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ATIVIDADE DE DISCENTE NO CURSO DE LICENCIATURA- UFPE

(Refere-se a resenha solicitada para compor nota da disciplina)

IDENTIFICAÇÃO

Docente: Karina Falcone de Azevedo

Discente: Maria Gabrielly Jatobá de Melo

Linguística 3

UFPE - 2021.1

Marcuschi, Luiz Antônio, 1946 – Produção textual, análise de gêneros e compreensão –


São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

O autor do livro “Produção textual, análise de gêneros e compreensão”, o linguista


brasileiro Luiz Antônio Marcuschi se graduou na Philosophisches Seminar
Departamento de Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
em 1968 e o seu material é usado como poderoso referencial teórico na disciplina e
curso de linguística no seu nível periódico 3 na graduação em Letras da Universidade
Federal de Pernambuco. Marcuschi também fez doutorado em Letras pela Universitat
Erlangen-Nurnberg (Friedrich-Alexander) em 1976, além do pós-doutorado que
realizou na Universitat Freiburg (Albert-Ludwings) em 1988.
A linguagem usada pelo autor é em boa dose formal, pois apesar disso, se faz ser
facilmente compreendido com a forma como aborda todo o conteúdo. A estruturação e
divisão de tópicos na sua elaboração também mantém uma boa organização nos
subcapítulos focados nos gêneros textuais.
Segundo Marcuschi, o gênero textual é uma entidade do discurso social e uma forma de
comportamento social inevitável em qualquer situação de comunicação.
Na antiguidade, antes do surgimento da escrita do alfabeto no século XVIII. VII AC, o
número é limitado. Após a invenção das palavras, o gênero se multiplicou de uma forma
difícil de medir.
Existem gêneros de escrita e gêneros orais.
Quando consideramos os gêneros textuais, devemos caracterizá-los mais em termos de
suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que suas características
lingüísticas e estruturais.
Considerando a função de comunicação, é importante considerar os suportes técnicos de
comunicação, como rádio, televisão, jornais, revistas e internet, pois esses canais de
comunicação podem disseminar gêneros que às vezes se confundem com outros
gêneros.
A tecnologia conduz ao surgimento de formas inovadoras, mas não é absolutamente
nova. Podemos tomar uma conversa telefônica como exemplo, todas as suas
características são diferentes de uma conversa cara a cara com o locutor.
Marcurschi também destacou que embora o gênero textual não seja caracterizado ou
definido por aspectos formais (sejam estruturais ou lingüísticos), mas sim por aspectos
de comunicação social e funcionais, isso não significa que ignoremos os aspectos
formais. Porque em muitos casos, a forma determina o gênero e, em muitos outros
casos, é a função. No entanto, também existem situações em que o próprio suporte ou o
ambiente em que o texto aparece determina o gênero atual. Por exemplo, podemos citar
um texto que aparece em uma revista científica para formar um gênero denominado
"Artigo de Ciência"; agora, vamos imaginar que o mesmo artigo seja publicado em um
jornal diário, e então será um "Artigo de Ciência" ".
É impossível se comunicar verbalmente, exceto para certos gêneros, assim como é
impossível se comunicar verbalmente, exceto para certos textos. A maioria dos autores
adota essa forma de pensar: trata a linguagem em termos de discurso e expressão, ao
invés de particularidade formal. Essa visão segue o conceito de linguagem como uma
atividade social, histórica e cognitiva. Enfatiza a funcionalidade e interatividade da
forma e estrutura da linguagem, não é considerado um espelho da realidade, nem uma
ferramenta para enunciar fatos. Nesse caso, a linguagem é vista como uma forma de
comportamento social e histórico. A hipótese da linguagem de interação social. É nesse
contexto que os gêneros textuais se constituem como atos discursivos sociais que agem
sobre o mundo e falam o mundo, constituindo o mundo de uma determinada maneira.
Precisamos saber como distinguir entre gênero e tipo de texto.
Usamos a expressão tipo de texto para especificar uma estrutura teórica definida por
suas propriedades linguísticas (léxico, aspecto sintático, tempo verbal, relacionamento
lógico). De modo geral, os tipos de texto abrangem cerca de seis categorias, chamadas:
narração, argumentação, elaboração, descrição, comando e diálogo.
Utilizamos o termo gênero textual como um conceito deliberadamente vago para nos
referirmos aos textos materializados que encontramos em nosso cotidiano, que
apresentam as características da comunicação social definidas pelo conteúdo,
características funcionais, estilo e composição de recursos. Se houver apenas seis tipos
de texto, haverá incontáveis gêneros. Por exemplo: telefonemas, sermões, cartas
comerciais, cartas pessoais, romances, notas, notícias, palestras, reuniões em
apartamentos, horóscopos, pacotes de medicamentos, outdoors, comentários, piadas,
conversas por computador, etc.
O domínio discursivo se refere ao campo da produção de discurso ou de exercício
humano e são apresentados como discurso jurídico, religioso, jornalístico, etc. Tudo
isso, ainda que não se tratem de textos e discursos, de fato, favorecem a abertura de
espaço para os discursos mais específicos. Marcuschi aborda as noções desse domínio,
pensando também no tipo textual e gênero. Mas em determinado momento, ele observa:
“Não devemos imaginar que a distinção entre gênero e tipo textual forma uma visão
dicotômica, pois eles são dois aspectos constitutivos do fundamento da língua em
situações comunicativas da vida diária” (página 156, MARCUSCHI).
O estudo dos gêneros é algo que vem acontecendo desde Platão e Aristóteles e
Marcuschi menciona isso: “A expressão “gênero” esteve, na tradição ocidental,
especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão para firmar
com Aristóteles, passando por Horácio e Quintiliano, pela Idade Média, o Renascimento
e a Modernidade, até os primórdios do século XX.” (página 147, MARCUSCHI).

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