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FACULDADE ALPHA

PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E


CLÍNICA

ANA PAULA SEVERINA DA SILVA DE OLIVEIRA


SABRINA FERNANDES DO NASCIMENTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM PSICOPEDAGÓGICA


INSTITUCIONAL

Recife- PE
2023
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ANA PAULA SEVERINA DA SILVA DE OLIVEIRA


SABRINA FERNANDES DO NASCIMENTO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM PSCOPEDAGÓGICA


INSTITUCIONAL

Relatório de avaliação Psicopedagógica


Institucional apresentado ao programa de Pós
Graduação, como requisito para obtenção do
Título de Especialista em Psicopedagogia
Institucional e Clínica, sob a supervisão e
orientação da professora Magna Oliveira do
Nascimento Lima.

Recife- PE
2023
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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO......................................................................................................04
2-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................05
3-IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO....................................................................07
4-REGISTRO E ANALISE DA QUEIXA...................................................................07
5-REGISTRO DESCRITIVO DOS ENCONTROS REALIZADOS............................08
6-HIPÓTESE DIAGNÓSTICA..................................................................................09
7-PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.........................................................................10
8-DEVOLUTIVA À INSTITUIÇÃO............................................................................10
9- CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................11
10-REFERÊCIAS.....................................................................................................13
11-ANEXOS.............................................................................................................13
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1- INTRODUÇÃO

O presente estágio supervisionado em Psicopedagogia Institucional foi


vivenciado na instituição escolar Escola Maria Imaculada. Instituição que há 72 anos
tem realizado um relevante serviço à formação educacional de crianças e
adolescentes no bairro em que atua.
Nesta instituição, o estágio teve o objetivo de realizar a observação e formular
um plano de intervenção como modo de experimentar a aplicação dos
conhecimentos construídos durante o curso de Especialização em Psicopedagogia
Clínica e Institucional. Entendemos que a prática e a teoria caminham lado a lado
sem representarem antítese uma à outra. A teoria sem a prática se resume a mera
abstração, mas também a prática sem a teoria não passa de improvisação que não
se sustenta diante dos desafios da realidade.
A observação ocorreu em duas ocasiões e foi favorecida pela cordialidade
com que fomos recebidas e conduzidas no ambiente. Os dados foram colhidos e
analisados criticamente a partir do cuidado de se fomentar as possibilidades do
processo de aprendizagem e desenvolvimento dos discentes no contexto
educacional.
Uma vez que a literatura tenha indicado que o indivíduo deve ser
compreendido como um ser social, processual, complexo e singular, buscamos estar
atentas a não nos desviarmos dessa premissa desde a observação até a devolutiva
diante de qualquer queixa ressaltada. Isso significa a necessidade de cuidado para
que concepções prévias não reduzam o campo de visão durante a observação, pois
é o campo de observação que vai ressaltar os elementos a serem abordados no
plano de intervenção. Do contrário, os dados são contaminados e os resultados se
apresentarão viciados.
Portanto, a análise mostrou que o grau de esforço das pessoas que se
dedicam à educação deve ser considerado como parte de uma contribuição coletiva.
Atribuir culpa aos docentes pelo fracasso no processo de aprendizagem pode
significar que se espera deles a garantia do sucesso de todo o processo também.
Da mesma forma, reduzir o objetivo da atuação psicopedagógica a identificar
problemas e produzir diagnósticos é desferir um golpe contra os avanços nas
concepções que contrariam uma postura patologizante que a um só tempo
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desresponsabiliza alguns e sentencia outros. Longe de querer supor uma postura


contra os diagnósticos. Eles são recursos que ajudam muito na formulação da
hipótese de trabalho no plano de intervenção, permitindo a otimização dos cuidados.

2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Psicopedagogia surgiu com o objetivo de ajudar as pessoas com problemas


de aprendizagem. Seus ramos de atuação estão situados, principalmente, em ações
preventivas no âmbito institucional e clínico com atendimentos individualizados
(BOSSA, 2011). As técnicas utilizadas podem ser desenvolvidas de maneira
individual ou em grupo para assim observar quais fatores, possivelmente, podem
contribuir ou não para a processo de ensino-aprendizagem.
Seu enfoque é interdisciplinar abrangendo a Pedagogia, a Psicanalise, a
Psicologia, a Epistemologia, a Linguística e a Neuropsicologia, dentre outras áreas
do conhecimento. (OLIVEIRA, 2009). Estas áreas do conhecimento balizam as
práticas psicopedagógicas, mas adverte-se que não devem ser utilizadas
isoladamente. Pois, o indivíduo deve ser compreendido como um ser social,
processual, complexo e singular.
A Psicopedagogia pode ser desenvolvida no contexto institucional ou clínico.
No âmbito institucional, pode ser desenvolvida no hospital, na empresa, em
organizações assistenciais, como também na instituição escolar. No entanto, o
enfoque do presente relatório está embasado apenas no contexto escolar, local que
a psicopedagogia pode ser realizada preventivamente e sua função é, sobretudo, de
antecipar os problemas que podem ocorrer na aprendizagem e assim combater o
fracasso escolar (DALEFFE; CAMARGO, 2022).
Ainda conforme Daleffe e Camargo (2022), a psicopedagogia institucional se
coloca atentamente às variadas possibilidades de construção do conhecimento e
valoriza o imenso universo de informações que envolve a vida escolar. A realidade
atual das escolas do ensino regular é a de atendimento em reconhecimento ao direito
de crianças especiais à educação.
O psicopedagogo tem um papel fundamental de contribuir ativamente para a
garantia da inclusão porque apenas frequentar a escola não é aceitável: é preciso
que exista a integração (BOSSA, 2000). A instituição deve assegurar meios para que
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seja possível prosseguir nos estudos e que esse conhecimento seja efetivo, ou seja,
gere recursos que convirjam para a participação social e a promoção das conquistas
para o seu projeto de vida. Portanto, a escola é um recurso da sociedade, um local
de todos.
Por sua vez, a Psicopedagogia Clinica é realizada terapeuticamente. O
psicopedagogo que atende em clinica se concentra em descobrir a razão pela qual
o sujeito não aprende (VERCELLI, 2012). O atendimento clinico é praticado em
centros de saúde e clinicas e normalmente são feitos individualmente. Dessa forma,
o sujeito é conduzido a descobrir suas competências e aptidões, construindo seu
saber.
No processo avaliativo psicopedagógico, é realizado uma análise sobre a
aprendizagem do sujeito tentando compreender como e quando começou o
problema na trajetória estudantil. Para fazer uma avaliação, é preciso que sejam
realizados alguns procedimentos como uma entrevista inicial, com o motivo da
queixa, análise do material escolar, diversos modelos de atividades em diferentes
disciplinas, testes que verificam o nível de desenvolvimento e sondagens (MORAES,
2010).
Assim, essas competências são pautadas, desde os anos de 1960 e 1970,
pelas correntes teóricas do Behaviorismo e o Humanismo. Enquanto o primeiro tinha
o estimulo e resposta como parte essencial; o segundo, a proposta de fazer a
vontade do ser que aprende. Nota-se que a visão do ser humano como ser histórico
e social não participava dessas concepções (LUKESI, 2008).
Atualmente, observa-se que a Psicopedagogia se fundamenta teoricamente
na Psicanálise, no Associacionismo e no Construtivismo. A psicanálise aponta o
vínculo como base fundamental necessária para que ocorra a aprendizagem. Já no
Associacionismo, a valorização está centrada no tecnicismo, em que prevalece o
elemento externo sobre o cognitivo. No construtivismo, entram em evidência o sujeito
na construção do conhecimento, as relações sociais, que são os componentes
essenciais para o desenvolvimento (LUKESI, 2008).
Pode-se dizer que o psicopedagogo trabalha pautado na possibilidade de
desenvolver no aluno a capacidade de tornar-se mais ativo e consciente do seu
processo de aprendizagem, através da escuta e olhar diferenciado sobre cada
sujeito, grupo e contexto.
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3-IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O estágio foi realizado em parceria com a Escola Maria Imaculada, cnpj


1.631.215/0004-70, localizada na Rua Major Quinteiro, 97, no Bairro do Cordeiro-PE.
A Escola está há 72 anos no mercado e conta com recursos infraestruturais como
Água filtrada, Água da rede pública, Energia de rede pública, Esgoto de rede pública,
Lixo destinado à coleta periódica, Acesso à internet e Banda larga.
Além disso, dispõe de 15 salas de aulas, Sala de diretoria, Sala de
professores, Quadra de esportes coberta, Biblioteca, Parque infantil, Banheiro
adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, Sala secretaria, Pátio
coberto e Pátio descoberto. As aulas são desenvolvidas no período da manhã e da
tarde para atender turmas da Educação infantil- Pré e Ensino Fundamental de
9°anos, contando com 18 alunos por turma e totalizando 400 alunos.
Dentre os equipamentos, estão relacionados Tv, DVD, impressora, Aparelho
de som, Projetor multimídia, dentre outros.

4-REGISTRO E ANÁLISE DA QUEIXA

Apesar de termos nos dirigido para conhecer o trabalho na coordenação,


esperávamos obter mais detalhes e até mesmo queixas relacionados aos processos
de trabalho entre os profissionais. Mas, tivemos a surpresa de encontrar
preocupações maiores voltadas à defasagem de aprendizagem dos discentes, o que
também não deixa de ser algo presumível. Então, solicitamos permissão para ter
contato com as salas de aula a fim de observar, analisar para então planejar e
realizar a intervenção.
Fomos conduzidas à turma infantil à qual a coordenação referiu a queixa.
Neste primeiro momento de observação, pudemos contar com uma receptividade
amistosa por parte da professora responsável pela turma e com a abertura para
compartilhar de sua visão sobre os fatores em implicados à queixa. Observamos que
a quantidades de alunos por turma é razoável, o espaço é amplo e os estímulos
visuais são favorecedores à aprendizagem. Mas não pudemos acompanhar o
andamento das aulas de modo que pudéssemos afirmar ser o modo comum de a
docente proceder com a turma, apesar de reconhecermos a limitação de tempo
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própria à situação de estágio. Mesmo assim, pareceu-nos que estava se esforçando


muito para causar uma boa impressão.
Vale ressaltar que cada ocasião de observação se estendeu por dois turnos
de quatro horas desde que chegamos e nos despedimos. Já análise dos dados
colhidos somou nove horas desenvolvidos e compostos por estudos teóricos e
reuniões para tratamento dos dados. Essas reuniões se deram de forma híbrida, ou
seja, presencial em alguns momentos e através de videochamadas na plataforma
Google Meet. Assim, foi possível totalizar dezessete horas para a execução do
estágio e do presente relatório.

5-REGISTRO DESCRITIVO DOS ENCONTROS REALIZADOS

No dia 20/09, realizamos o primeiro encontro, que consistiu no acolhimento


cordial na instituição na escuta da queixa relatada pela coordenação e na primeira
observação da sala de aula voltada à educação infantil. Como as atividades já
estavam em andamento, não pudemos colher dados substanciais sobre como se
desenvolvem os procedimentos cotidianos das aulas e as estratégias para abordar
as particularidades dos discentes. Mesmo assim, a atitude agradável na recepção à
sala de aula também proporcionou confiança e colaboração com a observação.
O segundo encontro aconteceu no dia 21/09 a partir de novo agendamento.
Desta vez, com intensão mais sistematizada por parte da coordenação da instituição.
A boa acolhida na chegada foi seguida por uma breve introdução às atividades do
dia, mas logo fomos conduzidas à sala de aula da educação infantil. A aula ocorreu
sem significativas interrupções ou prejuízos ao andamento do ensino. Após a aula,
a professora destacou dificuldades com a atenção e concentração da maior parte
dos alunos pelo tempo necessário para concluir a explicação.

5.1-DISCUSÃO DOS DADOS

Na primeira visita, destacamos como a equipe estava colaborativa para nos


direcionar a respeito de onde estava a razão de suas preocupações. Tanto a
coordenadora quanto a professora dedicaram tempo para nos detalhar o problema,
mas em momento algum tivemos a chance de ouvir os discentes ou alguns pais. A
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aula transcorreu tranquilamente, mas não sabemos se era assim cotidianamente ou


se a nossa presença tirou a espontaneidade da docente e dos discentes.
Apesar de ser compreensível o direcionamento tão prontamente a respeito da
queixa, isso talvez seja oportuno para desviar a atenção dos aspectos que a equipe
de profissionais poderia melhorar. Talvez também fossem elementos importantes
para gerar ou sustentar a queixa em questão, a defasagem na aprendizagem, e
ainda seja algo um tanto constrangedor para se admitir para pessoas de fora da
instituição. Infelizmente, é algo sobre o qual não podemos mais do que apenas
especular porque não pudemos colher os dados.
Ainda em mais uma observação sobre não poder colher os dados,
destacamos que quando a queixa foi apontada, fomos impedidas de fazer uma
observação mais ampla e o mais imparcial possível. Isso também se aplica à
observação no segundo encontro. Observamos não haver recursos numa
diversidade razoável para manter as explicações atraentes e interessantes durante
a aula. Além disso, o cuidado exagerado para a aula parecer comum, bem como
terem recusado que conversássemos com algum dos discentes ou os pais deles nos
chamou a atenção.
Nossa compreensão sobre o processo de aprendizagem conduz a percebê-lo
como incoerente e reducionista se os discentes são protagonistas do processo
apenas quando o objetivo é atribuir a culpa pelo fracasso. Não estamos dizendo com
isso que a queixa não procede. Mas, que a leitura feita pelas responsáveis na
instituição sugerem não contar com elementos essenciais ao processo de
aprendizagem, nem sobre os que concorrem para a lucidez na observação, na
formulação do plano de intervenção e na chance de alcançar o objetivo de resolver
a queixa.

6-HIPÓTESE DIAGNÓSTICA

O relatório de Estágio Institucional contempla os percursos das atividades


realizadas na instituição que serviu de norte para o presente relatório, bem como a
análise das queixas que surgiram mediante os depoimentos da instituição Escola
Maria Imaculada.
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Como abordado anteriormente, o processo de ensino aprendizagem exige um


comprometimento não apenas dos discentes, como também dos pais, da sociedade
e da instituição. Sem esse comprometimento, acaba surgindo problemas tais como
uma leitura do processo em que são ressaltadas mais as limitações do que as
possibilidades.

7-PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Perante as análises, destacamos que há sinais para ser considerada a


necessidade de avaliações sobre as condições de aprendizagem dos discentes. Não
se trata de procurar problemas e formular diagnósticos para relegar o problema ao
discente e à família. Mas, entendemos que é preciso priorizar a avaliação e cuidados
à condição clínica, pois, na presença de algum quadro, as intervenções voltadas a
fatores pedagógicos, ambientais, emocionais e relacionais ficam limitados.
Num segundo momento, é essencial convidar os pais dos discentes para se
envolverem e participarem ativamente nas atividades que promovem a
aprendizagem dos seus filhos. Essa é uma responsabilidade compartilhada e deve
ser pensada como a formação integral de uma pessoa. Nem a instituição escolar
nem os pais isolados um do outro conseguirá realizar esse papel a contento.
Por fim, quando há disposição da instituição escolar na atenção às
particularidades de aprendizagem dos discentes, há também favorecimento para que
sejam reconhecidos em sua condição atual apontando na direção de onde acreditam
que ele pode alcançar. Essa disposição pode significar a dedicação de diferentes
recursos para diversificar o acesso a temáticas de naturezas diferentes. O uso de
recursos visuais, materiais ricos em textura e cores, bem como jogos e atividades
lúdicas são alguns exemplos recomendados.

8-DEVOLUTIVA Á INSTITUIÇÃO

Entrega da devolutiva a instituição. Foi feita através de contato por e-mail,


conforme previamente acordado com a coordenação da instituição escolar.
Agradecemos imensamente terem aberto as portas e nos recebido com tamanha
cordialidade.
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As problematizações desenvolvidas no presente relatório foram atenuadas


para evitar darmos a entender que aproveitamos de sua hospitalidade para expor
aspectos tidos como negativos na instituição. Ao contrário, ficamos impressionadas
com a estrutura física e o suporte pedagógico disponíveis.

9-CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, o presente relatório de estágio acolheu a queixa relatada


pela coordenação da instituição escolar e analisou indícios razoáveis para considerá-
la procedente. Entretanto, os elementos que convergem para o sucesso ou fracasso
na aprendizagem são múltiplos e devem ser livremente abarcados durante a
observação. Somente assim, a perícia na escuta psicopedagógica exerce a riqueza
de sua contribuição.
Tal riqueza aponta para o compromisso ético diante do campo de observação.
Até mesmo a autoridade profissional do psicopedagogo pode ser conduzida a
legitimar relações de opressão no ambiente educacional, tal como a tendência a
resumir a atuação psicopedagógica a procurar fracassos do processo de
aprendizagem no aprendente e desferir a sentença de sua culpa com um
diagnóstico. Isso pode ocorrer por ação de fatores relacionados ao processo de
observação ou pela omissão, quanto a algum aspecto ao qual o profissional deveria
estar atento.
Essa possibilidade de desfecho da intervenção psicopedagógica é
significativa e não pouco comum. Tanto que problematizamos que foi,
provavelmente, o que encontramos na instituição educacional que nos acolheu. Mas,
é preciso cuidado para não cair na tentação de atribuir culpa à coordenação escolar
em questão a respeito dessa possibilidade de posicionamento diante da queixa e da
expectativa da intervenção psicopedagógica.
Se essa concepção se apresenta ainda reducionista, inadequada e retrógrada
na atitude e na forma de mobilizar elementos concorrentes ao sucesso ou fracasso
de aprendizagem é porque, dentre outros fatores, ainda não temos ocupado o campo
profissional como deveríamos. Esse compromisso ético é inafastável e não podemos
cobrar a responsabilidade a qualquer outro agente no processo por observá-lo nem
por ignorá-lo antes de examinarmos a nós mesmas enquanto categoria psofissional.
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Portanto, esse aspecto é assumido aqui como ponto de melhoria da equipe de


estagiárias.
Mesmo assim, não há demérito algum quando admitimos o erro como
possibilidade real para aqueles que se expõem à tentativa durante o processo que
conduz ao acerto e à experiência. Este estágio nos ensinou que a vivência prática é
multifatorial e complexa. Não obedece a recortes didáticos a partir dos quais
desenvolvemos os estudos teóricos e os planejamentos. Mas também, não podemos
ignorar que há sempre uma parcela de surpresa reservada cada vez que lançamos
o olhar sobre o campo de observação e trabalho; e é bom que seja assim, do
contrário, não haveria a partir de que repensarmos nossas concepções teóricas e
práticas nem os novos caminhos por onde a psicopedagogia poderá avançar ainda
mais.
Portanto, é essencial remarcar a atenção que norteou a consultoria, ou seja,
o plano de intervenção: a convocação dos diferentes atores que compõem o
processo de aprendizagem para que interajam e contribuam conforme lhes cabe.
Justificamos o peso de importância disso ao argumentar que não se trata do
processo de sucesso ou fracasso da aprendizagem apenas, o que já é algo
significativamente complexo, mas de componentes fundamentais para o
desenvolvimento integral de uma determinada concepção de sujeito e do fomento de
uma certa concepção de sociedade.
Ou seja, a literatura de apoio e as reflexões provocadas por essa experiência
de estágio nos ensinaram também que os efeitos das concepções e intervenções
vão além da legitimação ou não um status quo já constituído, mas também podem
ser relevantes para a construção de um mundo cada vez menos desigual para (e a
partir de) sujeitos cada vez mais livres e criticamente posicionados. Em outras
palavras, pode-se considerar que o compromisso ético conduz à urgência do
posicionamento político. Não aquela política partidária mais conhecida, mas aquela
que se preocupa desde o impacto aparentemente sutil ou o mais notável no modo
como a distribuição do poder define o exercício de papeis e a configuração das
relações em sociedade.
Queremos ainda precisar que se limitar a procurar um culpado das razões do
fracasso para sentenciar mediante um diagnóstico seria incoerente com a
complexidade do processo de aprendizagem, com a concepção do ser humano como
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um processo multifacetado e multicêntrico e com a exuberância dos diferentes


agentes que para isso convergem.

10- REFERÊNCIAS

BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil, contribuições a partir da prática. Rio de


Janeiro: Editora Wak, 2011.

BOSSA, N. A. Fracasso Escolar: um olhar psicopedagógico. São Paulo:


Artmed, 2000.

DALEFFE, G. P.; CAMARGO, G. Contribuições da Psicopedagogia Institucional


na formação de professores: uma proposta de intervenção psicopedagógica. v. 11
n. 1 (2022): Revista Criar Educação. DOI: https://doi.org/10.18616/ce.v11i1.5421.
Acesso em: 20/09/2023.

OLIVEIRA, M. Â. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba:


IBPEX, 2009.

LUKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem na escola e a questão das


representações sociais. EccoS – Revista Científica, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 79–88, 2008.
https://doi.org/10.5585/eccos.v4i2.310. Disponível em:
https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/310. Acesso em: 16/09/2023.

MORAES, D. N. M. Diagnóstico e avaliação psicopedagógica. Revista de Educação


Ideau: São Pelegrino.
Getúlio Vargas/RS. v. 5 - n. 10 - Janeiro - Junho 2010. Disponível em:
http://www.ideau.com.br/bage/upload/artigos/art_28.pdf. Acesso em 15/09/2023.

VERCELLI, L.C. A. O trabalho do psicopedagogo institucional. Revista Espaço


Acadêmico: Maringá-Pr. n 139. a 12. Disponível em:
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewFile/1728
1/10050. Acesso em 15/09/2023

11- ANEXOS

QUESTONÁRIO

1. Qual a queixa encontrada hoje no funcionamento da instituição?


- Defasagem de aprendizagem
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2. Desde quando foi percebido?


- O debate em torno do fracasso do sujeito é tema decorrente de todas as reuniões
pedagógicas e vislumbra as possibilidades para uma formação inclusiva e de melhor
qualidade.

3. Quantos colaboradores trabalham na instituição?


- 32 Colaboradores

4. O que você gostaria que fosse feito para solucionar a queixa?


( ) Formação
( ) Palestra
( ) Dinâmica de Grupo
(X) Consultoria

5. Quantas vezes por ano são realizadas reuniões para ajustes?


- Uma vez por semestre.

6. Em que setor você encontra mais resistência?


- Participação dos pais no processo de aprendizagem do aluno.

7. Que suporte é oferecido aos colaboradores para as melhorias nos


serviços prestados?
- Capacitação continuada da equipe, Material didático de qualidade, Flexibilidade,
Competências socio-emocionais, Avaliação formativa e Estratégias pedagógicas.

8. Que tipo de serviço sua instituição oferece?


- Música, Artes Plásticas, Teatro e dança.

9. Quais as estratégias para captação de novos clientes?


- Estrutura e organização, Princípio e valores, Propostas Pedagógicas,
Comunicação, Envolvimento das Famílias, Marketing de Defensores e Eventos
Online.

10. O que gostaria de modificar totalmente na instituição?


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- Mudar a forma de transmitir o conhecimento, Maior integração.

11. Qual a queixa?


( ) Comunicação
( ) Problemas com hierarquia
(X) Problemas com atraso
( ) O não cumprimento das demandas
( ) Focos de resistência
( ) Bode expiatório

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