção de mapas conceituais ou mapas
mentais.

Inferências
É um tipo de raciocínio a partir de determinados dados ou informações para se chegar a
determinada conclusão. Em outras
palavras, é a dedução feita a partir de alguma informação.

Sobre mapas conceituais ou mapas mentais

A teoria dos mapas conceituais foi desenvolvida na década de 1970 pelo pesquisador
norte-
americano Joseph Novak. Ele
define mapa conceitual como uma ferramenta para organizar e
representar o
conhecimento (NOVAK; GOWIN, 1999) e a sua
estrutura básica é uma representação
gráfica, geralmente bidimensional, de um
conjunto de conceitos interligados na
forma de
proposições.

Os conceitos aparecem em caixas e as relações entre eles são especificadas por


palavras ou
frases de ligação. Com dois
ou mais conceitos, conectados por frases de ligação, formamos uma
proposição, que
deve evidenciar de modo claro o
significado da relação conceitual estabelecida.

Saiba mais

Os mapas conceituais ou mapas mentais podem ser um recurso para sintetizar


de forma gráfica
determinado conteúdo. Tentar
elaborar um mapa conceitual depois de ler ou estudar um assunto
ou tema pode
ser uma maneira de você verificar sua
habilidade para sintetizar, esquematizar e fixar
o que compreendeu. Depois
de pronto, o mapa conceitual pode ajudá-lo a
retomar aquele mesmo
material ou conteúdo e guiá-lo numa revisão ou
preparação para uma avaliação.

Na internet, você encontra páginas ou aplicativos que permitem criar mapas


mentais, como Miro,
Mindmeister, Coggle,
Mindomo, entre outros.

Confira um exemplo de mapa conceitual a partir do que estudamos sobre as múltiplas


inteligências
propostas por Gardner:

Mapa conceitual da teoria das inteligências múltiplas

Antes de terminar este módulo, vamos a mais um desafio!

Agora que você já sabe que cada um de nós tem o seu modelo mental e que ele define
como
percebemos os fatos que
acontecem na realidade à nossa volta, como pensamos e, logicamente,
como aprendemos,
reflita sobre o seu modelo mental,
a partir dos quatro fatores que determinam a
formação dele: biológicos, linguagem,
cultura e história pessoal.
Resumindo
Além de conceituar o termo inteligência, vimos que a tendência dos estudos
iniciais era avaliar a
inteligência
quantitativamente, por meio de testes padronizados, o que é expresso no
conceito de
quociente intelectual (QI). Logo
surgiram movimentos teóricos que contradisseram essa tendência,
como a
teoria das inteligências múltiplas, de Howard
Gardner.

Apresentamos também alguns estudos relativos às altas habilidades ou


superdotação, como o
modelo dos três anéis, de
Renzulli e Reis, e a teoria triárquica da inteligência (TTI), de Robert
Sternberg.

Finalizamos conceituando modelos mentais, mecanismos do pensamento humano


que
representam e “filtram” a realidade
externa, e comentando brevemente sobre os mapas conceituais
ou mentais.

video_library
As teorias da inteligência e a neurociência
O professor Silvio Pessanha Neto, doutor em medicina, neurocientista, explica o que
é e como
podemos analisar a
inteligência ampliando os olhares sobre o assunto.

playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

A teoria das inteligências múltiplas


Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Teoria Triárquica

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Modelos mentais

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia o texto a seguir:

“Fica claro, a partir do exame dos papéis adultos, mesmo na sociedade ocidental dominada pela
linguagem, que as capacidades espaciais, interpessoais ou corporal-cinestésicas geralmente
desempenham papéis chave. No entanto, as capacidades linguísticas e lógicas constituem o
núcleo da maioria dos testes diagnósticos de ‘inteligência’ e são colocados num pedestal
pedagógico em nossas escolas.”

(GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, p. 33)

Essa citação expressa qual aspecto destacado da teoria de Gardner?

A A proposta de uma avaliação única para todas as capacidades mentais.

A defesa da língua e da matemática como inteligências principais, pois são as


B
capacidades mais utilizadas em qualquer profissão.

A discordância da ideia de um quociente de inteligência único para descrever a


C
capacidade cognitiva humana.

A proposta da utilização apenas de formas verbais de avaliação da inteligência,


D
principalmente das capacidades linguísticas e lógicas.

O argumento de que os testes de inteligência contribuem positivamente para


E destacar de forma adequada o que deve ser valorizado na escola ou na
universidade.

Parabéns! A alternativa C está correta.


Gardner discordava fortemente da existência de um quociente de inteligência único para
descrever a capacidade cognitiva humana. Essa discordância está na própria existência das
múltiplas inteligências, avaliadas mediante estratégias diversificadas. Assim, a alternativa A está
incorreta porque Gardner defende uma avaliação completamente diversificada e específica do
que ele denomina “inteligências múltiplas”. A alternativa B não deve ser assinalada pois o autor
não admite a existência de inteligências principais, que se sobressaiam às outras. Para ele, todas
as múltiplas inteligências pesquisadas fazem parte do espectro cognitivo do ser humano, tendo
igual importância. A alternativa C está incorreta porque Gardner propõe o rompimento com
formas apenas verbais de avaliação da inteligência, utilizando instrumentos não verbais que
sejam capazes de fornecer elementos para a promoção de habilidades cognitivas responsáveis
pela boa qualidade da adaptação do homem ao ambiente que o cerca. Finalmente, a alternativa E
está incorreta porque os testes de QI acabaram contribuindo para a valorização apenas das
Questão 2
capacidades linguísticas e lógica no contexto escolar ou acadêmico.
Analise as afirmativas a seguir:

I – Os modelos mentais correspondem a formas de representar e “filtrar” a realidade externa, por


meio de imagens, ideias e experiências relacionadas a nós mesmos, aos outros e à realidade em
geral, contribuindo para o processo de aprendizagem.

II – Modelos mentais são provenientes da cultura, da história pessoal, das competências


individuais, da linguagem e do sistema nervoso.

III – Os modelos mentais deixam de fora a influência de aspectos coletivos ou institucionais, como
a contribuição da família, das organizações e do modo de vida de um povo ou comunidade.

Está correto apenas o que se afirma em

A Somente I.

B Somente II.

C Somente III.

D I e II.

E II e III.

Parabéns! A alternativa D está correta.


Os modelos mentais, que caracterizam a forma como o ser humano percebe e interage com o
mundo, definem a concepção criada pelo indivíduo sobre um conteúdo, um tema, um assunto,
organizando os dados existentes em informações e em conhecimentos, o que facilita a
aprendizagem, mas também podem incluir a utilização de inferências equivocadas, que
atrapalham a aprendizagem. Esses modelos são criados a partir de quatro origens: 1) por meio da
cultura, considerada uma espécie de “modelo mental coletivo”, pois se desenvolve a partir de
experiências compartilhadas nas famílias e outras instituições e comunidades; 2) por meio da
história pessoal, ou seja, das experiências e aprendizados ao longo do tempo; 3) por meio da
linguagem, isto é, o modo como usamos os diversos códigos para comunicação e interação; 4)
por meio do sistema nervoso, ou seja, nossas capacidades cognitivas e fisiológicas.

starstarstarstarstar

3 - Estilos de aprendizagem
Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes para
aprendizagem significativa
Você já se deu conta de qual é o seu estilo de aprendizagem?

Estudaremos agora os estilos de aprendizagem, para que você compreenda melhor sua
própria
aprendizagem e confira algumas
dicas que podem lhe ajudar a estudar melhor.

Qual o seu estilo de aprendizagem


O que são os estilos de aprendizagem

Quando utilizamos a expressão “estilos de aprendizagem”, não estamos nos


referindo a uma teoria
da aprendizagem
específica. Cada um de nós tem sua maneira própria de aprender, com
determinadas
características, preferências,
facilidades, estratégias para a solução de problemas, a
elaboração de conclusões
e a assimilação dos conteúdos.

Assim, vamos a uma definição inicial de estilo de aprendizagem:

O estilo que um indivíduo manifesta quando se confronta com uma


tarefa
de aprendizagem específica. [É] uma predisposição
do aluno em
adotar uma estratégia particular de aprendizagem,
independentemente
das exigências específicas das tarefas.

(CERQUEIRA, 2000, p. 36)

Uma outra definição é proposta pelo casal de pesquisadores Rita Dunn e Kenneth
Dunn, numa obra
que trata de como ensinar
os alunos por meio dos seus estilos de aprendizagem. Eles definem os
estilos de
aprendizagem como um conjunto de
condições que permitem ao indivíduo se concentrar,
absorver, processar e reter
informações e habilidades novas ou
difíceis (DUNN; DUNN, 1978).

Atenção!

Os estilos de aprendizagem não são fixos, imutáveis. Eles podem sofrer


mudanças durante a vida,
de acordo com o
desenvolvimento do ser humano.

Duas teorias de estilos de aprendizagem


Há muitas teorias que classificam os estilos de aprendizagem. Dentre as mais
conhecidas,
escolhemos duas para o nosso
estudo: a teoria da aprendizagem experiencial de Kolb e o modelo
VARK de estilos de
aprendizagem.

Vamos conhecer cada uma dessas teorias.

A teoria da aprendizagem experiencial de Kolb


O psicólogo e teórico da educação David Allen Kolb, em 1984, desenvolveu um
instrumento
padronizado de medida denominado
Inventário de Estilos de Aprendizagem (Learning Style
Inventory -
LSI), que parte da ideia de que as pessoas possuem
diferentes estilos de aprendizagem,
que são influenciadas pela maneira
como percebem e processam a realidade, ou seja,
pelos
modelos mentais, que já estudamos no módulo anterior.

O Inventário de Estilos de Aprendizagem


O inventário é composto de frases sobre a aprendizagem dos respondentes de um teste
aplicado.
Essas frases estão
associadas a determinadas alternativas, que recebem pesos de acordo com o
que o
respondente acredita descrever melhor
suas atitudes e sentimentos quando está
aprendendo. Assim, a partir dos graus
atribuídos às alternativas, são calculados
quatro índices:
experiência concreta, conceituação abstrata, observação reflexiva e
experimentação ativa.

O que significam esses quatro índices?

Os quatro índices compõem o que alguns também chamam de quatro estágios do ciclo de
aprendizagem. Confira no quadro a
seguir a descrição ou características de cada índice a partir de
sua relação com a
aprendizagem.

Índices Aprendizagem Características dos Aprendizes

Consideram abordagens teóricas


Experiência Fundamentada em desnecessárias; aprendem melhor por
concreta experiências meio de exemplos
específicos e na
interação com outros estudantes.

Analítica e
Apreciam atividades que promovam a
Conceituação conceitual, apoiada
reflexão e
o questionamento, com ênfase
abstrata no raciocínio
teórica e análise
sistemática.
lógico.

Baseada em
observações
Observação Gostam de assistir a aulas sobre os
cuidadosas e
reflexiva conteúdos
a serem aprendidos.
julgamentos
pessoais.

Experimentação Alicerçada em Preferem participar de projetos práticos,


ativa atividades práticas discussões em grupo e realizar tarefas

Os quatro índices do Inventário de Estilos de Aprendizagem de Kolb.

Quadro: Baseado em Kolb, 1984.

Considerar cada um desses índices é uma forma de você refletir ou mesmo tomar
consciência
sobre o modo como você
aprende.

A partir desse inventário, Kolb descreveu quatro estilos de


aprendizagem:
Adaptadores ou acomodadores
Preferem aprender com atividades práticas e experiências, em vez de
teorias e manuais; utilizam
mais a intuição do que a
lógica.

Assimiladores
Preferem utilizar mais teorias do que o lado prático; apresentam
gosto por ideias abstratas e
números, combinando
observação e pensamento.

Divergentes
Preferem trabalhar em grupo, aprendendo com sensações e observações;
possuem muita
criatividade e imaginação, trazendo
novas ideias e visões sobre o que é estudado.
Convergentes
Preferem aprender com a reflexão e a ação; têm facilidade com a
aplicação prática das ideias,
tomada de decisões e
resolução de problemas.

É possível que você se identifique mais com um desses estilos de aprendizagem, mas
também
pode ser que você perceba que
em diferentes situações ou disciplinas um ou outro estilo de
aprendizagem
sobressaia.

Modelo VARK de estilos de aprendizagem


Essa é uma das abordagens mais conhecidas de estilos de aprendizagem, até mesmo pela
sua
simplicidade.

O professor neozelandês Neil Fleming criou, em 1992, uma técnica de mapeamento de


estilos de
aprendizagem denominada de
VARK – Visual, Auditivo, Leitura-escrita e Sinestésico (em inglês
Visual,
Aural-Read, Write and Kinesthetic).

Segundo Fleming (2001), o ser humano tem quatro canais de aprendizado e a


predominância de um
deles determina um estilo
de aprendizagem.
Visual
Aprendizagem favorecida por meio de exposições e demonstrações
visuais.

Auditivo
Aprendizagem favorecida por meio da captação de variações sonoras,
como palestras,
discussões e seminários.

Leitura-escrita
Aprendizagem favorecida pela leitura de artigos, manuais, relatórios
e ensaios e pela tomada de
anotações.
Sinestésico
Aprendizagem favorecida pela exploração de todos os sentidos e pela
realização de atividades
práticas.

Os estilos de aprendizagem de Fleming (2001).

Uma contribuição interessante de Fleming foi a elaboração de um quadro de recursos


didáticos
facilitadores da
aprendizagem relacionados a cada estilo:

Visual Auditivo Leitura-escrita Sinestésico

Diagramas Debates/palestras Livros/textos Estudos de caso

Modelos de
Gráficos/imagens Discussões Folhetos
trabalho

Palestrantes
Aula expositiva Conversas Leitura de artigos
convidados

Comentários
Vídeos CDs de áudio Demonstrações
escritos

Resolução de Desenvolvimento
Áudio e vídeo Atividade física
exercícios de resumos

Pesquisa na Resolução de
Seminários Ensaios
internet exercícios

Aulas práticas Música Múltipla escolha Palestras

Projeções (slides) Dramatização Bibliografias Aulas práticas

Recursos didáticos e estilos de aprendizagem VARK.

Quadro: Fleming, 2001, p. 137

Conhecer as pesquisas e teorias sobre estilos de aprendizagem nos faz reconhecer que
as pessoas
aprendem de modo
diferente, sendo possível identificar um estilo que predomine em um indivíduo.
Entretanto, também podemos concluir que
um mesmo indivíduo aprende de modo diverso em
diferentes situações.

Assim, mais importante do que tentar “cravar” de modo absoluto qual é o seu estilo
de
aprendizagem, você deve estar
atento à necessidade de mobilizar diferentes habilidades ou usar
estratégias de
estudo diversificadas em função da
situação, do tipo de aula ou de conteúdo.

Mergulhando na Neurociência
Como o cérebro aprende?
Boa parte das pesquisas e estudos sobre estilos de aprendizagem se valem hoje da
contribuição da
Neurociência.

A Neurociência (não confunda com Neurologia) é um ramo da ciência que estuda o


sistema
nervoso central, suas estruturas,
funcionalidades, aspectos fisiológicos, processos de
desenvolvimento e alterações
que podem surgir no decorrer da vida.

O médico e pesquisador Floyd Bloom define a Neurociência como uma ciência


multidisciplinar que
analisa o sistema nervoso
a fim de compreender a base biológica do comportamento (BLOOM,
2008, p. 3).

Resumindo
Estudos de diversas áreas do conhecimento convergem para a Neurociência,
tornando-a
nitidamente interdisciplinar. Dentre
essas várias confluências de diferentes áreas de conhecimento,
temos a
Neurociência Cognitiva ou Neuropsicologia, que
trata das capacidades mentais
relacionadas à inteligência, como linguagem,
memória, autoconsciência, percepção, atenção,
aprendizagem, entre outras.
Para a Neurociência Cognitiva, a aprendizagem é um processo complexo que provoca
modificações
estruturais e funcionais
permanentes do sistema nervoso central. De acordo com esse ramo da
ciência, o
processo de aprendizagem funcionaria
conforme o seguinte fluxo de etapas:

Etapas da aprendizagem na perspectiva da Neurociência Cognitiva.

video_library
Neurociência e aprendizagem
Vamos conhecer um pouco mais sobre como a Neurociência pode nos ajudar a estudar e a
aprender melhor com o médico Silvio
Pessanha.

É possível ser mais eficiente nos estudos?


Agora que você já domina vários conceitos relacionados à aprendizagem, inclusive
sobre modelo
mental e estilos de
aprendizagem, conversaremos um pouco sobre métodos de estudo.

Aprendendo a estudar melhor

O melhor método de estudo...

não existe.

É isso mesmo, não existe.

Métodos de estudo são técnicas usadas para facilitar a aprendizagem, torná-la mais
agradável e
eficaz. Consequentemente,
é bom que você conheça e experimente vários métodos e selecione
alguns que combinam
melhor com o seu estilo de
aprendizagem, com as características do
conteúdo que você vai aprender, com o seu
momento de vida.

Alguns métodos de estudo bastante conhecidos


Dentre os diversos métodos ou técnicas, escolhemos quatro métodos de estudo para lhe
apresentar. Talvez você já os tenha
utilizado, sem sistematizar e direcionar essa escolha.

Será uma apresentação resumida, mas você pode buscar outras informações sobre os que
lhe
parecerem mais interessantes.

Método Cornell
É um sistema de anotações organizado em três partes: ideias
principais do conteúdo que você
está estudando; anotações
com as suas próprias palavras sobre elas; sumário ou resumo do
tema.
Flash cards
Uso de cartões para a revisão rápida dos aspectos mais importantes
do tema estudado, podem
ser organizados em perguntas
e respostas.

Mapas mentais ou mapas conceituais


Já abordados no módulo 2, são uma representação gráfica, geralmente
bidimensional, de um
conjunto de conceitos
interligados na forma de proposições.

Método pomodoro
O método dura duas horas. Primeiro, você realiza uma atividade
durante 25 minutos. Quando
acabar o tempo, descansa 5
minutos. Assim sucessivamente, até completar as duas horas.
Nesse
momento, você descansa mais 30 minutos.
Saiba mais
O método pomodoro recebe este nome, que significa “tomate” em italiano, em
referência ao
cronômetro de cozinha na forma
de tomate e à ideia de dividir o tempo de foco total no estudo em
quatro
partes — numa analogia, seria como dividir o
tomate em quatro partes.

Há muitos outros métodos, como reler os textos, grifar as ideias principais, gravar
áudios com o
resumo do tema
estudado, ler em voz alta o que não entendeu direito, resolver listas de exercícios,
discutir o conteúdo com colegas,
entre outros.

video_library
Técnicas e métodos de estudo
Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns dos principais métodos ou técnicas para um
estudo
mais eficaz e eficiente
conversando com o professor Gabriel Elmor.

Algumas dicas para melhorar a sua aprendizagem


Sem a intenção de apresentar uma “receita”, reunimos algumas sugestões que realmente
podem
melhorar a sua aprendizagem.

Planeje o seu estudo, estabelecendo metas a alcançar.

Utilize o apoio das tecnologias digitais, explorando recursos ou


aplicativos que ajudam a
organizar os estudos, como o
Trello, o Focus To-Do e o QuizUp.

Defina horários de estudo, escolha um lugar para estudar e prepare o


ambiente.
Cultive hábitos e práticas que ajudem a criar uma disciplina ou rotina de
estudos, mas
lembre-se de que a rotina de
estudos não precisa ser algo enfadonho e repetitivo.

Varie as estratégias de estudo e os conteúdos, evitando a


monotonia.

Procure estudar quando estiver descansado.

Estabeleça pausas durante o processo de estudo, para diminuir a fadiga e


ter momentos de
“descompressão”.

Evite acumular muito conteúdo ou estudar apenas na véspera das provas,


deixando para
aprender tudo de uma vez só.

Estabeleça expectativas positivas em relação à sua aprendizagem, estude


com perspectiva
otimista, encarando as
dificuldades como desafios.

Impeça a “curva de esquecimento”, fazendo revisões do conteúdo.

Estabeleça conexões entre os conteúdos e busque aplicações práticas do que


você estiver
estudando, o que ajuda a
fixá-los.

Agora que você aprendeu bastante sobre a aprendizagem, a importância do conhecimento


do seu
modelo mental e do estilo de
aprendizagem predominante no seu perfil cognitivo, o desafio é fazer
o Inventário de
Estilos de Aprendizagem de Kolb e,
a partir do resultado, definir estratégias e
recursos para aprender de forma mais
eficaz.

Tenha em mente, de início, que não há estilos melhores ou piores, todos nós somos
capazes de
aprender cada vez mais e
melhor, desde que estejamos motivados e tenhamos condições
adequadas para isso.

O teste pode ser realizado em alguns sites na Internet. Uma das possibilidades de
fazer o teste é
buscando pelo
Inventário de Estilo de Aprendizagem de Kolb na página do Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFPB.

Resumindo
Entre as diferentes teorias que procuram dar conta da aprendizagem, existem
abordagens que
identificam e tipificam os
modos ou estilos de aprendizagem. Das mais conhecidas, estudamos a
teoria da
aprendizagem experiencial de Kolb e o
modelo VARK de estilos de aprendizagem.

A teoria da aprendizagem experiencial de Kolb identifica quatro estilos de


aprendizagem:
adaptadores ou acomodadores;
assimiladores; divergentes; e convergentes. Já o modelo VARK
reconhece os
estilos de aprendizagem visual, auditivo,
leitura-escrita e sinestésico.

A Neurociência também traz importantes contribuições para a compreensão do


processo e dos
estilos de aprendizagem.

Todas essas contribuições teóricas podem nos ajudar a identificar técnicas e


métodos mais
adequados para aprendermos
mais e melhor.

playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Estilos de aprendizagem: definição

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

O melhor método de estudo


Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Imagine que você tenha bastante dificuldade de aprendizagem em relação ao conteúdo teórico de
uma disciplina logo no início de seu curso. Seu professor, que conhece a teoria da aprendizagem
experiencial de Kolb, propõe uma série de atividades individuais bastante práticas, como
dramatização do conteúdo e jogos para a fixação dos conceitos. Após a última avaliação da
disciplina, você obteve um bom resultado, que indicou um progresso sensível.

Podemos levantar a hipótese de que o estilo de aprendizagem envolvido nessa situação é


predominantemente

A convergente.

B adaptador.

C assimilador.
D auditivo.

E divergente.

Parabéns! A alternativa B está correta.


O estilo de aprendizagem adaptador ou acomodador, segundo Kolb, se caracteriza pela
preferência por atividades práticas e experiências, em vez de teorias e manuais, pelo uso
predominante da intuição, em vez da lógica. Por isso as atividades propostas foram bem-
sucedidas. Não se deve marcar a alternativa A porque indivíduos com estilo de aprendizagem
convergente preferem aprender com a reflexão e a ação e têm facilidade com a aplicação prática
das ideias, tomada de decisões e resolução de problemas. A alternativa C não deve ser
assinalada porque, no estilo assimilador, a preferência é por abordagens mais teóricas do que
práticas. Os indivíduos apresentam gosto por ideias abstratas e números, combinando
observação e pensamento. A alternativa D está relacionada com o estilo auditivo de
aprendizagem, não fazendo parte do modelo teórico de Kolb, mas sim do modelo VARK. Por fim, a
alternativa E apresenta o estilo divergente, que se caracteriza pela preferência pelo trabalho em
Questão 2
grupo, o que não é o caso da nossa situação hipotética.
Alexandre tem dificuldades para estudar de forma organizada e sistemática. Dispersa a atenção
com facilidade e logo fica cansado. Um dos seus professores sugeriu que ele usasse o método
pomodoro de estudo, o que trouxe resultados muito positivos para o rapaz.

Quais elementos ou procedimentos caracterizam esse método?

Grifar os aspectos mais importantes do conteúdo e elaborar um resumo para


A
releitura posterior.

Usar cartões que objetivam a revisão rápida dos aspectos mais importantes do
B
tema estudado, que pode ser organizado em perguntas e respostas.

Realizar 25 minutos de estudo, seguidos por 5 minutos de descanso. Esse


C procedimento se repete até completar 2 horas. Nesse momento, o aluno
descansa 30 minutos.

Usar plataforma virtual em que o aluno pode organizar o que tem estudado e
D
acompanhar o ritmo do que aprende.

Utilizar sistema de anotações organizado em três partes: ideias principais do


E conteúdo estudado; anotações com as próprias palavras do aluno sobre o
conteúdo; e o sumário ou resumo do tema.

Parabéns! A alternativa C está correta.


Todas as alternativas se referem a métodos de estudo, mas apenas a alternativa C descreve o
método pomodoro de estudo. As demais descrições citam outros métodos. A alternativa A trata
da conhecida combinação de destacar os aspectos mais importantes do conteúdo, organizar um
resumo e reler quantas vezes forem necessárias. A alternativa B trata dos cartões de
memorização rápida, referindo-se à técnica Flash cards. A alternativa D apresenta ofertas de
plataformas virtuais que auxiliam a organização dos estudos. A alternativa E faz referência ao
método Cornell de estudo.

starstarstarstarstar

Considerações finais
Você acompanhou, ao longo deste material, várias considerações e abordagens teóricas sobre a
aprendizagem, suas
modalidades e os fatores que nela interferem. Conheceu algumas teorias
sobre inteligência,
modelos mentais, estilos de
aprendizagem e outros aspectos relacionados de
alguma forma com o estudo e a construção do
conhecimento.

Também pôde se inteirar de alguns métodos, estratégias e cuidados que podem melhorar o seu
aprendizado.

Esperamos que tudo isso ajude você a estudar de forma adequada ao longo de seu curso.

E lembre-se sempre: estudar deve ser mais do que uma obrigação, deve ser uma oportunidade
preciosa para continuar se
desenvolvendo e se preparando para os desafios da vida e do mundo do
trabalho. O estudo é o
caminho para grandes
realizações pessoais!

headset
Podcast
Escute agora um papo com o professor Rodrigo Rainha, Roberto Paes, Luis
Claudio Dallier e Gabriel
Elmor sobre os
desafios de estudar melhor.

Referências
ANGELONI, M. T. (org.) Organizações do conhecimento: infraestrutura, pessoas e tecnologia. São
Paulo: Saraiva, 2008.

ARMSTRONG, T. Inteligências múltiplas em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2001.

BLOOM, F. Neuroscience. In: SQUIRE, L. et al. Fundamental Neuroscience. 3. ed.


London: Elsevier,
2008.

CERQUEIRA, T. C. S. Estilos de aprendizagem em universitários. Tese (Doutorado em Educação) –


Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, Campinas, 2000.

DELORS, J. et al. (org.). Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da


Comissão
Internacional sobre Educação para o Século XXI. Brasília: UNESCO, 1995/2010.

DILTS, R.; HALLBOM, T.; SMITH, S. Crenças: caminhos para a saúde e o bem-estar. São Paulo:
Summus,
1993.

DUNN, R.; DUNN, K. Teaching students through their individual learning styles: a practical
approach.
Reston: Reston Publishing Co., 1978.

FLEMING, N. D. Teaching and learning styles: VARK strategies. Christchurch, New Zealand: N. D.
Fleming, 2001.

GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

Golbert, C.; Moojen, S. Dificuldades na aprendizagem escolar. In: Sukiennik, P. (org.).


O
aluno
problema: transtornos emocionais de crianças e adolescentes. Porto Alegre: Mercado Aberto,
1996.

HILGARD, E. R. Teorias da aprendizagem. São Paulo: Herder, 1966.

KOLB, D. A. Experimental learning: experience as the source of learning and development. New
Jersey:
Prentice-Hall/Englewood Cliffs, 1984.

MOREIRA, M. A. Modelos mentais. In: ENCONTRO SOBRE TEORIA E PESQUISA EM ENSINO DE


CIÊNCIAS,
1997, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 1997.

NOVAK, J. D.; GOWIN, D. B. Aprender a aprender. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 1999.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento
Sustentável. Tradução: Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil
(UNIC Rio). Revisão:
Coordenadoria-Geral
de Desenvolvimento Sustentável (CGDES) do Ministério
das Relações Exteriores do Brasil. Brasília, 11
fev. 2016.

PASQUALI, l. Psicometria. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 43 n. esp., p.


992-
g p p
999, 2009.

RENZULLI, J. S.; REIS, S. M. The schoolwide enrichment model: a how-to guide for educational
excellence. Mansfield Center: Creative Learning, 1997.

Sternberg, R. J. The triarchic mind: a new theory of human intelligence. New York: Viking,
1988.

STERNBERG, R. J. Inteligência para o sucesso pessoal. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

VandenBos, G. R. (org.) Dicionário de Psicologia da APA (American Psychological Association).


Porto
Alegre: Artmed, 2010.

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS. Inventário de Estilo de Aprendizagem de Kolb. Letras e Artes


(CCHLA),
UFPB, Paraíba. Consultado na internet em: 16 de jul. 2021.

Explore +
Assista aos seguintes filmes para refletir sobre o tema da
Inteligência Artificial:

I. – Inteligência Artificial, de 2001, de Stanley Kubrick, com direção de


Steven Spielberg.
Ambientado no futuro, o
filme mostra as relações tensas entre seres humanos e robôs a partir
da família Swinton, que tem
um “filho adotivo”, o
robô David, amado pela mãe, mas nem tanto
pelo irmão, que é humano.

Ela, filme de 2013, dirigido por Spike Jonze, aborda o relacionamento entre um
ser humano e um
ente com Inteligência
Artificial que funciona como um assistente pessoal avançado e inteligente.
Da interação entre os
dois nasce uma paixão
do homem pelo software.

Leia os seguintes textos:

Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser


inteligente, de Daniel
Goleman, publicado pela
Objetiva. Na obra, Goleman conceitua a inteligência emocional como o
conjunto de competências
relacionadas a lidar com
as próprias emoções. Afirma que a
capacidade de perceber, compreender, processar e administrar
as emoções, permitindo
expressá-las de maneira apropriada e eficaz, provoca efeitos profundos na vida humana. O

sucesso
dessa abordagem foi tão
grande que começou a ser utilizada a expressão quociente
emocional (QE), em contraposição a
quociente intelectual (QI),
conceito que estudamos no
módulo 1 deste tema.
O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, publicado pela Objetiva. Um livro que não
traz sugestões
de métodos de estudo, mas
faz uma abordagem interessantíssima sobre o impacto dos hábitos
e das suas mudanças sobre a vida
do ser humano. A partir
da leitura de centenas de artigos
acadêmicos, entrevistas com mais de trezentos cientistas e
executivos e pesquisas
realizadas
em dezenas de empresas, o repórter investigativo do New York Times, Charles Duhigg,
propõe
neste livro
estratégias bem-sucedidas de aprendizagem da mudança de hábitos.

picture_as_pdf Baixar conteúdo

Você também pode gostar