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SUMÁRIO

O QUE É A PSICOPEDAGOGIA?................................................................................ 3

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ...................................................... 4

Alguns aspectos importantes de serem observados ........................................................ 5

UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA ................................................... 7

A pedagogia no Brasil................................................................................................... 12

Formação do psicopedagogo na instituição .................................................................. 15

REEDUCAÇÃO ........................................................................................................... 17

A REEDUCAÇÃO: A ATENÇÃO ÀS ADVERSIDADES ........................................ 18

PSICOPEDAGOGIA: MEDICINA E EDUCAÇÃO ................................................... 19

PSICOPEDAGOGIA E A PATOLOGIA..................................................................... 20

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPP ............................ 22

HISTÓRIA .................................................................................................................... 22

CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPP .................................................................................. 24

REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PSICOPEDAGOGIA ........................ 28

REFERÊNCIAS............................................................................................................ 34
O QUE É A PSICOPEDAGOGIA?

https://www.saraiva.com.br/psicopedagogia-clinica-o-despertar-das-
potencialidades-4067116.html

A Psicopedagogia é o campo que estuda a aprendizagem em suas diferentes


relações e circunstâncias. Ela se ocupa do processo de aprendizagem e suas variações e
da construção de estratégias para a superação do não-aprender, tendo como um de seus
focos principais a autoria do pensamento e da aprendizagem.
A Psicopedagogia tem uma visão integrada da aprendizagem, entendendo que
todas as dimensões do sujeito são coparticipantes de seus processos de aprendizagem,
por meio do entrelaçamento e da manifestação dos processos cognitivos, afetivo-
emocionais, sociais, culturais, orgânicos, psíquicos e pedagógicos, concebendo o sujeito
como individual e coletivo.
A Psicopedagogia transita entre os aspectos pedagógicos e psíquicos e entre os
processos de desenvolvimento e aprendizagem dos sujeitos. Sua intervenção possibilita
que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus processos de aprendizagem de
forma saudável, resgatando o prazer de aprender e descobrindo-se como autores de seus
próprios processos.
Nota-se, com base na experiência na área da Psicopedagogia, que é preciso

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diferenciá-la da Educação Especial, conforme o Artigo 58 da Lei nº 12.796, de 2013:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação (BRASIL, 2013).
Assim, pode-se dizer que a Psicopedagogia atende aos sujeitos que necessitam
de um olhar articulador sobre seu processo de aprendizagem, criando estratégias para a
superação do não aprender e a autoria. Já a Educação Especial, conforme a Lei n°
12.796 de 2013, tem o seu trabalho direcionado para os sujeitos com Necessidades
Educativas Especiais.

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

A atuação da Psicopedagogia pode acontecer a partir daperspectiva Clínica,


Institucional e da Pesquisa.
A Psicopedagogia Clínica ocupa-se do entendimento do sujeito que aprende,
através de sua história pessoal, de seus vínculos familiares, de sua modalidade de
aprendizagem, compatibilizando conhecimento e saber. Procura compreender o sujeito a
partir de seu processo de aprender e de não aprender, indagando como, o que e de que
maneira ele pode aprender. Exerce suas funções nas dimensões terapêutica e
institucional, buscando a compreensão das complexas relações de aprendizagem, dos
lugares e papéis de sujeitos em suas redes históricas e pela formulação de espaços e
dispositivos adequados ao resgate e à promoção da aprendizagem. Realiza ações
voltadas para o resgate da aprendizagem, através da formulação de espaço e vínculo de
confiança e da proposição de recursos adequados e específicos. Busca possibilitar que o
sujeito construa sua autoria na aprendizagem.
A Psicopedagogia Institucional considera as amplas e intrincadas relações de
aprendizagem de uma instituição, analisando as relações institucionais e buscando
elaborar condições de articular a qualificação dos processos de aprendizagem. Objetiva
fazer com que os sujeitos de um grupo possam se conceber e agir como protagonistas de
seus próprios processos de aprendizagem. Pode ter como objetivo, na escola, a
diminuição da incidência dos problemas de aprendizagem. Analisa e age em relação às
questões da didática e da metodologia, através da intervenção: na formação permanente
e na assessoria junto aos professores; no atendimento familiar; no diagnóstico de

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sujeitos; no relacionamento entre alunos e professores; nas relações afetivas envolvidas
nos processos de aprender; no significado que os alunos e professores dão à
aprendizagem; na elaboração de currículos e ações pedagógicas que tenham efetivo
desempenho junto ao processo de aprendizagem.
A Psicopedagogia como área de Pesquisa compõe um conjunto de
conhecimentos que auxiliam na investigação sobre os fenômenos dos processos de
aprendizagem humana.
Quem é o Psicopedagogo?
O Psicopedagogo é um especialista em Psicopedagogia. Sua formação ocorre,
geralmente, através de cursos de Especialização, possibilitando o aprofundamento dos
conhecimentos obtidos nos cursos de graduação e a ampliação da discussão sobre os
aspectos da aprendizagem, de sua autoria e da superação do não aprender. Assim, se
uma pessoa tem a graduação em Licenciatura em Matemática e a especialização em
Psicopedagogia, ela será Licenciada em Matemática e Especialista em Psicopedagogia.
Se a pessoa tem graduação em Pedagogia e Especialização em
Psicopedagogia, ela será uma Pedagoga e Especialista em
Psicopedagogia. Se ela tiver a graduação em Psicologia e
Especialização em Psicopedagogia, ela será uma Psicóloga e Especialista em
Psicopedagogia.
O especialista em Psicopedagogia é um profissional habilitado a lidar com os
processos de aprendizagem e suas dificuldades junto às crianças, aos adolescentes, aos
adultos ou às instituições, instigando aprendizagens significativas, de acordo com suas
possibilidades e interesses. Em sua prática, o especialista em Psicopedagogia pode
auxiliar na busca do prazer de aprender, na construção de um novo significado para as
formas de aprender, da compreensão, por parte dos sujeitos, da maneira como aprendem
e de como utilizar suas estratégias em relação a novos conhecimentos.

Alguns aspectos importantes de serem observados

Entre os diferentes aspectos que precisam ser considerados ao longo de um


atendimento psicopedagógico, seja institucional ou clínico, destacam-se alguns que
necessitam de atenção, tais como o momento do diagnóstico, a anamnese, a elaboração
de hipóteses e a análise do processo de construção da lecto-escrita.
O processo diagnóstico caracteriza-se como os primeiros encontros nos quais se

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interage de forma mais direta com o sujeito encaminhado e com sua família, procurando
conhecer mais detalhes de sua história. Porém, não é um momento fechado, que tenha
como objetivo atribuir um rótulo ao sujeito. Há diagnósticos como transtorno de
hiperatividade e déficit de atenção, autismo, entre outros, que não podem ser dados por
um especialista em Psicopedagogia, que pode sugerir para a família procurar um
profissional como um psiquiatra ou um neurologista para avaliar e realizar tal
diagnóstico. O especialista em Psicopedagogia deve sempre realizar os
encaminhamentos que julgar necessários, mencionando que há outras questões que
também atrapalham a aprendizagem do sujeito e que só podem ser avaliadas por outro
profissional habilitado. Por isso, fala-se tanto das parcerias nos atendimentos
psicopedagógicos e de um trabalho interdisciplinar.
Na medida em que o trabalho interdisciplinar é fundamental na ação
psicopedagógica, é importante conhecer as ferramentas que existem e são usadas pelos
outros profissionais envolvidos, para saber entendê-las adequadamente, quando se
recebe um diagnóstico. Porém, isso não significa que se possa utilizá-las, já que
algumas ferramentas são de uso exclusivo do psicólogo, do fonoaudiólogo ou do
médico.
O diagnóstico psicopedagógico necessita concentrar-se nos processos de
aprendizagem. Esse momento não pode estar focado apenas no sujeito, mas em todas as
relações que ele mantém seja na família, na escola ou no grupo de amigos, dentre
outros. O diagnóstico é um momento no qual se pode iniciar o levantamento de
hipóteses sobre como e o que o sujeito aprende, bem como o que o impede de aprender.
Nessa ocasião, já se inicia também o tratamento. Quando se analisa a situação do
sujeito, precisa-se propor desafios de superação, para que novas hipóteses possam ser
levantadas e questões já possam ser superadas. Logo, não há uma separação rígida entre
o período do diagnóstico e o do tratamento. Ao iniciar o diagnóstico, já se está
começando o tratamento.
Ao longo do processo diagnóstico, é importante ser realizada uma entrevista de
anamnese, que se constitui numa técnica de investigação e análise, a partir da retomada
da história de vida do sujeito através de uma conversa com a família. Ela é utilizada
para auxiliar a compreender o funcionamento familiar, no sentido de se observar como o
sujeito é visto por esse grupo, qual o seu papel, como o veem e compreendem sua
situação ao longo da vida e como descrevem a dificuldade de aprendizagem. A
anamnese auxilia o especialista em psicopedagogia a compreender o processo de

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aprendizagem do sujeito em diferentes momentos de sua vida. Por isso, suas perguntas
devem se centrar mais no “como” do que no “quando”, como, por exemplo: Como foi
que ele começou a andar? Como foi que ele aprendeu a falar? O quando traz uma
questão mais relacionada com a temporalidade, o que tem importância, mas não tanto
quando o processo de cada aprendizagem.
A elaboração de hipóteses sobre como o sujeito aprende e o que o impede é de
suma importância para o atendimento, pois é a partir dela que a ação do especialista em
psicopedagogia é planejada e organizada. Ao longo de todo o tratamento, as hipóteses
são elaboradas, superadas e redefinidas. A partir da superação de uma questão, outra
poderá ser elaborada pelo especialista em Psicopedagogia. É significativo sempre partir
do que o sujeito sabe fazer, o que conhece, aquilo no que tem sucesso. Além de reforçar
suas possibilidades, com essa perspectiva também se consegue, muitas vezes, observar e
analisar as estratégias utilizadas e lhe ajudar a usá-las nas situações de dificuldades.
Outro aspecto relevante tem relação com as inúmeras vezes em que os
especialistas centram a investigação psicopedagógica na leitura e na escrita quando o
encaminhamento ocorre devido a uma dificuldade nessa área. Porém, precisa-se sempre
lembrar de também analisar questões relativas ao pensamento lógicomatemático. Várias
vezes, recebe-se dos educadores a avaliação de que o sujeito domina as questões
relacionadas ao conhecimento matemático, mas o que ele consegue fazer são cálculos
mecanizados, sem compreensão. A construção do pensamento lógico-matemático é
estruturante da construção da leitura e da escrita, ou seja, são a base para a
aprendizagem da leitura e da escrita. A testagem do nível de leitura e escrita precisa ser
realizada juntamente com a observação, pois é importante observar as estratégias que o
sujeito utiliza para ler e escrever sua própria produção.

UMA BREVE HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA

O novo dicionário Aurélio da língua portuguesa conceitua o termo


psicopedagogia como “aplicação da psicologia experimental à pedagogia”.
Os autores que tratam da psicopedagogia enfatizam o seu caráter
interdisciplinar, cujo significa admitir a sua especificidade enquanto área de estudos,
buscando conhecimentos em outros campos, criando seu próprio objeto. Ela nasceu com
o objetivo de trabalhar na área clínica e foi ampliando para a escolar, ou seja, vai da
prioridade curativa à preventiva.

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Contudo, Bossa (2007), relata que “a psicopedagogia enquanto produção de um
conhecimento científico nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do
processo de aprendizagem, não basta como aplicação da psicologia à pedagogia” (p.19).
E assim a psicopedagogia é tratada apenas como aplicação da psicologia à pedagogia.
Ainda que se tratasse de recorrer apenas a estas duas disciplinas para solucionar os
problemas de aprendizagem, não seria uma aplicação de uma à outra, mas sim como
constituição de uma nova área que recorrendo aos conhecimentos dessas, pensa o seu
objeto de estudo a partir de um corpo teórico próprio que busca se formar.
A psicopedagogia tem procurado sistematizar um corpo teórico próprio, definir
seu objeto de estudo (só que ainda não delimitou seu campo de atuação e com isso
procura outros profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros).
A autora traz o pensamento de Golbert apud Bossa (2007), que diz “o objeto de
estudo da psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e
terapêutico” (p.22). O enfoque preventivo considera como objeto de estudo da
psicopedagogia, o ser humano em desenvolvimento enquanto educável. Seu objeto é a
pessoa a ser educada, seus processos de desenvolvimento e as alterações de tais
processos. Focaliza as possibilidades do aprender num sentido amplo. Não deve se
restringir a uma só agência como a escola, mas ir também à família, comunidade.
Poderá esclarecer de forma mais ou menos sistemática a professores, pais e
administradores sobre as características das diferentes etapas do desenvolvimento, sobre
o progresso nos processos de aprendizagem, sobre as condições determinadas de
dificuldades de aprendizagem. E o enfoque terapêutico considera o objeto de estudo a
identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das
dificuldades de aprendizagem.
Entre diversos conceitos de psicopedagogia, Bossa (2007), identifica-se com
seguinte escrita de Golbert: “não devemos nos limitar a uma escola” (p.22), ou seja,
devemos ampliar nosso campo de visão, não devemos nos focar a um único diagnóstico
e sim há vários até chegarmos a uma solução do caso em questão e não podemos deixar
de participar a família para que o apoio da mesma ajude num melhor tratamento. Já
Jorge Visca relata: “A psicopedagogia foi uma ação subsidiária da medicina e da
psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e complementar,
possuidora de um objeto de estudo – o processo de aprendizagem – e de recursos
diagnósticos, corretores e preventivos próprios” (Visca apud Bossa, 2007, p.23).
A autora também nos trás alguns questionamentos, tais como: é função da

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psicopedagogia pensar: o que é educar? O que é ensinar e aprender? Como se
desenvolvem as atividades? Quais as problemáticas estruturais que intervém no
surgimento do transtorno da aprendizagem? E sua resposta é: “temos em mente que é o
sujeito que aprende, por isso é motivo de pergunta para os psicopedagogos” (Id, p.23).
A psicopedagogia se ocupa da
aprendizagem humana, de uma demanda – o
problema de aprendizagem que é pouco
explorado e evoluiu devido a alguns recursos
raros, mas que atendiam a essa demanda,
constituindo assim a prática. Portanto, a
psicopeagogia estuda as características da
aprendizagem humana: como se aprende? Como essa aprendizagem varia
gradativamente e está condicionada por vários fatores? Como se produzem as alterações
na aprendizagem? Como reconhecê-las, tratá-las e previni-las? Esse objeto, que é um
sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire características específicas a depender do
trabalho clínico ou preventivo, como diz Golbert apud Bossa (2007), “a definição do
objeto de estudo de psicopedagogia passou por fases distintas em diferentes momentos
históricos que repercutiam nas produções científicas, pois ele era entendido de várias
maneiras” (p.23).
Primeiramente, o trabalho psicopedagógico priorizava a reeducação, o processo
de aprendizagem era avaliado em função dos seus déficits e o trabalho era para vencer
esses déficits. O objeto em questão era o sujeito que não aprendia, concebendo-o a
“não-aprendizagem”. Com isso, buscava estabelecer as semelhanças entre grandes
grupos de sujeito, ou seja, o esperado para determinada idade. Mais tarde, a
psicopedagogia passou a se chamar o “não-aprendizagem” de o “não-aprender”. Essa
fase era fundamentada na psicanálise e na psicologia genética, porque essa nova
concepção levava em conta a singularidade do sujeito no grupo, buscando o sentido
particular de suas características de acordo com sua própria história e seu mundo
sociocultural. Alicia Fernandez apud Bossa (2007), refere que o processo evolutivo pelo
qual essa nova área de estudo se estruturou, entendese que o objeto de estudo é sempre
o sujeito “aprendendo”. E essa concepção mudou conforme a visão do homem em cada
momento histórico, relacionandoo à concepção de aprendizagem.
Hoje, a psicopedagogia trabalha com uma concepção de aprendizagem com um
equipamento biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma

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de relação do sujeito com o meio, sendo que essas disposições influenciam e são
influenciadas pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio.
Sua origem deu-se na Europa no séc. XX onde foram verificados os problemas
de aprendizagem. Neste século tínhamos o avanço do capitalismo industrial e com ele
os ideais burgueses de igualdade e fraternidade, o que ficava mais distante a
possibilidade de uma sociedade fraterna e igual para todos. Surge também a necessidade
de justificar as desigualdades das sociedades de classes que seda por meio dos avanços
científicos e concepções teóricas. Ao longo do séc. XIX surgem teorias relacionadas à
ciência e a teoria evolucionista de Charles Darwin que enquadra o homem dentro do
esquema da evolução biológica, abolindo as linhas divisórias das ciências naturais,
humanas e sociais (Bossa, 2007).
Independente, surge a psicologia neste período, como ciência que exemplifica
algumas áreas do conhecimento, utilizando os princípios da biologia na construção do
seu corpo, o corpo humano, objeto de estudo da psicologia. A partir dessa ideia
começaram a serem desenvolvidos nas escolas testes que procuravam explicar as
diferenças de rendimentos dos alunos e o acesso diferenciado a diversos graus de
escolarização. E assim, esse conhecimento científico foi à base do pensamento dos
psicólogos e educadores daquela época.
Aos poucos, o conceito de anormalidade ia sendo deslocado das psiquiatrias para
as escolas. A criança que não conseguia aprender era chamada de “anormal”, sua causa
era atribuída a anormalia anatomofisiológica.
Na França surgiu Janine Mery, psicopedagoga que apresentou em seus trabalhos
algumas considerações e ideias sobre o termo psicopedagogia e adotou este termo para
caracterizar uma ação terapêutica, onde apresentavam dificuldades de aprendizagem. E
também o francês George Mauco, que foi o fundador do primeiro centro médico-
psicopedagógico na França e que se percebeu as primeiras tentativas de articulação
entre medicina, psicologia, psicanálise e pedagogia para a solução dos problemas de
comportamento e de aprendizagem (Bossa, 2007).
Meados do séc. XIX, Janine começou a apontar diferentes sensoriais, debilidade
mental e outros problemas associados com a aprendizagem a partir dela surgiram
educadores como Pestalozzi, Pereire, Itard e Seguin que começaram a se dedicar às
crianças que apresentavam problemas de aprendizado.
Jean Itard realizou estudos sobre percepção e retardo mental. Pestalozzi
inspirado por Rousseau fundou na Suíça um Centro de educação onde abrigava crianças

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pobres. Seu método era intuitivo e natural, estimulava a percepção. Pereire se
preocupou com a educação dos sentidos, em especial a visão e o tato. Seguin fundou na
França a primeira escola de reeducação, denominou o método fisiológico de educação
em 1837, fundou uma escola para crianças com deficiência mental. Suas técnicas de
treinamento dos sentidos e dos músculos são usadas até hoje. Esses educadores foram
os pioneiros no tratamento dos problemas de aprendizagem, porém eles se preocupavam
mais com as deficiências sensoriais e com a debilidade mental do que com a
desadaptação infantil.
Aos poucos foram surgindo educadores voltados para crianças com deficiência e
que se aprimoravam e buscavam formas para tratamento deles. E então no séc. XX é
que surgiu os primeiros Centros de Reeducação para deficientes infantis. Nos EUA e na
Europa cresceu o número de escolas particulares com ensino individualizado para
aquelas que tinham aprendizagem lenta. Em 1930, na França, surgem os primeiros
Centros de Orientação Educacional Infantil com equipes formadas por médicos,
psicólogos, educadores e assistentes sociais. Conforme Mery apud Bossa (2007), foram
fundados em 1946, por J. Boutonier e George Mauco os primeiros Centros
Psicopedagógicos, nos quais se buscava a união de conhecimentos da psicologia,
psicanálise e pedagogia para tratar comportamentos sociais impróprios a crianças tanto
na escola como em casa. Eles procuravam utilizar os conhecimentos originais da
psicologia, psicanálise e pedagogia através das crianças com dificuldade de
comportamento tanto na escola quanto na família, visando manter uma readaptação por
meio de um acompanhamento psicopedagógico. Através dessa união esperava obter um
resultado total da criança, o que tornaria possível a compreensão do caso. Com isso, a
ação reeducadora poderia ser determinada e prevista de acordo com a orientação e
gravidade do caso. Contudo, o Centro Psicopedagógico teve desde o início a ideia de
direção: médica e pedagógica, dando abrangência a outros centros inaugurados a partir
deste (Bossa, 2007).
Finalmente no ano de 1948, o termo psicopedagogia passa a ser definido com o
objetivo de atender crianças e adolescentes desadaptados, embora inteligentes, tinham
dificuldades. Vejamos qual é a definição do objeto de estudo da psicopedagogia
segundo alguns teóricos: “O objetivo do tratamento psicopedagógico é o
desaparecimento do sintoma e a possibilidade do sujeito aprender normalmente em
condições melhores enfatizando a relação que ele possa ter com a aprendizagem, ou
seja, que o sujeito seja o agente da sua própria aprendizagem e que se aproprie do

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conhecimento” (Páin apud Bossa, 2007, p.21).
Para a psicopedagoga argentina, relata que: “A psicopedagogia é uma disciplina
na qual encontramos a confluência do psicólogo, a subjetividade, os seres humanos
enquanto tais, como educacional, atividade especificamente humana, social e cultural,
implica uma síntese: os seres humanos, seu mundo psíquico individual e grupal, em
relação à aprendizagem e aos sistemas e processos educativos” (Muller apud Bossa ,
2007, p.22).
E Scoz define: “a psicopedagogia como uma área que estuda e lida com o
processo de aprendizagem e suas dificuldades e que em uma ação profissional, deve
englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sistematizando-os” (p.22).
Esses diversos sentidos relacionados à psicopedagogia falam-nos de um
processo que está sendo estruturado, cuja identidade se encontra em maturação. Como
afirma Macedo apud Bossa (2007), “a psicopedagogia é uma (nova) área de atuação
profissional que busca uma identidade que requer uma formação de nível
interdisciplinar” (p.34).

A pedagogia no Brasil

O movimento da psicopedagogia no Brasil remete ao seu histórico na Argentina,


devido ao acesso fácil à literatura, as ideias argentinas têm influenciado a prática dos
brasileiros.
Antigamente os problemas de aprendizagem eram considerados como fatores
orgânicos e determinava a forma de tratamento, inclusive no Brasil. Só na década de 70
é que foi difundida a ideia de que esses problemas eram causados devido a uma
disfunção neurológica não detectável em exame clínico, chamada de disfunção cerebral
mínima (DCM). Cypel apud Bossa (2007), relata que em curto espaço de tempo pais e
professores adotaram o rótulo DCM para qualquer problema de aprendizado sem antes
terem o diagnóstico médico.
A autora Nadia Bossa (2007), é uma das grandes historiadoras da
Psicopedagogia no Brasil. Vejamos alguns dos principais fatos e descobertas que ela
destaca: No início da década de 80, começa a se configurar uma teoria sóciopolítica a
respeito do “problema de aprendizagem escolar”, que passou a ser chamado de
“problema de ensinagem”.
Em 1970, surgiram os primeiros cursos de especialização em psicopedagogia no

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Brasil, idealizados para complementar a formação dos psicólogos e educadores que
buscavam solucionar certos problemas. Eles foram estruturados com base em
conhecimentos científicos e dentro de um contexto histórico.
Entretanto, antes desses cursos, surgiram alguns grupos de profissionais que
atuavam com a problemática de aprendizado no sentido de organizar os núcleos para
estudos e aprofundamentos, como o professor Júlio Bernaldo de Quirós, médico e
professor de Buenos Aires, dedicou aos estudos de leitura-escrita durante muitos anos e
realizou pesquisas na Argentina e publicou-os nas décadas de 50 e 60 e essas foram
baseadas em sua experiência. Em 1967, foi desenvolvido pelo CPOE um curso com
duração de dois anos para professores especializados no atendimento psicopedagógico
das clínicas de leitura, supervisionado por ele, que publicou vários livros e seu objetivo
era focar questões relacionados à linguagem e a aprendizagem. E em 70, fez uma
conferência pelo Brasil.
Tivemos também profissionais de Porto Alegre que organizaram centro de
estudos destinados à formação em psicopedagogia. O professor Nilo Fichtner fundou o
Centro de Estudos Médicos e Psicopedagógicos no RS. Essa formação dá-se um quadro
de referências baseado em um modelo médico de atuação.
Em 1954, foi patrocinado pelo Centro de Pesquisas e Orientação Educacional
(CPOE) da Secretaria de Educação e Cultura, o primeiro registro de um curso de
orientação psicopedagógica pelas coordenadoras Aracy Tabajara e Dorothy Fossati e foi
criado o Departamento de Educação Especial, orientado para o atendimento com
crianças excepcionais.
Em 1969, o RS havia uma distinção: os psicomotricistas trabalhavam com a
parte corporal e os fonoaudiólogos com a linguagem oral, audição, voz e leitura-escrita.
E devido a isso no ano de 1970 iniciaram os cursos de formação de especialistas em
psicopedagogia na Clínica Médico – Pedagógica de Porto Alegre com duração também
de dois anos. Em seguida foi desenvolvido o FACED com nível de especialização, pelo
coordenador Nilo Fichtner, o curso enfatizava duas especializações: uma era a área de
deficiências específicas da aprendizagem e a outra era a área dos excepcionais
(deficiência menta, auditiva e visual).
A PUCRS realizou cursos de especialização relacionados a curso de reeducação
em linguagem em 1979/80 e curso de psicoeducação em 1982/83. Ela mantém desde
1972 a área de concentração em aconselhamento psicopedagógico dentro do curso de
pós-graduação em Educação.

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Outro fato importante na história da psicopedagogia foi o primeiro encontro de
psicopedagogia em SP, em novembro de 1984, com Clarissa Golbert e Sônia Kiguel
cujas apresentaram trabalhos direcionados as atividades dos psicopedagogos de Porto
Alegre. A partir deste evento foi fundado o grupo Livre de Estudos em Psicopedagogia
(como era chamado), agora passou a ser Associação de Psicopedagogos com o objetivo
de discutir as questões psicopedagógicas mensalmente.
Em setembro do mesmo ano aconteceu o primeiro seminário de estudos em
psicopedagogia, organizado pelos integrantes da Associação dos Psicopedagogos, onde
foram discutidos os trabalhos apresentados em SP. Segundo Sonia Kiguel apud Bossa
(2007), diz que “embora a psicopedagogia seja uma área interdisciplinar, teve uma
ampliação considerável nos últimos anos, ela está ligada historicamente à Educação,
mais do que a Medicina e a psicologia” (p.55).
Com isso, em 1970, surgiram no âmbito institucional cursos com enfoques
psicopedagógicos, antecedendo a criação dos cursos formais de especialização e
aperfeiçoamento. Esses cursos tratavam de temas como “a criança problema em uma
classe comum”, “dificuldades escolares”, “pedagogia terapêutica”, “problemas de
aprendizagem escolar”. Eram oferecidos para psicólogos, pedagogos e professores na
área da educação com o objetivo de conter conhecimentos específicos para atuar com as
crianças na sala de aula. Em 1979, foi criado o primeiro curso de psicopedagogia no
Instituto Sedes Sapientiae em SP pela pedagoga e psicodramatista Maria Alice e pela
diretora do Instituto Madre Cristina Sodré. O objetivo desse curso era valorizar a ação
do educador. Ele começou abordando o tema da reeducação em psicopedagogia, depois
assumiu um caráter terapêutico com aprofundamento nos aspectos afetivos da
aprendizagem. Daí em diante, as mudanças continuam e com espaço para refletir e
praticar a psicopedagogia. Hoje o curso privilegia as diferenças no papel do
psicopedagogo, buscando análises mais rígidas da identidade profissional.
A abordagem deste curso reflete na mudança de conceber o problema do
fracasso escolar e a busca pela identidade do professor brasileiro, que nasce como
reeducador e aos poucos amplia seu compromisso, sua responsabilidade de diminuir os
problemas de aprendizagem nas escolas e assim reduz os altos índices de fracasso
escolar.
Devemos enfatizar os estados de SP e RS, pois foram os grandes pioneiros em
formação de profissionais em psicopedagogia, formando cursos em nível de
escolarização e mestrado em Educação, como a PUC-SP, por exemplo, inclusive na

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UFRGS no RS, vem sendo desenvolvido desde 1984 o curso de especialização em
aconselhamento psicopedagógico no programa de pós-graduação na FACED.
Somente na década de 90, os cursos de especialização em Lato Sensu,
multiplicaram, surgindo cursos por mais estados brasileiros.
De acordo com Bossa (2007), a psicopedagogia, enquanto área implica o
exercício de uma profissão (que ainda não está registrada legalmente), ou seja, uma
forma específica de atuação. Ela surge como compromisso de contribuir para a
compreensão do processo de aprendizagem e identificação dos fatores facilitadores e
comprometedores do processo. A grande necessidade de uma ação efetiva fica
evidenciada no interesse que tem havido pela psicopedagogia no país.
Há treze anos existe a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), órgão
responsável pela organização de eventos de dimensão nacional, através de publicações
com temas que retratam as preocupações e tendências na área. As temáticas dos
encontros e congressos refletem a trajetória da atuação psicopedagógica dos primórdios
até os dias de hoje. A Associação visa como principal objetivo, tornar conhecido o
campo de atuação de um psicopedagogo.
Conforme Scoz apud Bossa (2007), “a psicopedagogia no Brasil é a área que
estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades” (p.56). E numa ação
profissional deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e
sintetizando-os.

Formação do psicopedagogo na instituição

A psicopedagogia vem atuando em vários campos: escolar, clínica, como


pesquisa científica, entre outros. Contudo, minha pesquisa será baseada na
psicopedagogia escolar.
Vasconcellos apud Bossa (2007), diz que “a concepção entre docentes se dão por
um processo de “reconstrução em ação” – que se dá pela ação de mediadores que
organizam situações de problematização entre os professores”. É preciso fornecer
informações que os ajudem a progredir até a auto-aprendizagem, oferecendo-lhes
recursos do estado em que se encontram.
Trazendo o enfoque acima para a psicopedagogia, a questão da formação, o
psicopedagogo assume um papel de grande importância na medida em que a partir dela
inicia-se um percurso para a formação de identidade desse profissional, ou seja, o

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profissional que esteja estudando nível de especialização tem que modificar sua práxis.
A psicopedagogia auxilia na qualidade do ensino, que vem crescendo no âmbito
escolar, atendendo em especial os problemas de educação no Brasil. Na escola ele
utiliza instrumentos específicos de avaliação e estratégias capazes de atender os alunos
em sua individualidade e auxiliá-los na produção escolar e para isso os coloca em
contato com suas reações diante da tarefa e vínculos com o objeto do conhecimento,
resgatando assim o ato de aprender.
“Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no sentido de alertá-la para o papel
que lhe compete, seja redimensionando o processo de aquisição e incorporação do
conhecimento dentro do espaço escolar, seja reestruturando a atuação da própria
instituição junto a alunos e professores e seja encaminhado a alunos e outros
professores” (Bossa, 2007, p.67).
E como psicopedagogo escolar, ele promove:
1- o levantamento, a compreensão e a análise das práticas escolares e suas
relações com a aprendizagem;
2- o apoio psicopedagógico a todos os trabalhos realizados no espaço da
escola;
3- a reesignificação da unidade ensino/aprendizagem, a partir das relações
que o sujeito estabelece entre o objeto do conhecimento e suas possibilidades de
conhecer, observar e refletir, a partir das informações que já possui;
4- a prevenção de fracassos na aprendizagem e a melhoria da qualidade do
desempenho escolar.
Esse trabalho pode ser desenvolvido em diferentes níveis, propiciando aos
educadores conhecimentos para reconstruir seus próprios modelos de aprendizagem,
identificar diferentes etapas do desenvolvimento evolutivo dos alunos, preparar o
diagnóstico no próprio âmbito escolar e se necessário encaminhá-lo para fora da escola,
perceber se processou a evolução dos conhecimentos nos alunos, compreender melhor o
processo de construção de conhecimento, saber intervir na melhoria da qualidade do
ambiente escolar, compreender a competência técnica e do compromisso político em
todas as dimensões do sujeito.
Portanto, a formação em psicopedagogia envolve diversificados profissionais e
com isso enfrenta dificuldades em construir sua identidade por ser recente numa área de
estudos, pelas suas origens teóricas, mas os profissionais envolvidos nessa busca estão
mobilizados pelo desejo de contribuir para tal processo contínuo de construção.

16
De acordo com a LDB 9394/96, no artigo 2º: “A Educação, dever da família e
do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideiais de solidariedade humana,
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (p.2).
O psicopedagogo deve ser capaz de investir em sua formação pessoal de maneira
contínua e significativa, estando apto a desenvolver um papel profissional inovador, no
qual quem ensina deve ter aprendido e vivenciado o que vai ensinar. “Trata-se de um
compromisso ético entre aqueles que propuserem a experiência de inclusão e aqueles
que devem experimentá-la no cotidiano difícil de uma sala de aula.” (Baptista, 2002,
p.75).

REEDUCAÇÃO

Entre 1938 e 1956 foi criado o Centro Brasileiro de Pesquisa Educacional e


outros centros regionais. Na segunda metade da década de 60 havia dois tipos de
trabalho psicopedagógico: um desenvolvido por psicomotricistas, os quais priorizavam
a parte corporal e outro que trabalhava a linguagem oral, voz, audição, leitura e escrita.
De 1965 a 1970, a produção acadêmica da psicologia, da pedagogia e os estudos
psicopedagógicos focavam seus interesses em instrumentos de medição psicológica,
principalmente de habilidades específicas e, de alguma maneira, aplicá-los às
dificuldades de aprendizagem. Na década de 70, surge a modalidade de trabalho
preventivo que tem como objetivo evitar que os alunos chegassem a precisar frequentar
clínicas por causa de problemas de aprendizagem. Nos anos 80, ocorre um aumento
significativo do número de vagas nas escolas, porém o ensino não tinha qualidade o
suficiente para que o problema de evasão e fracasso escolar não tomasse conta do
cenário brasileiro. Coincidia com as camadas mais pobres o maior número de repetência
e de evasão
Nesse momento do nosso estudo siga para o tópico a seguir e conheça o enfoque
da Reeducação.

17
A REEDUCAÇÃO: A ATENÇÃO ÀS ADVERSIDADES

A primeira escola preocupada em resolver problemas de aprendizagem foi


fundada no final do século XIX em Séguin, França. Esta escola atendia crianças com
deficiência intelectual que eram submetidas ao que os profissionais chamavam de
REEDUCAÇÃO.
A reeducação consistia em um trabalho que focava o lado disfuncional da
criança, ou seja, a pessoa por traz daquela deficiência era colocada em segundo plano. O
sujeito da aprendizagem não era a principal preocupação, mas sim a sua limitação
orgânica que limitava sua capacidade de aprender. Era um trabalho de natureza
adaptativa e chamado de Reeducação Psicopedagógica ou Psicopedagogia Adaptativa, o
qual visava ao desenvolvimento de funções cognitivas por meio da adaptação do
indivíduo ao lugar que o sistema educacional o designou.
Conforme aponta Rubinstein (1999), muito antes de se começar a falar sobre
Psicopedagogia, Educação Especial, Pedagogia Terapêutica, a reeducação já se fazia
presente. Sua principal preocupação era dar suporte aos profissionais que lidavam com
as pessoas que não se enquadravam ao que era minimamente esperado. Reeducar
significava apontar e tratar as dificuldades de aprendizagem cujas causas eram
consideradas de natureza orgânica ou social. Para definir o quadro da dificuldade, os
profissionais buscavam informações relevantes que diziam respeito à:
a. investigação clínica;
b. vida familiar (relacionamento dos pais, condições financeiras, formas de
educação); e
c. interpretação dos testes de QI da pessoa.
Partindo-se de tais informações, eram classificadas as disfunções de
comportamento e, posteriormente, se selecionavam as devidas mediações. O
reeducador, portanto, dava a orientação sobre o tipo de tratamento necessário, o qual

18
melhor permitiria a adequação do sujeito ao ambiente educativo.
As crianças e adolescentes em dificuldade apresentavam limitações orgânicas,
daí a necessidade de trata-las, não só com a intervenção reeducativa do psicopedagogo,
mas também com intervenções medicamentosas.
As crianças e adolescentes com limitações orgânicas não eram as únicas que
demandavam a atenção dos reeducadores. Havia também, estudantes considerados
inteligentes (fisicamente normais), porém não conseguiam aprender conforme era
esperado. Como não se tratava de pessoas com deficiências orgânicas, mentais,
sensoriais, o principal objetivo dos profissionais era o desaparecimento da dificuldade
de aprendizagem, a qual era interpretada como um sintoma.
A atuação com crianças que apresentavam o sintoma de dificuldade de
aprendizagem era denominada “Psicopedagogia curativa” ou “Pedagogia Curativa”.
O trabalho era desenvolvido visando à reeducação e aos exercícios de readaptação.
Drouet (1995). Os reeducadores embasavam seus conhecimentos em diferentes áreas:
Psicologia, Psicanálise, Pedagogia e Medicina.

PSICOPEDAGOGIA: MEDICINA E EDUCAÇÃO

A influência da medicina no
campo da Psicopedagogia é muito
relevante. Então, por causa disso, na
década de 70, eram recorrentes as
interpretações psiconeurológicas do
desenvolvimento humano, o que
reduzia a dificuldade de aprendizagem
a uma patologia orgânica não
relevando os aspectos emocionais, afetivos, ou seja, o componente psicológico de tal
dificuldade.
Sabe como a medicina respondia aos casos de dificuldades de aprendizagem que
não estavam atrelados a limitações orgânicas.
Era considerado que as disfunções neurológicas eram tão pequenas e, por isso,
não eram identificadas nos exames clínicos, muito embora causassem alterações de
comportamento.

19
Patologizar a dificuldade de aprendizagem era tão comum que até as escolas
adotaram uma postura de rotular os estudantes sem critérios científicos rigorosos. Bossa
(1994) afirma que alguns termos como dislexia, disritmia, disfunção cerebral mínima
tornaram-se recorrentes em ambientes escolares.
O que complicou a situação foi que, devido à massificação do sistema
educacional brasileiro da época sugerida pela democratização do ensino no país, os
rótulos patologizantes das dificuldades de aprendizagem camuflavam e justificavam os
gravíssimos problemas da educação brasileira.
O problema cresceu ainda mais quando os pais e professores começaram a se
iludir com o cientificismo dos diagnósticos e passaram a recorrer aos médicos em casos
de dificuldade de aprendizagem. Procurar os médicos, muitas vezes, dá aos pais certa
tranquilidade, uma vez que se sentem atuantes no problema acadêmico de seus filhos.
Scoz (1994) aponta que os termos diagnósticos recorrentes na época
viabilizaram a aceitação dos pais e professores no que tange à dificuldade de
aprendizagem, porém desmotivou o investimento na educação de tais crianças e
adolescentes.

PSICOPEDAGOGIA E A PATOLOGIA

Uma discussão muito interessante gira entorno das patologias.


Geralmente vêm algumas ideias negativas, que remetem única e exclusivamente
a algo que nos prejudica, como:
• Doença;
• Problemas;
• Anormalidade;
• Deficiência;
• Sofrimento;
• Mal-estar;
• Dor, etc.
Entretanto, a Psicologia remete ao PATHOS de uma forma que lhe é peculiar.
Esta é uma questão importante porque há uma enorme confusão que se desenvolveu
sobre este conceito, uma vez que se reduz a noção de PATHOS à doença.
Se observarmos a origem do termo PATHOLOGIA, perceberemos que não se
está falando de algo exclusivamente relacionado à área médica, mas também à

20
Psicologia, Humanismo, Psicanálise, Educação, Antropologia, Sociologia, etc.
É fundamental que tomemos bastante cuidado no trato com o termo pathologico,
já que todos nós possuímos a Disposição afetiva fundamental, o que não significa que
tal termo se relaciona unicamente com o que é doente. Muito pelo contrário, podemos
estar nos referindo a saúde.
O estudo psicopathologia, por exemplo, não éo mesmo que acumular e descrever
sintoma, ou pesquisar o CID 10 ou o DSM IV para encontrar o código que melhor
convém a nossa situação. A pathologia qualifica o pathos wnquanto disposição
fundamental, a qual move o sujeito, constituindo-o na sua humanidade; está relacionado
a sentimento, afecção, sofrimento, padecer, deixar-se levar por deixar-se convocar por;
está na essência do ser humano e não só na excepcionalidade do adoecer.
Dentro deste contexto que os primeiros cursos de Psicopedagogia no Brasil
surgiram com o intuito de complementar a formação do psicólogo e do educador. Os
cursos eram oferecidos em diferentes regiões:
• Clínica Médico-Pedagógica de Porto Alegre (1971);
• PUC-RS, com mestrado em Aconselhamento Psicopedagógico (1972);
• Instituto Sedes Sapientiae em São Paulo, com o primeiro curso de
especialização em Psicopedagogia inicialmente chamado de Curso de Reeducação
Psicopedagógica (1979).
Andrade (2004) afirma que a escola paulista, em vez de optar pela legalização
do curso, preferiu não validar os certificados, porém formava profissionais mais
comprometidos com o caráter humano do ser. São Paulo passou concentrar muitos
cursos de conteúdo psicopedágogico nas Faculdades de Educação, com o passar do
tempo, outras regiões também passaram a oferecer formações similares, principalmente
na década de 90.
No Brasil, conforme foi mencionado antes, a formação do psicopedagogo é mais
rápida e, até que a nova resolução seja aprovada, pode ser ministrada em cursos de, no
mínimo, 360 horas de duração.
De forma similar a outros países, a Psicopedagogia no Brasil teve seu caráter
reeducativo, isto é, a aprendizagem era avaliada em função de seus déficits e a
reeducação brasileira visava à redução da distância entre o que os alunos estavam de
fato aprendendo e o que eles deveriam aprender. Além disso, tinha-se a ideia de
uniformizar o ato de aprender, para que, dessa forma, o ataque aos problemas
educacionais brasileiros fosse mais assertivo.

21
Com tais objetivos em mente, o Psicopedagogo possuía um viés mais
terapêutico, mais clínico, já que tratava exclusivamente dos problemas de
aprendizagem. Com o tempo, este profissional comprometeu-se com aspectos
preventivos, o que o aproximou do ambiente escolar.
Já na década de 50, alguns grupos profissionais, muitas vezes por iniciativas
isoladas, atuavam com a problemática da aprendizagem. Com isso, ficou constatado que
a Psicopedagogia surgiu antes na prática, depois na teoria. O primeiro registro de curso
nesta área data de 1954, um “Curso de Orientação Psicopedagógica” em Porto Alegre,
patrocinado pela Secretaria de Educação e Cultura.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA – ABPP

Discutiremos a Associação Brasileira de Psicopedagogia e seu papel. A


Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) iniciou suas atividades em 1980, com
o nome de Associação Estadual de Psicopedagogos de São Paulo. As atividades
giravam entorno de encontros para reflexão e troca de experiências dos profissionais.
A ABPp é uma entidade de caráter científico-
cultural, sem fins lucrativos, que congrega
profissionais militantes na área da Psicopedagogia.
Desde sua fundação tem promovido conferências,
mesas-redondas, cursos, seminários, congressos, bem
como a divulgação de trabalhos sobre sua área de
atuação, através da Revista Psicopedagogia.

HISTÓRIA

Em 1984 um evento de grande relevância ocorreu em São Paulo: o Primeiro


Encontro de Psicopedagogos. O enfoque foi as abordagens terapêuticas e preventivas
das intervenções psicopedagógicas. Com o intuito de aprimorar a atuação
psicopedagógica, promoveram-se cursos, palestras, conferências, seminários com
profissionais de áreas variadas de atuação: psiquiatras, neuropsicologistas,
arteterapeutas, psicologia, pedagogia, e, obviamente, Psicopedagogia.
Em 1986 já havia vários núcleos associativos em diferentes estados e o núcleo

22
de São Paulo transformou-se em Associação Brasileira de Psicopedagogia. Nesse ano,
foi realizado o 2º Encontro com o tema: Psicopedagogia - O Caráter Interdisciplinar na
Formação e Atuação Profissional, o qual abriu espaço para um vasto número de
profissionais com conhecimentos científicos diversificados. Foram promovidas trocas
de experiências muito relevantes para a Psicopedagogia e, com isso, se passou a ter uma
visão ainda mais abrangente do processo de aprendizagem.
Com a expansão da área da Psicopedagogia, a associação, até então denominada
Associação Estadual de Psicopedagogos de São Paulo, passou a ser chamada
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Em 1988, ocorreu o I Congresso e o
III Encontro de Psicopedagogos com o tema: Processo de Integração
Ensino/Aprendizagem. O foco da atenção neste encontro foi a necessidade de se
desenvolver uma abordagem mais convergente no sentido de promover uma integração
de conhecimentos para a compreensão da aprendizagem humana.
O IV Encontro ocorreu em 1990 com o tema: A Identidade do Psicopedagogo -
Formação e Atuação Profissional. A ABPp aproveitou a oportunidade para divulgar e
aprofundar alguns pontos importante sobre a identidade profissional do Psicopedagogo,
bem como os objetivos da Psicopedagogia a partir da delimitação de seu campo de
estudos e atuação psicopedagógica.
O II Congresso e V Encontro aconteceu em 1992 com o tema: A Práxis
Psicopedagógica na Realidade Educacional Brasileira. Fica selada a prática
psicopedagógica como sendo capaz de oferecer alternativas de ação no sentido de uma
transformação, o que geraria uma melhora significativa no processo de aprendizagem
frente à instituição escolar e nos resultados dramáticos da educação brasileira.
O VI Encontro ocorreu em 1994. O principal ponto discutido foi o trabalho do
psicopedagogo nas instituições, já que o tema foi definido como: A Psicopedagogia
Institucional. Já o III Congresso e o VII Encontro solidificaram a ideia da
Psicopedagogia como uma prática que se sobrepõe ao cartesianismo das interpretações
dos problemas de aprendizagem oferecendo uma concepção mais humana, global,
relacional que considera o sujeito como o centro das atenções. Considera-se, desde
então, que não há nenhuma verdade absoluta no processo de aprendizagem, ou seja,
todos os indivíduos do processo devem ser relativizados, bem como sua inserção no
mundo da aprendizagem.
Com a crescente expansão da Psicopedagogia no Brasil, temos seções nos
seguintes estados: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná,

23
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Aracaju, Mato Grosso do Sul.
Um documento de muita importância foi elaborado ao longo da história da
ABPp, o Código de Ética. A ética profissional deve ser uma constante na prática
psicopedagógica, devendo o Psicopedagogo atuar somente nas questões que lhe dizem
respeito, devendo o mesmo ter o bom senso de fazer os devidos encaminhamentos, para
outros profissionais tais como, médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais,
psicomotricistas, psicólogos, sempre que achar necessário. A seguir, apresentamos o
Código de Ética do psicopedagogo: os princípios, as responsabilidades do
psicopedagogo, as relações com outras profissões, etc.

CÓDIGO DE ÉTICA DA ABPP

Elaborado pelo Conselho Nacional do biênio 91/92 e reformulado pelo Conselho


Nacional e Nato do biênio 95/96.

CAPITULO I- DOS PRINCÍPIOS


Artigo1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que lida com o
processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a
influência do meio-família, escola e sociedade—no seu desenvolvimento, utilizando
procedimentos próprios da Psicopedagogia.
Parágrafo Único
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relacionado
com o processo de aprendizagem.
Artigo2º
A Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar. Utiliza recursos das várias áreas
do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, no sentido
ontogenético e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas próprias. Artigo3°
O trabalho psicopedagógico é de natureza clínica e institucional, de caráter
preventivo e/ou remediativo.
Artigo4°
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados
em 3° grau, portadores de certificados de curse de Pós-Graduação de Psicopedagogia,

24
ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos
adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de
formação pessoal.
Artigo5º
O trabalho psicopedagógico tem como objetivo:
(i) promover a aprendizagem, garantindo o bem-estar das
pessoas em atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos
disponíveis, incluindo a relação interprofissional;
(ii) realizar pesquisas científicas no campo da
Psicopedagogia.

CAPITULO II - DAS RESPONSABILIDADES DOS PSICOPEDAGOGOS


Artigo 6°
São deveres fundamentais dos psicopedagogos:
Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem
do fenômeno da aprendizagem humana;
Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma
atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões de mundo;
Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado dentro dos
limites da competência psicopedagógica;
Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações e classe sempre
que possível;
Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma definição
clara do seu diagnóstico;
Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;
Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou
acumpliciar-se, de qualquer forma, com o ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade
na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da
classe e manutenção do conceito público.

25
CAPITULO III- DAS RELAÇÕES COM OUTRAS PROFISSÕES
Artigo7°
O psicopedagogo procurará manter e desenvolver boas relações com os
componentes das diferentes categorias profissionais, observando, para este fim, o
seguinte:
Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização,
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento.

CAPÍTULO IV- DO SIGILO


Artigo8°
O Psicopedagogo está obrigado a guardar sigilo sobre fatos de que tenha
conhecimento em decorrência do exercício de sua atividade.
Parágrafo Único
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas
comprometidos com o atendimento.
Artigo 9°
O Psicopedagogo não revelará, como o testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante
autoridade competente.
Artigo 10°
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados mediante
concordância do próprio avaliado ou do seu representante legal.
Artigo 11º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos e não será
franqueado o acesso a pessoas estranhas ao caso.

CAPITULO V- DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS


Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes
normas: a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e
não ao autor; b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase
aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores
aquele que mais contribuiu para a realização do trabalho; c) Em nenhum caso o
Psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para fazer publicar, em seu nome

26
exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação; d) Em todo trabalho científico deve
ser indicada a fonte bibliográfica utilizada, bem como esclarecidas as ideias descobertas
e ilustrações extraídas de cada autor.

CAPITULO VI - DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL


Artigo13°
O Psicopedagogo ao promover publicamente a divulgação de seus serviços,
deverá fazê-lo com exatidão e honestidade.
Artigo14°
O Psicopedagogo poderá atuar como consultor científico em organizações que
visem o lucro com venda de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos
mesmos.

CAPITULO VII - DOS HONORÁRIOS


Artigo15°
Os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim de que representem justa
retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados previamente.

CAPITULO VIII - DAS RELAÇÕES COM EDUCAÇÃO E SAÚDE


Artigo16°
O Psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades competentes
sobre a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde
Pública relativas a questões psicopedagógicas.

CAPÍTULO IX- DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO


DE ÉTICA
Artigo17°
Cabe ao Psicopedagogo, por direito, e não por obrigação, seguir este código.
Artigo18°
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp orientar e zelar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe. Artigo19°
O presente código poderá ser alterado por proposta do Conselho da ABPp e
aprovado em Assembleia Geral.

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CAPITULO X- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo20°
O presente código de ética entrou em vigor após sua aprovação em Assembleia
Geral, realizada no V Encontro e II Congresso de Psicopedagogia da ABPp em
12/07/1992, e sofreu a 1ª alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no
biênio 95/96 sendo aprovado em 19/07/1996, na Assembleia Geral do III Congresso
Brasileiro de Psicopedagogia, da ABPp, da qual resultou a presente redação.

REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PSICOPEDAGOGIA

Os cursos brasileiros têm atualmente as modalidades presencial, semipresencial


e a distância, como o nosso aqui no IESB. O próximo capítulo da nossa Psicopedagogia
está prestes a acontecer: está tramitando no Congresso Nacional, desde 1997, a nova
Resolução que regulamentará a profissão.

Veja, o Projeto de Lei que defende essa regulamentação.

PROJETO DE LEI Nº 31 ,2010


(Do Senhor Neilton Mulim)
Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Psicopedagogo com abertura
para atuação nas especificidades tangentes à Qualidade da Humanização Hospitalar em
Setores Infantis e à Preservação de Incapacidade Proteção à Independência de Idosos.
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º É reconhecido em todo território nacional o exercício da atividade de
Psicopedagogia, observadas as disposições da lei;
Art. 2º Poderão exercer a atividade de Psicopedagogia no país:
i. os portadores de diploma em curso de graduação em Psicopedagogia
expedido
por escola ou instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos
da legislação pertinente;
ii. os portadores de diploma em Psicologia, Pedagogia ou licenciatura que
tenham
concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de

28
600 horas e carga horária de 80% na especialidade;
iii. os portadores de diploma de curso superior que já venham exercendo ou
tenham exercido, comprovadamente, atividades profissionais de psicopedagogia em
entidade pública ou privada, até a data da publicação desta lei.
Art. 3º São atividades e atribuições dos profissionais da Psicopedagogia:
i. intervenção psicopedagógica, visando a solução dos problemas de
aprendizagem, tendo por enfoque o indivíduo ou a instituição de ensino público ou
privado ou outras instituições onde haja a sistematização do processo de aprendizagem
na forma da lei;
ii. realização de diagnóstico e intervenção psicopedagógica, mediante a
utilização de instrumentos e técnicas próprios de Psicopedagogia;
iii. utilização de métodos, técnicas e instrumentos psicopedagógicos desde
que amparados pelos preceitos básicos da multidisciplinaridade da área, com vistas à
neurociências, psicologia, pedagogia, fonoaudióloga, entre outros;
iv. consultoria e assessoria psicopedagógicas, objetivando a identificação, a
compreensão e a análise dos problemas no processo de aprendizagem;
v. apoio psicopedagógico aos trabalhos educacionais realizados em espaços
institucionais;
vi. supervisão de profissionais em trabalhos teóricos e práticos de
Psicopedagogia;
vii. orientação, coordenação e supervisão de cursos de Psicopedagogia;
viii. direção de serviços de Psicopedagogia em estabelecimentos públicos ou
privados.
Art. 4º Agrega-se a Psicopedagogia institucional a responsabilidade concernente
a Qualidade de Humanização em ambientes Hospitalares nos Setores Infantis, seguindo
os preceitos:
i. valorização da compreensão harmônica entre familiares a cerca da
importância dos aspectos afetivos e emocionais para recuperação e reestabelecimento da
saúde física, psicológica e emocional do paciente;
ii. entendimento da necessidade de assistência aos responsáveis e familiares
para maior aceitação e facilitação do processo de assimilação e acomodação da
realidade vivenciada.
Art. 5º Constitui-se a possibilidade de atuação efetiva direcionada aos Idosos,
sob o aspecto:

29
i. da Prevenção de Incapacidade Psíquicas, Cognitivas e Emocionais, que
proteja e assegura a situação da motivação através de formação de hábitos, criação
insight e pensamento reflexivo, preservando assim a possibilidade de maior
independência e qualidade de vida aos idosos.
Art. 6º Para o exercício da atividade de Psicopedagogia é obrigatória a inscrição
do profissional junto ao órgão competente que deve, por sua vez estar ligado ao
Ministério da Educação.
Parágrafo único – São requisitos para a inscrição:
i. a satisfação das exigências de habilitação profissional previstas nesta lei;
ii. ausência de impedimentos legais para o exercício de qualquer profissão;
iii. inexistência de conduta desabonadora no âmbito educacional.
Art. 7º São consideradas infrações disciplinares:
i. transgredir preceito de ética profissional;
ii. exercer a profissão quando impedido de fazê-la ou facilitar, por qualquer
meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
iii. praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como
crime;
iv. iv. descumprir determinações dos órgãos competentes depois de
regularmente notificado;
v. deixar de pagar, na data prevista, as contribuições e as taxas devidas ao
órgão competente.
Art. 8º As infrações disciplinares estão sujeitas à aplicação das seguintes penas
de acordo com a gravidade do ocorrido:
i. advertência;
ii. multa;
iii. censura;
iv. suspensão do exercício profissional até trinta dias;
v. cassação do exercício profissional.
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO
Decorridos mais de uma década desde o início da busca pela regulamentação e
reconhecimento da importância da Psicopedagogia como profissão, que assume a
imprescindível tarefa de mediar o processo complexo de aquisição e estabelecimento de

30
novos saberes, o assunto continua atual e digno de providências.
Em referência ao autor da primeira proposta, o então Deputado Babosa Neto,
trazemos o caráter emergencial da questão:
“Assim, tendo em vista que a formação do Psicopedagogo em ocorrendo em
caráter oficial nas Universidades com muita procura, e a grande quantidade de
profissionais formados desde a década de sessenta, a regulamentação da profissão torna-
se não só legítima, mas urgente”.
Deputado Barbosa Neto, 1997.
Durante todo esse longo tramitar a proposta vem recebendo emendas que apenas
evidenciam seu pujante caráter. As relações humanas são constantes e o processo de
aquisição e construção de novos saberes é unipresente e inevitável, daí a importância da
extensão da proposta para todas as faixas etárias, já que esse processo é uma constante.
Ressaltamos no aspecto clínico a assistência aos idosos vistos as patologias cada
vez mais constantes em atualidade. Exercitar, estimular o raciocínio lógico com certeza
motivará a produção de modificações nas estruturas cognitivas dos indivíduos
expandindo e potencializando a aprendizagem, aumentando a eficiência mental e
melhorando a qualidade do desempenho intelectual.
Da mesma forma, a atuação institucional do profissional de Psicopedagogia trará
uma resposta de fato considerável no processo de assimilação e desenvolvimento
favorável em casos de internações de pacientes infantis por períodos prolongados.
Manter a relação com o mundo exterior através do compartilhar conhecimentos
contemporâneos, voltados para seus interesses com a participação dos entes mais
próximos providenciará subsídios para aumento da auto estima, tirando a atenção
demasiada antes dedicada somente à enfermidade. A qualidade da Humanização em
ambientes hospitalares é uma forma de contribuir para o desenvolvimento de defesas
orgânicas essenciais para recuperação.
Os atributos para realização de tais ações são preenchidos pelos profissionais de
Psicopedagogia que trazem na essência de sua formação a multipluridade necessária
para contribuir de forma decisiva no desenvolvimento da aprendizagem em suas
diversas instâncias.
Sala de Sessões, de 2010.
NEILTON MULIM Deputado Federal

31
Não menos importante do que a texto do Projeto de Lei é a justificativa que a
deputada e professora Raquel Teixeira, autora e principal representante da luta pela
regularização da profissão de Psicopedagogo, apresenta para que fique clara a
importância da profissão do Psicopedagogo.
Apesar do muito que se tem estudado e discutido sobre a educação brasileira, o
fracasso escolar impõe-se de forma alarmante e persistente em nossas estatísticas
mostrando que o sistema ampliou o número de vagas, mas não desenvolveu uma
política que o tornasse eficiente na garantia do bom desempenho no processo de
aprendizagem, possibilitando aos aprendizes o acesso à cidadania. A escola, que deveria
ser local de promoção do desenvolvimento das potencialidades de todos os indivíduos,
torna-se, para muitos, palco de fracassos ou de desenvolvimento insatisfatório e
precário.
Esse quadro exige uma urgente revisão do projeto educacional brasileiro, de
modo a melhorar a qualidade do que se ensina e de como se ensina; do que se aprende e
de como se aprende. Essa situação só poderá ser enfrentada se o processo de
aprendizagem for analisado sob uma perspectiva que considere não só o contexto social
em que esta prática se dá, mas simultaneamente com a visão global da pessoa que
aprende e de suas dificuldades nesse processo.
A resposta para tal desafio é a prática psicopedagógica exercida por um
profissional especializado, o Psicopedagogo, cuja atuação visa não apenas a sanar
problemas de aprendizagem, considerando as características multidisciplinares da
pessoa que aprende, mas também busca melhorar seu desempenho e aumentar suas
potencialidades de aprendizagem.
Tendo adquirido conhecimentos multidisciplinares e manuseio de instrumentos
psicopedagógicos específicos que lhes permitem uma atuação eficaz junto aos alunos,
os Psicopedagogos são, hoje, os profissionais que apresentam as melhores condições de
atuar na melhoria da forma de aprendizagem e na resolução dos problemas decorrentes
desse processo.
Na relação com o aprendiz, o Psicopedagogo estabelece uma investigação
cuidadosa, que permite levantar uma série de hipóteses indicadoras das estratégias
capazes de criar a situação mais adequada para que a aprendizagem ocorra.
Além de ter fundamental atuação na área educacional, os Psicopedagogos
avançaram também na pesquisa cientifica, pois, a partir da eficiência constatada na
prática clínica, estruturaram um corpo de conhecimentos psicopedagógicos abrindo, ao

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mesmo tempo, um vasto campo de investigação de fenômenos envolvidos no processo
da aprendizagem. Assim, a Psicopedagogia conta, em todo o mundo, inclusive no
Brasil, com um grande acervo de trabalhos científicos publicados em revistas, livros e
boletins, bem como dissertações de mestrado e teses de doutorado, que já constituem
um conjunto consistente de conhecimentos, no qual está embasada a atuação
psicopedagógica.
Dessa forma, justifica-se a necessidade de um novo profissional com formação
psicopedagógica, a partir de um curso de especialização em nível de pós-graduação,
capaz de desempenhar um papel especifico nas dificuldades do processo de
aprendizagem com uma sólida fundamentação centrada no conhecimento científico, o
qual deve ser trabalhado por um conjunto de disciplinas que possibilitem a compreensão
dos problemas no processo de aprendizagem de forma global e não fragmentada,
constituindo uma estrutura com programação inter-relacionada e com processo conjunto
de avaliação.
Assim, tendo em vista a quantidade de crianças e adolescentes que necessitam
urgentemente de ajuda e a existência de profissionais que buscam, cada vez mais, a
formação oferecida pelos cursos de Psicopedagogia em instituições e universidades
brasileiras e desenvolvem uma pesquisa científica pujante, a regulamentação da
profissão torna-se não só legitima, mas urgente.
Ao ler o Projeto de Lei e a sua justificativa, fica claro que o Psicopedagogo tem
ocupado uma posição importantíssima no que tange à educação brasileira. É esperado
que este profissional tenha profundo comprometimento e desempenhe muito bem suas
funções:
• Sanar problemas de aprendizagem,
• Considerar sempre as características multidisciplinares da pessoa que
aprende;
• Oferecer alternativas para melhorar o desempenho acadêmico;
Compreender diferentes estilos de aprendizagem e, dessa forma, aumentar as
potencialidades de aprendizagem.
• Oferecer alternativas para melhorar o desempenho acadêmico;

Quando a deputada Raquel Teixeira menciona a produção acadêmica brasileira,


ela se refere a diversos cursos que são oferecidos atualmente no Brasil, o que fortalece

33
seus argumentos frente à regulamentação da profissão. Fontes (2006) reforça a ideia de
que a Psicopedagogia vem escrevendo sua história criando outros cursos: de formação,
de mestrado, de doutorado o que aumente significativamente o número de produções
teóricas genuinamente brasileiras.
Enquanto não regularizar a profissão de Psicopedagogo, este profissional é
considerado componente da equipe de “Programadores, Avaliadores e Orientadores de
Ensino”. Tal grupo é composto, geralmente, por coordenador pedagógico, orientador
educacional, pedagogo, professor de técnicas e recursos audiovisuais, supervisor de
ensino e psicopedagogo.

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