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PROPÓSITO
Ao compreender as funções do psicopedagogo clínico, escolar, hospitalar e organizacional, é
possível verificar o campo de atuação do profissional, a importância das pesquisas na área,
bem como o trabalho interdisciplinar — conhecimentos relevantes para a formação e a atuação
profissional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Neste estudo, vamos explorar o campo de atuação do psicopedagogo clínico, escolar,
hospitalar e organizacional. Estudaremos as pesquisas em Psicopedagogia, ou seja, o
desenvolvimento de estudos das questões de Educação e da Saúde no que diz respeito ao
processo de aprendizagem. Além disso, entenderemos o trabalho interdisciplinar,
multidisciplinar e interdisciplinar no contexto da Psicopedagogia e o papel do psicopedagogo.
SABEMOS QUE A PSICOPEDAGOGIA COLABORA
PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DO PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM.
Dessa forma, vamos descobrir que, ao pensarmos na prática clínica, a Psicopedagogia tem-se
transformado em um campo de estudos para investigadores interessados no processo de
construção do conhecimento e suas dificuldades. Já como prática preventiva, busca construir
uma relação saudável com o conhecimento, de modo a facilitar a sua construção.
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MÓDULO 1
Identificar o campo de atuação e as funções do psicopedagogo clínico
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
Neste módulo, estudaremos o campo de atuação, as funções do psicopedagogo clínico, o
enfoque preventivo e terapêutico do psicopedagogo. Além disso, identificaremos a importância
da avaliação e do diagnóstico. Os conhecimentos aqui adquiridos proporcionarão condições
para você diferenciar o trabalho de um psicopedagogo clínico do trabalho de um
psicopedagogo institucional.
ATENÇÃO
É importante que você saiba que a forma de abordar o objeto de estudo pode assumir
características específicas, a depender da modalidade clínica, preventiva ou teórica, uma
ligando-se às outras.
Esse saber exige do psicopedagogo que recorra às teorias que lhe permitam reconhecer de
que modo se dá a aprendizagem, bem como as leis que regem esse processo: as influências
afetivas e as representações inconscientes que o acompanham, o que pode comprometê-lo e o
que pode favorecê-lo. É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que
é aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas estruturais que
intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar (BOSSA,
2011).
No exercício clínico, o psicopedagogo deve reconhecer a sua própria subjetividade, pois trata-
se de um sujeito estudando outros sujeitos. Essa inter-relação de sujeitos, em que um procura
conhecer no outro aquilo que o impede de aprender, implica uma temática muito complexa.
Ao psicopedagogo cabe saber como se constitui o sujeito, como este se transforma em suas
diversas etapas de vida, quais os recursos de conhecimento de que ele dispõe e a forma pela
qual produz conhecimento e aprende (BOSSA, 2011).
Outro aspecto a considerar é a forma como o psicopedagogo deve conversar com as pessoas
que o procuram, no caso, os familiares, a criança ou o adolescente. A linguagem precisa ser o
mais clara possível. Convém fugir de uma linguagem técnica, assim as possibilidades de
interação com eficácia serão maiores.
O psicopedagogo clínico necessita desenvolver habilidades para o trabalho terapêutico
como:
OUVIR
SURPREENDER
PERGUNTAR
RECOMEÇAR
Todo trabalho psi é clínico, seja ele realizado em uma instituição seja entre quatro paredes em
um consultório. Na clínica, também precisamos ter atitude de respeito pelas vivências do outro,
de disponibilidade perante seus sofrimentos, de olhar e de escutar para além das aparências
que nos são reveladas.
PSI
Psi representa a penúltima letra do alfabeto grego (Ψ), que originou a primeira parte da
palavra psicologia. Psico, em grego, significa mente ou alma.
O estudo da Psicopedagogia deve ser entendido com base em dois enfoques: o preventivo e o
terapêutico.
ENFOQUE PREVENTIVO
Aponta que o objeto de estudo da Psicopedagogia é o indivíduo em desenvolvimento. Seu
objeto é a pessoa a ser educada, seus processos de desenvolvimento e as alterações desses
processos.
ENFOQUE TERAPÊUTICO
Revela que o objeto de estudo da Psicopedagogia é a identificação, a análise, a elaboração de
uma metodologia de diagnóstico e o tratamento das dificuldades de aprendizagem (GOLBERT,
1985).
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O enfoque preventivo e terapêutico da Psicopedagogia.
Independentemente do enfoque dado ao atendimento, a Psicopedagogia tem um compromisso
com a pessoa que sofre pela dificuldade de aprendizagem, um compromisso com a
possibilidade de evitar e prevenir este sofrimento. Embora a Psicopedagogia tenha se
originado com o objetivo de tratar dos problemas de aprendizagem, com a evolução dos
estudos na área, ela também passou a procurar meios para diminuir os fracassos escolares —
aqui considerados como um todo e não o fracasso do sujeito da aprendizagem.
Contudo, vamos deixar bem claro, por mais que consideremos o fracasso como
responsabilidade de todos nós, quem sofre de verdade é o sujeito da aprendizagem. Não que
os familiares e os professores não sofram diante dessa situação, mas são os alunos que
vivenciam as consequências negativas do processo.
Nesse sentido, o psicopedagogo precisa ter um domínio cada vez maior das variáveis
envolvidas no processo de aprendizagem.
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO
PSICOPEDAGÓGICO
Agora, vamos pensar um pouco sobre a atuação inicial de um psicopedagogo clínico ao ser
procurado por uma família cujo filho apresenta dificuldades na escola. A organização de uma
avaliação psicopedagógica clínica vai exigir uma sequência de atitudes, as quais serão
apontadas a seguir:
1. Primeiramente, realiza-se uma entrevista com pais e/ou responsáveis para identificar os
motivos da queixa, o material a ser utilizado, a duração das sessões ou encontros, os horários
e as hipóteses para uma melhor observação e análise do(s) sintoma(s).
É preciso considerar que, ao receber em sua clínica uma criança que é vista pela escola como
“um problema e um fracasso escolar”, o psicopedagogo deve entender que a criança está em
sofrimento e com autoestima baixa. Esse profissional deve estar atento a todos os aspectos
que envolvem a criança na escola, para fazer uma investigação minuciosa e atendê-la em suas
necessidades (BOSSA, 2011).
EIXO VERTICAL
É importante pesquisar a história de vida do sujeito (anamnese), análise de laudos anteriores,
bem como de relatórios clínicos e escolares, além disso, pesquisa documental e de imagens,
fotos.
O eixo vertical procura aspectos no histórico do sujeito, nas “diferentes histórias” que estão
ligadas à grande história do paciente.
EIXO HORIZONTAL
Busca-se realizar um levantamento atual do desempenho do sujeito (avaliar funções como
atenção, percepção, memória, linguagem, raciocínio, pensamento, inteligência, psicomotor), do
seu estilo de viver o processo escolar e do seu universo simbólico. O eixo horizontal considera
a visão do paciente no tempo presente e procura compreender o desvio que acontece no aqui
e agora.
É necessário acrescentar que é muito comum encontrar profissionais que utilizam jogos,
brincadeiras, brinquedos tanto em situação de avaliação quanto em intervenção
psicopedagógica, seja na clínica seja nas escolas (RUBINSTEIN, 1991).
PSICOGENÉTICA
PSICANÁLISE
PSICOLOGIA SOCIAL
Segundo Visca, o processo diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica
de interação entre o cognitivo e o afetivo, os quais resultam no funcionamento do sujeito. A
teoria de Visca aponta que o processo diagnóstico consiste em passos, os quais irão revelar
uma visão do sujeito no que diz respeito ao seu aprendizado. É por meio dele que se realiza o
diagnóstico, o prognóstico e as indicações da matriz de pensamento diagnóstico.
PROCEDIMENTOS INTERNOS DO
AÇÕES DO PSICOPEDAGOGO
PSICOPEDAGOGO
O material deve ser colocado sobre uma mesa, de forma organizada, conforme a faixa etária
do entrevistado. A EOCA é composta de alguns materiais de livre uso para a criança. Podem
ser organizados em uma caixa e ficam à disposição folhas (quadriculadas, com e sem pauta),
caixa de lápis de cor, lápis de escrever sem ponta, apontador, borracha, tesoura, régua,
marcadores, cola, massa de modelar, livros e/ou revistas.
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Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) com a criança.
Atender ao sujeito, estabelecendo um processo corretor psicopedagógico com o objetivo de
superar as dificuldades encontradas na avaliação.
Orientar os pais quanto às suas atitudes em relação aos filhos, bem como os professores em
relação aos seus alunos.
No que se refere ao papel do psicopedagogo clínico, devemos ressaltar que esse profissional
precisa ter conhecimentos multidisciplinares, pois, no processo de avaliação diagnóstica, é
necessário estabelecer e interpretar informações em vários aspectos, entre eles: auditivo e
visual, motor, intelectual, cognitivo, acadêmico e emocional (BOSSA, 2002).
A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO
PSICOPEDAGOGO CLÍNICO
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre o campo de atuação do psicopedagogo clínico
e suas funções relativas ao enfoque preventivo e terapêutico do psicopedagogo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
PORQUE
II. REALIZANDO PRIMEIRAMENTE ESSAS AÇÕES, O PSICOPEDAGOGO
TERÁ CONDIÇÕES DE EXECUTAR UM TRABALHO EFICIENTE, COM UMA
PRÁTICA INTERVENTIVA QUE POSSIBILITARÁ RESULTADOS
SATISFATÓRIOS E ÚTEIS.
GABARITO
Visca tem como objeto de estudo o processo de aprendizagem. A sua teoria, a Epistemologia
Convergente, que é fundamentada em três áreas — psicanálise, psicogenética, psicologia
social —, propõe um esquema evolutivo da aprendizagem, que vai além do cognitivo, afetivo e
das carências sociais de formas isoladas. Ele busca uma visão integrada para entender o
indivíduo como ser único.
Ao realizar uma avaliação psicopedagógica, o psicopedagogo clínico pode ter ações variadas.
É adequado começar com uma entrevista com os pais, para obter a história de vida, bem como
o motivo da queixa. O profissional fechará um contrato com eles, mostrando o número de
sessões, duração e horários. São práticas que auxiliam na intervenção, bem como interferem
no fechamento do trabalho.
MÓDULO 2
Comparar a Psicopedagogia Escolar, Hospitalar e Organizacional
A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
Agora exploraremos o papel do psicopedagogo na escola, nos hospitais e nas empresas. Você
constatará que o psicopedagogo pode exercer várias atividades importantes nestas
instituições.
As escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que apresentam dificuldades de
aprendizagem. Relatam que não possuem política de intervenção capaz de contribuir para a
superação dos problemas de aprendizagem.
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A boa formação profissional do psicopedagogo permite reunir qualidades, habilidades e
competências para a atuação na instituição escolar.
Através de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo pode trabalhar com a equipe escolar
e ajudar a construir um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma preventiva.
O psicopedagogo em uma instituição escolar pode exercer várias funções. Sua atuação pode
ser/estar relacionada à orientação de pais, ao auxílio de professores, coordenadores e outros
profissionais nas questões pedagógicas. Esse profissional também pode subsidiar as
atividades da direção para garantir um bom relacionamento entre todos os integrantes da
instituição e, principalmente, ajudar o aluno que esteja com problemas e/ou dificuldades
pedagógicas (BOSSA, 2002).
COMENTÁRIO
Esse profissional também pode participar de equipes responsáveis pela elaboração de planos
e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, auxiliando professores,
diretores e coordenadores a repensar o papel da escola, do próprio ensino e as necessidades
individuais de aprendizagem dos estudantes (BOSSA, 2011).
O trabalho é de equipe, uma parceria com todos os que fazem parte da escola (gestores,
equipe técnica, professores, pessoal de apoio, alunos, família). O psicopedagogo entra na
escola para ver o "todo da instituição”. A atuação psicopedagógica na escola implica um
trabalho de caráter preventivo e de assessoramento no contexto educacional (PONTES, 2010).
ATENÇÃO
Temos que ter consciência de que o psicopedagogo, em uma instituição escolar, não vai
solucionar todos os problemas (dificuldade de aprendizagem, evasão, indisciplina, desestímulo
docente, entre outros). Não há respostas prontas, o trabalho deve ser conjunto.
PSICOPEDAGOGIA HOSPITALAR
ATENÇÃO
PSICOPEDAGOGIA ORGANIZACIONAL
O psicopedagogo em uma empresa possui múltiplas formas de atuação. Uma delas é a área
de Treinamento e Desenvolvimento que se refere à formação continuada dos profissionais, que
promove o desenvolvimento de capacidades cognitivas e habilidades criativas, visando à
adaptação às condições de trabalho exigidas pela empresa.
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O psicopedagogo desenvolve suas atividades no departamento de RH da organização.
Você sabe que a dinâmica das organizações exige soluções estratégicas, as quais levam em
conta as várias maneiras de transmissão de conhecimentos, bem como a aprendizagem dos
colaboradores no contexto do trabalho. Nesse sentido, a presença de um ou mais especialistas
em aprendizagem humana é necessária nas empresas, pois é preciso pensar o processo de
aprendizagem coletiva da organização e o desenvolvimento da capacidade dos profissionais
em uma abordagem sistêmica.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SABEMOS QUE O TRABALHO HOSPITALAR É TAMBÉM UMA
MODALIDADE DE ATUAÇÃO PARA O PSICOPEDAGOGO. DESSA FORMA,
LEIA E ANALISE AS AFIRMAÇÕES ABAIXO:
GABARITO
PSICOPEDAGOGIA E A CIÊNCIA
Para dialogarmos sobre este assunto, nada melhor do que trazer as ideias da experiente e
renomada psicopedagoga Nádia Bossa. A Psicopedagogia hoje se constitui como uma área de
estudos, ou seja, busca firmar-se como Ciência. Contudo, vamos relembrar aqui que a
Psicopedagogia é objeto de pesquisa e se originou de uma prática que hoje está
essencialmente voltada para a questão da aprendizagem humana.
A reflexão acerca da prática psicopedagógica tem relação com os fatores sociais que
determinam a necessidade de construir conhecimento no campo da intervenção
psicopedagógica. No Brasil, esse campo se caracteriza como um espaço multi e
interdisciplinar. Sabemos que, há mais de três décadas, profissionais de várias áreas de
formação, envolvidos no âmbito da Educação e Saúde, têm-se ocupado da questão das
dificuldades de aprendizagem, motivados por uma questão que se faz presente no cotidiano
escolar e que ainda não foi resolvido: o fracasso do sistema educacional brasileiro (BOSSA,
2008).
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
TEORIA DA APRENDIZAGEM
TEORIA DA EDUCAÇÃO
TEORIA PSICANALÍTICA
PSICOLOGIA PSICODINÂMICA
PSICOLOGIA SOCIAL E ORGANIZACIONAL
SOCIOLOGIA
NEUROCIÊNCIAS
DIDÁTICA
EPISTEMOLOGIA
Mesmo sabendo que a prática psicopedagógica cresce significativamente, aumentando o
espaço de ação e as formas de intervenção, há muito a ser feito no que diz respeito ao campo
da investigação científica, para que se possa de fato fazer frente à demanda que a originou.
Apenas pesquisas realizadas no contexto acadêmico poderão oferecer uma produção de
conhecimento que tenha condições de mudar tal realidade (BOSSA, 2008).
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Há muito a ser feito no campo da investigação científica ligada à Psicopedagogia.
Os estudos que ora apresentamos têm como propósito mostrar os benefícios que trazem para
a evolução da Psicopedagogia como Ciência e, ao mesmo tempo, como contribuem para
amenizar os problemas gerados pelo não aprender.
Campagnolo e Marquezan (2019) realizaram uma pesquisa cujo objetivo foi analisar as
publicações recentes sobre o psicopedagogo escolar, a fim de compreender de que forma o
psicopedagogo tem se inserido na escola, como se dá a sua atuação no contexto escolar,
como ele desenvolve seu trabalho e quais as relações que estabelece com os demais atores
escolares.
ESTADO DO CONHECIMENTO
Já o estudo de Bittencourt et al. (2019), a partir de revisão integrativa, teve como objetivo
compreender a atuação do psicopedagogo em relação à inovação no ambiente escolar,
considerando as novas demandas, os desafios e as necessidades de transformação. Foram
selecionados e analisados 22 artigos. Os resultados revelaram a necessidade do
desenvolvimento de pesquisas que demonstrem a importância e a diversidade de atuação do
psicopedagogo para atender às novas demandas de inovação no contexto de aprendizagem
escolar, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico da área, dos
profissionais e, principalmente, para o potencial de aprendizagem dos indivíduos.
Smerdel e Murgo (2018) realizaram um relato sobre a atuação do psicopedagogo no contexto
hospitalar como membro da equipe multidisciplinar do hospital. Com base na reflexão teórica e
prática, analisaram o atendimento psicopedagógico realizado na pediatria de um hospital. Os
encontros foram divididos em dez sessões semanais de intervenções baseadas em atividades
individuais e em leito hospitalar e dez sessões semanais de intervenções grupais realizadas na
brinquedoteca com atividades lúdicas. Foi possível verificar a importância da intervenção
psicopedagógica para o aprender e para a qualidade de vida de crianças e adolescentes em
idade escolar no processo de hospitalização.
DESENHO DA FAMÍLIA
DESENHO DA FAMÍLIA CINÉTICA
DESENHO DO PAR EDUCATIVO
HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
SONDAGEM DA ESCRITA
PROVAS PIAGETIANAS
Os resultados revelaram, de acordo com a avaliação psicopedagógica, um atraso na
aprendizagem da escrita, no desenvolvimento cognitivo e, também, dificuldades de
coordenação motora, interação e comunicação.
O estudo concluiu que a avaliação psicopedagógica foi fundamental, pois permitiu uma análise
abrangente do sujeito e de sua aprendizagem, incluindo sugestões de encaminhamentos
baseadas nos resultados alcançados.
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A avaliação psicopedagógica com a criança
ATENÇÃO
Com esses cinco estudos relatados, queremos afirmar que as pesquisas científicas na área
da Psicopedagogia contribuem para a construção de conhecimento e podem ser consideradas
grandes aliadas no processo da aprendizagem humana. Não tivemos a pretensão de esgotar o
assunto, mas queríamos que você soubesse que conhecer pesquisas científicas é fundamental
para sua formação.
Na visão de Bossa (2008, p. 47), ainda que os obstáculos sejam muitos, a Psicopedagogia se
constrói incessantemente e propõe auxiliar o ser humano a superar-se nas adversidades por
meio da aprendizagem. Assim, entende que o fato de a Psicopedagogia argumentar sobre seu
direito de existir já é prova de sua existência. Sabe-se que existindo e, consciente de sua
responsabilidade, reivindica tenazmente espaço para sua autoria.
C) Apesar dos vários esforços realizados para se ter um campo de conhecimento científico que
proporcione à Psicopedagogia estar na academia, sabemos que é impossível conquistar este
espaço.
D) Muitos estudos ainda são realizados com o intuito de entender o fracasso escolar tão
presente nos contextos escolares. O psicopedagogo se faz presente neste campo de
compreensão.
A) Problemas relacionais
E) Problemas mentais
GABARITO
A DIFERENÇA ENTRE A
MULTIDISCIPLINARIDADE E A
INTERDISCIPLINARIDADE
Para que você compreenda o trabalho multidisciplinar e interdisciplinar na Psicopedagogia,
inicialmente é preciso entender a diferença entre esses dois conceitos fundamentais. Fique
atento!
MULTIDISCIPLINARIDADE
Na opinião de Costa (2007), a multidisciplinaridade requer a proximidade de diversas
disciplinas que, porém, não estão relacionadas entre si. Não pressupõe, necessariamente,
trabalho em equipe e coordenação. Na multidisciplinaridade, não se acordam conceitos e
métodos.
INTERDISCIPLINARIDADE
Considera o grau de integração entre as disciplinas e a intensidade de trocas entre os
especialistas. Desse processo interativo, todas as disciplinas saem enriquecidas. Não basta
somente tomar de empréstimo elementos de outras disciplinas, mas também comparar, julgar e
incorporar elementos na produção de uma disciplina modificada.
A autora Fazenda (2001) amplia nossa reflexão sobre o conceito de interdisciplinar, ao apontar
que interdisciplinaridade não é somente um conhecimento, mas ação. Ela também nos
direciona ao duvidar sobre “o que seriam atividades de conhecimento”. A interdisciplinaridade
se desenvolveria a partir do desenvolvimento das próprias disciplinas.
SE A INTERDISCIPLINARIDADE APONTA A RELAÇÃO
ENTRE DUAS OU MAIS DISCIPLINAS, ATRAVÉS DO
TRABALHO INTERDISCIPLINAR É POSSÍVEL
ESTABELECER TROCAS DE CONHECIMENTO AO
PROMOVER UMA COMUNICAÇÃO E UMA
ABORDAGEM NÃO FRAGMENTADA E UM
ATENDIMENTO PARA A PESSOA EM SUA
INTEGRALIDADE.
ATENÇÃO
O TRABALHO INTERDISCIPLINAR E
MULTIDISCIPLINAR NA PSICOPEDAGOGIA
Vamos explorar agora a visão de Griz (2006) acerca do trabalho interdisciplinar e
multidisciplinar na Psicopedagogia.
Vimos que a Psicopedagogia visa intervir nos processos de aprendizagem e sabemos que, por
diversas razões, encontramos crianças que não conseguem aprender, não conseguem
acompanhar os conteúdos em sala de aula e nem ter um desempenho semelhante ao de seus
colegas. Afinal, cada ser tem sua individualidade, sua subjetividade, é único em sua forma de
aprender e se relacionar com o mundo.
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Podemos compreender por que, originalmente, os profissionais procuravam, em suas áreas de
conhecimento e de forma isolada, encontrar uma solução que explicasse e resolvesse os
problemas no processo de aprendizagem. Cada um, com sua ação própria e se baseando em
diversas teorias, teve então necessidade de se apoiar em disciplinas e práticas diferentes, pois
uma só não oferecia explicação ou resolução para os problemas que surgiam.
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Vimos que a Psicopedagogia visa intervir nos processos de aprendizagem e sabemos que, por
diversas razões, encontramos crianças que não conseguem aprender, não conseguem
acompanhar os conteúdos em sala de aula e nem ter um desempenho semelhante ao de seus
colegas. Afinal, cada ser tem sua individualidade, sua subjetividade, é único em sua forma de
aprender e se relacionar com o mundo.
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A Psicopedagogia não foi diferente de outras áreas do conhecimento ao buscar um corpo
teórico consistente para responder aos diversos problemas de aprendizagem. Ao realizar esse
movimento, tornou-se inicialmente multidisciplinar. Mas a ação psicopedagógica também não
pôde explicar a questão do não aprender em sua totalidade. Essa prática era ainda exercida
por profissionais que procuravam intervir nos problemas de aprendizagem, cada um com sua
formação acadêmica trabalhando isoladamente, com seus pontos de vista e procedimentos.
A Psicopedagogia é, pois, uma área do conhecimento que permite ao ser humano ser
protagonista de seu pensamento, oferece novas oportunidades, dando a esse sujeito uma
aprendizagem significativa.
TRANSDISCIPLINARIDADE E
PSICOPEDAGOGIA: UM NOVO OLHAR E
NOVAS POSSIBILIDADES DE AGIR
A transdisciplinaridade nos revela o que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, por meio
das diferentes disciplinas e além das disciplinas. Seu objetivo é a compreensão do mundo atual
— e um dos pontos chaves para isso é o conhecimento. Baseia-se em novos aspectos de
realidade, trabalha nas lacunas, “entre”, “através” e “além” das disciplinas.
Ora, a Psicopedagogia também caminha nessa direção. Não se limita a uma visão
multidisciplinar e interdisciplinar. Ela caminha pelo conhecimento das diversas disciplinas,
transcendendo-as para ocupar um espaço que é seu, firmar-se no estudo, na análise e na
solução do problema do sujeito que apresenta dificuldades no seu processo de aprender.
A Psicopedagogia ouve os diferentes discursos que estão constituídos no sujeito e pelo sujeito.
É dessa maneira que ele trabalha, com as incertezas e os conflitos que acontecem na sua
prática clínica, como na sua atuação na instituição. A Psicopedagogia irá sempre analisar seus
fundamentos e construir novos instrumentos, ampliando espaços para novas buscas do
conhecimento no processo de aprendizagem humana.
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A Psicopedagogia e as contradições e as tensões da mente humana.
O TRABALHO MULTIDISCIPLINAR,
INTERDISCIPLINAR E TRANSDISCIPLINAR
E A PSICOPEDAGOGIA
A especialista Patricia Rossi Carraro fala sobre como a Psicopedagogia tornou-se
inicialmente multidisciplinar para depois passar a ter uma visão interdisciplinar.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Pluridisciplinaridade
B) Interdisciplinaridade
C) Multidisciplinaridade
D) Transdisciplinaridade
E) Transversalidade
A) I, II, III e IV
B) I e II
C) I, II e III
D) II, III e IV
E) II e III
GABARITO
Por mais que seu foco ainda seja o trabalho interdisciplinar, o trabalho multiprofissional pode
ser realizado em alguns momentos do estudo do objeto. Além disso, sua atuação relaciona-se
a diversos campos e não se restringe somente ao atendimento clínico como ocorria no
passado. Contudo, vale ressaltar que o indivíduo pode aprender por conta própria e não
precisa somente do grupo para obter conhecimento.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste material, discutimos o campo de atuação e as funções do psicopedagogo
clínico, escolar, hospitalar e organizacional. Vimos o quanto esse profissional é imprescindível
nesses espaços, os quais têm suas particularidades.
Não existe um campo de atuação melhor do que o outro; o psicopedagogo visa sempre auxiliar
as pessoas que, de certa forma, encontram-se em sofrimento e buscam uma nova relação com
o aprender, incluindo o aprender a viver melhor.
A Psicopedagogia tem procurado caminhos sólidos que apontem estudos consistentes que
contribuam para a formação e a atuação do psicopedagogo. Ela ganhou espaço no meio
científico e isso fortalece os profissionais que ainda esperam o reconhecimento em sua
carreira.
REFERÊNCIAS
BATISTA, Leila Santos; GONCALVES, Bárbara; ANDRADE, Márcia Siqueira de. Avaliação
psicopedagógica de criança com alterações no desenvolvimento. Relato de experiência.
Rev. Psicopedagogia, São Paulo, v. 32, nº 99, p. 326-335, 2015.
FAZENDA I.C.A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 7. ed. São Paulo: Editora
Papirus, 2001.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
CONTEUDISTA
Patricia Rossi Carraro
CURRÍCULO LATTES