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Organização social das comunidades de Caçadores e Recolectores

Curso:
Disciplina: História das Sociedades
Ano de frequência:

Abril, 2023
Organização social das comunidades de Caçadores e Recolectores

Abril, 2023
Índice

1.Introdução .................................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos ................................................................................................................................ 4

1.1.2. Geral ...................................................................................................................................... 4

1.1.3. Específicos ............................................................................................................................ 4

1.2. Metodologia ............................................................................................................................. 4

2. Organização social das comunidades de Caçadores e Recolectores ........................................... 5

2.1. Características das comunidades de caçadores e recolectores ................................................. 7

3. Conclusão.................................................................................................................................... 9

4. Referencias Bibliográficas ........................................................................................................ 10


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1. Introdução

Desde antiguidade, que o homem para poder viver em sociedade com os seus
semelhantes, teve que se organizar em grupos de diferentes dimensões, que servem para
responder a diversas situações tais como a realização de tarefas e bem como garantir a
reprodução biológica e social da humanidade; e deste modo garantir a perpetuação da espécie
humana. Mas, esse processo não ocorreu de forma linear, sofreu algumas metamorfoses.
Portanto, é nesse contexto que o presente trabalho pretende debruçar-se sobre as comunidades
primitivas de caçadores e recolectores.

Estruturalmente, o trabalho está dividido em três fases, a saber: Introdução- onde se faz
uma prévia apresentação do conteúdo a ser desenvolvido e os objectivos que contemplam o
trabalho; Desenvolvimento- é nesta etapa onde foi trabalhado o conteúdo com base em diversas
literaturas que abordam em relação ao tema e; Conclusão- de forma sintética foi apresentada as
principais conclusões tiradas com base na análise do conteúdo.
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1.1. Objectivos

1.1.2. Geral

 Compreender a vida das comunidades de caçadores e recolectores;

1.1.3. Específicos

 Descrever a vida das comunidades de caçadores e recolectores;

 Caracterizar a vida das comunidades de caçadores e recolectores

1.2. Metodologia

A metodologia usada para a realização deste trabalho é a revisão bibliográfica, isto


porque, baseou-se nas referências bibliográficas, leitura do módulo e vários compêndios pela
internet para conhecer e analisar o tema em referencia. Segundo Gil (2002, p.44), a pesquisa
bibliográfica “ [...] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”.
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2. Organização social das comunidades de Caçadores e Recolectores

A Comunidades de Caçadores-Recolectores é aquela que viveu durante o período de


paleolítico a primeira e a mais longa divisão da pré-história: é a época da pedra antiga, ou seja,
da pedra lascada (UCM, s.d, p.51).

Segundo Adamowicz (1983), as comunidades de caçadores e recolectores foram as


primeiras a aprender a viver com a natureza: entenderam os seus ciclos, do que devia ter medo e
como poderia resolver os seus problemas.

De acordo com Lee e Devore (1968), os caçadores- -recolectores vivem em bandos, ou


seja, pequenos grupos com cerca de 25 a 50 pessoas. O seu modo de subsistência baseia-se na
caça e na recolecção de produtos selvagens, sendo esta última actividade mais importante do que
a primeira. Ciclicamente, e de acordo com os ritmos sazonais, movimentam-se dentro de um
vasto território de exploração onde vão construindo acampamentos constituídos, em média, por 6
a 8 cabanas.

Para Dias (1948), as comunidades de caçadores e recolectores viviam em pequenos


grupos de 20 a 30 pessoas em cavernas ou outros abrigos naturais ou em cabanas construídas
com materiais que não resistiram ao tempo.

Num outro desenvolvimento, Dias (1948), argumenta que, “estes povos viviam
totalmente dependentes da Natureza. Para se alimentarem, caçavam animais, pescavam ou
colhiam o que a Natureza, espontaneamente produzia: frutos, sementes, raízes, folhas. Os
alimentos e outros bens adquiridos destinam-se ao consumo ou utilização imediatos, sendo
repartidos igualmente pelos membros da comunidade ou entre comunidades”. Neste sentido, eles
praticavam uma economia recolectora (UCM, s.d, p.52)

Assim, quando acabavam os alimentos na região que habitavam, mudavam-se para outro
local. Como não sabiam cultivar os campos, estes homens primitivos eram obrigados a deslocar-
se à procura de alimentos, por essa razão eram consideradas nómadas.

Conforme UCM (s.d, p.52), as deslocações das comunidades primitivas faziam-se dentro
de uma determinada área territorial e não eram tão frequentes como se possa pensar. Essas
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deslocações frequentes determinavam também que os grupos não se fizessem acompanhar por
muitos objectos. Para sobreviver em condições tão adversas, a espécie humana teve que fazer um
maravilhoso esforço de adaptação. Sobreviver significava (alimentar-se, proteger-se do frio e
defender-se dos animais).

Para se proteger as comunidades primitivas abrigavam-se em grutas e cavernas, ou em


tendas ou dormiam ao ar livre. Vestiam-se com folhas de árvores e peles de animais que cosiam
com agulhas de osso (Dias, 1948). Na mesma perspetiva, UCM (s.d, p.52), avança que, nos
períodos mais quentes, o homem vivia no ar livre em cabanas feitas com ramos entrançados. Nas
épocas mais frias disputava com as feras nas grutas ou nas cavernas e cobria-se com as peles dos
animais que caçava.

Segundo Lee e Devore (1968), nestas sociedades não existia qualquer autoridade política
ou de chefia com poderes cristalizados e permanentes. De facto, as decisões importantes eram de
um modo geral, tomadas democraticamente em reuniões onde participam homens e mulheres. As
opiniões dos mais velhos ou de certos núcleos familiares podem, contudo, ter um maior peso
face a determinadas deliberações. O trabalho era colectivo, dividido em sexo e idade, e o produto
era partilhado por igual.

Nas actividades diárias, nomeadamente na caça, existem "lideres" apenas com uma
função coordenadora e orientadora, os quais se diluem imediatamente após a conclusão das
referidas tarefas. Tal função é-lhes atribuída geralmente pelo facto de serem os indivíduos mais
experientes (idem). As tarefas eram partilhadas, cada grupo constituía um clã, ou seja, um
agregado social, ligado por laços de parentesco (UCM, s.d. p.53).

Para desenvolver as suas actividades, fabricava utensílios de pedra (como seixos talhados,
bifaces ou pontas de seta), osso (como arpões) e de madeira.

A comunidade de caçadores recolectores descobriu o fogo, bem como a forma de


controlar. Esta descoberta foi muito importante, uma vez que foi possível ao Homem cozinhar os
seus alimentos, aquecer-se quando tinha frio, iluminar os locais onde vivia, tornar as suas pontas
de seta mais duras e, por isso, mais eficazes ou espantar os animais ferozes (Rodrigues, 1992).
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A utilização do fogo provocou alterações físicas, demográficas e sociais na vida das


primeiras comunidades. O convívio à volta da fogueira terá proporcionado um forte sentimento
de união entre os elementos do grupo, contribuindo para a organização social e para o
desenvolvimento da própria linguagem (UCM, s.d, p.52).

Segundo Rodrigues (1992), as comunidades de caçadores e recolectores foram os


primeiros a desenvolver uma linguagem para comunicar entre si. Os caçadores e recolectores
eram também artistas: fazia gravuras e pinturas de animais ou de cenas de caça nas paredes das
grutas ou em rochas ao ar livre. A esta arte, que era também uma forma de comunicação,
chamamos arte rupestre.

2.1. Características das comunidades de caçadores e recolectores

Partindo do pressuposto da descrição da vida social das comunidades de caçadores e


recolectores é possível perceber que essa caracterizava-se:

 Economia recolectora;
 Sem organização social claramente definida, pois as suas relações eram de certa forma
curtas e descontínuas;
 Fraca relação de parentesco;
 Comunidades designadas paleolíticas, isto é, comunidades que ainda viviam a idade de
pedra (predomínio da técnica lítica);
 Organização social baseada em bandos;
 Fraco nível de desenvolvimento das forças produtivas, ou por outra, fraco conhecimento
da natureza e consequentemente grande dependência em relação a ela;
 Uso de instrumentos rudimentares (ossos, pedras, paus, fibra e marfim);
 Imediatismo na produção e consumo;
 Prática de arte de pintura rupestre;
 Eram nómadas, facto que condicionou a existência de fracos laços de parentesco, isto é, a
constante deslocação a procura de melhores condições de vida originava uma
instabilidade permanente e consequentemente inexistência de fortes laços de parentesco;
 Sem exploração do Homem pelo Homem e consequentemente sem estado;
 Divisão do produto final por igual – não existia classes socias;
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 Divisão do trabalho por sexo e idade.


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3. Conclusão

Conclui-se que as comunidades de caçadores e recolectores praticavam a economia


recolectora. Visto que, não produzia os alimentos de que necessitava. Limitava-se a apanhar (ou
colher) os que a natureza lhe oferecia; Quando os locais o permitiam, dedicavam-se também a
pesca e a apanha de mariscos. Este género de vida exigia um apurado conhecimento da evolução
das plantas e do comportamento dos animais, dos pontos de água que frequentavam, dos
caminhos que a eles conduziam. Assim sendo, a prática de uma economia recolectora e ainda as
condições de modificações de clima o homem do paleolítico era obrigado a deslocar-se de região
para região a procura de alimentos: por isso se diz que era nómada.
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4. Referencias Bibliográficas

1.Adamowicz, L. e Jonsson, L. (1983). Caimane Report. Departamento de Arqueologia e


Antropologia. UEM.

2.Dias, S. E. M., (1992). Novas Perspetivas sobre sociedades de caçadores- Recolectores.


Portugal.

3.Lee, R.; Devore, L. (1968). "Problems in the Study of Hunters and Gatherers", R. Lee and L.
Devore (Ed.), Man The Hunther, NY, Aldine.

4.UCM (s,d). Modulo: História das Sociedades. Universidade Católica de Moçambique. Beira,
Moçambique.

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