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18/09/2023, 09:16 Como estudar melhor

Como estudar melhor


Prof.ª Eloiza da Silva Gomes de Oliveira

Descrição

A aprendizagem humana e alguns de seus aspectos, como a


inteligência, os estilos de aprendizagem, os modelos mentais e o
estabelecimento de métodos de estudo facilitadores de aprendizagens
significativas.

Propósito

Compreender as características, o processo e as possibilidades da


aprendizagem humana para identificar a sua própria aprendizagem e
estar apto a desenvolver métodos de estudo efetivos.

Objetivos

Módulo 1

Níveis Cognitivos

Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana

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Módulo 2

Anos 1970

Identificar teorias da inteligência e dos modelos mentais

Módulo 3

Estilos de aprendizagem
Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes
para aprendizagem significativa

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Introdução
Você já parou para pensar que, às vezes, estudamos muito e temos
a sensação de que não aprendemos quase nada? Ou já passou por
aquela situação em que você acha que estudou suficientemente e
nas avaliações o resultado não é satisfatório?

Tão ou mais importante do que estudar é saber como estudar,


identificar seu estilo de aprendizagem e as estratégias ou métodos
de estudo mais adequados. Por isso, veremos como estudar de
modo mais proveitoso, para que a aprendizagem seja mais fluida e
agradável.

Se aprender melhor significa estudar o mínimo necessário, de


maneira objetiva, aprendendo o máximo possível, então precisamos
compreender um pouco mais sobre a aprendizagem humana.

Faremos isso conhecendo aspectos da aprendizagem como a


inteligência, os modelos mentais e os estilos de aprendizagem.
Veremos que cada um de nós precisa aprender a estudar,
descobrindo métodos de estudo que sejam adequados à nossa
motivação, cognição e, principalmente, ao nosso estilo de aprender.

Mas, atenção! É importante você estudar este conteúdo sempre


mantendo em vista a sua própria aprendizagem, a maneira como
ela se desenvolve e como pode ocorrer de forma aprimorada. Você
é o foco deste conteúdo, com seus três módulos e uma meta
ampla em comum: facilitar maneiras de estudar de forma cada vez
melhor.

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1 - Aprendizagem Humana
Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana

O ato de aprender é fundamental para o ser humano! Por isso,


começaremos compreendendo melhor a aprendizagem e alguns dos
seus componentes. Conheceremos os fatores internos e externos que
podem facilitar, dificultar ou até mesmo impedir que você aprenda.

E vale a pena enfatizar: faremos tudo isso tendo sempre em mente que
aprender é algo essencial para o indivíduo.

Vamos lá, então!

Aprendizagem: muitas teorias e um


único conceito
Conceito

São muitas as abordagens teóricas que têm como objeto a


aprendizagem humana. Em comum, podemos afirmar que elas falam
em mudanças de comportamento que a aprendizagem provoca.

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As mais importantes linhas teóricas da aprendizagem podem ser assim


resumidas:

Um conceito de aprendizagem bastante abrangente e utilizado é o que


foi formulado por Ernest Hilgard (1904-2001), professor de Psicologia
da Universidade de Stanford, autor de um conhecido livro sobre teorias
de aprendizagem.

Veja o que ele disse:

Aprendizagem é o processo pelo


qual uma atividade tem origem ou é
modificada pela reação a uma
situação encontrada, desde que as
características da mudança de
atividade não possam ser
explicadas por tendências inatas de
respostas, maturação ou estados
temporários do organismo (por
exemplo, fadiga, drogas etc.)

(HILGARD, 1966, p. 3)

Assim, toda vez que encontramos algo que estimule a nossa


curiosidade e o nosso desejo de conhecer, vários processos internos
são ativados para que aquela situação ou objeto sejam conhecidos, para
que possamos aprender sobre aquilo.

Definições de aprendizagem
Três perguntas sobre a aprendizagem

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É possível que você tenha algumas dúvidas ou mesmo curiosidades


sobre a aprendizagem. Há pelo menos três perguntas que
frequentemente são feitas sobre a aprendizagem e para as quais muitas
vezes encontramos respostas muito contraditórias.

Confira as três perguntas e responda a cada uma delas:

1ª pergunta: Só se aprende na escola e demais instituições


educacionais?

Digite sua resposta aqui...

Chave de respostaexpand_more

Não! Além da aprendizagem formal da escola, temos outros tipos


de aprendizagem, como a aprendizagem não formal e a
aprendizagem informal.

Vejamos alguns tipos de aprendizagem.

Primeiro, podemos falar da aprendizagem formal, desenvolvida


em instituições educacionais, que leva à obtenção de diplomas
e qualificações. Ela é intencional, ocorre em contextos
estruturados, por meio de atividades planejadas e orientadas
por metas e objetivos.

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Temos também a aprendizagem não formal, que decorre de


ações desenvolvidas fora do sistema formal de ensino, sem a
emissão de diplomas ou certificações, mas se constituindo em
aprendizagem intencional e motivada. As aprendizagens
realizadas no ambiente de trabalho são um exemplo.

Existe ainda a aprendizagem informal, que acontece em


situações não estruturadas e não é intencional. Ela é realizada,
por exemplo, no contexto familiar e no contato com instituições
sociais.

2ª pergunta: A aprendizagem é mais rápida e profunda na infância,


adolescência e juventude, diminuindo o ritmo na idade adulta e,
principalmente, na velhice?

Digite sua resposta aqui...

Chave de respostaexpand_more

Não! Todos podem aprender o tempo todo, a aprendizagem


acontece durante toda a vida.

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Podemos dizer que a aprendizagem ganha características e ritmos


diferentes, dependendo da fase de desenvolvimento do indivíduo, mas
aprender é como respirar, um processo duradouro enquanto nós
estamos vivos.

É muito comum utilizarmos a expressão


“aprendizagem ao longo da vida” (ou lifelong learning),
que significa continuar aprendendo coisas novas com
o passar dos anos.

Esse conceito surgiu na Europa, na década de 1970, e se consolidou nos


anos 1990. É uma ideia que enfatiza a educação como um processo
permanente, que vai muito além dos limites das instituições, da idade e
do nível social.

Saiba mais
O conceito de aprendizagem ao longo da vida ganhou importância a
partir do famoso Relatório Delors, feito para a UNESCO, com orientações
para a educação mundial. O Relatório afirma o seguinte: “O conceito de
educação ao longo da vida é a chave que abre as portas do século XXI,
[pois] ele elimina a distinção tradicional entre educação formal inicial e
educação permanente” (DELORS et al., 1995/2010, p. 31).

Em setembro de 2015, líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em


Nova York, e decidiram um plano de ação para erradicar a pobreza,
proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a
prosperidade: daí resultou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4), sobre educação


de qualidade, por exemplo, é o seguinte: “Assegurar a educação
inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos” (ORGANIZAÇÃO DAS
NAÇÕES UNIDAS, 2016, p. 7).

3ª pergunta: Só aprendemos conteúdos organizados em áreas do


conhecimento?

Digite sua resposta aqui

Chave de respostaexpand_more

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Não! A aprendizagem pode acontecer sem estar distribuída ou


organizada formalmente em disciplinas ou áreas de
conhecimento.

A aprendizagem de conteúdos organizados em áreas do conhecimento


se refere basicamente ao primeiro tipo de aprendizagem de que falamos
anteriormente, a aprendizagem formal.

Nas instituições que educam, os conteúdos são dispostos em séries,


níveis, disciplinas, áreas de conhecimento, até porque há o objetivo de
avaliar, promover e certificar.

Nos dois outros tipos (aprendizagem não formal e informal), não existe
essa preocupação, os conteúdos se entrelaçam em aprendizagens
interdisciplinares que permitem a abordagem dos conteúdos sob vários
enfoques, em diferentes linguagens.

Depois de refletir sobre essas três perguntas recorrentes sobre a


aprendizagem, conheceremos alguns fatores que interferem na
aprendizagem.

Os fatores internos e externos que


afetam a aprendizagem
Aprendizagem e o indivíduo

Cada um de nós, ao aprender, sofre o impacto de uma série de variáveis.


Essas variáveis podem ser de dois tipos:

person
Internas ao indivíduo
Relacionadas a aspectos pessoais.

group
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Externas ao indivíduo
Pertencentes ao contexto em que a pessoa se encontra.

Estamos nos referindo ao conjunto de fatores que facilitam a


aprendizagem e mantêm preservadas as condições físicas e
psicológicas necessárias à efetivação da aprendizagem ou que, pelo
contrário, tornam o ato de aprender mais difícil, demorado ou até
mesmo impossível.

Vejamos com atenção esses fatores que impactam a aprendizagem.

Os fatores internos (ou pessoais)

Os fatores internos ou pessoais estão relacionados com questões


particulares, pertinentes a um único indivíduo.

Para facilitar o seu entendimento, organizaremos esses fatores em um


quadro no qual apresentamos as quatro grandes categorias de fatores e
exemplos de cada um.

Os fatores externos (ou contextuais)

Sabemos que as aprendizagens não ocorrem como se o indivíduo


estivesse “fechado em uma bolha”. Ele está em interação constante
com o mundo externo, com a realidade física e social.

Confira alguns exemplos ou manifestações desses fatores.

Resumindo – o Cubo de Syracuse

Uma boa maneira para resumir esses fatores que afetam a


aprendizagem é o Cubo de Syracuse. Ele foi elaborado, em 1985, por
Corine Smith, professora emérita da Syracuse University, para

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representar fatores determinantes do sucesso ou do fracasso nas


aprendizagens, observando características próprias.

Segundo Golbert e Moojen (1996, p. 85), quando olhamos um cubo, nós


o vemos como um todo, não olhando para um dos lados isoladamente,
mas sim para o conjunto. Para os autores, o Cubo de Syracuse é uma
representação perfeita dos fatores que afetam a aprendizagem, já que
esses fatores devem ser vistos de uma forma global.

Em cada face do cubo são alocados fatores intervenientes na


aprendizagem, agrupados em categorias: biológicos, familiares,
escolares, individuais e relativos às tarefas escolares.

Cubo de Syracuse.

As cinco etapas do processo de


aprendizagem
Dinâmicas do aprendizado

Você já viu que, embora haja muitas teorias buscando compreender a


aprendizagem humana, elas convergem para a consideração de que a
aprendizagem sempre produz mudanças de comportamento.

Por isso, podemos descrever a aprendizagem como um processo


contendo cinco etapas.

Vamos a uma breve descrição de cada etapa.

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01

1ª etapa – Compreender

É o momento em que a informação (ou conteúdo novo) é


captada pelo indivíduo. Normalmente, o fato de a informação
ser inédita ou desconhecida faz com que a motivação seja
despertada.

Essas informações podem ser captadas por vários meios,


como aulas, leituras, mídias ou até mesmo pela observação da
realidade.

02

2ª etapa – Reter

Essa etapa é referente à fixação das informações obtidas.


Nesse momento, percebemos por vezes que não houve a
retenção de tanto conteúdo como se esperava. Por isso,
realizar algumas revisões do que foi visto ou estudado pode
dar conta do que se perdeu ou não foi retido.

03

3ª etapa – Praticar

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Só temos a certeza de que o conteúdo captado foi realmente


retido quando conseguimos aplicá-lo a situações novas,
relacionando-o à prática. Temos, então, o grande desafio de
fazer, de colocar a mão na massa, de praticar.

04

4ª etapa – Compartilhar

É o momento em que disseminamos as informações


compartilhando-as com outras pessoas, transmitindo o que
aprendemos.

Possivelmente, você já viu crianças brincando de “dar aula”,


assumindo o papel de professora ou professor diante de outras
crianças. Esse gesto ou brincadeira deve nos lembrar que pode
ser muito bom dividirmos com os outros o que aprendemos.
Quando procuramos ensinar o que estamos estudando, temos
uma grande fonte de aprendizado.

05

5ª etapa – Criar

Nessa etapa, atribuímos uma característica pessoal ao que foi


aprendido, não apenas repetindo o conteúdo, mas gerando
novos conhecimentos. A aprendizagem está relacionada com
criação ou construção de conhecimento, e não apenas
reprodução da informação obtida.

O ciclo da aprendizagem de Robert Dilts

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Podemos ter uma abordagem complementar a essas cinco etapas do


processo de aprendizagem conhecendo o ciclo da aprendizagem
proposto pelo professor Robert Dilts, estudioso e pesquisador em
comunicação.

Ciclo da aprendizagem de Robert Dilts.

Dilts, Hallbom e Smith (1993) defendem que nos desenvolvemos ao


longo de quatro estágios na aprendizagem, começando pelo
desconhecimento do que não sabemos, passando pela consciência do
que não conhecemos e pela consciência do que sabemos.

Finalmente, tão adaptados ao conhecimento ficamos que sequer temos


consciência de que aquele conteúdo foi aprendido. É como se já
tivéssemos “nascido com ele”. Em outras palavras, o conteúdo ou
conhecimento já é algo internalizado, incorporado, automatizado, já faz
parte de nossa forma de pensar e agir sem que disso a gente se dê
conta. Você deve ter estudado, por exemplo, várias regras gramaticais
da língua portuguesa e técnicas ou estratégias de leitura e escrita que
estão internalizadas e nem são percebidas quando você lê ou escreve
um texto.

Resumindo
Até este momento, você certamente já começou a compreender alguns
aspectos da aprendizagem humana e como ela se efetiva. Percebeu que
a aprendizagem não acontece apenas de maneira formal, nas
instituições educacionais, mas também de modo não formal e informal.

Viu, ainda, que a aprendizagem ocorre durante toda a vida, ganhando


características e ritmos diferentes dependendo da fase de
desenvolvimento do indivíduo, e que ela tem caráter interdisciplinar, os
conteúdos das diversas áreas do conhecimento se entrelaçam,
oferecendo perspectivas mais amplas.

Você também aprendeu que há fatores internos, ou pessoais, e externos,


ou contextuais, que afetam a aprendizagem, podendo facilitá-la ou não.
Um dos modelos que sintetiza esses fatores é o Cubo de Syracuse,
criado por Corine Smith. Finalmente, você conheceu duas classificações
de estágios ou etapas por meio dos quais a aprendizagem ocorre.

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Aspectos e processos da
aprendizagem
Vamos pensar um pouco mais sobre aprendizagem conversando com
os professores Rodrigo Rainha e Roberto Paes.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Robert Dilts formulou um ciclo da aprendizagem composto por


quatro etapas. O mais evoluído, que ele chamou de competência
inconsciente, corresponde, no indivíduo,

à aquisição de conhecimentos de forma tão


A significativa que a pessoa não tem consciência da
existência dessa aquisição.

ao desconhecimento daquilo que ele não sabe e


B
ainda pode aprender.

à consciência e à segurança relativas ao conjunto


C
de conhecimentos, àquilo que ele sabe.

à aquisição de conhecimentos por meio da


D
modelagem do comportamento.

ao aflorar espontâneo de conhecimentos e


E conteúdos que nunca foram aprendidos ou
adquiridos.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A alternativa A, correta, expressa o conceito do estágio mais


elevado de aprendizagem, em que há uma espécie de “conforto” do
indivíduo, pela aquisição profunda e significativa de conteúdos. A
alternativa B se refere ao estágio mais elementar da aprendizagem,
que Dilts chama de incompetência inconsciente. A alternativa C
expressa o conceito do terceiro estágio, de competência
consciente. Na alternativa D, está citada a aprendizagem por
condicionamento, não pertencente ao modelo teórico de Dilts. Por
fim, a alternativa E está relacionada ao entendimento equivocado de

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que conhecimento e conteúdos podem estar internalizados sem


algum tipo de aprendizagem ou aquisição.

Questão 2

Uma das perguntas sobre a aprendizagem que são feitas com


frequência é se ela só acontece na escola e demais instituições
educacionais, de forma intencional e estruturada. A resposta é não.
Nas instituições educativas, ocorre primordialmente uma forma de
aprendizagem, que se denomina:

A Aprendizagem informal.

B Aprendizagem ao longo da vida.

C Aprendizagem não formal.

D Aprendizagem formal.

E Aprendizagem corporativa.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Apresentamos três tipos de aprendizagem: o primeiro é a


aprendizagem formal, que é a resposta correta desta atividade. A
aprendizagem formal é desenvolvida na escola e em instituições
educacionais, levando à obtenção de diplomas e qualificações. Ela
é intencional, ocorre em contextos estruturados, por meio de
atividades planejadas e orientadas por metas e objetivos. A
aprendizagem não formal decorre de ações que se desenvolvem
fora do sistema formal de ensino, não recebe diplomas ou
certificações, mas é intencional e motivada. Um exemplo disso são
as aprendizagens realizadas no ambiente de trabalho, que também
estariam relacionadas com a educação corporativa ou
aprendizagem corporativa. Temos ainda a aprendizagem informal,
que acontece em situações não estruturadas e não é intencional.
Ela é realizada em situações como o contexto familiar e no contato
com instituições sociais. A aprendizagem ao longo da vida se refere

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à continuidade do processo de informação no avançar da idade


adulta.

2 - Níveis Cognitivos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os diferentes níveis cognitivos.

Depois de estudar alguns aspectos da aprendizagem humana e


começar a compreender de que modo ela se efetiva, vamos aprofundar
o nosso estudo, focalizando as teorias da inteligência e dos modelos
mentais.

Aprenderemos muita coisa interessante!

Estudando a inteligência
O que é a inteligência?

Uma opinião corrente, manifestada pelas pessoas, é que “aprende


melhor quem é mais inteligente”.

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Mas o que significa afinal o termo inteligência?

Conceito e origem etimológica do termo inteligência


O termo inteligência teve origem no latim intelligentia, derivado das
palavras inter, que significa entre, e eligere, que quer dizer escolher. A
partir daí, podemos dizer que inteligência significa a capacidade de
fazer escolhas melhores e mais corretas.

O Dicionário de Psicologia da Associação Psicológica Americana nos


apresenta a seguinte definição para inteligência:

Capacidade de extrair informações,


aprender com a experiência,
adaptar-se ao ambiente,
compreender e utilizar corretamente
o pensamento e a razão

(VANDENBOS, 2010, p. 521)

Assim como a palavra aprendizagem, são muitas as definições de


inteligência, que envolvem desde características biológicas até
processos cognitivos e emocionais. Na maior parte das definições de
inteligência, temos a conjugação de propósito, que significa encontrar
meios para alcançar determinado fim, e uma ênfase econômica, relativa
ao máximo de efeito com o menor gasto de energia.

Saiba mais

Há dois conceitos de inteligência, que são bastante conhecidos,


elaborados por dois psicólogos norte-americanos. O primeiro conceito é
de Robert Sternberg (2000), para quem a inteligência é a capacidade de
se adequar ao ambiente, conjugada ao aprendizado por meio das
experiências vivenciadas.

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O segundo conceito de inteligência é de Howard Gardner (1995, p. 21),


para quem a inteligência está relacionada com a “capacidade de
resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes em
determinado ambiente ou comunidade cultural”. Essa capacidade
permite que uma situação seja abordada por alguém a partir de um
objetivo a ser atingido, buscando a solução adequada para alcançar
esse objetivo.

O quociente de inteligência (QI): a preocupação em medir a inteligência


Os primeiros estudos sistemáticos sobre a inteligência vieram de uma
corrente da Psicologia chamada Psicometria, que tem como objetivo
medir os processos mentais.

É fácil compreender, então, o surgimento do conceito de quociente de


inteligência, abreviado como QI. Ele é uma medida, um número que
expressa a capacidade intelectual de um indivíduo tomando como base
critérios de referência que permitem estabelecer comparações,
relacionando a idade mental e a idade cronológica.

O psicólogo alemão William Stern (1871-1938) sugeriu, em 1911, que os


escores dos testes de inteligência podiam ser expressos em termos de
um quociente de inteligência ou QI, igual à razão:

Psicometria
Representa a teoria e a técnica de medida dos processos mentais,
especialmente aplicada na área da Psicologia e da Educação. Ela se
fundamenta na teoria da medida em ciências em geral, ou seja, do método
quantitativo que tem, como principal característica e vantagem, o fato de
representar o conhecimento da natureza com maior precisão do que a
utilização da linguagem comum para descrever a observação dos
fenômenos naturais (PASQUALI, 2009, p. 993).

QI = Idade Mental (IM)Idade Cronológica (IC) X 100

Exemplo

Se um indivíduo tem uma idade mental de 10, medida por testes, e uma
idade cronológica de 8 anos, seu QI seria (10/8) x 100 ou 125.

A disseminação dessa ideia, de que a inteligência humana pode ser


medida e comparada, permitiu a emergência de muitas abordagens
discriminatórias e preconceituosas, fundamentando as concepções de
superdotados e infradotados intelectualmente.

Um resumo dos primeiros estudos

1905 1910
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Alfred Binet e Théodore Simon Alfred Binet afirmou que a


criaram o primeiro teste de inteligência é fundamentalmente
inteligência. ação e comporta as etapas de
compreensão, invenção, direção
e censura.

Atenção!

Quando Alfred Binet usa o termo censura para intitular uma das etapas
da inteligência, ele está se referindo aos controles sociais, morais e
éticos adquiridos pelo indivíduo e que o direcionam.

Teorias sobre a Inteligência


Inteligências múltiplas

Retomaremos o conceito de inteligência de Howard Gardner, que já


mencionamos brevemente, para conhecer sua teoria das inteligências
múltiplas.

Atenção!
Quem foi Howard Gardner?

Gardner nasceu em 1943, na Pensilvânia, numa família de judeus


alemães que escaparam do nazismo. Ele estudou na Universidade de
Harvard, dedicando-se à pesquisa na área da Psicologia e da Educação.
Atualmente, Gardner é professor na Universidade de Harvard e na
Universidade de Boston. Ele já foi considerado, pelas revistas Foreign
Policy e Prospect, um dos cem intelectuais mais influentes do mundo.

Howard Gardner discordou da ideia de um quociente de inteligência


único e estabeleceu que a capacidade cognitiva humana pode ser mais
bem descrita como um conjunto de oito capacidades mentais.

Gardner defende uma avaliação completamente


diversificada do que denomina “inteligências
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múltiplas”.

Gardner utiliza formas não verbais de avaliação da inteligência que


sejam capazes de fornecer elementos para a promoção de habilidades
cognitivas responsáveis pela boa qualidade da adaptação do ser
humano ao ambiente que o cerca.

A inteligência seria, então, um potencial biopsicológico, baseado em


diferenças genéticas e ambientais. Gardner enfatiza a importância da
localização das funções cerebrais e da relativa autonomia dessas
funções na explicação dos desempenhos cognitivos, como se expressa
na multiplicidade de inteligências.

As oito inteligências descritas por Gardner


Você já sabe que são oito as múltiplas inteligências descritas por
Gardner. Elas se desenvolvem de forma diferente em cada pessoa,
criando um perfil único. Você pode ter, por exemplo, a inteligência
lógico-matemática muito desenvolvida, enquanto a inteligência musical
não segue o mesmo nível de avanço.

Confira o quadro que mostra as “inteligências humanas”, segundo


Gardner:

Múltiplas inteligências.

Vamos a uma breve descrição de cada uma dessas inteligências.

translate
Inteligência linguística
Capacidade de aprender noções dos códigos linguísticos, memorizá-las
e aplicá-las de forma criativa, manifestando domínio da linguagem e das
palavras.

calculate
Inteligência lógico-matemática
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Capacidade de usar os números de forma efetiva para raciocinar


eficientemente, utilizando processos mentais, como categorização,
classificação, inferência, generalização, cálculo e testagem de
hipóteses.

visibility
Inteligência visual-espacial
Capacidade para a percepção do mundo visível e de transformar essa
percepção, envolvendo aspectos como a sensibilidade a cores, linhas,
formas e configurações espaciais.

directions_walk
Inteligência corporal-cinestésica
Capacidade para o controle e a harmonização dos movimentos
corporais, para a orientação e a manipulação de objetos.

audiotrack
Inteligência musical
Capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar formas
musicais, com sensibilidade ao ritmo, tom, melodia e timbre.

groups
Inteligência interpessoal
Capacidade de compreender e se identificar com os outros indivíduos e
de se comunicar com eles.

psychology
Inteligência intrapessoal
Capacidade de autoconhecimento e de agir de forma adaptativa, com
base nesse conhecimento.

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spa
Inteligência naturalista
Capacidade para reconhecer e classificar espécies da natureza e
sensibilidade em relação a outros fenômenos naturais.

Haveria uma nona inteligência?


Depois de completar o estudo das oito inteligências, Gardner começou a
estudar a possibilidade de uma nona inteligência, a existencial, que
estaria relacionada à preocupação com questões básicas da vida.

De todo modo, a teoria proposta por Gardner nos leva a perceber que
podemos desenvolver diversos tipos de inteligência. E se não vamos tão
bem em alguma capacidade, devemos nos animar descobrindo ou
reconhecendo outras capacidades em que vamos bem.

Ter consciência sobre nossas fortalezas e fragilidades no aprendizado é


muito importante para identificarmos como podemos aprender mais e
melhor.

Pare, observe e reflita sobre a sua forma de aprender. Verifique, do


quadro de inteligências descrito por Gardner, quais são as mais
desenvolvidas em você.

Pense sobre o que você aprende com mais facilidade, prazer e com
melhor rendimento.

Não estamos falando apenas das aprendizagens formais, de conteúdo


das disciplinas, mas também dos outros dois tipos de aprendizagem de
que falamos no módulo 1, as não formais e as informais.

Uma curiosidade... E a inteligência artificial?

Todos nós ouvimos muitas referências a esse termo, mas o que ele
significa?

A inteligência artificial ou IA, como é chamada, é um ramo de estudo da


Ciência da Computação que tem como objetivo desenvolver
mecanismos e dispositivos tecnológicos que consigam simular o
sistema de raciocínio dos seres humanos, ou seja, a inteligência
humana.

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Não se trata de substituir humanos por robôs, como muitas ficções


científicas apresentam, mas de criar soluções tecnológicas que realizam
atividades de um modo considerado inteligente.

Já dispomos, por exemplo, de aparelhos que interpretam e sintetizam a


voz ou os movimentos humanos, mas nada que aproxime
verdadeiramente as máquinas do que é capaz de fazer a inteligência do
homem.

Indivíduos com altas habilidades


A prática de avaliar quantitativamente a inteligência, que deu origem ao
conceito de quociente de inteligência, também originou o conceito de
superdotação intelectual, erradamente confundida com genialidade.

Pessoas com altas habilidades apresentam grande facilidade de


aprendizagem, desenvolvendo competências de forma muito rápida,
dominando aceleradamente conceitos, procedimentos e atitudes.

Normalmente apresentam vários aspectos e tipos de inteligência muito


desenvolvidos, demonstrando características como:

timer
Aprendizagem rápida

campaign
Riqueza de expressão verbal

star
Habilidade para lidar com ideias abstratas

casino
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Curiosidade, preferência por situações novas


e desafiadoras

tungsten
Criatividade e imaginação

group
Habilidade para compreender pontos de
vistas de outras pessoas

school
Interesse por variadas fontes de
conhecimento

extension
Originalidade para resolver problemas
O modelo dos três anéis de Renzulli e Reis
Renzulli e Reis (1997) definem o indivíduo com altas habilidades ou
superdotação (AH/SD) baseando-se na interação entre três grupos
básicos de traços humanos:

Habilidade acima da média para a realização


de tarefas.

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Grande envolvimento com a tarefa em


execução.

Altos níveis de criatividade.


O modelo é ilustrado pelos autores desta forma:

O modelo dos três anéis.

Eles afirmam que altas habilidades têm lugar em determinadas pessoas


(não em todas), em determinados momentos (não o tempo todo) e em
determinadas circunstâncias (não em todas as circunstâncias).

A teoria triárquica da inteligência (TTI) de Sternberg


Robert Sternberg (1988), da Universidade de Yale, afirma que a
inteligência compreende capacidades analíticas, criativas e práticas.
Vejamos:

Pensamento analítico
Nesse tipo de pensamento, buscamos a resolução de problemas
conhecidos.

Pensamento criativo
Por meio dele, tentamos resolver novos tipos de problemas.

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Pensamento prático
É o pensamento por meio do qual tentamos resolver problemas
aplicando o que já sabemos aos contextos cotidianos.

Teoria triárquica da inteligência.

A partir da teoria triárquica da inteligência, Sternberg criou uma


concepção plural de altas habilidades e formulou um modelo
pentagonal, segundo o qual elas apresentam cinco características:
excelência, raridade, produtividade, demonstratividade e valor.

Ele criou, ainda, um modelo explicativo da superdotação, conhecido


como WICS:

Wisdom – sabedoria
Inteligence – inteligência
Creativity – criatividade
Synthesized – síntese

Conhecendo os modelos mentais


Operando com a mente
Modelos mentais são mecanismos do pensamento humano que
representam e “filtram” a realidade externa. Cada um de nós tem o seu
modelo mental e ele, atuando em um nível abaixo da consciência, define
a forma como percebemos os fatos que acontecem na realidade à
nossa volta, as maneiras como pensamos, nos sentimos e reagimos a
eles.

Segundo Sartor (apud ANGELONI, 2008, p. 153), os modelos mentais


são imagens, pressupostos e histórias que temos acerca de nós
mesmos, das outras pessoas, das instituições e em relação a outros
aspectos do mundo e da vida.

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De onde vêm os modelos mentais? Como eles se formam nos


indivíduos?

Eles são criados a partir de quatro origens:

Sistema nervoso

Essa origem funciona como um "filtro biológico", refere-se às


capacidades fisiológicas e cognitivas, assim como a
determinadas limitações que cada ser humano tem.

Linguagem

Refere-se ao modo como utilizamos a língua e suas variantes


(modo de falar, nível de linguagem, regionalismos, por
exemplo). Por meio da linguagem, é estabelecida a
comunicação com as outras pessoas.

Cultura

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Alguns autores a consideram um modelo mental coletivo, pois


se desenvolve a partir de experiências compartilhadas nas
famílias e outras instituições sociais, empresas, nações.

História pessoal

Essa origem está vinculada ao passado de cada ser humano,


às experiências e informações que acumulamos ao longo do
tempo.

Mas qual é a relação entre os modelos mentais e a


aprendizagem?

Se os modelos mentais caracterizam a forma como o ser humano


percebe e interage com o mundo que o cerca, também descrevem a
concepção criada por ele sobre um conteúdo, um tema ou um assunto,
organizando os dados existentes em informações e conhecimentos, que
podem incluir a utilização de inferências equivocadas que atrapalham a
aprendizagem.

Marco Antonio Moreira (1997), pesquisador do assunto, afirma que a


melhor técnica para investigar a cognição humana é o estudo dos
estilos mentais, descrevendo o que as pessoas fazem enquanto
resolvem um problema. Para isso, utiliza experimentos em laboratório,
entrevistas estruturadas, atividades em grupo e a construção de mapas
conceituais ou mapas mentais.

Inferências
É um tipo de raciocínio a partir de determinados dados ou informações para
se chegar a determinada conclusão. Em outras palavras, é a dedução feita a
partir de alguma informação.

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Sobre mapas conceituais ou mapas


mentais

A teoria dos mapas conceituais foi desenvolvida na década de 1970


pelo pesquisador norte-americano Joseph Novak. Ele define mapa
conceitual como uma ferramenta para organizar e representar o
conhecimento (NOVAK; GOWIN, 1999) e a sua estrutura básica é uma
representação gráfica, geralmente bidimensional, de um conjunto de
conceitos interligados na forma de proposições.

Os conceitos aparecem em caixas e as relações entre eles são


especificadas por palavras ou frases de ligação. Com dois ou mais
conceitos, conectados por frases de ligação, formamos uma
proposição, que deve evidenciar de modo claro o significado da relação
conceitual estabelecida.

Saiba mais
Os mapas conceituais ou mapas mentais podem ser um recurso para
sintetizar de forma gráfica determinado conteúdo. Tentar elaborar um
mapa conceitual depois de ler ou estudar um assunto ou tema pode ser
uma maneira de você verificar sua habilidade para sintetizar,
esquematizar e fixar o que compreendeu. Depois de pronto, o mapa
conceitual pode ajudá-lo a retomar aquele mesmo material ou conteúdo
e guiá-lo numa revisão ou preparação para uma avaliação.

Na internet, você encontra páginas ou aplicativos que permitem criar


mapas mentais, como Miro, Mindmeister, Coggle, Mindomo, entre
outros.

Confira um exemplo de mapa conceitual a partir do que estudamos


sobre as múltiplas inteligências propostas por Gardner:

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Mapa conceitual da teoria das inteligências múltiplas

Antes de terminar este módulo, vamos a mais um desafio!

Agora que você já sabe que cada um de nós tem o seu modelo mental e
que ele define como percebemos os fatos que acontecem na realidade à
nossa volta, como pensamos e, logicamente, como aprendemos, reflita
sobre o seu modelo mental, a partir dos quatro fatores que determinam
a formação dele: biológicos, linguagem, cultura e história pessoal.

Resumindo
Além de conceituar o termo inteligência, vimos que a tendência dos
estudos iniciais era avaliar a inteligência quantitativamente, por meio de
testes padronizados, o que é expresso no conceito de quociente
intelectual (QI). Logo surgiram movimentos teóricos que contradisseram
essa tendência, como a teoria das inteligências múltiplas, de Howard
Gardner.

Apresentamos também alguns estudos relativos às altas habilidades ou


superdotação, como o modelo dos três anéis, de Renzulli e Reis, e a
teoria triárquica da inteligência (TTI), de Robert Sternberg.

Finalizamos conceituando modelos mentais, mecanismos do


pensamento humano que representam e “filtram” a realidade externa, e
comentando brevemente sobre os mapas conceituais ou mentais.

video_library
As teorias da inteligência e a
neurociência
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O professor Silvio Pessanha Neto, doutor em medicina, neurocientista,


explica o que é e como podemos analisar a inteligência ampliando os
olhares sobre o assunto.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

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Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Leia o texto a seguir:

“Fica claro, a partir do exame dos papéis adultos, mesmo na


sociedade ocidental dominada pela linguagem, que as capacidades
espaciais, interpessoais ou corporal-cinestésicas geralmente
desempenham papéis chave. No entanto, as capacidades
linguísticas e lógicas constituem o núcleo da maioria dos testes
diagnósticos de ‘inteligência’ e são colocados num pedestal
pedagógico em nossas escolas.”
(GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995, p. 33)

Essa citação expressa qual aspecto destacado da teoria de


Gardner?

A proposta de uma avaliação única para todas as


A
capacidades mentais.

A defesa da língua e da matemática como


B inteligências principais, pois são as capacidades
mais utilizadas em qualquer profissão.

A discordância da ideia de um quociente de


C inteligência único para descrever a capacidade
cognitiva humana.

A proposta da utilização apenas de formas verbais


D de avaliação da inteligência, principalmente das
capacidades linguísticas e lógicas.

O argumento de que os testes de inteligência


contribuem positivamente para destacar de forma
E
adequada o que deve ser valorizado na escola ou na
universidade.

Parabéns! A alternativa C está correta.


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Gardner discordava fortemente da existência de um quociente de


inteligência único para descrever a capacidade cognitiva humana.
Essa discordância está na própria existência das múltiplas
inteligências, avaliadas mediante estratégias diversificadas. Assim,
a alternativa A está incorreta porque Gardner defende uma
avaliação completamente diversificada e específica do que ele
denomina “inteligências múltiplas”. A alternativa B não deve ser
assinalada pois o autor não admite a existência de inteligências
principais, que se sobressaiam às outras. Para ele, todas as
múltiplas inteligências pesquisadas fazem parte do espectro
cognitivo do ser humano, tendo igual importância. A alternativa C
está incorreta porque Gardner propõe o rompimento com formas
apenas verbais de avaliação da inteligência, utilizando instrumentos
não verbais que sejam capazes de fornecer elementos para a
promoção de habilidades cognitivas responsáveis pela boa
qualidade da adaptação do homem ao ambiente que o cerca.
Finalmente, a alternativa E está incorreta porque os testes de QI
acabaram contribuindo para a valorização apenas das capacidades
linguísticas e lógica no contexto escolar ou acadêmico.

Questão 2

Analise as afirmativas a seguir:

I – Os modelos mentais correspondem a formas de representar e


“filtrar” a realidade externa, por meio de imagens, ideias e
experiências relacionadas a nós mesmos, aos outros e à realidade
em geral, contribuindo para o processo de aprendizagem.
II – Modelos mentais são provenientes da cultura, da história
pessoal, das competências individuais, da linguagem e do sistema
nervoso.
III – Os modelos mentais deixam de fora a influência de aspectos
coletivos ou institucionais, como a contribuição da família, das
organizações e do modo de vida de um povo ou comunidade.

Está correto apenas o que se afirma em

A Somente I.

B Somente II.

C Somente III.

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D I e II.

E II e III.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Os modelos mentais, que caracterizam a forma como o ser humano


percebe e interage com o mundo, definem a concepção criada pelo
indivíduo sobre um conteúdo, um tema, um assunto, organizando
os dados existentes em informações e em conhecimentos, o que
facilita a aprendizagem, mas também podem incluir a utilização de
inferências equivocadas, que atrapalham a aprendizagem. Esses
modelos são criados a partir de quatro origens: 1) por meio da
cultura, considerada uma espécie de “modelo mental coletivo”, pois
se desenvolve a partir de experiências compartilhadas nas famílias
e outras instituições e comunidades; 2) por meio da história
pessoal, ou seja, das experiências e aprendizados ao longo do
tempo; 3) por meio da linguagem, isto é, o modo como usamos os
diversos códigos para comunicação e interação; 4) por meio do
sistema nervoso, ou seja, nossas capacidades cognitivas e
fisiológicas.

3 - Estilos de aprendizagem
Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes para aprendizagem
significativa

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18/09/2023, 09:16 Como estudar melhor

Você já se deu conta de qual é o seu estilo de


aprendizagem?

Estudaremos agora os estilos de aprendizagem, para que você


compreenda melhor sua própria aprendizagem e confira algumas dicas
que podem lhe ajudar a estudar melhor.

Qual o seu estilo de aprendizagem


O que são os estilos de aprendizagem

Quando utilizamos a expressão “estilos de aprendizagem”, não estamos


nos referindo a uma teoria da aprendizagem específica. Cada um de nós
tem sua maneira própria de aprender, com determinadas características,
preferências, facilidades, estratégias para a solução de problemas, a
elaboração de conclusões e a assimilação dos conteúdos.

Assim, vamos a uma definição inicial de estilo de aprendizagem:

O estilo que um indivíduo manifesta


quando se confronta com uma
tarefa de aprendizagem específica.
[É] uma predisposição do aluno em
adotar uma estratégia particular de
aprendizagem, independentemente
das exigências específicas das
tarefas.

(CERQUEIRA, 2000, p. 36)

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Uma outra definição é proposta pelo casal de pesquisadores Rita Dunn e


Kenneth Dunn, numa obra que trata de como ensinar os alunos por meio
dos seus estilos de aprendizagem. Eles definem os estilos de
aprendizagem como um conjunto de condições que permitem ao
indivíduo se concentrar, absorver, processar e reter informações e
habilidades novas ou difíceis (DUNN; DUNN, 1978).

Atenção!
Os estilos de aprendizagem não são fixos, imutáveis. Eles podem sofrer
mudanças durante a vida, de acordo com o desenvolvimento do ser
humano.

Duas teorias de estilos de


aprendizagem
Há muitas teorias que classificam os estilos de aprendizagem. Dentre
as mais conhecidas, escolhemos duas para o nosso estudo: a teoria da
aprendizagem experiencial de Kolb e o modelo VARK de estilos de
aprendizagem.

Vamos conhecer cada uma dessas teorias.

A teoria da aprendizagem experiencial de Kolb


O psicólogo e teórico da educação David Allen Kolb, em 1984,
desenvolveu um instrumento padronizado de medida denominado
Inventário de Estilos de Aprendizagem (Learning Style Inventory - LSI),
que parte da ideia de que as pessoas possuem diferentes estilos de
aprendizagem, que são influenciadas pela maneira como percebem e
processam a realidade, ou seja, pelos modelos mentais, que já
estudamos no módulo anterior.

O Inventário de Estilos de Aprendizagem


O inventário é composto de frases sobre a aprendizagem dos
respondentes de um teste aplicado. Essas frases estão associadas a
determinadas alternativas, que recebem pesos de acordo com o que o
respondente acredita descrever melhor suas atitudes e sentimentos
quando está aprendendo. Assim, a partir dos graus atribuídos às
alternativas, são calculados quatro índices: experiência concreta,
conceituação abstrata, observação reflexiva e experimentação ativa.

O que significam esses quatro índices?

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18/09/2023, 09:16 Como estudar melhor

Os quatro índices compõem o que alguns também chamam de quatro


estágios do ciclo de aprendizagem. Confira no quadro a seguir a
descrição ou características de cada índice a partir de sua relação com
a aprendizagem.

Características d
Índices Aprendizagem
Aprendizes

Consideram
abordagens
teóricas
desnecessárias;
Experiência Fundamentada em aprendem melho
concreta experiências por meio de
exemplos
específicos e na
interação com
outros estudant

Apreciam
atividades que
Analítica e promovam a
Conceituação conceitual, apoiada reflexão e o
abstrata no raciocínio questionamento
lógico. com ênfase teór
e análise
sistemática.

Baseada em
Gostam de assis
observações
Observação a aulas sobre os
cuidadosas e
reflexiva conteúdos a ser
julgamentos
aprendidos.
pessoais.

Preferem partici
de projetos
Experimentação Alicerçada em práticos,
ativa atividades práticas discussões em
grupo e realizar
tarefas

Os quatro índices do Inventário de Estilos de Aprendizagem de Kolb.


Quadro: Baseado em Kolb, 1984.

Considerar cada um desses índices é uma forma de você refletir ou


mesmo tomar consciência sobre o modo como você aprende.

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A partir desse inventário, Kolb descreveu quatro estilos de


aprendizagem:

Adaptadores ou acomodadores

Preferem aprender com atividades práticas e experiências, em


vez de teorias e manuais; utilizam mais a intuição do que a
lógica.

Assimiladores

Preferem utilizar mais teorias do que o lado prático;


apresentam gosto por ideias abstratas e números, combinando
observação e pensamento.

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Divergentes

Preferem trabalhar em grupo, aprendendo com sensações e


observações; possuem muita criatividade e imaginação,
trazendo novas ideias e visões sobre o que é estudado.

Convergentes

Preferem aprender com a reflexão e a ação; têm facilidade com


a aplicação prática das ideias, tomada de decisões e resolução
de problemas.

É possível que você se identifique mais com um desses estilos de


aprendizagem, mas também pode ser que você perceba que em
diferentes situações ou disciplinas um ou outro estilo de aprendizagem
sobressaia.

Modelo VARK de estilos de aprendizagem

Essa é uma das abordagens mais conhecidas de estilos de


aprendizagem, até mesmo pela sua simplicidade.

O professor neozelandês Neil Fleming criou, em 1992, uma técnica de


mapeamento de estilos de aprendizagem denominada de VARK –
Visual, Auditivo, Leitura-escrita e Cinestésico (em inglês Visual, Aural-
Read, Write and Kinesthetic).

Segundo Fleming (2001), o ser humano tem quatro canais de


aprendizado e a predominância de um deles determina um estilo de
aprendizagem.

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Visual

Aprendizagem favorecida por meio de exposições e


demonstrações visuais.

Auditivo

Aprendizagem favorecida por meio da captação de variações


sonoras, como palestras, discussões e seminários.

Leitura-escrita

Aprendizagem favorecida pela leitura de artigos, manuais,


relatórios e ensaios e pela tomada de anotações.

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Cinestésico

Aprendizagem favorecida pela exploração de todos os sentidos


e pela realização de atividades práticas.

Os estilos de aprendizagem de Fleming (2001).

Uma contribuição interessante de Fleming foi a elaboração de um


quadro de recursos didáticos facilitadores da aprendizagem
relacionados a cada estilo:

Visual Auditivo Leitura-escrita

Diagramas Debates/palestras Livros/textos

Gráficos/imagens Discussões Folhetos

Aula expositiva Conversas Leitura de artigo

Comentários
Vídeos CDs de áudio
escritos

Resolução de Desenvolviment
Áudio e vídeo
exercícios de resumos

Pesquisa na
Seminários Ensaios
internet

Aulas práticas Música Múltipla escolha

Projeções (slides) Dramatização Bibliografias

Recursos didáticos e estilos de aprendizagem VARK.


Quadro: Fleming, 2001, p. 137

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Conhecer as pesquisas e teorias sobre estilos de aprendizagem nos faz


reconhecer que as pessoas aprendem de modo diferente, sendo
possível identificar um estilo que predomine em um indivíduo.
Entretanto, também podemos concluir que um mesmo indivíduo
aprende de modo diverso em diferentes situações.

Assim, mais importante do que tentar “cravar” de modo absoluto qual é


o seu estilo de aprendizagem, você deve estar atento à necessidade de
mobilizar diferentes habilidades ou usar estratégias de estudo
diversificadas em função da situação, do tipo de aula ou de conteúdo.

Mergulhando na Neurociência
Como o cérebro aprende?

Boa parte das pesquisas e estudos sobre estilos de aprendizagem se


valem hoje da contribuição da Neurociência.

A Neurociência (não confunda com Neurologia) é um ramo da ciência


que estuda o sistema nervoso central, suas estruturas, funcionalidades,
aspectos fisiológicos, processos de desenvolvimento e alterações que
podem surgir no decorrer da vida.

O médico e pesquisador Floyd Bloom define a Neurociência como uma


ciência multidisciplinar que analisa o sistema nervoso a fim de
compreender a base biológica do comportamento (BLOOM, 2008, p. 3).

Resumindo

Estudos de diversas áreas do conhecimento convergem para a


Neurociência, tornando-a nitidamente interdisciplinar. Dentre essas
várias confluências de diferentes áreas de conhecimento, temos a
Neurociência Cognitiva ou Neuropsicologia, que trata das capacidades
mentais relacionadas à inteligência, como linguagem, memória,
autoconsciência, percepção, atenção, aprendizagem, entre outras.

Para a Neurociência Cognitiva, a aprendizagem é um processo


complexo que provoca modificações estruturais e funcionais
permanentes do sistema nervoso central. De acordo com esse ramo da

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ciência, o processo de aprendizagem funcionaria conforme o seguinte


fluxo de etapas:

Etapas da aprendizagem na perspectiva da Neurociência Cognitiva.

video_library
Neurociência e aprendizagem
Vamos conhecer um pouco mais sobre como a Neurociência pode nos
ajudar a estudar e a aprender melhor com o médico Silvio Pessanha.

É possível ser mais eficiente nos


estudos?
Agora que você já domina vários conceitos relacionados à
aprendizagem, inclusive sobre modelo mental e estilos de
aprendizagem, conversaremos um pouco sobre métodos de estudo.

Aprendendo a estudar melhor

O melhor método de estudo...


não existe.
É isso mesmo, não existe.

Métodos de estudo são técnicas usadas para facilitar a aprendizagem,


torná-la mais agradável e eficaz. Consequentemente, é bom que você
conheça e experimente vários métodos e selecione alguns que

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combinam melhor com o seu estilo de aprendizagem, com as


características do conteúdo que você vai aprender, com o seu momento
de vida.

Alguns métodos de estudo bastante conhecidos

Dentre os diversos métodos ou técnicas, escolhemos quatro métodos


de estudo para lhe apresentar. Talvez você já os tenha utilizado, sem
sistematizar e direcionar essa escolha.

Será uma apresentação resumida, mas você pode buscar outras


informações sobre os que lhe parecerem mais interessantes.

Método Cornell

É um sistema de anotações organizado em três partes: ideias


principais do conteúdo que você está estudando; anotações
com as suas próprias palavras sobre elas; sumário ou resumo
do tema.

Flash cards

Uso de cartões para a revisão rápida dos aspectos mais


importantes do tema estudado, podem ser organizados em
perguntas e respostas.

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Mapas mentais ou mapas conceituais

Já abordados no módulo 2, são uma representação gráfica,


geralmente bidimensional, de um conjunto de conceitos
interligados na forma de proposições.

Método pomodoro

O método dura duas horas. Primeiro, você realiza uma


atividade durante 25 minutos. Quando acabar o tempo,
descansa 5 minutos. Assim sucessivamente, até completar as
duas horas. Nesse momento, você descansa mais 30 minutos.

Saiba mais

O método pomodoro recebe este nome, que significa “tomate” em


italiano, em referência ao cronômetro de cozinha na forma de tomate e à
ideia de dividir o tempo de foco total no estudo em quatro partes —
numa analogia, seria como dividir o tomate em quatro partes.

Há muitos outros métodos, como reler os textos, grifar as ideias


principais, gravar áudios com o resumo do tema estudado, ler em voz
alta o que não entendeu direito, resolver listas de exercícios, discutir o
conteúdo com colegas, entre outros.

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Técnicas e métodos de estudo


Vamos conhecer um pouco mais sobre alguns dos principais métodos
ou técnicas para um estudo mais eficaz e eficiente conversando com o
professor Gabriel Elmor.

Algumas dicas para melhorar a sua aprendizagem

Sem a intenção de apresentar uma “receita”, reunimos algumas


sugestões que realmente podem melhorar a sua aprendizagem.

Planeje o seu estudo, estabelecendo metas a alcançar.

Utilize o apoio das tecnologias digitais, explorando recursos ou


aplicativos que ajudam a organizar os estudos, como o Trello, o
Focus To-Do e o QuizUp.

Defina horários de estudo, escolha um lugar para estudar e


prepare o ambiente.

Cultive hábitos e práticas que ajudem a criar uma disciplina ou


rotina de estudos, mas lembre-se de que a rotina de estudos
não precisa ser algo enfadonho e repetitivo.

Varie as estratégias de estudo e os conteúdos, evitando a


monotonia.

Procure estudar quando estiver descansado.

Estabeleça pausas durante o processo de estudo, para diminuir


a fadiga e ter momentos de “descompressão”.

Evite acumular muito conteúdo ou estudar apenas na véspera


das provas, deixando para aprender tudo de uma vez só.

Estabeleça expectativas positivas em relação à sua


aprendizagem, estude com perspectiva otimista, encarando as
dificuldades como desafios.

Impeça a “curva de esquecimento”, fazendo revisões do


conteúdo.

Estabeleça conexões entre os conteúdos e busque aplicações


práticas do que você estiver estudando, o que ajuda a fixá-los.

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Agora que você aprendeu bastante sobre a aprendizagem, a importância


do conhecimento do seu modelo mental e do estilo de aprendizagem
predominante no seu perfil cognitivo, o desafio é fazer o Inventário de
Estilos de Aprendizagem de Kolb e, a partir do resultado, definir
estratégias e recursos para aprender de forma mais eficaz.

Tenha em mente, de início, que não há estilos melhores ou piores, todos


nós somos capazes de aprender cada vez mais e melhor, desde que
estejamos motivados e tenhamos condições adequadas para isso.

O teste pode ser realizado em alguns sites na Internet. Uma das


possibilidades de fazer o teste é buscando pelo Inventário de Estilo de
Aprendizagem de Kolb na página do Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes (CCHLA) da UFPB.

Resumindo

Entre as diferentes teorias que procuram dar conta da aprendizagem,


existem abordagens que identificam e tipificam os modos ou estilos de
aprendizagem. Das mais conhecidas, estudamos a teoria da
aprendizagem experiencial de Kolb e o modelo VARK de estilos de
aprendizagem.

A teoria da aprendizagem experiencial de Kolb identifica quatro estilos


de aprendizagem: adaptadores ou acomodadores; assimiladores;
divergentes; e convergentes. Já o modelo VARK reconhece os estilos de
aprendizagem visual, auditivo, leitura-escrita e cinestésico.

A Neurociência também traz importantes contribuições para a


compreensão do processo e dos estilos de aprendizagem.

Todas essas contribuições teóricas podem nos ajudar a identificar


técnicas e métodos mais adequados para aprendermos mais e melhor.

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18/09/2023, 09:16 Como estudar melhor

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Imagine que você tenha bastante dificuldade de aprendizagem em


relação ao conteúdo teórico de uma disciplina logo no início de seu
curso. Seu professor, que conhece a teoria da aprendizagem
experiencial de Kolb, propõe uma série de atividades individuais
bastante práticas, como dramatização do conteúdo e jogos para a
fixação dos conceitos. Após a última avaliação da disciplina, você
obteve um bom resultado, que indicou um progresso sensível.

Podemos levantar a hipótese de que o estilo de aprendizagem


envolvido nessa situação é predominantemente

A convergente.

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B adaptador.

C assimilador.

D auditivo.

E divergente.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O estilo de aprendizagem adaptador ou acomodador, segundo Kolb,


se caracteriza pela preferência por atividades práticas e
experiências, em vez de teorias e manuais, pelo uso predominante
da intuição, em vez da lógica. Por isso as atividades propostas
foram bem-sucedidas. Não se deve marcar a alternativa A porque
indivíduos com estilo de aprendizagem convergente preferem
aprender com a reflexão e a ação e têm facilidade com a aplicação
prática das ideias, tomada de decisões e resolução de problemas. A
alternativa C não deve ser assinalada porque, no estilo assimilador,
a preferência é por abordagens mais teóricas do que práticas. Os
indivíduos apresentam gosto por ideias abstratas e números,
combinando observação e pensamento. A alternativa D está
relacionada com o estilo auditivo de aprendizagem, não fazendo
parte do modelo teórico de Kolb, mas sim do modelo VARK. Por fim,
a alternativa E apresenta o estilo divergente, que se caracteriza pela
preferência pelo trabalho em grupo, o que não é o caso da nossa
situação hipotética.

Questão 2

Alexandre tem dificuldades para estudar de forma organizada e


sistemática. Dispersa a atenção com facilidade e logo fica cansado.
Um dos seus professores sugeriu que ele usasse o método
pomodoro de estudo, o que trouxe resultados muito positivos para
o rapaz.

Quais elementos ou procedimentos caracterizam esse método?

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Grifar os aspectos mais importantes do conteúdo e


A
elaborar um resumo para releitura posterior.

Usar cartões que objetivam a revisão rápida dos


B aspectos mais importantes do tema estudado, que
pode ser organizado em perguntas e respostas.

Realizar 25 minutos de estudo, seguidos por 5


minutos de descanso. Esse procedimento se repete
C
até completar 2 horas. Nesse momento, o aluno
descansa 30 minutos.

Usar plataforma virtual em que o aluno pode


D organizar o que tem estudado e acompanhar o ritmo
do que aprende.

Utilizar sistema de anotações organizado em três


partes: ideias principais do conteúdo estudado;
E
anotações com as próprias palavras do aluno sobre
o conteúdo; e o sumário ou resumo do tema.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Todas as alternativas se referem a métodos de estudo, mas apenas


a alternativa C descreve o método pomodoro de estudo. As demais
descrições citam outros métodos. A alternativa A trata da
conhecida combinação de destacar os aspectos mais importantes
do conteúdo, organizar um resumo e reler quantas vezes forem
necessárias. A alternativa B trata dos cartões de memorização
rápida, referindo-se à técnica Flash cards. A alternativa D apresenta
ofertas de plataformas virtuais que auxiliam a organização dos
estudos. A alternativa E faz referência ao método Cornell de estudo.

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Considerações finais
Você acompanhou, ao longo deste material, várias considerações e
abordagens teóricas sobre a aprendizagem, suas modalidades e os
fatores que nela interferem. Conheceu algumas teorias sobre
inteligência, modelos mentais, estilos de aprendizagem e outros
aspectos relacionados de alguma forma com o estudo e a construção
do conhecimento.

Também pôde se inteirar de alguns métodos, estratégias e cuidados que


podem melhorar o seu aprendizado.

Esperamos que tudo isso ajude você a estudar de forma adequada ao


longo de seu curso.

E lembre-se sempre: estudar deve ser mais do que uma obrigação, deve
ser uma oportunidade preciosa para continuar se desenvolvendo e se
preparando para os desafios da vida e do mundo do trabalho. O estudo é
o caminho para grandes realizações pessoais!

headset
Podcast
Escute agora um papo com o professor Rodrigo Rainha, Roberto Paes,
Luis Claudio Dallier e Gabriel Elmor sobre os desafios de estudar melhor.

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Explore +
Assista aos seguintes filmes para refletir sobre o tema da Inteligência
Artificial:

I. – Inteligência Artificial, de 2001, de Stanley Kubrick, com direção


de Steven Spielberg. Ambientado no futuro, o filme mostra as
relações tensas entre seres humanos e robôs a partir da família
Swinton, que tem um “filho adotivo”, o robô David, amado pela
mãe, mas nem tanto pelo irmão, que é humano.

Ela, filme de 2013, dirigido por Spike Jonze, aborda o


relacionamento entre um ser humano e um ente com Inteligência
Artificial que funciona como um assistente pessoal avançado e
inteligente. Da interação entre os dois nasce uma paixão do
homem pelo software.

Leia os seguintes textos:

Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que


é ser inteligente, de Daniel Goleman, publicado pela Objetiva. Na
obra, Goleman conceitua a inteligência emocional como o
conjunto de competências relacionadas a lidar com as próprias
emoções. Afirma que a capacidade de perceber, compreender,
processar e administrar as emoções, permitindo expressá-las de
maneira apropriada e eficaz, provoca efeitos profundos na vida
humana. O sucesso dessa abordagem foi tão grande que começou
a ser utilizada a expressão quociente emocional (QE), em
contraposição a quociente intelectual (QI), conceito que
estudamos no módulo 1 deste tema.

O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, publicado pela Objetiva. Um


livro que não traz sugestões de métodos de estudo, mas faz uma
abordagem interessantíssima sobre o impacto dos hábitos e das
suas mudanças sobre a vida do ser humano. A partir da leitura de
centenas de artigos acadêmicos, entrevistas com mais de
trezentos cientistas e executivos e pesquisas realizadas em
dezenas de empresas, o repórter investigativo do New York Times,
Charles Duhigg, propõe neste livro estratégias bem-sucedidas de
aprendizagem da mudança de hábitos.

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Referências
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(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de
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a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século
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KOLB, D. A. Experimental learning: experience as the source of learning


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Belo Horizonte: Faculdade de Educação da UFMG, 1997.

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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. Transformando nosso


mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Tradução:
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

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18/09/2023, 09:16 Como estudar melhor

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Consultado na internet em: 16 de jul. 2021.

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