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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3
A PSICOPEDAGÓGICA COMO CIÊNCIA .......................................................... 4
2.1 Objeto de estudo da psicopedagogia ....................................................... 6
2.2 A interdisciplinaridade na psicopedagogia ............................................... 8
O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO ......................................................... 14
3.1 Anamnese: momento do resgate histórico ............................................. 16
3.2 Entrevista operativa centrada na aprendizagem .................................... 19
3.3 Testes projetivos .................................................................................... 22
3.3.1. Conceitos fundamentais dos métodos projetivos .................. 22
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INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que
esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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A PSICOPEDAGÓGICA COMO CIÊNCIA
Fonte: https://www.edchoice.org/
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requisitos. O primeiro é assegurar um corpo de conhecimento especializado,
contrastado por uma prática e por uma investigação científica; o segundo, oferecer um
serviço aos indivíduos e/ou à sociedade.
A comunidade científica também dita certos fatores para a emergência de uma
nova disciplina. Por um lado, espera-se que surjam novas necessidades para atender
novos problemas; por outro lado, que haja a descoberta ou a invenção de novos
métodos de investigação. No caso da psicopedagogia, no final do século XIX e início
do XX, precisava-se resolver problemas educacionais.
Novos métodos de investigação provenientes de outras disciplinas, cujas
metodologias favoreciam a fundamentação da psicologia experimental e da
pedagogia, levavam a uma série de práticas experimentais que definiriam as bases
para a consolidação de novas disciplinas, entre as quais a psicopedagogia.
Apesar de serem termos distintos, a orientação e a psicopedagogia têm uma
base comum em sua origem, como campo disciplinar e como ação profissional. A
psicopedagogia se propõe a compreender os fenômenos de ensino, aprendizagem e
desenvolvimento pessoal para neles intervir, a fim de controlá-los e otimizá-los. Assim,
constata-se uma relação muito direta entre orientação e psicopedagogia.
A orientação é um processo de ajuda contínua a todas as pessoas, em todos
os aspectos, com o objetivo de potencializar o desenvolvimento humano ao longo de
toda a vida. Essa ajuda se realiza mediante uma intervenção profissional, baseada em
princípios científicos e filosóficos.
Assim, a psicopedagogia foi concebida como a confluência de diversas áreas
do conhecimento – principalmente a orientação, a pedagogia, a didática e a psicologia
da educação –, assegurando-se como um corpo de conhecimento complexo que
requer uma aproximação interdisciplinar. Ainda é grande a dificuldade de se delimitar
as áreas de disciplinas relacionadas à psicopedagogia, como a psicologia e as ciências
da educação. Isso é fruto de um desenvolvimento histórico, uma vez que ao longo do
tempo têm-se compartilhado questões teóricas comuns, metodologias de trabalho
similares e intervenções profissionais dentro de um mesmo âmbito.
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2.1 Objeto de estudo da psicopedagogia
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Conforme podemos observar, o objeto de estudo da psicopedagogia tem
enfoques distintos. Em diferentes momentos históricos, esse objeto também foi
entendido de várias formas. Nos anos de 1960, era o sujeito que não aprendia,
concebia-se a não aprendizagem a uma falta, a um déficit; priorizava-se a reeducação.
Aqui interessa a situação individual, o problema específico de um sujeito que tem
dificuldade em aprender e que essa dificuldade se manifesta no ambiente escolar.
Nos anos de 1970 e 1980, o objeto de estudo era como se aprende, as
alterações, os fatores a que o sujeito está condicionado, os obstáculos (como
reconhecê-los, tratá-los e preveni-los). Dos anos de 1990 até hoje, o objeto de estudo
passou a ser o sujeito aprendente, sendo influenciado pelas condições socioculturais
do meio que o cerca, ou seja, levou-se em conta a singularidade do indivíduo. Aí
reconhece- se a subjetividade em sua singularidade e se começa a levar em
consideração os diferentes contextos, não apenas os escolares, mas os familiares e
os sociais. Surge certo consenso quanto ao fato de que a psicopedagogia deve se
ocupar em estudar a aprendizagem humana. Esse processo de aprendizagem ocorre
com um indivíduo situado:
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abarquem as reais necessidades sociais, culturais e político- educativas dos sujeitos
rodeados por histórias e culturas diversas.
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psicologia da aprendizagem, a psicologia do desenvolvimento. No entanto, ela também
se integra às ciências da educação, por sua natureza interdisciplinar.
A aceitação do processo educativo como seu objeto essencial pressupõe
conceber um sentido geral e integral, pois existe dentro desse mesmo objeto uma
ampla gama de fenômenos, incluindo o ensino-aprendizagem, que pode ser estudado
de forma independente e analítica, mas sem separá-lo do contexto mais amplo, que é
o educativo, visando, assim, à formação, ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento
dos alunos.
No cotidiano do ambiente escolar, a psicopedagogia não é a única ciência útil,
mas desempenha um papel fundamental porque valoriza a subjetividade dos atores,
um elemento essencial que, se ignorado ou desprezado, pode impedir qualquer
tentativa de inovação e de melhoria no processo pedagógico.
Há vários argumentos teóricos a favor da psicopedagogia como uma ciência
interdisciplinar:
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dispor de bases científicas próprias e desenvolver suas próprias abordagens, apesar
de isso não ser tão fácil.
A psicopedagogia não se diferencia pela variedade de aspectos concretos ou
parciais da experiência humana que aborda (mente, cultura, linguagem etc.), mais que
isso: ela centra-se em um conjunto de práticas e atividades sociais com um caráter
claramente educativo.
A criação de um sistema epistêmico da psicopedagogia é um desafio urgente.
Porém, pesquisadores têm de tomar consciência da sua relevância e necessidade,
principalmente diante das condições complexas em que a educação tem se
desenvolvido neste século. É perceptível o número de investigações e publicações
com recorte psicopedagógico, e é fundamental que se mantenha a necessidade de
aprofundamento, acrescentando novos elementos a seu status científico.
A ampliação do conceito de educação constitui, pois, um aspecto importante
dentro do cenário profissional e investigativo. De maneira progressiva, esse processo
tem rompido os muros acadêmicos, expandindo-se à comunidade e à família,
contrariamente às concepções tradicionais que restringiam o conceito às instituições
escolares.
Nessa abordagem, o processo de aprendizagem humana adquire um caráter
complexo por receber influências provenientes não apenas das escolas, mas da
família e da comunidade. A educação é, portanto, escolar, familiar e comunitária – a
psicopedagogia não pode ignorar esse fato em sua conceituação teórica e
metodológica.
O papel da escola, porém, não pode e não deve ser subestimado – ela é mais
bem preparada para lidar com o processo pedagógico em cooperação com outras
instituições sociais já mencionadas. Longe de ser diluído, o papel da escola, dentre
outros, é reforçar a sua grande relevância social, tendo em vista que na família e na
comunidade existem influências formativas com alto grau de espontaneidade e pouca
sistematização.
A disciplina sociologia da educação deveria, portanto, estar diretamente ligada
à psicopedagogia, devido ao tratamento científico que esta última requer do contexto
social na formação dos seres humanos. Quando nos referimos à educação como
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realidade social, estamos fazendo referência a uma realidade complexa, constituída
por uma série de práticas, processos, contextos, sujeitos, instituições, conteúdos
culturais, intenções, fundamentos, áreas etc. A educação é determinada
historicamente por fatores políticos, sociais, culturais, ideológicos, geográficos e
demográficos.
A dimensão sociológica da educação nem sempre é abordada explicitamente.
Entretanto, implicitamente, está sempre presente. Essa afirmação torna-se evidente
porque nem sempre os contextos sociais e culturais são levados em consideração em
resultados científicos. Todos os problemas psicopedagógicos têm raízes que
emergem e se desenvolvem em contextos históricos, sociais, culturais e geográficos
específicos, e sem as contribuições da sociologia da educação é praticamente
impossível analisá-los de forma abrangente e rigorosa.
Outra disciplina importante para a psicopedagogia é a história da educação,
que não deve ser restrita a estudar o pensamento pedagógico e suas condições
históricas, mas incluir os sistemas e as políticas educativas com as atuais tendências
e perspectivas, a fim de garantir uma compreensão mais completa e complexa do
fenômeno educativo em suas dimensões subjetiva, social e histórica.
Conforme já mencionamos, a própria existência da psicopedagogia como
disciplina científica tem influenciado o surgimento de princípios interdisciplinares que
não correspondem ao puramente psicológico ou pedagógico, já que há uma
transcendência destes, por sua amplitude. Entretanto, não os exclui. Assim, existem
várias disciplinas que intervêm no processo educativo. Cada uma se concentra em
uma dimensão. Por exemplo, a biologia dá conta da estrutura genética e
neurofisiológica do sujeito; a antropologia trata da relação entre as formas de vida dos
povos e das comunidades e a sua educação; a história fornece informações sobre o
desenvolvimento da educação em uma sociedade, estado ou país, em determinada
época.
Essas disciplinas, com seus próprios campos de conhecimento e metodologias
particulares, abordam alguns aspectos do processo educativo em particular. É claro
que a interdisciplinaridade não é exclusividade da psicopedagogia. Ela pertence a
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todos os fenômenos sociais e até mesmo naturais. Por exemplo, no campo da política
se fala em economia política, filosofia política, geopolítica.
Para lidar com a complexidade que envolve os processos educativos, deve- -
se conceber a ideia da articulação entre disciplinas, na medida em que nos colocamos
frente a uma realidade que vai além dos conteúdos disciplinares. A
interdisciplinaridade tem como vantagem permitir uma visão integral do objeto de
estudo, estimulando o surgimento de novas concepções teóricas e metodológicas para
a solução dos problemas científicos. Além disso, ela contribui para elevar o potencial
teórico das ciências e, portanto, aumentar a sua relevância ante as crescentes
demandas de desenvolvimento social.
A interdisciplinaridade em psicopedagogia é de grande importância,
principalmente, porque ela permite:
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A dimensão tecnológica se propõe a elaborar procedimentos, estratégias,
modelos e métodos para melhorar a intervenção.
A dimensão prática facilita a implementação de práticas psicopedagógicas mais
eficazes e satisfatórias.
Fonte: https://blog.psiqueasy.com.br/
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O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Fonte: https://cincodias.elpais.com/
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Figura 1: Fatores envolvidos no processo de ensino aprendizagem
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influenciado por ele. Dessa forma, a avaliação psicopedagógica segue um estilo ativo,
interativo e sequencial, a partir de instrumentos de coletas de múltiplos aspectos
enredados nos processos de ensino e aprendizagem. Existem diferentes recursos que
podem ser utilizados no processo de investigação da queixa em relação à
aprendizagem.
Rubinstein (1996) destaca a importância da entrevista com a família,
considerando que é com ela que o primeiro vínculo é estabelecido para o início da
investigação psicopedagógica. Nesse sentido, Polity (2004) corrobora ao afirmar que
a relação com o saber é construída conforme e juntamente com o sistema familiar.
Assim, é imprescindível reconhecer se há barreiras existentes nesse processo e
buscar proporcionar benefícios aos envolvidos por meio do diagnóstico. Portanto, a
participação da família no processo de diagnóstico psicopedagógico é fundamental,
particularmente em sessões que tenham como objetivo reconhecer o motivo da
consulta para a realização de um diagnóstico.
A coleta de dados merece toda atenção, já que essas informações servirão de
bússola para a investigação psicopedagógica. Por fim, vale lembrar que a forma como
o psicopedagogo acolhe e recebe a família e o aluno impactará na continuidade do
processo diagnóstico. Durante a entrevista, é fundamental o registro preciso dos dados
coletados, que serão comparados com os dados obtidos em outros momentos do
diagnóstico.
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lembrando que não se trata de um inquérito de perguntas e respostas, mas sim de um
momento de conversa. O roteiro contribui para que nenhuma etapa da vida do sujeito
seja esquecida, e, assim, em outras etapas do diagnóstico, o psicopedagogo poderá
recorrer às perguntas e às respostas da anamnese.
Para que o diagnóstico seja considerado eficaz, é fundamental colher dados
importantes sobre a história do sujeito na família, associando passado, presente e
futuro. Assim, a anamnese é um dos pontos principais do processo de investigação
psicopedagógica, tendo seu início no conhecimento da história da aprendizagem do
aluno, da história da construção da família, até chegar na família atual, com a intenção
de correlacionar as informações com possíveis interferências na vida do aluno. Além
disso, nesse momento, o psicopedagogo buscará informações sobre o
desenvolvimento geral da criança. É questionado sobre a gestação, opções de parto,
como se deu as primeiras aprendizagens, como, por exemplo, uso de mamadeira, a
idade em que aprendeu a sentar, a engatinhar, a andar, como foi o processo de
desfralde e como os pais agiram nesse processo de autonomia (SILVA; SOUSA,
2020).
Conforme Pain (1992), saber se as aquisições foram feitas pela criança no
momento esperado ou se foram precoces ou tardias possibilita o conhecimento do
processo de desenvolvimento da criança investigada. Compreende-se que os
primeiros anos de vida da criança representam uma importante etapa, pois se trata do
período em que é construída a identidade e que são desenvolvidas estruturas
cognitivas, afetivas, sociais e físicas. Além disso, questões sobre a história clínica
também são importantes na anamnese, como doenças, diagnósticos e tratamentos;
se houve necessidade de internação ou de tratamentos de médio ou longo prazo,
atendimentos por especialistas como psicólogos, neurologistas, etc.
Para concluir a averiguação, faz-se necessário abranger a história escolar,
desde quando a criança começou a frequentar a escola, como foi o primeiro dia de
aula, história de frustrações e entusiasmos; o que levou à escolha da escola, se foi
necessário mudar de escola, e o que esta apresenta de positivo e de negativo e como
contribuiu para o processo de aprendizagem do aluno. Faz-se necessário também
investigar a relação da família com a criança, se são pais punitivos, sobre os limites
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impostos, se são afetivos, se incentivam novas descobertas, se os pais são
democráticos ou autoritários, se a autonomia foi estimulada dentro de casa e se a
família tem consciência da dificuldade da criança. A relação familiar e a construção do
aprendizado (SILVA; SOUSA, 2020).
Durante a história de vida da criança contemplarão aspectos do diagnóstico e
servirão de embasamento para as outras etapas. Assim, a anamnese não é somente
do aprendente, mas da família. E espera-se desse recurso saber sobre as
expectativas, a circulação dos afetos e do conhecimento. Além disso, Weiss (1992)
destaca que é importante observar a qualidade da fala dos pais e a forma como são
produzidas as falas, e não somente a quantidade de informações alcançadas na
anamnese.
O psicopedagogo poderá enfatizar as inúmeras possibilidades do aprender e
despertar a consciência da família de que a aprendizagem pode ir além do que se
aprende na sala de aula, pois a aprendizagem, enquanto ação educativa, pode
acontecer em casa, a partir do primeiro dia de vida da criança.
A criança começa a ser educada quando ela nasce, e é a partir desse
momento que se inicia o seu processo de desenvolvimento, no percurso das relações
estabelecidas pela convivência familiar (SILVA; SOUSA, 2020).
Dessa forma, o psicopedagogo precisa propiciar que o ambiente seja de
amparo, favorecendo a construção de uma relação de confiança entre ele e os demais
envolvidos, de modo que todos se sintam à vontade para expor tanto seus sentimentos
quanto seus pontos de vista e, assim, consigam compreender os aspectos impactantes
relacionados à aprendizagem (WEISS, 1992).
Todos os dados obtidos na etapa de anamnese precisam ser registrados, pois
eles vão contribuir para a formação das hipóteses diagnósticas que justifiquem as
dificuldades do aprendente e colaborar para escolha de outros instrumentos. Essas
informações coletadas pelo psicopedagogo deverão ser confrontadas com os outros
dados do diagnóstico para a conclusão satisfatória do processo.
A atuação espontânea, segura e, ao mesmo tempo, flexível e acolhedora do
profissional fará toda a diferença na realização do diagnóstico psicopedagógico e,
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consequentemente, no sucesso do tratamento do aprendente, se isso for necessário
(SILVA; SOUSA, 2020).
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a forma como o organismo constrói essas estruturas. Nesse sentido, Luz (1994) cita
Piaget, que defende que a cognição é um processo universal que favorece ao sujeito
epistêmico selecionar, generalizar e representar, por meio de sua ação, as leis que lhe
capacitam atuar sobre a realidade. Já na visão socio-histórica, a brincadeira, o jogo
são atividades específicas da infância, em que a criança recria a realidade usando
sistemas simbólicos.
É uma atividade social humana criadora, na qual imaginação, fantasia e
realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de
expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir
relações sociais com outros sujeitos (VYGOTSKY, 1984).
Durante o processo diagnóstico, Oliveira (1993) afirma ser fundamental
perceber o aprendente em toda sua singularidade. A partir da realização da entrevista
de maneira adequada e por profissionais preparados, será possível conhecer a relação
de afeto e de conhecimento que o sujeito tem com os variados objetos escolares e
como ele se comporta nessa relação, proporcionando descobertas sobre variadas
condutas.
Conforme Visca (1987, p. 73), “durante a EOCA é preciso observar no
aprendente seus conhecimentos, suas atitudes, mecanismos de defesa, ansiedade,
áreas de expressão da conduta, níveis de operatividade, dentre outros”. Ao realizar a
EOCA, o profissional de psicopedagogia tem o desígnio de averiguar o modelo de
aprendizagem do aluno e, para tanto, é oportuno apreender o que a criança
investigada sabe fazer e o que ela já aprendeu a fazer.
Nesse contexto, Sampaio (2012) propõe três aspectos que devem ser
observados durante a entrevista e que contribuirão para formação de hipóteses em
outros momentos, sendo eles:
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Por fim, Visca (1987) sugere que todos os dados obtidos na EOCA precisam
ser submetidos a uma verificação mais rigorosa, contribuindo para o próximo passo do
processo diagnóstico. Durante a EOCA, o psicopedagogo precisa estar atento para
ouvir, perceber e registrar todos os comportamentos observados, portanto, sua
conduta e sua postura são extremamente importantes para que a EOCA seja realizada
com sucesso.
Dessa forma, ao realizar o processo de investigação psicopedagógica, o
psicopedagogo precisa ouvir a família e o aprendente, pois somente ao compreender
todas as dimensões da queixa será possível realizar uma análise e interpretar de forma
adequada a realidade das pessoas envolvidas, para, finalmente, contribuir para a
melhoria da aprendizagem, com sugestões de atividades que promovam progresso e
também proporcionando o suporte necessário. Ainda, cabe destacar que o processo
diagnóstico psicopedagógico precisa ser realizado com ética e profissionalismo.
A sua relevância é inquestionável, e, em muitos momentos, são considerados
pelos envolvidos como uma intervenção, por isso é fundamental ter cuidado e observar
todos os comportamentos e as mudanças que poderão surgir nesse contexto.
A investigação, conforme Bossa (2009), permanece em todo o trabalho
diagnóstico por meio da escuta psicopedagógica para que se possa identificar os
processos e, a partir do observado, determinar a intervenção. Ao pensar na realização
do processo de diagnóstico psicopedagógico, é importante entender que esse
momento é de fundamental importância para que as estratégias de intervenção
possam ser estabelecidas com eficácia. Com isso, o psicopedagogo precisa conhecer
e dominar todas as técnicas que podem ser utilizadas no diagnóstico para que a sua
atuação seja coerente, profissional e que transmita segurança para os alunos e seus
familiares.
Todos esses achados passam pelo olhar do psicopedagogo, que, ao analisar
os dados advindos desse processo, será capaz de propor novas ações ao processo
de diagnóstico, bem como realizar encaminhamentos que se fizerem necessários,
como, por exemplo, novas avaliações por parte de outros profissionais para colaborar
com o processo e com a definição de técnicas fundamentais para a conclusão
satisfatória do diagnóstico.
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3.3 Testes projetivos
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Por outro lado, quanto mais a técnica for direcionada, com material bem-
definido e solicitação precisa, maiores serão as possibilidades de revelação próxima
de uma descrição objetiva da realidade externa. Assim, quando o examinador solicita
um desenho livre e quando solicita especificamente que se desenhe uma pessoa, por
exemplo, ele está avaliando diferentes profundidades e diferentes dimensões
psicológicas. (PINTO, 2014).
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a expressão — analisa-se o estilo peculiar da resposta do sujeito, que
se revela através das qualidades propriamente gráficas que dizem
respeito mais à forma;
a projeção — verifica-se a atribuição de qualidades às situações e
objetos, que se denotam no conteúdo e na maneira de tratar o tema.
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3.3.3. Projeção
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Projeção complementar — quando se atribui valor de causalidade às
características próprias como podem ser as superstições.
Projeção especular — quando o sujeito espelha comportamentos de
outra pessoa.
O desenho, seja ele qual for, representa o sujeito, enquanto a folha de papel
representa o ambiente. Cabe compreender como e de que forma o sujeito se encontra
no ambiente (nas situações sociais).
Posição da folha:
Qualidade do grafismo:
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de energia, vitalidade, iniciativa, decisão, até outras representações, como medo,
insegurança, sentimento de incapacidade e timidez.
Fonte: https://institutoneurosaber.com.br/
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4.1 O significado do sintoma na família
Refere-se à imagem que os pais têm das causas e dos motivos que levaram
ao problema e os mecanismos postos a serviço da defesa contra a exclusão social
que tal problema provoca (PAIN, 1985).
O psicopedagogo deverá se atentar ao que a família pensa sobre as causas
dos distúrbios de aprendizagem e quais são as suas consequências. Isso dependerá
do lugar que a aprendizagem ocupa no grupo familiar, e não apenas na classe social
a que o sujeito pertence.
Os pais podem atribuir os distúrbios às “dificuldades” exclusivas da criança, à
instituição educativa ou até́ mesmo se responsabilizarem e se sentirem culpados pelos
distúrbios da criança.
Há casos em que a família espera que o psicopedagogo diga o que se passa
com a criança. No diagnóstico, os pais esperam saber se as crianças não podem ou
não querem aprender; a causa dos distúrbios; como podem proceder; se é necessário
mudar de escola; se tem cura etc.
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Nesse sentido, Pain (1985) sugere uma segunda entrevista com a família para
indagar sobre a história de vida da criança. Essa história é muito importante para o
diagnóstico dos distúrbios, uma vez que proverá uma série de dados relativamente
objetivos vinculados às condições atuais do problema e, ao mesmo tempo permitirá
detectar o grau de individualização que a criança tem com os pais.
Para iniciar a história de vida, o psicopedagogo deverá começar a indagar
sobre os antecedentes natais, ou seja, sobre os aspectos relacionados às condições
da criança e da sua mãe desde a gestação até o nascimento. Os antecedentes natais
se subdividem em: pré-natais, perinatais e pós-natais.
4.7 As doenças
31
4.8 O desenvolvimento
4.9 A aprendizagem
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seriam os processos de assimilação e acomodação equilibrados, ou seja, não haveria
o predomínio excessivo de um sobre o outro.
Nos distúrbios de aprendizagem existem perturbações no nível desses
processos, na inibição deles, ocorrendo o predomínio de um dos momentos sobre o
outro e impedindo-se a integração que possibilita a aprendizagem (PAIN, 1985).
Como a escola e a família devem agir diante dos distúrbios de aprendizagem
Família e escola duas das instituições mais relevantes da vida durante os anos de
infância e de adolescência. Cada criança é membro de sua família, que possui uma
configuração única em sua estrutura e em suas relações, e que está ancorada em sua
própria história cultural e social. Simultaneamente, essa criança é membro de uma
classe escolar que também tem sua própria e única estrutura ancorada em uma matriz
de complexas estruturas mais amplas.
A instituição da família ocupa um lugar importante no processo de
aprendizagem, e desta dependerá, em grande parte, o lugar que a aprendizagem
ocupará na vida da criança. Nesse sentido, os recursos com os quais a família conta
também incidirão, de alguma forma, no processo de aprendizagem da criança. Por
exemplo, se a família vive em uma situação de vulnerabilidade socioeconômica, em
que as necessidades básicas não são satisfeitas, evidentemente, a aprendizagem não
ocupará um lugar central. Isso coincide com Pain (1985), já que, em um contexto
vulnerável, não há condições favoráveis para o desenvolvimento sadio de um processo
de aprendizagem e um melhor aproveitamento da experiência. Quando os pais
recebem o diagnóstico de que o filho possui um distúrbio de aprendizagem, eles não
sabem como agir.
Vários pais investem muita energia emocional, tempo e dinheiro tratando de
determinar a causa e a cura para os distúrbios de aprendizagem. Mas a diferença entre
as dificuldades de aprendizagem e os distúrbios de aprendizagem é que estes últimos
não podem ser curados. A mudança que deve ser feita é a identificação das formas
com as quais a criança aprende melhor e as estratégias de ensino e os materiais de
ensino que funcionam para ela.
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A seguir, são apresentados alguns conselhos que podem ajudar os pais a
proceder de maneira que o filho se sinta apoiado e motivado a aprender, apesar das
dificuldades que enfrenta:
a) aprender mais sobre os distúrbios de aprendizagem. Quanto mais a família
souber, mais poderá ajudar a si mesma e ao seu filho;
b) elogiar o filho quando ele vai bem. As crianças com distúrbios de
aprendizagem se saem bem em uma variedade de tarefas. Os pais devem averiguar
o que o filho gosta de fazer: dançar, jogar futebol, trabalhar com computadores. Dar
bastante oportunidades a ele para perceber seus talentos;
c) averiguar como o filho aprende melhor. Ele aprende por meio de experiências
práticas ou por meio de escuta e da visão. Ajudá-lo a aprender por meio de suas áreas
fortes;
d) deixar o filho ajudar em tarefas domésticas. Estas podem aumentar sua
confiança. Os pais podem dar instruções simples, dividindo as tarefas em passos
pequenos, e recompensando os esforços do filho com elogios;
e) ter as tarefas escolares como uma prioridade;
f) dar atenção à saúde mental do filho. Os pais devem estar dispostos a receber
conselhos que podem ajudar o filho a tratar das frustrações, sentir-se melhor acerca
de si mesmo e aprender mais sobre as habilidades sociais;
g) falar com outros pais cujos filhos têm distúrbios de aprendizagem. Os pais
podem compartilhar conselhos práticos e apoio emocional;
h) estabelecer uma relação de trabalho positiva com o professor do filho. Por
meio da comunicação regular, pode-se trocar informações sobre o progresso da
criança em casa e na escola.
Fonte: https://theearlychildhoodacademy.com/
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paixões da nossa mente, é a inclinação que manifestamos em direção a algo ou
alguém, especialmente de amor ou de carinho.
Existem quatro características básicas que nos permitem definir afetividade:
a) trata-se de um estado subjetivo, pessoal, interior, em que o protagonista é o próprio
indivíduo;
b) trata-se de algo experimentado pessoalmente pelo sujeito que o vivencia;
c) tem três expressões: emoções, sentimentos e paixões. Manifesta-se pelo esta- do
de espírito, que é o afeto fundamental ou humor dominante;
d) toda experiência tem uma manifestação afetiva e deixa um impacto que persiste na
história de vida do indivíduo.
As qualidades mais específicas da afetividade implicam o reconhecimento de
um duplo aspecto, o psíquico e o orgânico, admitindo, assim, a intervenção de ambas
dimensões da natureza humana. Tais aspectos definem em sua interação, três
estados afetivos básicos: os sentimentos dirigidos como o resultado da relação entre
o eu e o meio; os estados de consciência que surgem espontaneamente; os
sentimentos vitais com uma significação imediata e subjetiva.
Geralmente, identificamos e relacionamos o afeto à emoção, mas são
fenômenos distintos, ainda que estejam interligados. A emoção é uma resposta
individual interna que informa as probabilidades de sobrevivência diante de uma
situação. Já o afeto, é um processo de interação social entre duas ou mais pessoas.
O afeto envolve a realização de um trabalho não remunerado em benefício do outro:
fazer um agrado, visitar um doente, explicar um conceito ou ideia para um colega etc.
O afeto é algo que se transfere. As emoções, no entanto, não são dadas; são
experimentadas.
A afetividade é a necessidade que todo ser humano tem de estabelecer vínculos
com outras pessoas. Um clima afetivo adequado constitui um fator de proteção ante
possíveis comportamentos de risco. Além disso, uma adequada expressão de afetos
ao longo do desenvolvimento evolutivo do sujeito afeta outros fatores de caráter
individual, promove o desenvolvimento saudável de autoconceito, autoestima,
aceitação pessoal, autoconfiança etc.
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Ela é essencial em uma intervenção psicopedagógica, uma vez que é um
processo de comunicação e unidade de contato interpessoal. Nesse sentido, o
psicopedagogo deve ser sensível e identificar os sentimentos, os ritmos e o nível de
desenvolvimento do paciente.
O psicopedagogo deve estar totalmente presente com e para o paciente. Isso
inclui um interesse genuíno com o mundo intrapsíquico e interpessoal do paciente e
uma comunicação centrada na atenção, na investigação e na paciência. Esse
profissional deve se manter em constante vigilância para proporcionar ao paciente um
ambiente e uma relação de segurança e certeza.
Para Bleichmar (1999), existem quatro dimensões de estar com o outro: afetiva,
cognitiva, instrumental e corporal, e a relação analítica se reduz às três primeiras. A
relação analítica está marcada pelo conteúdo e pelo ritmo da afetividade, por um
trabalho compartilhado (aliança de trabalho), por uma consonância ou dissonância de
estilos cognitivos. Tudo isso afeta a possibilidade de que se produza um sentimento
de intimidade.
A relação psicopedagogo-paciente ocorre não só através de palavras, mas da
entonação da voz, de gestos, de atitudes latentes etc. Entre paciente e psicopedagogo
se produz uma mútua comunicação não verbal, emocional, que leva a momentos de
sintonia e de ruptura de sintonia, de desconexão, que são sempre produto não só do
que foi dito, mas do que foi transmitido por canais não verbais.
Através da sensibilidade às necessidades relacionais ou expressão fisiológica das
emoções, o psicopedagogo orienta o paciente a perceber e a expressar as suas
necessidades e os sentimentos.
Para que a afetividade entre o paciente e o psicopedagogo aconteça, é
fundamental que este tome algumas atitudes básicas:
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A FUNÇÃO PREVENTIVA E CURATIVA DA PSICOPEDAGOGIA
Fonte: https://phillospsicopedagogia.com.br/
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As bases de intervenção curativa psicopedagógica se fundamentam em
diferentes teorias. Podem ser:
Tendo em vista essas, ou outras teorias, a vertente curativa tem como função
descobrir e “curar” as causas que levam o aluno a não aprender. Por isso, geralmente
a psicopedagogia curativa é individual, uma vez que o psicopedagogo irá observar o
educando, identificar, analisar, planejar, intervir em suas dificuldades através das
etapas de diagnóstico e tratamento e utilizando técnicas apropriadas para cada caso.
O psicopedagogo curativo irá tratar o problema de aprendizagem do aluno,
reintegrando-o e readaptando-o à situação de sala de aula. Suas necessidades e
ritmos serão respeitados. Tal orientação tem como objetivo o desenvolvimento das
funções cognitivas integradas ao afetivo, de forma a desbloquear e a canalizar no
aluno a aprendizagem de conceitos de acordo com os objetivos da aprendizagem
formal (Bossa, 2011).
A prática psicopedagógica curativa não é realizada somente em consultórios,
mas também em hospitais de atendimento psicológico ou psiquiátrico e mesmo em
hospitais gerais. Ou ainda, em instituições que mantêm serviços de atendi- mento
psicopedagógico às crianças provenientes de comunidades.
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Já a psicopedagogia preventiva, diferentemente da curativa, é uma prática que
busca evitar que dificuldades de aprendizagem ocorram. Ela toma como base a
observação e a análise de uma situação concreta, reconhecendo os obstáculos e os
elementos que podem facilitar a aprendizagem. Possui como semelhança em relação
à psicopedagogia curativa, o fato de ela também poder ser desenvolvida de forma
individual ou em grupo.
Essa vertente cria estratégias, juntamente com a escola, procurando atenuar
ou evitar os problemas de aprendizagem. Por isso, ela pode ter, na escola, diferentes
formas de intervenção (Fagali; Vale, 1993):
O psicopedagogo preventivo irá realizar um trabalho na escola para que esta seja
capaz de reconhecer e respeitar as dificuldades do aluno, ajudando-o a superá-las.
Nesta intervenção, a escola é compreendida como um espaço físico e psíquico de
aprendizagem. Tal espaço pode possibilitar a aquisição de conhecimento ou levar o
aluno ao fracasso escolar.
Junto a pedagogos, orientadores e professores, o psicopedagogo preventivo irá
atuar como um assessor, participando do planejamento escolar e elaborando
propostas pedagógicas pertinentes. Sua função é trabalhar as questões relacionadas
aos vínculos professor-aluno e redefinir metodologias, incorporando afetivo e cognitivo
(Fagali; Vale, 1993). O psicopedagogo preventivo deve tomar a escola de maneira
abrangente, observando não apenas procedimentos pedagógicos, mas relacionais e
socioculturais, ou seja, levando em consideração toda a comunidade escolar.
Tanto na intervenção curativa quanto na preventiva, o psicopedagogo deverá ter
um “olhar clínico”, realizando um diagnóstico preciso. Assim como na medicina, deve-
se observar o paciente, olhá-lo, capturar suas representações, suas percepções, seus
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desejos, seus sentimentos sobre o que acontece, sobre suas práticas, e a partir daí
realizar o diagnóstico e proceder o tratamento.
Na instituição escolar, podemos identificar as duas vertentes do trabalho psico-
pedagógico: a curativa, destinada a um sujeito ou grupos de alunos que apresentam
dificuldades escolares, procurando reintegrá-los ou readaptá-los à situação de sala de
aula, respeitando suas necessidades e ritmos; e a preventiva, trabalhando junto a
pedagogos, orientadores e professores, auxiliando na organização de condições de
aprendizagem de modo integrado e conforme as capacidades dos alunos.
Na escola, na maior parte dos casos, não é possível determinar as causas dos
distúrbios de aprendizagem. Quando uma criança é detectada com distúrbio de
aprendizagem, ela já está na escola. Isso porque a escola se concentra naquelas
tarefas que podem ser difíceis para a criança – ler, escrever, fazer cálculos, escutar,
falar. Os professores e pais observam que a criança não está aprendendo como se
esperava. É possível que a escola solicite uma avaliação para ver qual é a causa do
problema. Os pais também podem solicitar uma avaliação.
É fundamental que o professor fale com especialistas em sua escola (por
exemplo, professores da educação especial, psicopedagogos) sobre métodos para
ensinar a criança que possui distúrbio de aprendizagem. Ele deve proporcionar
instrução e acomodações para que o aluno portador de necessidades educacionais
especiais se sinta motivado a aprender. O professor pode:
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d) deixar que o aluno com distúrbio na escuta peça notas de outros alunos ou
que use um gravador;
e) ensinar habilidades de organização, de estudo, e estratégias para a
aprendizagem. Isso ajuda a todos os alunos, principalmente aqueles com
distúrbios de aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA
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BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4ª ed.
Rio de Janeiro: Wak, 2011.
FAGALI, Eloísa Quadros; VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia institucional
aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e construção na sala de aula.
Petrópolis: Vozes, 1993.
FREUD, S. Totem e tabu. Rio de Janeiro: Imago, 1974. ESB, v. XII, 1913.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
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