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INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO

DIAGNÓSTICO EM PSICOPEDAGOGIA E A CRIANÇA


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DIAGNÓSTICO EM
PSICOPEDAGOGIA E A
CRIANÇA

PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .............................................................................. 4
O QUE É O DIAGNÓSTICO NA PSICOPEDAGOGIA .................................................. 6
OS TIPOS DE DIAGNÓSTICO ................................................................................... 10
Situacional .................................................................................................................. 10
Assistencial ................................................................................................................. 11
Escolar........................................................................................................................ 12
Modalidade de Aprendizagem..................................................................................... 12
Transtorno de Aprendizagem ...................................................................................... 13
ETAPAS DO DIAGNÓSTICO...................................................................................... 14
Entrevista Familiar Exploratório Situacional (E.F.E.S.) ................................................ 15
Entrevista de Anamnese ............................................................................................. 15
Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças) ..................................... 17
Provas e testes ........................................................................................................... 17
Síntese diagnóstica..................................................................................................... 18
Entrevista de devolução e encaminhamento ............................................................... 18
MATERIAIS E ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA ........... 19
Jogos de exercício ...................................................................................................... 21
Jogos simbólicos......................................................................................................... 22
Jogo de regras ............................................................................................................ 23
Materiais lúdicos ......................................................................................................... 24
TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.............................................. 25
O Psicodrama ............................................................................................................. 25
Livros sem texto .......................................................................................................... 27
A Caixa de Areia ......................................................................................................... 29
Estimulação Cognitiva ................................................................................................ 30
Técnicas Expressivas Plásticas .................................................................................. 33
A ORGANIZAÇÃO DO PORTFÓLIO DO DIAGNÓSTICO .......................................... 34
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 35
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INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia tem por definição o trabalho com a aprendizagem, com o


conhecimento, sua aquisição, desenvolvimento e distorções. Realiza este trabalho
através de processos e estratégias que levam em conta a individualidade do
aprendente. É uma praxe, portanto comprometida com a melhoria doas condições de
aprendizagem. O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva
e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das
aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos
problemas que podem surgir.

Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática


docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da
própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis
perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da
comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover
orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos;
realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma
individual quanto em grupo.

Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de


aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais
e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica,
psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais
em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um
mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da
psicologia e da pedagogia

O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o


estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as
mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura envolver a equipe
escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno e das circunstâncias de
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produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar os obstáculos que se
interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do mundo.

A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o


meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos
aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de características que lhe
permitem, ou não, o desenvolvimento de conhecimentos. As características
psicológicas são consequentes da história individual, de interações com o ambiente e
com a família, o que influenciará as experiências futuras, como, por exemplo, o
conceito de si próprio, insegurança, interações sociais, etc.

Portando, a psicopedagogia, pode fazer um trabalho entre os muitos


profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança,
bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes de olhar esse mundo
em que vivem, de saber interpretá-lo e de nele ter condições de interferir com
segurança e competência. Assim, o psicopedagogo não só contribuirá com o
desenvolvimento da criança, desde sua infância, como também contribuirá com a
evolução de um mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade.

Então como a psicopedagogia pode ajudar no desenvolvimento de crianças


durante a educação infantil? A educação infantil precisa se mais do que um lugar
agradável, onde se brinca. Deve ser um espaço estimulante, educativo, seguro,
afetivo, com professores realmente preparados para acompanhar a criança nesse
processo intenso e cotidiano de descobertas e de crescimento.

Nessas condições, acreditamos que o Psicopedagogo é um grande


contribuinte, porque trabalha com o objetivo de realizar um diagnóstico, identificar as
causas do problema e intervir para desenvolver no sujeito o desejo de aprender.

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

A avaliação psicopedagógica é um dos componentes críticos da intervenção


psicopedagógica, pois nela se fundamenta as decisões voltadas à prevenção e
solução das possíveis dificuldades dos alunos, promovendo melhores condições para
o seu desenvolvimento.
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Ela é um processo compartilhado de coleta e análise de informações relevantes
acerca dos vários elementos que intervêm no processo de ensino e aprendizagem,
visando identificar as necessidades educativas de determinados alunos ou alunas que
apresentem dificuldades em seu desenvolvimento pessoal ou desajustes com respeito
ao currículo escolar por causas diversas, e a fundamentar as decisões a respeito da
proposta curricular e do tipo de suportes necessários para avançar no
desenvolvimento das várias capacidades e para o desenvolvimento da instituição
(COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2007, p. 279).

A avaliação psicopedagógica envolve: a) a identificação dos principais fatores


responsáveis pelas dificuldades da criança. Precisamos determinar se trata-se de um
distúrbio de aprendizagem ou de uma dificuldade provocada por outros fatores
(emocionais, cognitivos, sociais...). Isto requerer que sejam coletados dados referente
à natureza da dificuldade apresentada pela criança, bem como que se investigue a
existência de quadros neuropsiquiátricos, condições familiares, ambiente escolar e
oportunidades de estimulação oferecidas pelo meio a que a criança pertence; b) o
levantamento do repertório infantil relativo as habilidades acadêmicas e cognitivas
relevantes para a dificuldade de aprendizagem apresentada, o que inclui:
conhecimento, pelo profissional, do conteúdo acadêmico e da proposta pedagógica,
à qual a criança está submetida; investigação de repertórios relevantes para a
aprendizagem, como a atenção, hábitos de estudos, solução de problemas,
desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.; avaliação de pré-requisitos e/ou
condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos; identificação de padrões de
raciocínio utilizados pela criança ao abordar situações e tarefas acadêmicas, bem
como déficits e preferências nas modalidades percentuais etc; c) a identificação de
características emocionais da criança, estímulos e esquemas de reforçamento aos
quais responde e sua interação com as exigências escolares propriamente ditas.

Ela deve ser um processo dinâmico, pois é nela que são tomadas decisões
sobre a necessidade ou não de intervenção psicopedagógica. Ela é a investigação do
processo de aprendizagem do indivíduo visando entender a origem da dificuldade e/ou
distúrbio apresentado. Inclui entrevista inicial com os pais ou responsáveis pela
criança, análise do material escolar, aplicação de diferentes modalidades de
atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de competência
e dificuldades apresentadas. Durante a avaliação podem ser realizadas atividades
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matemáticas, provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções
cognitivas,leitura, escrita, desenhos e jogos. Inicialmente, deve-se perceber, na
consulta inicial, que a queixa apontada pelos pais como motivo do encaminhamento
para avaliação, muitas vezes pode não só descrever o “sintoma”, mas também traz
consigo indícios que indicam o caminho para início da investigação. “A versão que os
pais transmitem sobre a problemática e principalmente a forma de descrever o
sintoma, dão-nos importantes chaves para nos aproximarmos do significado que a
dificuldade de aprender tem na família” (FERNÁNDEZ, 1991, p. 144).

Segundo Coll e Martín (2006), avaliar as aprendizagens de um aluno equivale


a especificar até que ponto ele desenvolveu determinadas capacidades contempladas
nos objetivos gerais da etapa. Para que o aluno possa atribuir sentido às novas
aprendizagens propostas, é necessária a identificação de seus conhecimentos
prévios, finalidade a que se orienta a avaliação das competências curriculares.

Dentre os instrumentos de avaliação também podemos destacar: escrita livre e


dirigida, visando avaliar a grafia, ortografia e produção textual (forma e conteúdo);
leitura (decodificação e compreensão); provas de avaliação do nível de pensamento
e outras funções cognitivas; cálculos; jogos simbólicos e jogoscom regras; desenho e
análise do grafismo.

Conforme Coll; Marchesi; Palacios (2007), a avaliação psicopedagógica irá


fornecer informações importantes em relação as necessidades dos seus alunos, bem
como de seu contexto escolar, familiar e social, e ainda irá justificar se há ou não
necessidade de introduzir mudanças na oferta educacional.

Depois de coletadas informações que considera importante para a avaliação, o


psicopedagogo irá intervir visando à solução de problemas de aprendizagem em seus
devidos espaços, uma vez que a avaliação visa reorganizar a vida escolar e doméstica
da criança e, somente neste foco ela deve ser encaminhada, vale dizer que fica vazio
o pedido de avaliação apenas para justificar um processo que está descomprometido
com o aluno e com a sua aprendizagem. “De fato, se pensarmos em termos bem
objetivos, a avaliação nada mais é do que localizar necessidades e se comprometer
com sua superação” (VASCONCELOS, 2002, p. 83).

O QUE É O DIAGNÓSTICO NA PSICOPEDAGOGIA


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Investigação é um termo utilizado por Rubinstein (1987), e que definem a
psicopedagogia. O profissional desta área deve vasculhar cada “canto” da pessoa,
analisar o modo de como ela se expressa, seus gestos, a entonação da voz, tudo. O
psicopedagogo deve também enxergar não só o que essa criança mostra, mas saber
perceber que ela pode ter algum problema imperceptível que está dificultando sua
aprendizagem e saber conduzi-la para um outro profissional, como: psicólogos,
fonoaudiólogos, neurologistas, etc., isso significa saber investigar os múltiplos fatores
que levam está criança a não conseguir aprender.

O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando solucioná-


las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta
fundamentalmente é investigar todo o processo de aprendizagem levando em
consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para valendo-se desta
investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem (RUBINSTEIN,
1987, p. 51).

Diagnosticar um distúrbio de aprendizagem é uma tarefa difícil e para fazê-lo


de modo preciso e eficiente há que se ter a participação de equipe interdisciplinar e
utilização de diferentes instrumentos para avaliação.

Fernández (1991) afirma que o diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a mesma
função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao
psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário.

É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses


provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso,
a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o
trabalho diagnóstico através de intervenções e da “escuta psicopedagógica...” para
que “se possa decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a
intervenção” (BOSSA, 2000, p. 24).

Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a criança possui algum


tipo de dificuldade na aprendizagem, fato que normalmente só é detectado quando
ela é inserida no ensino formal. Porém, uma vez realizada essa constatação, cabe à
equipe investigar a sua causa e, para tanto, deve-se lançar mãos de todos os
instrumentos diagnósticos necessários para esse fim. O diagnóstico psicopedagógico
abre possibilidades de intervenção e dá início a um processo de superação das
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dificuldades. O foco do diagnóstico é o obstáculo no processo de aprendizagem. É um
processo no qual analisa-se a situação do aluno com dificuldade dentro do contexto
da escola, da sala de aula, da família; ou seja, é um exploração problemática do aluno
frente à produção acadêmica.

Durante o diagnóstico psicopedagógico, o discurso, a postura, a atitude do


paciente e dos envolvidos são pistas importantes que ajudam a chegar nas questões
a serem desvendadas.

É através do desenvolvimento do olhar e da escuta psicopedagógica,


trabalhados e incorporados pelo profissional que poderão ser lançadas as primeiras
hipóteses a cerca do indivíduo. Esse olhar e essa escuta ultrapassam os dados reais
relatados e buscam as entrelinhas, a emoção, a elaboração do discurso inconsciente
que o atendido traz.

O objetivo do diagnóstico é obter uma compreensão global da sua forma de


aprender e dos desvios que estão ocorrendo neste processo que leve a um
prognóstico e encaminhamento para o problema de aprendizagem. Procura-se
organizar os dados obtidos em relação aos diferentes aspectos envolvidos no
processo de aprendizagem de forma particular. Ele envolve interdisciplinaridade em
pelo menos três áreas: neurologia, psicopedagogia e psicologia, para possibilitar a
eliminação de fatores que não são relevantes e a identificação da causa real do
problema.

É nesse momento que o psicopedagogo irá interagir com o cliente (aluno), com
a família e a escola, partes envolvidas na dinâmica do processo de ensino-
aprendizagem.

Também é importante ressaltar que o diagnóstico possui uma grande


relevância tanto quanto o tratamento, por isso ele deve ser feito com muito cuidado,
observando o comportamento e mudanças que isto pode acarretar no sujeito.

O diagnóstico psicopedagógico é visto como um momento de transição, um


passaporte para a intervenção, devendo seguir alguns princípios, tais como: análise
do contexto e leitura do sintoma; explicações das causas que coexistem
temporalmente com o sintoma; obstáculo de ordem de conhecimento, de ordem da
interação, da ordem do funcionamento e de ordem estrutural; explicações da origem
do sintoma e das causas históricas; análise do distanciamento do fenômeno em
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relação aos parâmetros considerados aceitáveis, levantamento de hipótese sobre a
configuração futura do fenômeno atual e, indicações e encaminhamentos.

O diagnóstico não pode ser considerado como um momento estático, pois é


uma avaliação do aluno que envolve tanto os seus níveis atuais de desenvolvimento,
quanto as suas capacidades e possibilidades de aprendizagem futura. Por muitos
anos, era uma tarefa exclusiva dos especialistas, que analisavam algumas
informações dos alunos, obtidas através da família e às vezes da escola, e logo após
devolviam um laudo diagnóstico, quase sempre com termos técnicos
incompreensíveis. A distância existente no relacionamento entre os especialistas, a
família e a escola impediam o desenvolvimento de um trabalho eficiente com o aluno.

A proposta atual é que o diagnóstico seja um trabalho conjunto onde todas as


pessoas que estão envolvidas com o aluno devem participar, e não atuar como meros
coadjuvantes desse processo. Ele não é um estudo das manifestações aparentes que
ocorrem no dia-a-dia escolar, é uma investigação profunda, na qual são identificadas
as causas que interferem no desenvolvimento do aluno, sugerindo atividades
adequadas para correção e/ou compensação das dificuldades, considerando as
características de cada aluno.

O diagnóstico não deverá somente fundamentar uma deficiência, mas apontar


as potencialidades do indivíduo. Não é simplesmente o que este tem, mas o que pode
ser e como poderá se desenvolver.

É de extrema relevância detectarmos, através do diagnóstico, o momento da


vida da criança em que se iniciam os problemas de aprendizagem. Do ponto de vista
da intervenção, faz muita diferença constatarmos que as dificuldades de
aprendizagem se iniciam com o ingresso na escola, pois pode ser um forte indício de
que a problemática tinha como causa fatores intra-escolares (BOSSA, 2000, p. 101).

Ao se instrumentalizar um diagnóstico, é necessário que o profissional atente


para o significado do sintoma a nível familiar e escolar e não o veja apenas em um
recorte, como uma deficiência do sujeito. Que o psicopedagogo, através do
diagnóstico acredite numa aprendizagem que possibilite transformar, sair do lugar
estagnado e construir. Que ele seja o fio condutor que norteará a intervenção
psicopedagógica.
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OS TIPOS DE DIAGNÓSTICO

Chamamos de diagnóstico psicopedagógico o processo de investigação de


uma queixa, que por sua vez nem sempre é um problemas mas que pode ser a origem
de uma investigação de distúrbios, transtornos ou patologias referente a
aprendizagem humana, ou seja tem como objetivo descobrir o que pode estar
influenciando e prejudicando bom desenvolvimento humano.

O psicopedagogo não é médico e ele faz SIM diagnóstico.

Quando falamos em diagnóstico devemos entender que este não é o resultado


e sim o processo, desta forma o psicopedagogo não pode dar o laudo daquilo que ele
tem como hipótese mas ele realiza todo o processo de levantamento de hipóteses e
aplica métodos, técnicas e instrumentos científicos, por isso ele realiza
satisfatoriamente o diagnóstico de transtorno de aprendizagem.

Depois de realizar o diagnostico ele encaminha aos profissionais competentes


para confirmar suas hipóteses e assim fornecer um laudo ao seu aprendente.

Entretanto, não cabe ao psicopedagogo realizar o processo de diagnóstico de


patologias e distúrbios como o autismo, síndromes, transtorno de comportamento e
distúrbios psiquiátricos sempre lembrando que o campo de estudo do psicopedagogo
é a aprendizagem.

Classificamos o diagnóstico psicopedagógico em cinco tipos:

a) Situacional
b) Assistencial
c) Escolar
d) Modalidade de Aprendizagem
e) Transtorno de Aprendizagem

Situacional
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É o levantamento de informações acerca de uma queixa ( problema/ narração
de um fato/ motivo de sofrimento/perda/dor/fracasso) em uma determinada situação
específica cujo objetivo é uma investigação rápida para conclusões imediatas e
planejamento para execução de curto prazo.

Por exemplo:

Um psicopedagogo trabalha em um consultório e recebe um cliente de outro


psicopedagogo de uma cidade vizinha que já realizou todo o processo de investigação
de queixas anteriores , problemas na escola e o cliente já estava há um ano realizando
terapia de intervenção. Neste caso o psicopedagogo vai realizar um Diagnóstico
Situacional ou seja, ele vai investigar naquele momento específico o que este
aprendente necessita dar continuidade na terapia, ou que processos do seu
diagnóstico deve ser revisto ou reavaliado.

Outra situação típica para ser executado são trabalhos com periferia, igrejas,
hospitais e ONG. Estes locais possuem uma clientela heterogênea com permanência
indeterminada e inconstante onde o psicopedagogo não pode manter uma rotina
extensa de atendimentos e necessita trabalhar diante de uma situação de resultados
mais rápidos para intervenções de caráter mais paliativos.

Assistencial

É o levantamento de informações realizados dentro de instituições cujo objetivo


é assistencial (como os NAICAS, CRAS, Centro de tratamento de reabilitação de
drogas, presídios, casa de menores infratores e outros).

Neste tipo de diagnóstico você tem um público diferenciado que nem sempre
há uma queixa formalizada e que o psicopedagogo deverá investigar as necessidades
dos aprendentes assistidos por aquela instituição.

Paramos aqui para fazer uma observação. O campo Assistencial é promissor e


abrangente para o psicopedagogo, onde estão surgindo indicações e concursos cada
vez mais para esta área, contudo devemos nos preocupar com as formações
acadêmicas que são pobres em sua maioria, pois nada trazem em suas matrizes
curriculares acerca deste assunto.
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Para trabalhar com o Diagnóstico Assistencial é necessário conhecer mais
acerca deste público, quem são seus usuários, como funcionam estas instituições,
como trabalhar com as equipes multidisciplinares que encontramos nestes
ambientes? São dificuldades encontradas por aqueles que já estão nesse mercado.

Escolar

É o levantamento de informações acerca das dificuldades no processo ensino-


aprendizagem dos aspectos escolares especificamente dos alunos de uma turma, ou
de toda a escola. Este tipo de Diagnóstico é mais centrado nas dificuldades de leitura,
escrita, de conhecimentos matemáticos e de adaptação a metodologia de ensino. Este
Diagnóstico tem o objetivo de ajudar diretamente o aluno e seu processo de
desenvolvimento escolar. Onde o Psicopedagogo poderá avaliar suas dificuldades e
encontrar caminhos que lhe levem a superar junto com a equipe escolar e a família.
Dentro deste Diagnóstico é possível identificar possíveis transtornos e patologias
comportamentais ou neurobiológicas que o aluno possa ter adquirido ou já ter nascido
e não ter sido identificado. Nestes casos o psicopedagogo deverá encontrar os meios
de como orientar a família para um tratamento da(as) patologias e auxiliar os
professores e coordenação com métodos ou recursos que possam facilitar ou até
mesmo superar os obstáculos encontrados pelo aprendente na sala de aula ou os
professores no ato de ensinar a este aluno.

Modalidade de Aprendizagem

O Diagnóstico Modalidade de Aprendizagem é um tipo de Diagnóstico que pode


ser usado de forma Situacional, em ambientes Clínicos, Hospitais, Escolas, Empresas
e etc porque ele visa identificar como o sujeito em aprendizagem APRENDE qual seu
MODO DE APRENDER e qual seus bloqueios que possam estar NAQUELE
MOMENTO (modalidades patogênicas de aprendizagem) dificultando/atrasando ou
até impedindo seu desenvolvimento normal.

Este Diagnóstico leva em consideração que todos aprendemos de formas


diferentes do qual classificamos em três principais formas: visual, auditivo e
cinestésico. Desta forma cada MODO de aprender influencia na forma como esse
processo se desenvolve e principalmente da relação com quem ensina.
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Este tipo de Diagnóstico traz os conceitos trabalhados por Sara Pain e Alicia
Fernandez que sintetizam os conceitos de Jean Piaget sobre assimilação e
acomodação. Desta forma neste tipo de Diagnóstico o psicopedagogo deve
compreender "Como se dá o processo de aprendizagem humana”, "Como
aprendemos".

Quando compreendemos o processo de assimilação e acomodação chegamos


nos resultados dos problemas que podem SER causadores de dificuldades escolares,
ou de outras aprendizagens. Levantando as hipóteses das modalidades patogênicas
e de suas combinações que são: hiperacomodativa, HiperAssimilativa,
(Hipoassimativa e HipoAssimilativas.

Através deste tipo de diagnóstico o psicopedagogo poderá elaborar um projeto


de intervenção especifico na modalidade patogênica que necessita de ajustes.

Transtorno de Aprendizagem

O Diagnóstico Transtorno de Aprendizagem é específico para uma queixa de


dificuldade de leitura, déficit de atenção, hiperatividade, dificuldades de cálculos, ou
seja, uma queixa que por muitas vezes o cliente já tem uma linha de pesquisa ou até
um outro diagnóstico.

Desta forma o psicopedagogo vai aplicar primeiramente testes e instrumentos


que confirmem ou refutem este diagnóstico.

Este tipo de diagnóstico é indicado para casos de:

• Dislexias

• Disortografias

• Disartrias

• Discalculias

• DDA

• TDAH

Ressaltamos que o Psicopedagogo é um profissional que de Acordo com a


Associação Brasileira de TDAH pertence ao quadro multidisciplinar do diagnóstico do
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TDAH sendo este profissional de suma importância junto com outros como:
neurologista e psiquiatra. O profissional de psicopedagogia identificando qualquer um
dos sintomas destes transtornos neurobiológicos que afetam a aprendizagem
diretamente deve fazer os encaminhamentos necessários para o laudo médico
(neurologista /neuropediatra) , uso de medicação ou terapia psicológica ou
fonoaudiológica assim como realizar a elaboração de um projeto de intervenção cuja
finalidade é intervir nas dificuldades de aprendizagem desse sujeito portador deste
transtorno a fim de que ele possa superar/aprender estratégias de conviver com tais
patologias.

Ressaltamos desta forma que o Diagnóstico não é algo simples , ou uma única
fórmula pronta encontrada em um manual. Mas sim, possibilidades diferentes de
atuação psicopedagógicas com objetivos centrados na investigação dos problemas
de aprendizagem de um ou mais sujeitos em qualquer local visando encontrar
soluções que amenizem/eliminem os problemas encontrados.

ETAPAS DO DIAGNÓSTICO

O diagnóstico psicopedagógico é composto de várias etapas que se distinguem


pelo objetivo da investigação. Desta forma, temos a anamnese só com os pais ou com
toda a família para a compreensão das relações familiares e sua relação com o
modelo de aprendizagem do sujeito; a avaliação da produção escolar e dos vínculos
com os objetivos de aprendizagem escolar; a avaliação de desempenho em teste de
inteligência e viso-motores; a análise dos aspectos emocionais por meio de testes e
sessões lúdicas, entrevistas com a escola ou outra instituição em que o sujeito faça
parte; etc. Esses momentos podem ser estruturados dentro de uma sequência
diagnóstica estabelecida.

Existem diferentes modelos de sequência diagnóstica, sendo que nos


deteremos no modelo desenvolvido por Weiss (1992). As etapas que compõem o
modelo e o caracterizam:

1) Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.);

2) Entrevista de anamnese;
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3)Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças); 4) Provas e
Testes (quando necessário);

5) Síntese diagnóstica – Prognóstico; 6) Entrevista de Devolução e


Encaminhamento.

Estas etapas podem ser modificadas quanto a sua sequência e maneira de


aplicá-las, de acordo com cada prática psicopedagógica.

Entrevista Familiar Exploratório Situacional (E.F.E.S.)

Visa a compreensão da queixa nas dimensões da escola e da família, a


captação das relações e expectativas familiares centradas na aprendizagem escolar,
a expectativa em relação ao psicopedagogo, a aceitação e o engajamento do paciente
e de seus pais no processo diagnóstico e o esclarecimento do que é um diagnóstico
psicopedagógico. Nesta entrevista, pode-se reunir os pais e a criança. É importante
que nessa entrevista sejam colhidos dados relevantes para a organização de um
sistema consistente de hipóteses que servirá de guia para a investigação na próxima
sessão.

Entrevista de Anamnese

É uma entrevista, com foco mais específico, considerada como um dos pontos
cruciais de um bom diagnóstico, visando colher dados significativos sobre a história
do sujeito na família, integrando passado, presente e projeções para o futuro,
permitindo perceber a inserção deste na sua família e a influência das gerações
passadas neste núcleo e no próprio.

Na anamnese, são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução


geral do sujeito, história clínica, história da família nuclear, história das famílias
materna e paterna e história escolar. O psicopedagogo deverá deixá-los à vontade “...
para que todos se sintam com liberdade de expor seus pensamentos e sentimentos
sobre a criança para que possam compreender os pontos nevrálgicos ligados à
aprendizagem” (Weiss, 1992, p. 62).

A história vital nos permitirá “... detectar o grau de individualização que a criança
tem com relação à mãe e a conservação de sua história nela” (PAÍN, 1992, p. 42).
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É importante iniciar a entrevista falando sobre a gravidez, pré-natal, concepção.
“A história do paciente tem início no momento da concepção e vêm reforçar a
importância desses momentos na vida do indivíduo e, de algum modo, nos aspectos
inconscientes de aprendizagem” (WEISS, 1992, p. 64).

Algumas circunstâncias do parto como falta de dilatação, circular de cordão,


emprego de fórceps, adiamento de intervenção de cesárea, “costuma ser causa da
destruição de células nervosas que não se reproduzem e também de posteriores
transtornos, especialmente no nível de adequação perceptivo-motriz” (PAÍN, 1992, p.
43).

É interessante perguntar se foi uma gravidez desejada ou não, se foi aceito


pela família ou rejeitado. Estes pontos poderão determinar aspectos afetivos dos pais
em relação ao filho.

Posteriormente é importante saber sobre as primeiras aprendizagens não


escolares ou informais, tais como: como aprendeu a usar a mamadeira, o copo, a
colher, como e quando aprendeu a engatinhar, a andar, a andar de velocípede, a
controlar os esfíncteres, etc. A intenção é descobrir “em que medida a família
possibilita o desenvolvimento cognitivo da criança – facilitando a construção de
esquemas e deixando desenvolver o equilíbrio entre assimilação e acomodação...”
(WEISS, 1992, p. 66).

É interessante saber sobre a evolução geral da criança, como ocorreram seus


controles, aquisição de hábitos, aquisição da fala, alimentação, sono etc., se
ocorreram na faixa normal de desenvolvimento ou se houve defasagens.

Se a mãe não permite que a criança faça as coisas por si só, não permite
também que haja o equilíbrio entre assimilação e acomodação. Alguns pais retardam
este desenvolvimento privando a criança de, por exemplo, comer sozinha para não se
lambuzar, tirar as fraldas para não se sujar e não urinar na casa, é o chamado de
hipoassimilação (PAÍN, 1992), ou seja, os esquemas de objeto permanecem
empobrecidos, bem como a capacidade de coordená-los.

Por outro lado há casos de internalização prematura dos esquemas, é o


chamado de hiperassimilação (PAÍN, 1992), pais que forçam a criança a fazer
determinadas coisas das quais ela ainda não está preparada para assimilar, pois seu
organismo ainda está imaturo, o que acaba desrealizando negativamente o
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pensamento da criança. É interessante saber se as aquisições foram feitas pela
criança no momento esperado ou se foram retardadas ou precoces.

Saber sobre a história clínica, quais doenças, como foram tratadas, suas
consequências, diferentes laudos, sequelas também é de grande relevância, bem
como a história escolar, quando começou a frequentar a escola, sua adaptação,
primeiro dia de aula, possíveis rejeições, entusiasmo, porque escolheram aquela
escola, trocas de escola, enfim, os aspetos positivos e negativos e as consequências
na aprendizagem.

Todas estas informações essenciais da anamnese devem ser registradas para


que se possa fazer um bom diagnóstico.

Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças)

São fundamentais para a compreensão dos processos cognitivos, afetivos e


sociais, e sua relação com o modelo de aprendizagem do sujeito. A atividade lúdica
fornece informações sobre os esquemas do sujeito. Winicott expressa assim sua
opinião entre o brincar e a autodescoberta: “é no brincar, e somente no brincar, que o
indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é
somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu” (1975, p. 80).

Neste tipo de sessão, observa-se a conduta do sujeito como um todo,


colocando também um foco sobre o nível pedagógico, contudo deve-se ter como
postulado que sempre estarão implicados o seu funcionamento cognitivo e suas
emoções ligadas ao significado dos conteúdos e ações. Para Paín (1992), podemos
avaliar através do desenho, a capacidade do pensamento para construir uma
organização coerente e harmoniosa e elaborar a emoção.

Provas e testes

As provas e testes podem ser usadas, se necessário, para especificar o nível


pedagógico, estrutura cognitiva e/ou emocional do sujeito. O uso de provas e testes
não é indispensável em um diagnóstico psicopedagógico, representa um recurso a
mais a ser utilizado quando necessário. É uma complementação que funciona com
situações estimuladoras que provocam reações variadas.
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Existem diversos testes e provas que podem ser utilizados num diagnóstico,
como as provas de inteligência (WISC é o mais conhecido, porém de uso exclusivo
de psicólogos, CIA, RAVEN); provas de nível de pensamento (Piaget); avaliação do
nível pedagógico (atividades com base no nível de escolaridade, E.O.C.A.); avaliação
perceptomotora (Teste de

Bender, que tem por objetivo avaliar o grau de maturidade visomotora do


sujeito); testes projetivos (CAT, TAT, Desenho da família; Desenho da figura humana;
Casa, árvore e pessoa - HTP, também são de uso de psicólogos); testes psicomotores
e jogos psicopedagógicos.

“As provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de


aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível
de pensamento alcançado pela criança” (WEISS, 1992, p. 106).

Síntese diagnóstica

“Uma vez recolhida toda a informação (...) é necessário avaliar o peso de cada
fator na ocorrência do transtorno da aprendizagem” (PAÍN, 1992, p. 69).

A síntese diagnóstica é o momento em que é preciso formular uma única


hipótese a partir da análise de todos os dados colhidos no diagnóstico e suas relações
de implicância, que por sua vez aponta um prognóstico e uma indicação. Essa etapa
é muito importante para que a entrevista de devolução seja consciente e eficaz.

É a resposta mais direta à questão levantada na queixa. Faz-se uma síntese


de todas as informações levantadas nas diferentes áreas. É uma visão condicional
baseada no que poderá acontecer a partir das recomendações e indicações.

Entrevista de devolução e encaminhamento

É o momento que marca o encerramento do processo diagnóstico. “... Talvez o


momento mais importante desta aprendizagem seja a entrevista dedicada à devolução
do diagnóstico, entrevista que se realiza primeiramente com o sujeito e depois com os
pais”
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(PAÍN, 1992, p. 72). É um encontro entre sujeito, psicopedagogo e família,
visando relatar os resultados do diagnóstico, analisando todos os aspectos da
situação apresentados, seguindo de uma síntese integradora e um encaminhamento.
É uma etapa do diagnóstico muito esperada pela família e pelo sujeito e que deve ser
bem conduzida de forma que haja participação de todos, procurando eliminar as
dúvidas, afastando rótulos e fantasmas que geralmente estão presentes em um
processo diagnóstico. Não é suficiente apresentar apenas as conclusões. É
necessário aproveitar esse espaço para que os pais assumam o problema em todas
as suas dimensões.

Weiss (1992) orienta organizar os dados sobre o paciente em três áreas:


pedagógica, cognitiva e afetivo-social, e posteriormente rearrumar a sequência dos
assuntos a serem abordados, a que ponto dará mais ênfase. É necessário haver um
roteiro para que o psicopedagogo não se perca e os pais não fiquem confusos. Tudo
deve ser feito com muito afeto e seriedade, passando segurança. Os pais, assim,
muitas vezes acabam revelando algo neste momento que surpreende e acaba
complementando o diagnóstico.

É importante que se toque inicialmente nos aspectos mais positivos do paciente


para que o mesmo se sinta valorizado. Muitas vezes a criança já se encontra com sua
autoestima tão baixa que a revelação apenas dos aspectos negativos acabam
perturbando-o ainda mais, o que acaba por inviabilizar a possibilidade para novas
conquistas. Depois, deverão ser mencionados os pontos causadores dos problemas
de aprendizagem.

Posterior a esta conduta deverá ser mencionada as recomendações como troca


de escola ou de turma, amenizar a super proteção dos pais, estimular a leitura em
casa etc; e as indicações que são os atendimentos que se julgue necessário como
fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista etc.

MATERIAIS E ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Quando o psicopedagogo está dirigindo sua atuação para o atendimento às


dificuldades de aprendizagem precisa selecionar os materiais, as técnicas e as
estratégias mais adequadas para cada caso.
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Existem muitas opções no mercado, mas nem todas estão disponíveis com
facilidade ou trazem instruções bem formuladas, de modo a facilitar esta escolha.

Por isso, serão apresentados alguns dos materiais cujo uso foi atestado em
clínicas psicopedagógicas durante muitos anos de prática, assim como as estratégias
de intervenção que mais se adaptam aos tipos mais comuns de dificuldades de
aprendizagem que normalmente são atendidos pelos profissionais da
psicopedagogia.

Partindo do princípio de que o homem é múltiplo em suas formas de expressão


e de interpretação da realidade, podemos falar de um homo sapiens, de um homo
faber e também de um homo ludens, pois o brincar, em todas as suas formas, é tão
antigo quanto a própria humanidade.
Alícia Fernández lembra que "aprender é quase tão lindo como brincar" e que
aprender e brincar ocupam o mesmo espaço transicional no qual razão e emoção,
objetividade e subjetividade se encontram. Para jogar o homem precisa exercitar uma
lógica e uma ética, pois não basta apenas jogar bem para ganhar, mas é preciso
ganhar com dignidade.

Por isso, o jogo é um material por excelência da intervenção psicopedagógica,


na medida em que possibilita o exercício destas lógicas racionais e afetivas
necessárias para a ressignificação dos aspectos patológicos relacionados com a
aprendizagem humana. Existe no jogo, contudo, algo mais importante do que a
simples diversão e interação. Ele revela uma lógica diferente da racional . O jogo
revela uma lógica da subjetividade, tão necessária para a estruturação da
personalidade humana, quanto a lógica formal das estruturas cognitivas.

O jogo carrega em si um significado muito abrangente. Ele tem uma carga


psicológica, porque é revelador da personalidade do jogador (a pessoa vai se
conhecendo enquanto joga). Ele tem também uma carga antropológica porque faz
parte da criação cultural de um povo (resgate e identificação com a cultura).

O jogo é construtivo porque ele pressupõe uma ação do indivíduo sobre a


realidade. É uma ação carregada de simbolismo, que dá sentido à própria ação,
reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações.
O psicopedagogo utiliza o jogo diferentemente dos demais profissionais, porque o vê
como uma técnica que permite a articulação de aspectos objetivos e subjetivos,
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necessários para que a aprendizagem aconteça sem problemas.
Na intervenção psicopedagógica o jogo pode ser utilizado em suas três formas, de
acordo com a teoria de Piaget.

Jogos de exercício: 0 A 2 anos - período sensório-motor;

Jogos simbólicos: 2 A 7 anos - período pré-operatório;

Jogos de regras: a partir do período operatório concreto.

Estas delimitações etárias estão, logicamente, sujeitas à alterações em função


das diferenças individuais.

Jogos de exercício

A principal característica da ação exercida pela criança no período sensório motor é a


satisfação de suas necessidades. Pouco a pouco, porém,
ela vai ampliando seus esquemas, adquirindo cada vez mais a possibilidade de
garantir prazer por intermédio de suas ações. Passa a agir para conseguir prazer. O
prazer é que traz significado para a ação. Piaget observou as condutas das crianças
pequenas e delas depreendeu que havia um objetivo na repetição incessante das
mesmas ações: divertir e servir como instrumento de realização de um prazer em fazer
funcionar, exercitar estruturas já aprendidas. Este tipo de brincadeira dá à criança um
sentimento de eficácia e poder.

O jogo de exercício é definido por ele como característico desta fase sensório-
motora. Entretanto,o ser humano não deixa de jogá-lo só porque cresce e se torna
adulto. A cada nova aprendizagem ele volta a utilizar jogos de exercícios, necessários
à formação de esquemas de ação úteis ao seu desempenho, pois o jogo de exercício
não objetiva a aprendizagem em si, mas a formação de esquemas de ação, de
condutas, de automatismo. Por isso, jogá-lo só é necessário para este fim, pois fica
cansativa e enfadonha a repetição de ações já interiorizadas.
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Jogos simbólicos

Este tipo de jogo predomina dos 2 aos 7 anos de idade, ou seja, no período pré-
operatório de pensamento.
No jogo simbólico a criança já é capaz de encontrar o mesmo prazer que tinha
anteriormente lidando agora com símbolos. É a época do "faz de conta", da
representação, do teatro, das histórias, nas quais uma coisa simboliza outra: um
pedaço de pau "vira" cavalo; vestir uma capa transforma em super-homem;
representar o papel de mãe ao brincar de bonecas, dentre outros exemplos.

Os jogos simbólicos têm as seguintes características: liberdade total de regras


(a não ser aquelas criadas pela própria criança); desenvolvimento da imaginação e da
fantasia; ausência de objetivo ( brincar pelo prazer de brincar); ausência de uma lógica
da realidade; assimilação da realidade ao "eu" (a criança adapta a realidade a seus
desejos. EX: se presencia uma briga entre os pais, vai brincar de casinha e resolve o
conflito por meio dos bonecos.

A criança é capaz deste jogo porque já estruturou sua função simbólica, ou


seja, já produz imagens mentais, já domina a linguagem falada, que lhe possibilita
usar símbolos para substituir os objetos. Quando joga jogos simbólicos ela tem a
possibilidade de vivenciar aspectos da realidade muitas vezes difíceis de elaborar : a
vinda de um irmãozinho, a perda de um genitor, a mudança da escola...Pode lidar com
as situações desejantes ( ser um super-homem), penosas ( separação dos pais ), com
situações do passado, enfrentar problemas do presente e antecipar consequências
de ações no futuro.
Ela pode fazer tudo isso, sem riscos, porque nada é real, tudo é fictício.

O adulto que observa e interage com a criança no jogo simbólico pode


perceber como ela está elaborando sua visão de mundo, como lida com seus
problemas, quais são seus sonhos ou suas preocupações. Por isso, o jogo simbólico
é tão importante na intervenção psicopedagógica dirigida para as dificuldades de
aprendizagem.

Como o período pré-operatório se estende dos 2 aos 7 anos, tendo portanto,


uma duração mais longa, verificamos que o jogo simbólico sofre modificações á
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proporção que a criança vai progredindo em seu desenvolvimento, rumo à intuição e
à operação.

Evolução dos Jogos Simbólicos Inicialmente a criança pratica ela mesma


a ação: faz de conta que dorme, faz de conta que come etc...não lida com objetos
como se estes tivessem vida : Ex.: não usa uma vassoura como cavalo.

Em seguida, a criança fará dormir, comer, ir e vir, outros objetos que não ela
própria, transformando simbolicamente um objeto em outro. EX.: uma caixa vazia é
um carro; por volta dos 4 anos a criança vai se aproximando, cada vez mais, de uma
imitação da realidade. Ex.: todas as casas desenhadas têm que ter janelas e telhados

À proporção que vai entrando no subperíodo intuitivo do período operatório


concreto, os jogos tendem a seguir cada vez mais uma tendência imitativa na qual a
busca de coerência com a realidade, a articulação entre os diversos conjuntos de
objetos já se faz sentir. Ex.: jamais brincar com uma boneca muito grande numa
caminha pequena.

Jogo de regras

Os jogos de regras são o coroamento da experimentação da criança com as


transformações a que ela chegou quando atingiu a reversibilidade de pensamento
operatório concreto. Neles existe o prazer do exercício, o lúdico do simbolismo , a
alegria do domínio de categorias espaciais e temporais, os limites que as regras
determinam, a socialização de condutas que caracteriza a vida adulta.

Os jogos de regras são, segundo Piaget, "a atividade lúdica do ser socializado".

Um jogo de regras pressupõe uma situação problema, uma competição por sua
resolução e uma premiação advinda desta resolução. As regras orientam as ações
dos competidores, estabelecem seus limites de ação, dispõem sobre as penalidades
e recompensas. Elas são as "leis" do jogo.
Ao jogar jogos de regras as crianças assimilam a necessidade de cumprimento das
leis da sociedade e das leis morais da vida.
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Para ser enquadrado como um jogo de regras são necessárias as seguintes
características: que haja um objetivo claro a ser alcançado; que existam regras
dispondo sobre este objetivo; que existam intenções opostas dos competidores; que
haja a possibilidade de cada competidor levantar estratégias de ação .

Os jogos de regras são necessários para que as convenções sociais e os


valores morais de uma cultura sejam transmitidos a seus membros.

As estratégias de ação, a tomada de decisão, a análise dos erros, lidar com


perdas e ganhos, replanejar as jogadas em função dos movimentos do adversário,
tudo isso é fundamental para o desenvolvimento do raciocínio, das estruturas
cognitivas dos sujeitos. O jogo provoca um conflito interno, a necessidade de buscar
uma saída, e desse conflito o pensamento sai enriquecido, reestruturado e apto a lidar
com novas transformações.

Materiais lúdicos

Partindo-se do princípio de que o jogo é inerente ao ser humano, qualquer


material pode ser usado para esta função. Até uma parte do corpo, como fazem os
bebês, que brincam com suas próprias mãos e pés.
Contudo, na evolução histórica da humanidade, houve a criação de instrumentos que
possibilitam aos homens novas maneiras de interação com o meio.

Assim surgiram os brinquedos e os jogos estruturados, ampliando as formas


de brincar.

Em um consultório psicopedagógico é importante que existam jogos à


disposição da criança para que ela possa usá-los em suas brincadeiras, permitindo
ao terapeuta a observação de sua modalidade de brincar, de maneira a transcender
para a compreensão de sua modalidade de aprendizagem. Assim ele poderá
encaminhar o trabalho para a ressignificação dos vínculos patológicos com a realidade
e o exercício pleno da autoria de pensamento de seu cliente.

Saber o que comprar, que tipo de jogo usar para cada caso, é um dos desafios
ao profissional da aprendizagem. Não há como comprar todos os jogos disponíveis
no mercado, nem necessidade disso. Importante que o psicopedagogo possua alguns
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jogos de exercícios, materiais simbólicos e jogos de regras, para atender à diversidade
de desenvolvimento humano. Que tais materiais sejam de boa qualidade e resistentes
às brincadeiras, pois nada é mais frustrante do que a criança estar brincando e o
brinquedo quebrar ou se danificar enquanto ela o utiliza.

TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Várias técnicas podem ser utilizadas pelo psicopedagogo quando está


intervindo junto às dificuldades de aprendizagem. São destacadas aqui algumas que
têm seu uso mais difundido, por sua amplitude: o psicodrama, a caixa de areia,
estimulação cognitiva, as técnicas expressivas plásticas, que utilizam atividades
artísticas em suas diversas modalidades e a informática.

O Psicodrama

O médico romeno, Moreno, foi o criador do psicodrama. Ele foi um estudioso


do comportamento grupal , dando ênfase às relações estabelecidas entre os
componentes dos grupos por meio do método role-playing ou jogo de papéis.

O psicodrama foi uma inovação nas técnicas terapêuticas do século passado,


pois introduziu recursos da representação teatral, com a vivência de personagens nos
processos de tratamentos psicológicos, por meio da catarse (descarga emocional). O
termo "psicoterapia de grupo" passou a ser utilizado após as experiências de Moreno
com a expressão de sentimentos e emoções em um clima de espontaneidade
associado a uma situação de representação.
Não se trata de representar como em um teatro,repetindo indefinidamente em cada
apresentação as mesmas falas, mas de viver um papel que é único na vida de cada
pessoa e que pode ser o catalizador de interpretações que libertem o sujeito de seus
problemas.

O método psicodramático aborda os conflitos que surgem nas relações


interpessoais e é baseado em um setting grupal que conta com a presença do
terapeuta, que assume o papel de diretor de cena e os pacientes que atuam tanto
como protagonistas como público. A relação entre realidade e fantasia é bastante
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trabalhada nesta técnica, que usa os papéis para a expressão das diversas
possibilidades identificatórias que o ser humano possui e as múltiplas dimensões
psicológicas do eu em relação ao mundo interno e externo de cada um.

Para utilizar o psicodrama como técnica terapêutica o profissional deve possuir


formação teórica e metodológica adquirida em cursos específicos. Existem atualmente
várias associações que congregam os profissionais que atuam com psicodrama. Elas
reúnem as informações a respeito de cursos, bibliografia, editam material a respeito e
divulgam a técnica junto ao público..

Alícia Fernández levou o psicodrama para a psicopedagogia, utilizando-o como


técnica de intervenção junto a crianças e adultos. Segundo esta autora montar
"cenas", dramatizar os fatos que ocorrem ou ocorreram no passado em situações
vividas pelas pessoas auxilia na ressignificação dos motivos ou motivações das
dificuldades de aprendizagem.

Em sua opinião as crianças são as mais beneficiadas com esta técnica porque
ela lhes permite a expressão de pensamentos e vivências com mais facilidade do que
o desenho e a escrita, que exigem competências que elas, muitas vezes, não
possuem.

Os profissionais que não possuem formação específica em psicodrama, nem


por isso precisam deixar de usar técnicas dramáticas em suas intervenções. A simples
mudança de papéis "trocando de lugar" com o terapeuta já é uma grande experiência
para ambos, pois permite ao cliente a vivência da situação terapêutica sob outro
ângulo e ao psicopedagogo a experimentação de suas hipóteses de trabalho,
alterando o comportamento usual da criança.

"O psicodrama ajuda a criança que nos consulta a habitar um lugar,


estabelecendo "residências provisórias", quer dizer, cenas. Se até o simples desenhar
sobre um papel é estruturante do sujeito, quanto mais o psicodramatizar, que é um
certo desenhar o jogador e jogar o desenhado.
A montagem de uma cena, o decidir que esse almofadão vai ser uma "porta" e colocá-
lo em uma lugar e esse outro será uma "cama" e colocá-lo em outro lugar, também
facilita a ressignificação... Tratando-se de uma cena da vida real, a maioria das vezes
é difícil para a criança, com problemas de aprendizagem, relatá-la.Não somente pelo
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empobrecimento da linguagem, mas também porque não pode estabelecer a distância
necessária entre a cena e ela mesma como relatora da cena."

O que se pode recomendar é que estas situações de dramatização não sejam


planejadas, mas que possam surgir durante o tratamento a partir das demandas do
cliente. É preciso que o terapeuta tenha a sensibilidade para identificar o melhor
momento para dar início a uma cena, a uma representação de faz de conta, usando
para isso os materiais que tem à sua disposição em seu consultório. As técnicas
dramáticas ou psicodramáticas não exigem materiais estruturados, pois são baseadas
em improvisações.
Com crianças, além das cenas, o psicopedagogo também pode utilizar músicas
dramatizadas, brinquedos cantados e mímicas, que são altamente vitalizadoras e
facilitam a expressão daquelas que têm mais dificuldades na área da linguagem

Livros de histórias que abordam conteúdos de contos de fadas, mitos, relatos


folclóricos e fábulas são outro material de grande aplicação na intervenção
psicopedagógica porque permitem que aspectos projetivos surjam na sessão, pois as
crianças se identificam com os personagens e podem nutrir por eles sentimentos de
afeição ou medo. Como existe muita oferta no mercado, o psicopedagogo deve ter
critério em sua escolha atentando para os seguintes aspectos:

Livros sem texto

Que permitem a criação e a autoria de pensamento.

Livros cujo texto sofreu alguma mudança: como por exemplo, a história dos três
porquinhos relatada pelo lobo, que permite a diversificação de pontos de vista, pela
criança.

Livros cujo texto permitem à criança a percepção de mudanças:


como "Vice-Versa ao Contrário", da editora Cia das Letrinhas, que apresenta histórias
clássicas reescritas e adaptadas à novas situações.

Livros que trabalham conteúdos latentes presentes no universo infantil


Como "Macaquinho", de Ronaldo Simões Coelho, editora Lê ou "O Equilibrista", de
Fernanda Lopes de Almeida, editora Ática.
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Livros que apresentam situações vivenciadas pela criança e que podem servir
para o terapeuta abrir espaços de discussão a seu respeito:
como aqueles da coleção "Coisas da Vida", da Editora Artes Médicas, ou o "Primeiro
Livro da Criança sobre Psicoterapia", de Marc Nemiroff, da mesma editora.

Livros que possuem interatividade com a criança: como aqueles que


apresentam o personagem "Ninoca", da editora Ática, ou aqueles que são verdadeiras
charadas, nos quais não há ponto de início para a leitura e o leitor transita por suas
páginas como deseja. Estes últimos são muito apreciados pelos pré-adolescentes.

Quando a criança apresenta dificuldades de expressão verbal ou de "entrar"


neste mundo imaginário da representação corporal, o psicopedagogo pode usar
bonecos ou fantoches para as cenas. O uso do boneco como fonte de representação
é utilizado desde épocas muito remotas. Ele substitui o real.

Os fantoches são bonecos animados pela manipulação e podem ser de vários


tipos: fantoches de dedo, marionetes de madeira, fantoches de vara, dentre outros.
Não importa como é feita a manipulação, mas sim o fato de que o fantoche é um
boneco que tem uma concretude presentificada pelo movimento que a manipulação
lhe dá. Para conhecer uma abordagem de intervenção psicopedagógica com
fantoches, leia técnicas dramáticas ou psicodramáticas são muito indicadas quando a
hipótese de trabalho está relacionada com a estrutura desejante, possibilitando
situações que permitem à criança reviver aspectos de sua realidade que possam ter
sido traumáticos ou reavivar situações inconscientes relacionadas com situações de
aprendizagem, deixando claros para o psicopedagogo os vínculos estabelecidos com
os objetos.

As chamadas 'Bonecas Waldorf , cuja confecção é baseada na pedagogia de


mesmo nome, são totalmente diferenciadas pelo fato de respeitarem e estimularem a
imaginação da criança. Longe de reproduzir 'fielmente' as particularidades da figura
humana, deixam para a fantasia infantil a atividade criadora, simplesmente sugerindo
possibilidades, por exemplo, de fisionomia.

As bonecas são confeccionadas de forma artesanal, com a utilização (inclusive


no enchimento) de materiais inteiramente naturais: malha e tecidos de puro algodão,
feltro de lã e fios de lã pura de carneiro. Este critério visa familiarizar a criança com o
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mundo natural por meio de seus materiais, nos quais ela aprende a reconhecer cor,
textura, forma, peso, etc. Além disso, o manuseio da boneca é agradável e
aconchegante, motivando uma ligação estreita e carinhosa com ela.

Como cada boneca é feita manualmente e seu rosto é pintado à mão (com um
mínimo de traços), cada uma adquire um aspecto individual e único. Os modelos e
tamanhos procuram atender à necessidade das crianças em cada faixa etária,
adequando-se, em complexidade, às diversas fases do desenvolvimento infantil.

Por intermédio da boneca a criança pode aprender a conhecer a si própria num


processo de 'espelhamento', a exercitar os relacionamentos sociais, a cuidar do
próximo, etc. A boneca (ou boneco) também pode exercer o importante papel de
companheiro, de confidente. Por este motivo, é uma poderosa ferramenta para os
educadores. Com este foco, sua confecção deve respeitar os anseios interiores da
criança e ter qualidade para poder acompanhá-la por longos períodos.

A Caixa de Areia

O uso da caixa de areia com finalidades terapêuticas foi iniciado na Inglaterra


por Margareth Lowenfeld, psiquiatra freudiana que recebeu forte influência de Jung,
e, em 1935, publicou um livro a respeito.

A terapia na "caixa de areia" é um procedimento não verbal criado por Dora


Kalff, em Zurique e levado até a América por Estelle Weinrib. De acordo com esta
técnica os sujeitos criam cenas tridimensionais em uma caixa de tamanho específico
usando areia , água e várias miniaturas de elementos de seu contexto sociocultural.

A caixa deve ter a forma retangular, medir 50cm por 75cm e 5 cm de altura e
ter o fundo pintado de azul. Pode ser de madeira ou papelão. As miniaturas podem
ser de qualquer material: plástico, chumbo, madeira, biscuit, etc... e incluírem
elementos do universo pessoal: elementos da natureza, objetos, veículos, animais,
vegetais , etc.

A pessoa, com esse material, cria um cenário e coloca os personagens em


cena. O terapeuta não interpreta a cena até que esteja pronta, concluída.
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O princípio que norteia o uso da caixa de areia é que existe, no inconsciente uma
tendência para que a psiquê se cure sozinha, desde que haja condições
para isso. Este princípio foi enunciado por Jung.

Por meio das produções na caixa de areia a mente se amplia e os conteúdos


latentes se tornam manifestos para o próprio cliente. As cenas representam o mundo
interior por intermédio de elementos do mundo exterior. Muitas cenas reproduzem
conteúdos oníricos, atingindo um nível bem profundo do inconsciente .

Dora Kalff iniciou sua prática com crianças, com uma abordagem não verbal,
sem interferir em seu processo de trabalho. Ela simplesmente observava o que
acontecia na sessão e percebeu que havia uma melhora significativa nos quadros de
seus clientes apesar de não haver interferido. Passando a usar o mesmo método com
adultos, descobriu que havia um processo semelhante ao das crianças.

A psicopedagoga Beatriz Scoz tem utilizado a caixa de areia com o objetivo de


permitir análises sobre as modalidades de aprendizagem em cursos de formação de
psicopedagogos. Ela incorporou à técnica original seu uso em pequenos grupos e o
registro fotográfico do processo de trabalho até sua finalização. Suas considerações
sobre a aplicação da caixa de areia no tratamento psicopedagógico foram publicadas
em: "Por Uma Educação Com Alma: a objetividade e a subjetividade nos processos
de ensino/aprendizagem". Editora Vozes, 2000.

Estimulação Cognitiva

Quando a problemática que afeta a criança está relacionada a um atraso no


desenvolvimento cognitivo que pode ser menos ou mais severo, o psicopedagogo
deve orientar seu trabalho para realizar atividades de estimulação da inteligência.

Com este objetivo pode utilizar a técnica de mediação da aprendizagem criada


por Reuven Feuerstein, psicólogo romeno de etnia judaica que criou o PEI- Programa
de Enriquecimento Instrumental - no contexto de sua Teoria da Modificabilidade
Cognitiva Estrutural. Para este autor, o ser humano é naturalmente um mediador de
conhecimentos e realiza esta função inconscientemente. Porém, em sua opinião, este
processo ganha mais vigor e consegue ser mais eficaz quando o sujeito passa a
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realizá-lo conscientemente.
Para aplicar o Programa que criou e cujo objetivo é o desenvolvimento do potencial
de aprendizagem contido em todo ser humano, Feuerstein estipulou critérios de
mediação que qualquer sujeito pode utilizar para ter sucesso na transmissão de
conhecimentos.

O PEI é um programa que exige uma formação específica para sua aplicação
e tem seus direitos autorais protegidos. A teoria da mediação da aprendizagem - EAM
- como toda proposição teórica, não pode ter seu uso restringido por tais mecanismos
jurídicos, pois é de domínio público. Sendo assim, é possível seu uso independente
do Programa, mas não o contrário.
Quando uma criança passa por um processo intencional e sistemático de mediação
da aprendizagem ela desenvolve metacognição e tem seu potencial ampliado,
desenvolvendo cada vez mais sua cognição.

Outra técnica que pode ser utilizada para estimulação cognitiva de


crianças é a ginástica cerebral ou Brain Gym, baseada em princípios de educação
cinestésica utilizando os dois lados do cérebro.

A palavra educação deriva do latim "educare", que significa "trazer para fora".
Cinestesia deriva da raíz grega "Kinesis", que significa "movimento". Educação
cinestésica é um sistema criado para dotar pessoas de qualquer idade com o potencial
externalizado daquilo que está encerrado dentro de seu próprio corpo.

A ginástica cerebral é baseada na integração cerebral por meio de


movimentos que remodelam partes do cérebro que ficam inativas. As modificações no
aprendizado e as transformações no comportamento são, muitas vezes, imediatas e
profundas.

Exercício: Movimentos Cruzados

Faça o CROSS CRAWL (engatinhar) e o SKIP-A-CROSS (salto cruzado). Com


uma música de fundo, coordene os movimentos de forma que o braço e a perna
oposta mexam ao mesmo tempo. Faça os movimentos para frente, para os lados, e
para trás, além de mover os olhos em todas as direções. Leve sua mão ao joelho
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oposto, cruzando a linha divisória. Quando os seus hemisférios cerebrais trabalham
juntos desta forma, sua mente fica totalmente aberta para aprender novas
informações.

Exercício: Bicicletas

Faça o CROSS CRAWL SIT-UPS deitado numa superfície cômoda(colchonete ou


cama). Simule estar andando de bicicleta, enquanto toca o seu cotovelo no joelho da
perna oposta.Sua mente e corpo vão ficar bastante alertas!

Exercício: Botões Cerebrais

Faça os BOTÕES CEREBRAIS antes de ler ou usar a visão. Enquanto segure o


umbigo, esfregue firme logo abaixo da clavícula, para a direita e para a esquerda do
esterno. Pinte um oito deitado no teto com a ponta do nariz funcionando como um
pincel. A leitura nunca será cansativa e seus olhos vão deslizar pelos textos quando
for ler.

Exercício: Botões Terra

Faça os BOTÕES TERRA para aumentar sua capacidade de calcular e lidar com
números. Mantenha dois dedos abaixo do lábio inferior, e descanse a outra mão na
extremidade superior do osso púbico. respire, elevando a energia para o centro do
corpo.

A antroposofia é uma corrente filosófica criada por Rudolf Steiner, em Viena,


no início do século XX. Parte de uma visão integral do homem e foi capaz de gerar
desdobramentos na medicina, na agricultura e na educação, esta última com a
Pedagogia Valdorf. Esta teoria sugere que a inteligência pode ser desenvolvida com
atividades tais como: estudo de biografias de personalidades famosas; análise de
fábulas, lendas e mitologias; poesias e história da arte; apresentações teatrais .
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Para entender melhor a proposta antroposófica direcionada para o tratamento
das dificuldades de aprendizagem, leia o livro abaixo indicado, que traz uma série de
sugestões de atividades e exercícios para distintos problemas, como a dislexia, a
discalculia , a desatenção, dentre outros.
Leitura: "Problemas de aprendizagem", de Lucinda Dias, Editora editora
Antroposófica, 1995.

Técnicas Expressivas Plásticas

As técnicas expressivas plásticas são aquelas que utilizam a livre criação, com
materiais apropriados, como lápis coloridos, aquarelas, tintas, argila, dobraduras,
recorte e colagens, etc.

Este recurso permite ao psicopedagogo o trabalho com conteúdos objetivos e


subjetivos, matéria prima da intervenção, além de propiciar a autoria de pensamento,
objetivo principal da atuação psicopedagógica.
Muitos psicopedagogos possuem formação em arteterapia e podem fazer uso desta
técnica com muita propriedade. Outros, mesmo sem tal formação específica, utilizam
os recursos plásticos com bons resultados, atentando para os seguintes aspectos,
evidenciados por Sara Paín: a arte possibilita uma relação positiva com a
aprendizagem; a arte possibilita o trabalho com aspectos figurativos e operativos do
pensamento, integrando-os; a arte permite que o sujeito estabeleça relações com o
real, por meio dos materiais utilizados, e com o imaginário, por meio de suas criações;
a arte é expressão simbólica e remete o sujeito à sua cultura, dando significado à sua
existência; a arte possibilita o trabalho com as dificuldades de aprendizagem na
medida em que articula mecanismos presentes nos níveis afetivos e cognitivos.

Cristina Dias Alessandrini é a psicopedagoga brasileira que tem pesquisado a


aplicação dos recursos artísticos na intervenção psicopedagógica. Ela criou um
método que denomina Oficina Criativa, na qual usa a arte em seu trabalho. Além dela,
muitos outros terapeutas da aprendizagem têm descrito suas experiências com estes
materiais. Há livros e jogos que podem também integrar esta abordagem. Eles
provocam o desenvolvimento do senso estético, a percepção de semelhanças e
diferenças, a análise e síntese tão importantes para o desenvolvimento de habilidades
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de leitura/escrita e a percepção de transformações que permitem o trabalho com as
estruturas operatórias de pensamento.

Coleções como a editada pela Cia das Letrinhas- Por Dentro da Arte -
apresentam as obras de grandes pintores, de vários movimentos artísticos, com
atividades lúdicas a serem realizadas pelas crianças. São verdadeiros jogos e podem
ser usados com muito sucesso na intervenção psicopedagógica.

Jogos como o "tetracores", ou mosaicos em suas mais variadas formas,


desenvolvem os aspectos acima mencionados e devem ser utilizados com as crianças
portadoras de dificuldades de aprendizagem.

A ORGANIZAÇÃO DO PORTFÓLIO DO DIAGNÓSTICO

Segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2005), o portfólio é um tipo de papel


consistente, normalmente dobrado, utilizado para armazenar papéis ou quaisquer
materiais em seu interior. Destinado para guardar um conjunto específico de papéis
ou manter coleções de alguma coisa. Na arquitetura, ele é utilizado para reunir os
trabalhos mais importantes do arquiteto pela amostragem de fotos, registro escrito de
detalhes com relação ao material, cores utilizadas e outras anotações.

Na educação, o portfólio, organizado pelo professor, costuma reunir os


trabalhos dos alunos durante a realização de algum projeto vivenciado pela turma, ou
é montado por cada aluno individualmente. Geralmente, ele é confeccionado no
formato de caixas, pastas e CD-ROM (denominado também de portfólios digitais).

Shores e Grace (2001) definem portfólio como uma coleção de itens que revela
os diferentes aspectos do crescimento e do desenvolvimento de cada aluno. Ele
possui amostras de desenhos, fotografias e comentários que poderão oferecer
informações sobre o processo de aprendizagem dos sujeitos. As autoras sugerem dez
passos para a construção do portfólio e enfatizam o envolvimento da família nesse
trabalho, além de solicitar ajuda na coleta de informações e na comunicação do
trabalho desenvolvido com os alunos.

O portfólio caracteriza-se como instrumento de avaliação, pois comunica o


processo de aprendizagem de cada sujeito e seu desenvolvimento. Proporciona,
também, conhecimento aos profissionais da educação e ao psicopedagogo, com
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relação ao desenvolvimento humano e à criação de técnicas de observação e
adaptação de atividades para suprir as necessidades individuais de cada sujeito.

Shores e Grace (2001) distinguem três tipos de portfólio:

– O Portfólio Particular, que contém informações confidenciais de cada sujeito,


histórico médico, telefone dos pais, entrevista com algum familiar.

– O Portfólio de Aprendizagem, que contém anotações dos projetos em


andamento, diário de aprendizagem do sujeito. Nesse caso, cada sujeito poderá
realizar o próprio portfólio.

– O Portfólio Demonstrativo, que é a versão condensada dos outros dois: tanto


os sujeitos, como os pais e professores podem escolher itens para a criação desse
portfólio, o qual poderá ser apresentado para outro profissional que pretende conhecer
o percurso já desenvolvido.

O portfólio oferece várias possibilidades para organizar informações de forma


significativa, que documentam o desenvolvimento e a aprendizagem. O sujeito
também pode selecionar o material junto com o profissional (professor,
psicopedagogo), proporcionando a autorreflexão sobre a própria aprendizagem,
análise e interpretação para a continuidade do processo.

O portfólio enquanto instrumento de avaliação na educação é uma proposta


recente na área da educação e no campo da psicopedagogia também.

O levantamento bibliográfico sobre o tema da construção de portfólios oferece


subsídios para compreender a importância e urgência desse assunto para auxiliar no
atendimento psicopedagógico desde a sua avaliação diagnóstica, enquanto fonte de
informação e intervenção durante o processo de tratamento das dificuldades de
aprendizagem.

REFERÊNCIAS

BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da


prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
COLL, César; MARTÍN, Emília. O construtivismo na sala de aula. 6. Ed. Itapecerica:
Editora Ática, 2006.
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______. MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e
educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1991.
PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4. ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1992.
RUBINSTEIN, Edith. A psicopedagogia e a Associação Estadual de Psicopedagogia
de São Paulo. In SCOZ, Beatriz Judith Lima (et al). Psicopedagogia: o caráter
interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987,
cap. 1.
VASCONCELLOS, Celso. Avaliação da aprendizagem: construindo uma práxis. In:
Temas em educação – 1º Livro da Jornadas de 2002. Futuro Eventos.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
WINNICOTT, Donald Woods. O brincar e a realidade. Rio de janeiro: Imago Edit, 1975.
FERREIRA, A.B de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 14. ed. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2005.
SHORES, E.; GRACE, C. Manual de portfólio: um guia passo a passo para o
professor. Porto Alegre: Artmed, 2001.

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