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PSICOPEDAGOGIA

UNIDADE 1 = Fundamentos da psicopedagogia


A França iniciou as atividades em psicopedagogia entre os séculos XIX e XX.
Ao final do século XIX, educadores como Pestallozi, dedicavam seu tempo aos
alunos que apresentavam alguma dificuldade de aprendizado e em 1898,
aproximadamente, foram instaladas em escolas públicas as “classes
especiais”, que eram destinadas às crianças com retardo mental, sendo que
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neste mesmo ano, a psiquiatra Maria Montessori desenvolveu um método de
aprendizagem específico para crianças com algum retardo, mais tarde o
método montessoriano agregou alfabetização e o método sensorial.

Entre 1904 e 1908 aconteceram as primeiras consultas médicas pedagógicas


com a intenção de encaminhar crianças às salas especiais, mas há teóricos
que apontam que a psicopedagogia se iniciou em 1946, com a inauguração do
primeiro centro de psicopedagogia da Europa.
Porém, foi o psicopedagogo Jorge Visca, através da criação da
Epistemologia Convergente, que conseguiu desenvolver a psicopedagogia
junto com a conversão de grandes educadores e pensadores, como Piaget,
Freud e Enrique Pichon Rivieri, em único conceito que perdura até hoje. Os
autores mais influentes sobre as fundamentações psicológicas da
psicopedagogia são: Jean Piaget, David Ausubel, Jerome Bruner, Lev
Vygotsky, Sigmund Freud, Carl Rogers, Paulo Freire e Mary Warnock.

A psicopedagogia age com interdisciplinaridade não só com a pedagogia


e a psicologia, mas com vários campos de atuação, como medicina,
psicanálise, neuropsicologia, fonoaudiologia, entre outros. O especialista
em psicopedagogia pode atuar na área institucional, clínica e empresarial.
Abaixo estão os fundamentais campos de atuação do psicopedagogo:

1. Educação especial;

2. Terapias educativas;

3. Avaliação curricular;

4. Programas educativos

5. Política educativa.

É necessário que o profissional compreenda o que é ensinar e o que é

aprender.

A psicopedagogia está voltada à evolução individual entre professor e


aluno (educador e educando) no conhecimento do percurso da formação
do indivíduo, na aprendizagem, na descoberta das diferenças, para então
enfatizar a criatividade. O significado de aprender é mudar sem esquecer-se
de utilizar o passado, como referência para fazer uma nova história.
Atualmente, a psicopedagogia já é vista como uma ciência que não depende
da psicologia ou da pedagogia, e que não é apenas uma junção das duas. Ela
possui o objeto de estudo definido e com intenções mais amplas. O foco não é
mais só os sintomas ou o processo de aprendizagem e, sim, o indivíduo
cognoscente do qual será estudado e trabalhado com o objetivo de construir o
seu conhecimento, para que possa alcançar a autonomia e a ousadia, tendo
em vista o seu conhecimento.
O psicopedagogo deve atuar junto às escolas de forma preventiva,
exercendo o papel de consultor, atuando diretamente nas questões de
ensino-aprendizagem para minimizar os problemas que possam surgir em
relação aos alunos.
Assim, deverá mostrar à escola que os problemas de aprendizagem não
surgem apenas das dificuldades dos alunos, mas também de problemas
presentes na própria escola, tais como:

1. Organização da instituição;
2. Métodos de ensino;
3. Relação professor/aluno;
4. Linguagem do professor, dentre outros.

UNIDADE 2 = Psicopedagogia clínica


A psicopedagogia clínica é realizada em ambiente próprio como uma clínica,
com atendimento, na maioria dos casos, individual. O psicopedagogo clínico
avalia o indivíduo através de diagnóstico para identificar os motivos da
dificuldade de aprendizagem. No primeiro momento ele fará uma entrevista
com os pais para combinar horários, quantidade de sessões, honorários e a
importância do comparecimento do indivíduo em todas as sessões.
O psicopedagogo é um profissional que possui informações
multidisciplinares, já que em um processo de avaliação diagnóstica é
imprescindível estabelecer e interpretar elementos em diversas áreas,
como: auditiva, visual, motora, intelectual, cognitiva, acadêmica e
emocional. As informações dessas áreas fazem com que o profissional
perceba o quadro diagnóstico do aluno e tenha facilidade para o procedimento
mais adequado.

Psicopedagogia hospitalar

Psicopedagogia hospitalar se refere ao raciocínio e técnicas, que levam em


consideração os padrões normais e patológicos, tendo em vista a influência do
meio, família, escola e sociedade no desenvolvimento psico-socio-educacional
e físico dos pacientes.
A recomendação da psicopedagogia hospitalar é ser o mediador, não só de
crianças, mas também de todos aqueles que passam por internações, sejam
elas de curta, média ou longa duração, doenças crônicas e terminais. Os
psicopedagogos hospitalares, fundamentados na técnica e na prática,
exploram todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se
preocupam umas com as outras.
Cabe ao psicopedagogo mostrar à criança que mesmo em momentos dos
quais ela não está disposta a estar na sessão, na maioria das vezes fugindo
para não enfrentar suas dificuldades, ela deve esforçar-se para dar
continuidade no tratamento, uma vez que fugir dos problemas lhe trará mais
sofrimento.

Psicopedagogia institucional (escola)


A psicopedagogia institucional escolar tem a capacidade de adotar tanto
uma natureza preventiva, quanto assistencial. Na natureza preventiva,
cabe ao psicopedagogo perceber possíveis perturbações no processo de
aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecer a
integração, promover orientações metodológicas de acordo com as
características e particularidade dos indivíduos do grupo, realizando processos
de orientação.

Já na natureza assistencial, o profissional participa e contribui na elaboração


dos planos e projetos das políticas educacionais, criando condições para que
todo o corpo docente da escola analise, avalie e repense sobre o papel da
escola, quanto às necessidades individuais de aprendizagem da criança.

Psicopedagogia empresarial
A psicopedagogia empresarial promove ações dentro das empresas que
colaboram no planejamento, gestão, controle e avaliação de aprendizagens,
proporcionando a qualidade dos processos de recrutamento, seleção e
organização de pessoal, bem como os de diagnóstico organizacional, dando
subsídios significativos e perfis específicos aos treinamentos que se aplicam no
interior da organização.
Abaixo relacionamos alguns dos atributos desta função:
Avaliação de colaboradores;
Recrutamento e seleção;
Treinamento;
Dinâmicas em grupo;
Formação de agentes multiplicadores;
Padronização de procedimentos;
Elaboração de manuais e informativos.
Leis, diretrizes e códigos da psicopedagogia

já em seu Artigo 1º, designa o conceito de psicopedagogia e a área de

atuação de seu profissional:

“A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se

ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a

escola, a sociedade e o contexto sócio histórico, utilizando

procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais

teóricos.”

O Artigo 6º impõe compromissos éticos do psicopedagogo, focando na cautela


nas relações, considerando que estamos lidando no dia a dia escolar, com
múltiplos profissionais de diversas formações, mas essencialmente porque
trabalhamos com crianças e jovens em formação, que se espelharão em nós,
no estabelecimento de sua personalidade.
No Brasil ainda não é regulamentada a profissão de psicopedagogo e há
uma luta constante para que o congresso aprove o projeto de lei n°
128/2000.
Para ser psicopedagogo é necessário ter uma formação superior em
licenciatura e fazer a pós-graduação em psicopedagogia. Em 2005, uma
universidade abriu o curso de graduação e dois anos mais tarde foi fechado
pelo MEC.
A regulamentação não tem progredido desde então.

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