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Bárbara Caroline Silva Lessa

Resenha Crítica : Da Fala para a Escrita: atividades de retextualizaçãp

REFERÊNCIA
Marcuschi, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
Cortez, São Paulo, 2001.

RESUMO DA OBRA

A obra Da fala para a escrita tem como principal objetivo estabelecer as


relações e diferenças entre a primeira e a segunda, como também inferir
colocações sobre letramento e oralidade.

Escrita por Marcuschi, é dividida em dois capítulos. No primeiro, o autor faz


observações categóricas em relação a prática da oralidade e da escrita no que
diz respeito aos seus usos no dia-a-dia pelas entidades sociais pós modernas,
afirmando que texto e língua são parte integrante do conjunto das experiências
coletivas e culturais, ou seja, para ele as variações linguísticas não são fruto
das metodologias linguísticas, mas sim de adequações de uso.

No segundo capítulo, Marcuschi irá por meio de um estudo trazer á baila as


representações em relação a reedição de textos orais para escritos,
engendrando análises em relação as diferenças entre transcrever, retextualizar,
transcodificar, adaptar e parafrasear, para em seguida mostrar as finalidades
de tais processos e a relação entre o gênero espelho e o que foi mudado.

OPINIÃO CRÍTICA DO ALUNO

Partindo do pressuposto de que não é possível dissociar as relações entre


oralidade e letramento, fala e escrita, a proposta de Marcuschi é que todos
esses processos sejam vistos com uma visão ampla e contextualizada nas
práticas sociais e nos gêneros que classificam os textos.
Mas, qual é o papel dessas práticas na sociedade atual?

É de dinamismo e de usos múltiplos no cotidiano, sendo praticamente


impossível traçar uma relação baseada apenas no código, sendo fruto de uma
ligação direta com o conjunto das práticas sociais. Por isso, na atualidade, é
prevalecente a ideia de que o letramento (processo de aprendizagem social) e
a oralidade são tarefas que se complementam em contextos múltiplos.

Mais do que uma simples mudança de perspectiva, o autor defende uma nova
concepção de língua e texto, vistos como, práticas sociais e que de certa forma
reduz a visão de que a escrita é sinônimo de superioridade e poder e que teria
um valor social maior que o da oralidade, devido ao fato, como citado no texto,
da primeira ser adquirida formalmente por meio do ensino escolar e a segunda
em contextos informais.

Por conseguinte, é necessário se atentar para o fato de que a alfabetização


apesar de necessária não tem papel de privilegio em relação a fala , pois
ambas são de primordial importância para o desenvolvimento social do
indivíduo, já que como diz o autor estamos nos redescobrindo enquanto seres
orais.

Marcuschi esclarece que a língua, em boa medida, reflete a organização da


sociedade e que a tradição filosófica de atribuir à cultura tudo o que não se dá
naturalmente, está estruturalmente difícil de ser mantida, já que o que torna o
ser humano especial. Uma das contribuições do livro é essa: deixar claro que a
língua, independente da modalidade, reflete o contexto e mobilidade social,
sendo dessa forma, categoricamente desnecessário distinguir sociedades entre
letradas e iletradas, tendo em consideração que oralidade e escrita são duas
práticas sociais e não propriedade de uma sociedade ou outra.

Um dos acertos do livro é citar vários autores para exemplificar cada linha de
pensamento, deixando evidente que a língua, seja qual for a sua aplicabilidade,
sempre irá refletir a organização da sociedade.

A conclusão é de que a língua se realiza de forma heterogênea e repleta de


variações e de acordo com o contexto ao qual está inserida, levando-se em
conta fatores que movimentam e modificam as práticas sociais.
Dessa forma, tem-se que a obra é de leitura bastante didática e de fácil
compreensão, tendo importância categórica na formação do estudioso das
letras visto que tanto a modalidade escrita quanto a oral são indispensáveis no
mundo moderno, uma complementando a outra dentro dos contextos sociais.

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