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1 INTRODUÇÃO
A língua, as palavras são quase tudo na vida humana. Contudo, não se deve
pensar que essa realidade sumamente multifacetada que tudo abrange possa
ser objeto apenas de uma ciência – a lingüística – e ser interpretada apenas
por métodos lingüísticos. O objeto da lingüística é apenas o material, apenas o
meio de comunicação discursiva [sic], mas não a própria comunicação
discursiva, não o enunciado de verdade, nem as ações entre eles (dialógicas),
nem as formas da comunicação, nem os gêneros do discurso. (BAKHTIN,
2003b, p. 324).
Sabemos que a linguagem é importante, por tudo o que fazemos é regido por
ela, desde um simples gesto, conversa informal, formal etc. Também é sabida
de sua forma multifacetada, e, por isso mesmo sua compreensão somente se
efetua no enunciado. O enunciado reflete a verdadeira condição de uso, como:
conteúdo, estilo e sua construção composicional. Nele podemos perceber o
que realmente o falante quer expressar. Nele podemos perceber o que
realmente o falante quer expressar. Esses três elementos citados são
inseparáveis do enunciado.
A respeito dos gêneros do discurso, o autor diz que todo enunciado, seja oral,
escrito, seja primário, secundário, ou qualquer campo da comunicação
discursiva é individual, e por esse motivo reflete a individualidade do autor, ou
seja, notamos o estilo individual do autor em seu enunciado.
É certo que nem todo enunciado é permitido o estilo individual do autor, Bakhtin
diz que na grande maioria dos enunciados essa individualidade não é
permitida, que o estilo é um componente muito importante, porque integra a
unidade de gêneros do enunciado como seu elemento.
Então, para Bakhtin:
5 CONCLUSÃO
Na visão bakhtiniana, o discurso está sempre voltado para seu objeto(tema)
que já traz no bojo de outros falantes.Em conseqüência,o discurso é sempre
levado dialogicamente ao discurso do outro, repleto de entonações, conotações
e juízos valorativos. Assimila o outro discurso, refuta-o, funde-se co ele,e,
assim, acaba por constituir-se enquanto discurso.Enfim, o discurso forma-se a
partir ralações dialógicas com outros discursos,que influenciam o seu aspecto
estilístico.
Bakhtin ressalva que o discurso é “diálogo vivo”, por isso, está sempre voltado
ara réplica, para a resposta que ainda não foi dita,mas que é provocada
e,consequentemente, passa a ser esperada. Na atualidade, adotar a unidade
discurso como objeto de estudo é compreender a amplitude do domínio da
linguagem. É compreender o jogo interacional e ideológico no qual as
manifestações lingüísticas ocorrem, bem como as regulações de poder e saber
às quais estão submetidas.
Mikhail Bakhtin
Mikhail Bakhtin dedicou a vida à definição de noções, conceitos e categorias de
análise da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos, filosóficos,
científicos e institucionais. Em sua trajetória, notável pelo volume de textos,
ensaios e livros redigidos, esse filósofo russo não esteve sozinho. Foi um dos
mais destacados pensadores de uma rede de profissionais preocupados com
as formas de estudar linguagem, literatura e arte, que incluía o linguista
Valentin Voloshinov (1895-1936) e o teórico literário Pavel Medvedev (1891-
1938).
Um dos aspectos mais inovadores da produção do Círculo de Bakhtin, como
ficou conhecido o grupo, foi enxergar a linguagem como um constante
processo de interação mediado pelo diálogo – e não apenas como um sistema
autônomo. “A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não
conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos
enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva
com as pessoas que nos rodeiam”, escreveu o filósofo.