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PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL 1
Psicopedagogia Institucional
Introdução
Com o tempo, ficou evidente que o tratamento dos sintomas era insuficiente para
alcançar o êxito escolar. A Psicopedagogia estabeleceu então como objeto o
processo de aprendizagem e, como objetivo, remediar ou refazer esse processo
em todos os seus aspectos. Foi dessa forma que a Psicopedagogia passou a ser
percebida como saber independente, com seus próprios instrumentos corretivos
e profiláticos. Mas se a Psicopedagogia tem como objeto de estudo o processo
de aprendizagem – processo de construção do conhecimento –, esse processo
está ancorado, de alguma forma, no sujeito.
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Psicopedagogia e Instituição
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pelas relações que estabelece com outros sujeitos. O ser cognoscente é
determinado pelas relações que estabelece com outros sujeitos.
Ele é o objeto de estudo da Psicopedagogia.
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A Organização é a base concreta da sociedade, representando o aparato que
reproduz o quadro de instituições no cotidiano da sociedade. Ela é o polo prático
das instituições.
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seus familiares, demanda conhecimento sobre a história da loucura e sobre as
políticas e legislação em saúde mental. De forma semelhante, a atuação junto a
centros de referência no tratamento do HIV ou da tuberculose, por exemplo,
requer compreensão não só das políticas públicas relacionadas a essas questões
mas também do sofrimento psicológico, social e físico de cada uma delas.
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O Diagnóstico Institucional
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Um diagnóstico psicopedagógico bem elaborado reúne dados que sustentam uma
intervenção de qualidade, situando a aprendizagem em seu contexto,
considerando:
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posturas teóricas e ideológicas que vão definir nossa visão de mundo, de
homem, de educação e de aprendizagem. Somente com concepções
teóricas bem sustentadas é possível pensar em intervir no contexto
institucional, buscando modificações nesse sistema;
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É de extrema relevância que ele tenha clareza do seu papel na instituição, das
suas atribuições e responsabilidades, além das fragilidades que cercam qualquer
atividade interventiva junto a pessoas e sistemas. As possibilidades de insucesso
são reais. O psicopedagogo, ciente disto, é capaz de recomeçar, renovar
caminhos, mudar estratégias e retomar seu trabalho após tentativas infrutíferas.
Além de saber lidar com possíveis situações de fracasso de suas ações, esse
profissional não pode esquecer que ele é parte do sistema e, muitas vezes,
também é parte do problema de aprendizagem enfrentado pelos sujeitos. Essa
postura crítica e avaliativa da própria prática por parte do psicopedagogo é
indispensável para que haja chances de êxito em suas intervenções.
Tomemos como exemplo uma empresa. Um dos desafios das novas empresas
globalizadas é compreender o processo de desenvolvimento intelectual e
profissional dos colaboradores, pois utilizam-se dos conhecimentos dos
empregados para criar um ambiente completo que garanta o sucesso da
organização. As organizações estabelecem o vínculo entre o processo de ensino
e aprendizagem de seus colaboradores, formando sujeitos que constroem
conhecimentos a partir da realidade das empresas nas quais estão inseridos,
utilizando-se dessa realidade prática para a resolução de problemas do cotidiano
das instituições. Após um diagnóstico psicopedagógico institucional, que verifica
qual o problema nodal no estabelecimento de vínculos positivos entre os
colaboradores, o psicopedagogo poderá intervir nos fatores que prejudicam o
bom andamento ou funcionamento na dinâmica grupal dessa organização,
adequando o conteúdo do planejamento da ação pedagógica bem como o
planejamento de ações que melhorem as relações humanas que se estabelecem
nesse ambiente.
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Métodos, Instrumentos e Técnicas da Psicopedagogia na Instituição
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iniciais. O psicopedagogo se coloca diante da questão fundamental de ter de lidar
com ambos os objetivos da instituição e os seus próprios. Seu trabalho é
essencialmente preventivo: como ele é uma presença no dia a dia daquele local,
o psicopedagogo vai lidar com as relações humanas nesse cotidiano. O prazo não
está, a princípio, definido.
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dela que ele conhecerá a dinâmica institucional, como ela interage com seus
membros e como seus membros a influenciam.
Ele pode iniciar seus trabalhos de investigação com vistas ao conhecimento das
questões objetivas e subjetivas relacionadas ao seu papel, utilizando-se de
técnicas de entrevistas. São utilizadas entrevistas individuais com gestores e
colaboradores, além de entrevistas coletivas com membros de um setor, por
exemplo. O planejamento das entrevistas dependerá de cada instituição e de
seus membros.
A entrevista deve ser planejada e sistematizada para ser eficaz e eficiente. É uma
conversação dirigida a um propósito definido de avaliação. Pode-se dizer que é
um tipo de comunicação entre um pesquisador que pretende colher informações
sobre fenômenos e os indivíduos que detêm essas informações e podem emiti-
las. As informações colhidas são indicadores de variáveis que se pretende
estudar, analisar. Possuem objetivos bem definidos e estratégia de trabalho.
Sugerimos uma entrevista mista, semiestruturada. Ou seja, o profissional
perguntará sobre uma série de informações pré-estabelecidas, objetivas
(entrevista estruturada), e então seguirá à entrevista não estruturada, em que o
entrevistado escolhe por onde vai começar a falar. Aqui as perguntas são de
caráter geral, com o objetivo de melhorar a qualidade e a quantidade das
informações colhidas. É importante utilizarmos local adequado, sem intervenções
de terceiros, e também que o objetivo da entrevista seja explicado aos que estão
sendo entrevistados.
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situações flexíveis que permitam questionamentos, favorecendo o debate, o
diálogo, numa lógica dialética. O grupo, através da realização de uma tarefa, irá
passar do ponto "dilemático" para o ponto "dialético".
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O trabalho individualizado não é esperado na instituição. Isso não quer dizer que
não seja possível a avaliação de algum problema específico de aprendizagem de
um indivíduo ou grupo. Se houver, porém, a necessidade de um atendimento
clínico, ele será encaminhado para um profissional fora da instituição.
O Psicopedagogo na Escola
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Quando discutimos o currículo, estamos definindo quais disciplinas serão
contempladas e quais não serão, além de qual peso será dado a cada área de
conhecimento. Isso sempre irá refletir a interpretação que damos daquilo que a
sociedade realmente valoriza. O diálogo sociedade-escola tem início na
composição do currículo. É através da importância relativa que o currículo dá a
algumas disciplinas que a sociedade "encomenda" mais ou menos profissionais
de cada área.
2) Avaliação da aprendizagem
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o suficiente a fim de "ganhar" as notas necessárias para alcançar a aprovação –
excluindo completamente a ideia do desenvolvimento pessoal e intelectual.
3) Fracasso escolar
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Mas como é possível fazer com que o aluno aprenda apesar de todas essas
questões e dificuldades? A resposta não é simples, mas sabe-se que, para
aprender, é preciso desejo. Se a escola tiver sentido na vida do aluno, se ele
acreditar que pode aprender, se ele perceber que pode mudar sua história de
vida através do estudo, o processo de aprendizagem contará com o desejo que
é a chave não só para o interesse, mas também para a superação das dificuldades
e barreiras.
4) Conselho de classe
5) Reuniões de pais
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Reuniões devem incluir momentos informativos, mas também formativos, ou
seja, de construção de saberes. É desejável também que os pais possam ver o
resultado de algumas atividades desenvolvidas por seus filhos.
6) Inclusão
Mas incluir é mais do que apenas integrar. Enquanto integração trata de apenas
abrir vagas para alunos portadores de deficiência, a inclusão requer, por conceito,
a adaptação. Essa adaptação poderá ser em pequena ou grande escala, porém
sua ideia é criar meios para receber o aluno e facilitar sua aprendizagem. Um
aluno só estará realmente incluído quando estiver experimentando situações de
aprendizagem para além da socialização. Socialização pura e simples não é
inclusão de fato. Assim, o processo de inclusão envolve a família, que terá
participação como coautora da inclusão, e a formação continuada dos
professores para que possam compreender novos caminhos de aprendizagem de
seus alunos especiais.
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A criação de oportunidades de aprendizado para os docentes é uma ação objetiva
que não deve se limitar ao local de trabalho. Leituras de livros ou periódicos são
recursos que podem se unir à participação em cursos ou pesquisas promovidas
por instituições externas. O psicopedagogo mediará esse processo tanto através
do incentivo à participação quanto pela avaliação dos temas trazidos, além de
eventual divulgação interna dos mesmos.
Continuaremos nesta aula abordando esses temas que, apesar de serem centrais,
não esgotam o papel do psicopedagogo na organização de trabalho.
1) Visão estratégica
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a organização elegeu como estratégicos, além das ações a serem desenvolvidas
e os condicionantes para que sejam alcançados.
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A transmissão de informações e o aprendizado de técnicas, métodos e boas
práticas de execução de atividades operacionais são também um processo de
missão crítica para as organizações de trabalho.
Liderança
”A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas pessoas são
pensadoras. Outras, profetas. Os dois papéis são importantes e muito
necessários. Mas, sem seguidores, não podem existir líderes.”
(Peter Drucker)
Liderança é:
Condução de uma ou mais pessoas;
Habilidade de motivar e influenciar;
Atuação ética e positiva;
Formação de equipe a partir de grupo;
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Capacidade de gerar resultados;
O gerente é um profissional encarregado de um processo;
Recursos de diversos tipos;
Metas em várias dimensões;
Caráter administrativo;
Contexto da organização.
Liderança não é um dom e pode ser desenvolvida. Não é preciso nascer com
certas habilidades para se tornar um gestor bem-sucedido. Assim sendo,
precisamos aprender certas habilidades. E aprendizagem é um assunto que está
diretamente relacionado à psicopedagogia.
3) Pesquisa e desenvolvimento
4) Recrutamento e seleção
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O psicopedagogo colabora com o profissional de gestão de pessoas, assumindo
papel de avaliador e líder nos processos de aprendizagem com projetos,
melhorando a qualidade do recrutamento e seleção, organização e levantamento
do diagnóstico, listando perfis específicos e podendo estabelecer um princípio
didático aos treinamentos.
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pediatras e neurologistas, entre outros. Esse tipo de atuação é bastante
semelhante à atuação em psicopedagogia clínica, utilizando os mesmos métodos
e técnicas.
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internação hospitalar. A classe hospitalar é uma alternativa de atendimento
educacional especializado, sendo ministrado a alunos com necessidades
educacionais especiais temporárias ou permanentes em razão de tratamento de
saúde que implique prolongada internação hospitalar e impossibilite-os de
frequentar a escola.
Não há uma idade que possa definir exatamente quando o ser humano começa
a depender de cuidados especiais, pois o envelhecimento e os sintomas que
aparecem com a idade vão variar de acordo com uma série de fatores, como
estilo de vida, ambiente onde o sujeito está inserido, sua carga genética,
pressões emocionais, condições socioeconômicas, doenças crônicas, perfil de
trabalho, entre outros aspectos. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), a velhice se inicia aos 60 anos. Mas contamos que a idade cronológica é
a que tem como base a data de nascimento, enquanto a idade biológica tem a
ver com o metabolismo e é demonstrada pelo organismo, podendo, inclusive, ser
aferida quando comparada a valores normativos estipulados pela média obtida
em outras pessoas. E temos também a idade psicológica, que pode ser percebida
por outros aspectos ligados a cognição e administração emocional. Assim, esse
perfil de idade tem ligação com a maturação mental e como a pessoa internalizou
a soma de experiências já vividas. É necessário levar em conta também que,
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muitas vezes, as idades biológica e psicológica não coincidem necessariamente
com a cronológica.
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Não basta a dedicação externa aos cuidados externos e o conhecimento das suas
necessidades básicas se seus sentimentos e significados de valores não forem
respeitados.
Atividades possíveis:
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Referências
ACAMPORA, B. Psicopedagogia Hospitalar: diagnóstico e intervenção, Rio de
Janeiro, Wak Editores, 2015.
FAGALI, Eloisa Quadros; VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia Institucional
Aplicada, Rio de Janeiro, Vozes, 2002.
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SOUZA NETO, João Clemente e ANDRADE, Márcia Siqueira. Análise
Institucional: diferentes perspectivas da aprendizagem, São Paulo, Expressão
e Artes, 2007.
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