Você está na página 1de 2

Resenha

• Da fala para a escrita: atividades de retextualização

Na obra apresentada o autor apresenta e discute a questão entre as principais


diferenças e semelhanças entre a modalidade da língua escrita e falada, assim
como o letramento e oralidade. Embora um tema muito discutido, proposta e
reflexões tiveram sido feitas a clara falta de metodologias claras para os
professores da área tem sido frequente. Nesse meio é que estamos falando do
livro em questão que no caso é dividido em duas partes, Marcuschi o autor nos
mostra inúmeras considerações sobre o uso da oralidade e da escrita nas nossas
práticas da vida nossa sociedade e propõe que língua e texto não instituições
estagnadas e nem separadas entre si, mas que se apresentam e formam um
importante conjunto integrado de práticas sociais e culturais.
De acordo com oque é explicado entendemos que as línguas se fundam em seu
uso, isto é, não são as regras nem a morfologia linguística que forjam os usos e
as variações de determinada língua, mas as formas que se adéquam ao uso da
mesma. Neste sentido, o autor trata de nos alerta e mostrar a pouca importância
existente no fato da faculdade da linguagem ser ou não um fenômeno inato e
universal, mas que a importância existe é no uso social que fazemos desta
capacidade, assim como na inserção cultural, humanizadora e socializadora
presente nos usos da língua.
Este fazer e esta utilização (da língua) são o ponto central do estudo abordado
no livro: os usos e as práticas sociais da língua em suas formas escrita e oral e
a intercambialidade que existe entre elas. O autor discorre então acerca da ideia
de que oralidade e escrita são práticas e usos da língua que apresentam
características próprias, mas que não são opostos nem dicotômicos entre si.
Ambos permitem a construção de textos coesos e coerentes, bem como a
elaboração e a exposição de ideias e sentimentos e que a suposta concepção
da supremacia da escrita sobre a fala não passa de um dito assim mito.
Marcuschi admite a importância da escrita nos tempos e nas sociedades atuais,
mas segundo ele não se deve ter para com a escrita qualquer espécie de
supervalorização ou conceito de superioridade. A distinção real que se deve ter
é a da oralidade enquanto prática social interativa para fins comunicativos
realizada sob formas sonoras e a caracterização da escrita por sua finalidade
comunicativa realizada de forma gráfica (formas alfabéticas, ideográficas,
iconográficas etc.).
E logo depois o autor nos apresentas os vários campos de visões existentes
acerca da pesquisa em relação à fala e à escrita: a visão imanentista, com sua
perspectiva dicotômica, sendo a fala o lugar do erro e do caos gramatical e a
escrita como o lugar da norma e do bom uso da língua; a visão culturalista, onde
a escrita é vista como um avanço na capacidade cognitiva dos indivíduos e nos
processos do pensamento em relação à língua falada; a visão variacionista, uma
posição intermediária entre as duas anteriores; e, finalmente, a visão
sociointeracionista, da qual o autor faz parte, e que é apresentada e
desenvolvida em todo o decorrer desta obra. Toda a informação é descrição nos
permite decorrer do livro de forma bastante didática, prática e explicativa. Sendo
ela considerada de forma prática uma leitura tanto para professores quanto para
os extensos outros trabalhos que lidam com palavras ou que queiram refletir
sobre um tema ainda atual e questionador.

Você também pode gostar