Você está na página 1de 15

FAVENI

CAMILA JUNIOR DOS SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

TOMAZINA-PR
2023
FAVENI

CAMILA JUNIOR DOS SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em
NEUROPSICOPEDAGOGIA
CLÍNICA.

TOMAZINA - PR
2023
A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Autor1, Camila Junior dos Santos

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO-

O presente artigo apresenta o resultado de uma revisão bibliográfica de alguns importantes


autores e teóricos da educação, que buscaram compreender a importância da ludicidade no
contexto escolar, bem como investigar o processo histórico que nortearam as atuais diretrizes
acerca da infância e suas concepções.
O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar a correlação entre o brincar e o desenvolvimento da
criança, bem como analisar a legislação atual no que se refere aos direitos fundamentais da
criança.
Dentre alguns teóricos citados no presente artigo estão Piaget e Vigotsky, ambos exercem grande
influencia no cenário educacional brasileiro e suas teorias serviram de alicerce para o atual
modelo educacional. Suas contribuições foram de fundamental importância no que se refere à
temática ludicidade, e servem de respaldo para direcionar o trabalho pedagógico infantil no Brasil.
As investigações partiram das primeiras concepções acerca da infância na Idade Média para que
se pudesse compreender melhor o atual cenário e por fim ficou evidente que as brincadeiras
devem fazer parte do dia-a-dia nas salas de aula, e que valoriza-las é uma expressão de respeito à
criança.

PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Educação. Infância.

1
jrcamilasantos@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

As brincadeiras sempre estiveram presentes na vida das crianças como uma


forma de entretenimento, diversão ou um passatempo. Não é difícil imaginar situações
em que os pais ou professores se usem da brincadeira como um simples recurso de
mera distração para a criança.
O que muitos não sabem, é que é justamente através do brincar que a criança
desenvolve seus aspectos físicos, cognitivos e emocionais. Donald Winnicott, pediatra e
psicanalista desenvolveu um importante trabalho na área da psicanálise ao observar
que “É no brincar, e somente no brincar que o indivíduo criança ou adulto, pode ser
criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo
descobre o eu (self). (Winnicott, 1975, p. 89)
Através de sua observação de crianças em situação lúdica, concluiu que o
brincar é uma conduta infantil de comunicação da criança consigo mesma e com os
outros, ou seja, a linguagem própria da criança e que indica saúde, facilita o
crescimento e conduz a relacionamentos grupais. Especialista em psicanálise da
criança, o médico realizou grandes feitos para a sociedade britânica ao cuidar de
crianças separadas de sua mãe em razão da Segunda Guerra Mundial. Ele percebeu
no brincar um alívio para os sofrimentos causados pela separação.
A brincadeira, portanto, não é apenas uma ação prazerosa para a criança,
embora a diversão seja uma característica crucial neste processo, ela se constitui uma
importante ferramenta de incorporação da criança em seu espaço, manifesta a cultura e
valores que a criança percebe em seu meio.
Partindo desta constatação, cabe refletir a respeito da ludicidade no contexto
escolar. Sendo o brincar a linguagem própria da criança, e o professor o responsável
por sua formação, não deveria este ‘falar a língua da criança’? Há justificativas para
ignorar o lúdico no contexto escolar e utilizar um método pautado na transmissão de
conhecimento de maneira mecânica sem a participação ativa do aluno?
2 A CRIANÇA E SUA APRENDIZAGEM AO LONGO DA HISTÓRIA

Sabemos que a educação é um processo que deve estar a todo momento


acompanhando as mudanças de sua contemporaneidade, e que discutir as práticas
pedagógicas e aperfeiçoá-las, é papel do educador. No entanto, devemos sempre partir
da premissa de que, para discutir práticas pedagógicas na educação infantil, é
necessário antes tomar como objeto de estudo as concepções de infância, como a
criança é entendida enquanto sujeito.
De acordo com Domingos e Silva (2016), no Estatuto da Criança e do
Adolescente trata-se de criança a pessoa de até os doze anos de idade incompletos,
sendo reconhecida a sua infância em condições dignas de existência como sujeitos de
direitos. Esta definição é assegurada pela Constituição Federal que considera a criança
um “sujeito de direito” digna, portanto, de gozar dos direitos fundamentais estabelecidos
pela mesma.
Tal dignidade reconhecida pela Legislação atual é uma grande conquista, uma
vez que ao longo da história em todo o mundo, a criança não era considerada em sua
dignidade humana.
No período da Idade Média, por exemplo, a criança era vista como um adulto em
miniatura e frequentava os mesmos ambientes que os pais, inclusive no trabalho. A
infância era um período ignorado pela época, não havia registros, estudos ou interesse
da sociedade em relação a esta fase da vida humana. “Na Idade Média a criança era
sem valor e suas responsabilidades eram trabalhar e chegar o mais rápido possível na
fase adulta” (MORELIM, s/d). No decorrer do século XVII, no entanto, as crianças
começam a ser objetos de atenção das famílias, uma vez que a Igreja começa a
associar a imagem da criança com a de anjos, pois refletia inocência e pureza. Desta
forma, educa-las passa a ser um ‘mandamento divino’.
Uma figura importante a contribuir no processo de ressignificação das
concepções errôneas que haviam a respeito da infância foi o filósofo tcheco Comenius
(1592-1670), um dos pioneiros a reconhecer a inteligência e os sentimentos da criança.
Defendia que a criança era como uma árvore frutífera, que se bem cuidada e regada
por um agricultor experiente, daria bons frutos.

[...] assim como uma árvore frutífera pode se desenvolver por si mesma, mas
ainda silvestre e dando frutos também silvestres; é preciso que, se devem dar
frutos agradáveis e doces, seja plantada, regada e podada por um agricultor
experiente. Do mesmo modo, o homem desenvolve-se por si próprio em sua
figura humana (COMENIUS, 1997, p. 45 apud MAIA, ano).

Pela perspectiva de Comenius, podemos afirmar que o filósofo acreditava em


uma educação pedagógica, com intencionalidade, capaz de potencializar e orientar o
desenvolvimento da criança, algo incomum ao pensamento da época, uma vez que a
criança era negligenciada em suas necessidades educacionais. No entanto, mais tarde,
esse ideal viria a se concretizar com a escolarização e a figura do professor como o
“agricultor experiente” capaz de cultivar essa árvore silvestre, que representa a criança,
para então colher dela frutos doces e agradáveis; do contrário, sem o processo de
educação, a criança até produziria frutos, porém, estes seriam “silvestres”.
De acordo com Brites (2020, cap. 1), a partir da Revolução Francesa em 1789, a
saúde e educação das crianças entraram como pautas no governo, que por sua vez,
havia passado por significativas mudanças em seu modelo de atuação. Ainda segundo
a autora, uma figura importante que contribuiu no processo de transformação da
concepção de infância da época, foi o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778) ao publicar sua obra ‘Emílio ou Da Educação’, onde denunciou os duros
tratamentos sofridos pelas crianças no papel do órfão Emílio. Sua obra lançou luz para
a importância de prestar atenção na faixa etária que acompanha cada etapa do
desenvolvimento da criança, e posteriormente ao entendimento amplo sobre a infância.
Rousseau, contrariando a ideia que se tinha sobre a infância no imaginário
popular da época, acreditava que a infância deveria ser valorizada como tal e não
apenas como um período de transição para a vida adulta. Defendia, deste modo, a
necessidade de propiciar a felicidade à criança enquanto ela ainda era criança,
respeitando seu desenvolvimento físico e cognitivo. Para o filósofo “a humanidade tem
lugar na ordem das coisas, a infância tem o seu na ordem da vida humana: é preciso
considerar o homem no homem e a criança na criança” (MAIA, ano, apud ROUSSEAU,
1994, p. 69).
Mais tarde, um outro teórico trouxe mudanças significativas que contribuíram
para ampliar a visão sobre as especificidades da infância, trata-se de Jean Piaget
(1896-1980), que elaborou sua teoria com o objetivo de explicar o processo de
aquisição de conhecimento baseado nas fases do desenvolvimento biológico da
criança, a Epistemologia Genética.
Embora não fosse formado em Pedagogia, Piaget tinha formação em Biologia e
se dedicou a estudar o processo de aquisição do conhecimento da criança através de
rigorosa observação científica. Em seus estudos sobre o raciocínio lógico-matemático,
concluiu que este não poderia ser ensinado como outras habilidades, pois depende da
estrutura do conhecimento da criança, e que, portanto, a criança só poderia aprender
questões cujas quais possuísse condições de absorção, uma vez que para o teórico, o
conhecimento é construído pelo próprio aluno e não pelo professor. Seus estudos
deram origem então às correntes construtivistas, que consistem em propostas que
buscam colocar o aluno como personagem ativo no processo de aprendizagem,
responsável por criar seu próprio conhecimento, com o auxílio do professor, que passa
a assumir o papel de colaborador da aprendizagem.

O Construtivismo baliza-se em três pressupostos:


1) O aluno é responsável por sua aprendizagem;
2) No ambiente escolar, o conhecimento que já foi elaborado deve ser
reconstruído pelo aluno;
3) O professor tem o papel de orientador no processo de reconstrução
do conhecimento (FREITAS, PINTO e FERRONATO, p. 74, 2016).

Uma outra constatação feita por Piaget em seus estudos, e que contribuíram
para o entendimento do processo de desenvolvimento infantil e organização do
currículo nas escolas, foi a de que o desenvolvimento da criança acontece em quatro
estágios, sendo eles:
1)Sensório-motor: 0 a 2 anos;
2)Pré-operacional: 0 a 7 anos;
3)Operacional concreto: 7 aos 11 ou 12 anos;
4)Operacional formal: 12 anos em diante. (FREITAS, PINTO e
FERRONATO, p. 80, 2016)

Em oposição ao pensamento de Piaget, Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934),


psicólogo bielorrusso elaborou um importante trabalho conhecido como psicologia sócio
histórica, que contrariando o que defendia Piaget, colocava a formação do indivíduo
como uma consequência da relação externa que este estabelecia com o meio em que
está inserido, ou seja, em uma relação dialética entre o indivíduo e o ambiente, onde “o
indivíduo modifica o ambiente e o ambiente modifica o indivíduo” (VYGOTSKY, 1996
apud FREITAS, PINTO e FERRONATO, p. 83, 2016). Para ele, é na relação do
indivíduo com a sociedade que suas características individuais serão construídas,
inclusive a linguagem, que para Vygotsky possibilita ao indivíduo transformar sua
aprendizagem.
As ideias de Vygotsky deram origem às correntes sócio construtivistas na área
da educação e possibilitou uma nova concepção sobre o papel do professor em relação
aos alunos, uma vez que na abordagem vygotskiana acredita-se que a aprendizagem
acontece através do conceito de zona de desenvolvimento proximal que representa a
possibilidade do aluno partir de um nível de desenvolvimento real (habilidades que ele
consegue desenvolver sozinho), para o nível de desenvolvimento proximal que são
habilidades que ele pode desempenhar com a ajuda de uma pessoa mais experiente,
ou seja, através da mediação do professor.

2.1 O BRINCAR E SEUS BENEFÍCIOS NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA


CRIANÇA

Graças a estudiosos citados no texto acima que ampliaram o entendimento a


respeito da criança e seu processo de aprendizagem, e ao avanço das ciências, hoje a
infância é entendida como uma etapa determinante no desenvolvimento humano. Sabe-
se, por exemplo, que cerca de 90% das conexões cerebrais são estabelecidas apenas
na primeira infância (Brites, cap. 4, 2020).
Estas conexões, no entanto, bem como todo o processo de desenvolvimento que
se desencadeia nesta fase, não acontecem de forma determinada e linear, trata-se de
potências inatas, conforme nos revela Piaget em sua teoria da Epistemologia Genética,
porém que precisam ser desenvolvidas ao longo da infância respeitando suas
respectivas etapas.
O brincar, portanto, se configura uma forma da criança manifestar suas potências
inatas através da interação com o meio, potencializando desta forma seu
desenvolvimento. Winnicott (1989) dizia que “a criança que não brinca já demonstra
que algo não vai bem” (WINNICOTT, 1989, apud BIANCHINI, ARRUDA e GOMES, p.
26, 2015).
Através do brincar, a criança ainda bebê, começa a desenvolver seus sentidos, e
estes são sua porta de entrada para experimentar e conhecer o mundo, como afirma
Brites (2020, cap. 5) “ é por meio de sons, cheiros e gostos que o bebê conhece o
mundo”. ”Brincar também ajuda a criança a ter consciência sobre o próprio corpo. Ao
correr, pular, cair e levantar, ela conhece suas possibilidades e limitações, ao mesmo
tempo em que desenvolve diferentes habilidades psicomotoras”.
Vygotsky observou em seus estudos que através da interação da criança com o
ambiente que ocorre na ação lúdica, esta absorve os substratos necessários para sua
própria formação. Bacchini (2016) destacou alguns benefícios do brincar segundo o
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998, p.21):

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da


identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se
comunicar por meio de gestos, sons, e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas
brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
2.2 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA PARA O PAPEL SOCIAL

Em relação ao papel social, este se mostra fundamental para o desenvolvimento


da própria personalidade da criança. Segundo Bianchini, Arruda e Gomes (2015) a
atividade lúdica é uma expressão humana fundamental no processo de concepção de
papel social, uma vez que através da brincadeira a criança se imagina dentro de uma
realidade que embora fictícia, ela tende a incorporar todas as regras de conduta do
personagem representado. Ainda segundo esta perspectiva, Vygotsky (apud Bianchini,
Arruda e Gomes, 2015) afirma que na brincadeira a criança se coloca em vivências de
situações futuras que ainda não estão postas no presente, como, por exemplo, brincar
de ser professora mesmo que a criança seja apenas uma aluna ainda, ou brincar de ser
mãe. Vygotsky (apud Bacchini, 2016) afirma que na brincadeira a criança sempre
incorpora um repertório que está acima de sua idade:

Na brincadeira, a criança está sempre acima da média de sua idade, acima de


seu comportamento cotidiano; na brincadeira, é como se a criança estivesse
numa altura equivalente a uma cabeça acima da sua própria altura.

A brincadeira, portanto, possibilita à criança uma projeção de seu “eu” no futuro,


em uma realidade que embora fictícia, carrega os conceitos e regras da realidade,
ajudando desta forma no processo de formação do caráter desta criança. “[...]
Brincando, então, nos diria Winnicott, a criança pode vivenciar e controlar a sua
agressividade, angústias, adquirindo experiência do mundo adulto quando representa
papéis etc” (WINNICOTT, 1982, p.163 apud BIANCHINI, ARRUDA e GOMES, 2015,
p.28).

2.3 O BRINCAR NO CONTEXTO ESCOLAR

Brincar é um direito constitucional da Criança e do Adolescentes garantido pela


Lei 8.069/90, e se configura como um aspecto do direito à Liberdade, estabelecido no
Capítulo II, artigo 16:
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
[...] IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; [...].
(BRASIL, 1990, cap. II)

O brincar enquanto direito também aparece na BNCC enquanto garantia do


aperfeiçoamento para as crianças participantes da educação infantil, que é apresentado
em seis direitos, são eles: “conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-
se” (BRASIL, 2017, p.36).
Segundo Albuquerque, Almeida e Carvalho (2020), “as Instituições de Educação
Infantil é o espaço favorável para que a criança experimente novas sensações, faça
novas descobertas sobre si e o outro, amadurece e aprende a lidar com seus medos e
ansiedades”. Deste modo, a atividade lúdica não pode estar desvinculada do processo
de aprendizagem da criança.
No entanto, é preciso enfatizar que a atividade lúdica precisa ter intencionalidade
e mediação por parte do professor, de modo que “brincar apenas por brincar, brincar
somente com temas que a criança vivencia em seu cotidiano, não propiciará o
desenvolvimento dela” (Francisco, 2011). A autora aponta para a necessidade de o
professor planejar a atividade lúdica de modo a ampliar o repertório da criança.
Segundo Silva e Almeida (2016):

No processo da educação infantil o papel do professor é de suma


importância, pois é ele quem proporciona as atividades de ensino-
aprendizagem fazendo a mediação da construção do conhecimento. Quando o
educador dá ênfase às atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem,
percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando, com
prazer e alegria. Assim, os educadores precisam estar convencidos de que
brincar precisa ser considerado como uma atividade relevante na sala de aula.

Nesta perspectiva, cabe refletir a formação do professor para trabalhar a


ludicidade na educação infantil, a necessidade de um processo contínuo de formação
por parte do professor, uma vez que, conforme Libâneo (1996, apud Silva e Almeida,
2016) “o verdadeiro sentido da educação lúdica só estará garantido se o professor
estiver preparado para realiza-lo, tendo conhecimento sobre os fundamentos da
mesma”.
CONCLUSÃO

A preocupação e valorização da infância é um processo recente na história da


civilização humana. No passado a criança era desconsiderada em sua dignidade
humana, e a infância por sua vez, uma fase que deveria ser superada o quão mais
depressa possível. Deste modo, as brincadeiras davam lugares aos trabalhos precoces,
os estudos, quando haviam, eram forçosos demais para que a criança pudesse se
interessar pelo processo.
A ludicidade como ferramenta no processo educacional tem por objetivo
justamente superar este modelo educacional ultrapassado, oferecendo à criança uma
experiência mais humanizada, cativando seus afetos através da brincadeira para que,
por conseguinte, ela possa se interessar pelo processo de aprendizagem e torne-se
assim, um adulto que valoriza o conhecimento.

.
3 REFERÊNCIAS

WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago Editora. 1975

DOMINGOS, A.L.S.O.; SILVIA, F.D.A.; Concepções e infância a partir das


legislações brasileiras. São Paulo: Revista Partes, abril de 2016.

MORELIM, Raquel Marques. O conceito de infância ao longo da história ocidental.


Disponível em: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-conceito-de-
infancia-ao-longo-da-historia-ocidental.htm . Acesso em 20 de jul. de 2023.

MAIA, Janaina Nogueira; Concepções de Criança, Infantil e Educação de


professores da Educação Infantil. Campo Grande: Universidade Católica Dom Bosco,
2012.

BRITES, Luciana. Brincar é fundamental. São Paulo: Editora Gente, 2020.

FREITAS,M.R.L.; PINTO, R.O.; FERRONATO, Raquel Franco. Psicologia da


educação e da aprendizagem. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A.,
2016.

BIANCHINI, L. G.B.; ARRUDA, R. B.; GOMES, Ligiane Raimundo. Ludicidade e


Educação. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015.

BRASIL. Lei 8.069. Brasília: Presidência da República, cap.II, art. 16, 1990.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.

ALBUQUERQUE, G.F.O.; ALMEIDA, I.N.S.; CARVALHO, V.D.R.; A concepção do


brincar na Base Nacional Comum Curricular. Revista Multidebates, v.4, n.2; Palmas,
junho de 2020.

SILVA, J. A.; ALMEIDA, R. F. L. A ludicidade na educação infantil: uma ação


pedagógica. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, 2016.

Você também pode gostar