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2.O surgimento da Geografia como ciência .............................. Erro! Marcador não definido.
2.2. O surgimento da Geografia como ciência .......................... Erro! Marcador não definido.
2.2.1.Geografa na Antiguidade (dos gregos até ao séc V) ........ Erro! Marcador não definido.
2.2.2.Geografa na Idade Média (do séc. V ao XIV) .................. Erro! Marcador não definido.
2.2.3.Geografa na Idade Moderna ate a Idade Contemporânea. Erro! Marcador não definido.
Para se compreender a Geografa hoje como ciência é preciso saber um pouco de sua
história, desde o início da ocupação humana na Terra. É fato que a ciência geográfica data do
final do século XIX, porém antes da institucionalização da ciência existia (e sempre existiu) o
conhecimento geográfico, dotado de métodos e princípios que à caracterizam como ciência.
Foram justamente esses conhecimentos geográficos acumulados por séculos que permitiram o
surgimento da nossa ciência. Se admitirmos que a Geografa estuda as diversas relações existentes
entre o homem e a natureza, e que, desde os primórdios os homens sempre se relacionaram com a
natureza, somos obrigados a reconhecer que a Geografa existe desde a Antiguidade.
Geral
Específicos
1.2. Metodologia
Antes de tudo importa clarificar o significado do conceito geografia, por ser subjacente a
esse mesmo estudo.
Etimologicamente a palavra geografia vem do grego, onde: Geo (Terra) + grafia (descrição).
Portanto, geografia significa descrição da Terra.
São varos os conceitos de geografa, porem nas linhas abaixo estão descritos alguns de
acordo com alguns autores.
Segundo GOVE, (s/d, p.19) a geografia pode ser definida como sendo a ciência que
localiza, distribui, interpreta, analisa e correlaciona factos e fenómenos físico-naturais e humanos
que ocorrem à superfície da Terra, atendendo as relações causa-efeito ligadas a interacção
natureza-sociedade
A geografia é uma ciência social dinâmica que busca conhecer o nível social, político e
econômico a que o espaço se encontra submetido. É uma ciência que busca explicar o espaço
como resultado da dinâmica socia (CÁTIA, 2016, p.4).
Tomando como base os conceitos apresentados, pode se afirmar que a geografa é uma
ciência que estuda o espaço físico-natural e sua relação com o homem.
A Geografia nasce com os gregos, mesmo dispersa e não se constituindo ainda como uma
ciência e um saber sistematizado. A Geografia que irá se desenvolver será através de estudos
dispersos, relatos de lugares e elaboração de mapas pouco precisos. Estará ligada a Cartografia e
a Astronomia (RODRIGUES, JESUS e SILVA, 2010, p.2).
Com a navegação dos gregos e romanos ao longo da costa com o objectivo de procurar
produtos e matérias-primas ou para estabelecerem trocas comerciais com outros povos, ampliam-
se os conhecimentos geográficos.
Heródoto (482 – 425 a.n.e.) –é considerado “pai da História”. A ele se deve a autoria do
primeiro ensaio de Geografia descritiva do mundo conhecido na época.
Aristóteles (384-322 a.n.e) –considerava que a terra estava situada no centro do mundo –
Teoria Geocêntrica, e reconhecia a esferacidade da terra, ao observar durante os eclipses da lua
que a terra projectava sobre a lua uma sombra que tinha a forma de uma curva.
Conforme RODRIGUES et all, (2010, p.3), esta época foi marcada sob o Modo de
Produção Feudal, com pouco desenvolvimento da geografia, e grande parte de seus estudos
estavam influenciados sob o domínio da Igreja católica.
O modo de produção feudal que surge na Idade Média tinha por base a economia agrária,
de escassa circulação monetária, autossuficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada
privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja (o clero).
Segundo FERREIRA e SIMÕES (1994, p. 45), o fato de ser a Igreja a dar as respostas que
antes eram encontradas através da ciência deve-se não só ao poder que a religião detinha, mas
também ao fato de o imobilismo populacional ter provocado o desaparecimento das viagens e,
com isto, o desconhecimento do mundo real.
De acordo com (RODRIGUES et all, 2010, p.4) adoção dos conhecimentos geográficos
bíblicos tornou-se evidente na cartografia. Utilizam-se mapas circulares romanos, nos quais se
introduziram caracteres teológicos, e não geográficos. Jerusalém, a Cidade Santa, ocupava o
centro do mapa. Também foi esquecido que a terra era esférica e reapareceu o conceito de Terra
plana.
Por outro lado, nesta mesma época enquanto a ciência decaía no mundo ocidental, no
mundo árabe, com o estabelecimento do Império Muçulmano, depois do ano 800 d.C., passou a
verificar um desenvolvimento científico, decorrentes de estudos e viagens que eram feitas pelos
árabes, segundo avançam (FERREIRA; SIMÕES, 1994, p. 47).
Este facto, conforme RODRIGUES (et all, 2010, p.4) permitiu com que nos finais da
Idade Média, as cruzadas, as peregrinações aos lugares santos e o renascimento do comércio entre
a Europa e o Oriente surge-se a curiosidade pelo mundo desconhecido e, portanto, a uma nova
etapa no desenvolvimento da geografia.
Segundo FERREIRA e SIMÕES (1994, p. 51), nos finais da Idade Média, reapareceram
os itinerários de viagens, as obras que descreviam as terras visitadas. De acordo com os autores é
importante destacar nessa fase o papel de Marco Polo, que efetuou uma longa viagem pelo
interior da Ásia até à China, tendo escrito um relato, O Livro das Maravilhas. Porem,
FERREIRA e SIMÕES (1994, p. 51) advertem que não se considerar a sua obra de Marco Polo
como de caráter geográfico, pois nela são descritos muitos pormenores colhidos sobre as regiões
visitadas (lendas, por exemplo). No entanto, no seu livro existe descrições de interesse
geográfico.
RODRIGUES (et all, 2010, p.4) apontam as mudanças das condições sociais, políticas,
econômicas e culturais na Europa do século XV como factores que definiram para a marcação da
idade moderna.
É nesta idade onde foi sistematizada a geografia como ciência. Segundo MORAES (1987,
p. 34), a Geografia como conhecimento autônomo, particular, demandava certo número de
condições históricas, que somente nesta época estarão suficientemente maturadas. Estas
condições, ou melhor, pressupostos históricos da sistematização geográfica objetivam-se no
processo do avanço e domínio das relações capitalistas de produção.
Era necessário que a terra toda fosse conhecida para que fosse pensada de forma unitária
em seu estudo. O conhecimento da dimensão e da forma real dos continentes era base para a ideia
de conjunto terrestre, concepção importante para a reflexão geográfica (MORAES, 1987, p. 34).
A partir desse contexto, segundo MORAES (1987, p.42) surgiu a Geografia como ciência
no século XIX, na Alemanha com os alemães Alexandre Von Humboldt (1769 – 1859) e Karl
Ritter (1779 – 1859). De acordo com MORAES (1987, p.42) é da Alemanha que aparecem os
primeiros institutos e as primeiras cátedras dedicadas a esta disciplina; é de lá que vêm as
primeiras propostas metodológicas e as primeiras correntes de pensamento na Geografia.
Segundo Milton Santos (2002) durante muito tempo, essa ciência era vista como não
possuidora de um objeto de estudo, mas como responsável por sínteses que englobariam
conceitos e objetos de inúmeras outras ciências. Com isso, o desenvolvimento epistemológico da
Geografia encontrou múltiplos obstáculos, devido à pretensão de se fazer sínteses de vários
conceitos e objetos científicos, sem remeter-se aos seus próprios conceitos e ao seu próprio objeto
de estudo.
Mas, com os estudos da Geografia Crítica, que passaram a atentar com maior intensidade
para a relação sociedade-natureza, essa ciência passou a possuir um objeto de estudo definido.
Para MÍLTON SANTOS (2002) e outros autores ou estudiosos da geografa, asseveram que o
espaço geográfico é o objecto de estudo da geografa.
Segundo GOVE (s/d, p.17), o espaço deve ser entendido como espaço social, vivido, em
estreita correlação com a prática social, portanto, não deve ser visto como espaço, absoluto, nem
como um produto da sociedade. Conforme avança LEFÉBVRE (1976, p. 30) o espaço não é nem
ponto de partida (espaço absoluto), nem o ponto de chegada (espaço como produto social).
LEFÉBVRE acrescenta que, o espaço também não é um instrumento político, um campo de
acções de um indivíduo ou grupo, ligado ao processo de reprodução da força de trabalho através
do consumo. Para ele, o espaço, é o locus da reprodução das relações sociais de produção.
Similarmente MÍLTON SANTOS (2002) diz que o espaço é produzido pela sociedade
através da relação com a natureza, mas nesse processo de produção, ela é sujeito e produto, pois
enquanto constrói o espaço ela própria se reconstrói.
A Geografia no seu estudo ou investigação usa vários métodos, sendo os mais destacados
os seguintes:
Este método surge com a própria Geografia e adquire um carácter dominante durante
longos anos. Essa descrição era simples e pura, actualmente continua a ter grande importância,
mas o seu carácter mudou qualitativamente já que não se trata simplesmente de constatar factos
isolados, a descrição conduz a interligação que existe entre os diversos fenómenos e factos,
causa-efeitos desses mesmos fenómenos. (CLAUDINO, 2019, p.13-14)
Este método ocupa um lugar especial na ciência geográfica, pois, permite a localização,
distribuição dos fenómenos e aspectos geográficos. Consiste na representação dos resultados da
investigação geográfica ou em realizar o estudo geográfico mediante mapas, esquemas,
diagramas, etc. O mapa é um elemento indispensável em Geografia, pois é através dele que se
expressam as particularidades na distribuição territorial dos factos. (CLAUDINO, 2019, p.15)
Princípio da extensão- foi enunciado por Friedrich Ratzel (1844-1904), segundo o qual,
ao estudar um dos fatores geográficos ou uma área, deve-se inicialmente procurar
localizá-la e estabelecer seus limites, usando mapas disponíveis e o conhecimento direto
da área.
Princípio da analogia ou Geral- enunciado por Karl Ritter (1779-1859) e Paul Vidal de
La Blache (1845-1918), segundo a qual é preciso comparar o facto ou área estudada com
outros factos ou áreas da superfície terrestre, em busca de semelhanças e diferenças
existentes.
Princípio da causalidade- formulado por Alexander von Humboldt (1769-1859), que diz
respeito à necessidade de explicar o porquê dos factos, ou seja, observados os fatos, se
deverá procurar as causas que os determinaram, estabelecendo relações de causa e efeito.
Princípio da conexidade ou interacção - enunciado por Jean Brunhes (1869-1930), por
meio do qual ele chamava a atenção para o fato de que os fatores físicos e humanos, ao
elaborarem as paisagens, não agiram separada e independentemente, havendo uma
interpenetração na ação dos vários fatores físicos entre si, e ainda dos dois grandes
grupos de fatores. Na elaboração das paisagens, nenhum dos fatores físicos ou humanos
age isoladamente; a ação é sempre feita de forma integrada com outros fatores.
Princípio da actividade- também enunciado por Jean Brunhes, no qual o mestre francês
assinala o caráter dinâmico do fato geográfico, uma vez que o espaço está em constante
reorganização, em constante transformação, graças à ação ininterrupta dos vários fatores.
6. Conclusão
Conclui-se que a geografia enquanto ciência no sentido Moderno surge somente no século
XIX.
CLAUDINO, Guilherme Dos Santos (2019). Método e Geografia. Brasil. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/336254233
LALANDE, A (1999). Vocabulário técnico e crítico da filosofia. 3.ed. São Paulo: Martins
Fontes.
MORAES, A. C. R (1987). Geografia: pequena história crítica. 20. ed. São Paulo: Hucitec.
SANTOS, Milton (2002). Espaço e método. São Paulo
RODRIGUES, A. J.; JESUS, A. S.; SILVA, J. A. B (2010). Uma breve história da formação da
ciência geográfica. (UNIT), Brasil.
1.0. Introdução