Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema do Projecto:
A Reforma Da Educação Em Moçambique E o seu Impacto

Nome e Código do Estudante:


Belinha Alberto Oza
708214727

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Didáctica de Geografia
Ano de Frequência: 2º Ano

MILANGE, SETEMBRO DE 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 1
1.1. Objectivos ..................................................................................................................... 2
1.1.1. Geral .......................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 2

1.2. Metodologia .................................................................................................................. 2


2. A Reforma da Educação em Moçambique e o seu Impacto .................................................... 3
2.1. A Educação Num Contexto de Mudança ...................................................................... 3
2.2. A Escola como centro do processo educativo ............................................................... 4
2.3. A didáctica de Geografia como disciplina científica .................................................... 5
2.4. O triângulo didáctico ..................................................................................................... 6
3. Conclusão ................................................................................................................................. 9
4. Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 10
1. Introdução
O sistema educacional clássico, em sala de aula, pode ser modelizado pela relação entre três
elementos: o professor, o aluno e o conteúdo a ser aprendido. Cada par de relação destes três
elementos implica em acções didáctico pedagógicas diferenciadas e influenciadas pelo contexto
histórico e social ao qual os elementos estão inseridos.

Neste trabalho iremos falar da educação num contexto de mudança, da Escola como centro do
processo educativo e da didáctica de Geografia como disciplina científica. A educação é um
processo assente num sistema de ideias e de práticas cuja finalidade é o desenvolvimento
harmonioso do indivíduo enquanto ser humano e enquanto cidadão, apto para contribuir para o
seu bem-estar, e capaz de contribuir para a felicidade dos que o rodeiam, intervindo e ajudando a
edificar uma sociedade mais próspera, mais justa e mais livre.

O trabalho possui a seguinte estrutura: capa; Folha de Feedback; Folha para recomendações de
melhoria: A ser preenchida pelo tutor; índice; introdução; objectivos; metodologia; análise e
discussão (desenvolvimento); considerações finais (conclusão); e referencias bibliográficas.

1
1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
 Analisar a Reforma da Educação em Moçambique e o seu Impacto.

1.1.2. Específicos
 Explicar a educação no contexto de mudança;
 Destacar o papel da escola no processo educativo;
 Destacar a importância da didáctica de Geografia como disciplina científica.

1.2.Metodologia
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi utilizada a metodologia de pesquisa
bibliográfica, utilizando a abordagem qualitativa, que é uma técnica de pesquisa que utiliza como
base de dados conteúdos materiais já publicados em revistas, livros, artigos e teses, assim como
também materiais disponíveis na internet.

2
2. A Reforma da Educação em Moçambique e o seu Impacto
2.1.A Educação Num Contexto de Mudança
Quando falamos de educação num mundo em mudança, acho que será importante compreender
como a mudança afecta a educação, mas também como a segunda está a (e pode) responder a
essa mudança. Em primeiro lugar será, então, importante situarmo-nos no contexto actual de
mudança: desde a catástrofe climática à pandemia, passando pela instabilidade económica que
vivenciamos desde a crise financeira de 2008 - exacerbada pelas já referidas pandemia e
catástrofe climática a curto/médio prazo - e simultaneamente a contínua luta por direitos civis e
maior igualdade de várias minorias (Lima, 2020).

Neste contexto de instabilidade, surgem várias questões e críticas aos sistemas atuais de poder e
diferentes perspectivas sobre como estes têm de evoluir para responder aos problemas já
referidos. A educação surge desta forma como uma parte destes sistemas, já que a sua simples
disponibilização (ou não) e a quem, representa um factor de discriminação no acesso à
informação, conhecimentos e competências. Nesta única vertente da educação é possível
perspectivar uma variedade de diferentes posições, desde a disponibilização da educação a todos
da forma o mais igualitária possível ou apenas a quem a pode pagar, a disponibilizar educação
apenas àqueles que demonstram maior aptidão (Lima, 2020).

Estes diferentes factores de discriminação/selecção podem surgir em qualquer momento da


educação - por exemplo, a educação básica é disponibilizada de forma igualitária e a educação
secundária em função da aptidão demonstrada. Sendo que qualquer uma destas aplicações
poderia ser realizável, surge a questão de qual a mais adequada, resposta que depende
significativamente da ideologia das forças de decisão sobre a educação (Lima, 2020).

Outra clara demonstração de um sistema em conflito está na implementação de uma nova gestão
pública, que procura a mutação das instituições públicas seguindo o modelo da gestão privada -
partindo da ideia de que a gestão privada é homogénea e admitindo que esta forma de gestão
organizacional é a mais racional, ou seja científica e empiricamente orientada, e por isso a correta
a para qualquer contexto, seja este público ou privado. Esta forma de gestão procura então o
aumento da eficácia e eficiência com o objectivo de maximizar resultados (Lima, 2020).

3
No contexto do ensino básico e secundário isto pode ser verificado em várias situações, sendo a
mais clara a privatização em lato senso como descrita por Lima (2020), que resulta numa
reorganização da cultura das escolas e não numa simples importação de métodos de gestão mais
eficientes. É assim criado um ambiente escolar que se foca especialmente em resultados e na sua
realização da forma mais eficiente, especificamente verificados na significativa valorização dos
testes, tanto internos às escolas como externos, ou seja, uma hipervalorização de resultados
mensuráveis

2.2.A Escola como centro do processo educativo


De acordo com Jemuce (s/d), a escola é o centro do processo educativo, só que, se não tiver
condições e recursos adequados não poderá ser jamais um lugar atraente e motivador de
aprendizagem. Condições e recursos são requisitos necessários, mas não suficientes; há que ter
consciência de que o eventual estágio do ensino em Moçambique, não se deve exclusivamente à
falta de recursos e condições.

Segundo Jemuce (s/d), refere-se que seria excessiva ingenuidade ou pretensiosismo procurar
explicar suavemente esse fenómeno que, sendo de hoje, não é novo, já que as causas são
múltiplas e complexas; por falta de explicação convincente não há também solução óbvia e o que
se pode fazer de mais útil é apresentar propostas e dar sugestões para motivar alunos e
professores de modo a que estes se envolvam com gosto no processo de ensino-aprendizagem.

Essa motivação e a possibilidade de se atingirem os objectivos educativos que se ambicionam


para o processo educativo passam pela capacidade de se alterar de modo significativo os
conteúdos e metodologias de ensino, a formação e aperfeiçoamento dos agentes educativos, a
qualidade e acessibilidade dos manuais escolares, a disponibilidade de materiais de apoio, e, de
forma relevante, a participação (e não apenas envolvimento ou consulta) de forma organizada da
comunidade local nas actividades escolares.

 A escola deve manter-se cada vez mais próxima da realidade na sua organização e
funcionamento. Os agentes educativos (alunos, professores, famílias, comunidade, devem
sentir-se participes do processo, com alto nível de intervenção, desde a formulação do
curriculum até a sua materialização.

4
 A escola deve formar homens com uma atitude crítica e consciente, interveniente,
solidário, e, não estruturada numa perspectiva académica geradora de acentuado grau de
teorização que responde mal aos desafios da vida activa, como tem sido.
 A escola e os outros parceiros educativos devem-se organizar no sentido de poder
responder às adversidades sócio - culturais e económicos dos alunos que a massificarão
do ensino implicou, reproduzindo estratificações culturais, em sentido lato, que, na
prática, cerceiam o direito ao sucesso educativo e à cidadania.
 A escola e a comunidade local devem fomentar a compreensão da complementaridade de
vivências escolares e não escolares e, a compreensão do povo que somos e dos povos e
culturas a que estamos indissoluvelmente ligados, como base indispensável à nossa
afirmação e participação na solução dos problemas e desafios que se perspectivam no
futuro.

Deste modo, é urgente criar uma nova atitude, onde a Escola se localiza numa perspectiva de
Centro Educativo não isolado do exterior, não distante da vida social, mas funcionalmente
interactua-te com o meio e com os outros centros educativos, e livre, solidária e
responsavelmente associada em termos de Territórios Educativos de dimensão variável e não
estáticas. É na modificação do entendimento da escola, da sua reversão, que se joga a verdadeira
reforma da Educação (Jemuce, s/d).

Da reflexão sobre a reforma da educação acima apresentada, se pode concluir que a realização
deste trabalho é de extrema importância na medida que, objectiva servir de mais um instrumento
para a reforma educativa e/ou de ensino da Geografia escolar, tendo em conta os princípios
fundamentais da didáctica de geografia (Jemuce, s/d).

2.3.A didáctica de Geografia como disciplina científica


A didáctica de geografia é uma disciplina científica com leis próprias, métodos, objecto de
estudo, tarefas, objectivos e princípios específicos. Esta, não só se preocupa com o como ensinar,
mas também e principalmente com todo o processo de ensino, isto é, estuda a melhor maneira
possível e científica de transmissão e apropriação de conhecimentos sistematizados, com vista a
optimização duma situação de ensino-aprendizagem por parte dos integrantes no processo. Para

5
Jemuce (s/d), entre a didáctica de geografia e o desenvolvimento de capacidades, habilidades,
hábitos e/ou costumes existe uma relação de dependência e reciprocidade na medida em que:

 A didáctica de geografia procura inculcar nos professores de geografia, a necessidade de


se adoptarem métodos e, meios eficazes criam interesse de aprender sempre mais sobre os
objectos e fenómenos geográficos por parte do aluno.
 A didáctica de geografia ensina como tornar uma aula cada vez mais interessante para o
aluno, a partir do manuseamento constante de meios geográficos como por exemplo: a
leitura e interpretação de mapas, interpretação de tabelas, de gráficos e de diagramas,
esboço cartográfico, comparação de objectos geográficos e análise das relações e
correlações geográficas.
 Finalmente, a didáctica de geografia dá subsídios importantes ao professor de geografia
que lhe permitem usar com autenticidade os princípios, métodos e meios de ensino da
geografia.

A Geografia escolar está relacionada com o saber escolar, e, através do qual o aluno constrói o
seu conhecimento sistematizado (saber do aluno). Porém, o sucesso do processo de ensino –
aprendizagem depende da interacção entre o professor, o aluno e os saberes instituídos, que
constituem os vértices do triângulo didáctico.

2.4.O triângulo didáctico


De acordo com Afonso (2013), o Triângulo Pedagógico é composto por três vértices ou pólos: O
Conhecimento, o Professor e o Aluno. Ele modela esses elementos e determina o ato de ensinar.
O autor também chama o seu sistema de triângulo didáctico. O Ato Pedagógico, é baseado numa
relação triangular:

 O saber;
 O professor;
 Os alunos

Este triângulo, ao funcionar, coloca em relação três processos:

 O Ensinar, que está situado entre o professor e o saber;

6
 O Formar, situado entre o professor e os alunos;
 O Aprender, situado entre os alunos e o saber.

Na relação Saber-Professor, encontra-se o ensino, a didáctica, a gestão da informação. É o


processo de ensinar. A ensinagem. Na relação Professor-Aluno, encontra-se a educação, a
formação. Na relação Aluno-Saber, encontra-se a aprendizagem, é o processo de aprender. A
aprendizagem. Nesta relação triangular, dois pontos são enfatizados em detrimento do terceiro
que, negligenciado, toma o lugar de louco no morto (Afonso, 2013).

 Quando o processo exacerbado é o Ensino, quem fica no morto são os estudantes. O


professor e o conhecimento são privilegiados. O professor é o centro da estrutura
educacional, com a organização e estruturação de cursos, os conteúdos ensinados. O
método de ensino privilegiado é a tradicional palestra. O professor negligencia a relação
com os alunos (Afonso, 2013).
 Quando o processo exacerbado é a Formação, quem joga o morto é o conhecimento. A
relação professor-aluno é privilegiada em detrimento do conhecimento. Quando esta
relação é exagerada ocorre uma relação estreita entre professor e aluno. O método usado
é o não-directivo, onde o professor oferece mais conselhos e orientações do que ensina
um conteúdo mais estruturado. Os estudantes geralmente gostam das habilidades
interpessoais de seus professores mas podem ocorrer dificuldades para a compreensão
dos programas, conteúdos e cursos (Afonso, 2013).

7
 Quando o processo exacerbado é o Aprender- Lugar do morto é do Professor. Estudantes
e conhecimento são privilegiados em detrimento do professor que limita a sua atividade
na facilitação da aprendizagem dos alunos por si mesmos. O método de ensino
privilegiado é o construtivista: o aluno deve construir seu próprio conhecimento e não
reproduzir o conhecimento ensinado. Estudantes podem até sentir uma sensação de
solidão e se trabalha o auto didactismo, devendo o professor apenas orientá-los na sua
aprendizagem (Afonso, 2013).

O primeiro processo, a relação professor-saber é o campo da Transposição didáctica. O segundo,


é o da relação entre o professor e o aluno e está ligado às técnicas de ensino. O último processo é
o da criação das estratégias dos próprios estudantes para aprender. Para o autor, cada um dos
processos do triângulo é essencial para uma boa abordagem educativa e não deve ser praticado
separadamente. A pedagogia tradicional privilegia muito a relação professor e saber e se esquece
como o estudante aprende. Mas uma pedagogia que dá muita ênfase na construção pelo aluno,
corre o risco de deixar de ver e aproveitar as boas mediações do professor (Afonso, 2013).

A prática escolar não se reduz a um destes aspectos, mas sim nos relacionamentos binários e
ternários que são possíveis entre eles. Se tomamos a Didáctica como porta de entrada do ensino,
ou o Conhecimento, precisamos pensar que eles são apenas portas de entrada e não podem deixar
em segundo plano os outros pólos. Uma suspensão temporária pode acontecer, como uma
técnica, mas será sempre necessário pensar neste conjunto de elementos constitutivos para uma
boa situação de educação (Afonso, 2013).

8
3. Conclusão
Conclui-se que, a escola é o centro do processo educativo, só que, se não tiver condições e
recursos adequados não poderá ser jamais um lugar atraente e motivador de aprendizagem.
Condições e recursos são requisitos necessários, mas não suficientes; há que ter consciência de
que o eventual estágio do ensino em Moçambique, não se deve exclusivamente à falta de recursos
e condições.

Seria excessiva ingenuidade ou pretensiosismo procurar explicar suavemente esse fenómeno que,
sendo de hoje, não é novo, já que as causas são múltiplas e complexas; por falta de explicação
convincente não há também solução óbvia e o que se pode fazer de mais útil é apresentar
propostas e dar sugestões para motivar alunos e professores de modo a que estes se envolvam
com gosto no processo de ensino-aprendizagem.

Essa motivação e a possibilidade de se atingirem os objectivos educativos que se ambicionam


para o processo educativo passam pela capacidade de se alterar de modo significativo os
conteúdos e metodologias de ensino, a formação e aperfeiçoamento dos agentes educativos, a
qualidade e acessibilidade dos manuais escolares, a disponibilidade de materiais de apoio, e, de
forma relevante, a participação (e não apenas envolvimento ou consulta) de forma organizada da
comunidade local nas actividades escolares.

9
4. Referências Bibliográficas
Afonso, A. J. (2013). The emergence of accountability in the Portuguese education system.
European Journal of Curriculum Studies, Vol. 1, No. 2, 125-132

Jemuce, Luisa. (s/d). Didáctica de Geografia I. Universidade Católica de Moçambique Centro de


Ensino à Distância – CED. Moçambique – Beira.

Lima, L. C., & Torres, L. L. (2020). Políticas, dinâmicas e perfis dos agrupamentos de escolas
em Portugal. Análise Social, 55(4 (237), 748-774.

10

Você também pode gostar