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Ano: 2019
1
Dora Nogueira Maciel
2019
Curitiba, PR
2
Editora São Braz
Rua Cláudio Chatagnier, 112
Curitiba – Paraná – 82520-590
Fone: (41) 3123-9000
Revisão de Conteúdos
Alexandre Kramer Morgenterm
Revisão Ortográfica
Murillo Hochuli Castex
Desenvolvimento Iconográfico
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério
FICHA CATALOGRÁFICA
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!
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Sumário
Prefácio ..................................................................................................... 06
Aula 1 – O ajudar e as Forças do Amor ................................................... 07
Apresentação da Aula 1 ............................................................................ 07
1.1 O ajudar e as Forças do Amor ................................................. 07
1.2 As Forças do Amor .................................................................. 08
1.2.1 A Hierarquia: estar no seu lugar para ajudar ........................ 09
1.2.2 O Pertencimento: incluir o que está excluído ........................ 13
1.2.3 O Equilíbrio: a ajuda como compensação ............................. 15
1.2.4 A aceitação: dizer sim para o ajudado e o seu destino ........ 17
Conclusão da aula 1 .................................................................................. 20
Aula 2 – As Ordens da Ajuda (Primeira e Segunda) .................................. 21
Apresentação da aula 2 ............................................................................ 22
2.1 Primeira Ordem: Equilibrar dar e receber ................................ 22
2.2 Segunda Ordem: Nos submeter às circunstâncias ................... 23
Conclusão da aula 2 .................................................................................. 27
Aula 3 – Ordens do Amor (Terceira e Quarta) ............................................ 27
Apresentação da aula 3 ............................................................................. 27
3.1 Terceira ordem da ajuda: adulto perante adulto ....................... 28
3.1.1 O ajudante no triângulo da manipulação ............................... 31
3.2 Empatia sistêmica .................................................................... 33
Conclusão da aula 3 .................................................................................. 36
Aula 4 – As Ordens da Ajuda (Quinta) ........................................................ 37
Apresentação da aula 4 ............................................................................. 37
4.1 O amor a cada um como é ........................................................ 37
Conclusão da aula 4 .................................................................................. 40
Conclusão da disciplina ............................................................................. 42
Índice Remissivo ........................................................................................ 43
Referências ............................................................................................... 44
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Prefácio
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Aula 1 – O ajudar e as Forças do Amor
Apresentação da aula 1
Nesta aula será refletido sobre o que significa ajudar, sob a perspectiva das
Constelações Familiares e das Forças do Amor (a Hierarquia, o Equilíbrio, o
Pertencimento e a Aceitação).
Para Refletir
Você, que está lendo essas palavras, carrega dentro de si
uma sabedoria... Sabedoria essa que foi conquistada ao
longo de um caminhar e que se aprofunda conforme os olhos
veem mais longe.
Essa disciplina, sobre a relação de ajuda, é um convite para
um caminhar conjunto, ainda mais além. Será, para cada um,
uma oportunidade de crescimento. Pois, ao observar e
vivenciar as leis sistêmicas da ajuda, poderemos perceber
em nós de que lugar e com que postura costumamos ajudar.
Além disso, durante o ajudar, muitas vezes vamos entrar em
ressonância com as dores e os dilemas do ajudado, e
poderemos também observar nossas próprias dores e
dilemas. Por isso, viver as leis sistêmicas exige coragem: a
coragem de assumir a própria humanidade e de olhar para o
que acontece dentro de nós, quando queremos ajudar algo
ou alguém.
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1.2 As Forças do Amor
Muitas vezes nos conectamos com uma pessoa que está sofrendo e
queremos utilizar o nosso conhecimento e agir rápido para retirá-la
imediatamente de seus conflitos e dilemas. No entanto, segundo a abordagem
das Constelações Familiares, as dores e dilemas podem ser grandes recursos
para que uma pessoa cresça, viva ou inclua algo importante do seu sistema.
Como um exemplo prático, podemos imaginar um professor com o
conhecimento sistêmico, por exemplo. Para este professor, o conhecimento
técnico sobre o que fazer na sala de aula não basta. É preciso desenvolver a
percepção de quando é possível e permitido intervir, de que maneira e de qual
lugar. Para tanto, nesta aula, estudaremos as Forças do Amor, desta vez com o
foco na relação de ajuda, com exemplos de profissionais sistêmicos.
E o que são as Forças do Amor?
Quando Bert Hellinger aborda a questão das leis sistêmicas, ele se recusa
a ser categórico, para não interferir na liberdade de cada um para evoluir e
aprender. As primeiras leis sistêmicas simplificadas por Hellinger foram
chamadas de Ordens do Amor e são três: Hierarquia, Pertencimento e Equilíbrio.
Para Hellinger, a ordem precede o amor e este só pode se desenvolver dentro
dela. Quando o amor se adapta à ordem, ele prospera, assim como uma
semente se adapta ao solo e ali cresce e prospera. Ou seja, pode-se entender
que quando o ajudante está em consonância com essas forças sistêmicas, as
suas intervenções de ajuda, se permitidas, podem ter um efeito assertivo e
duradouro.
Chamadas por diferentes nomes (Ordens, leis ou princípios), estas leis
sistêmicas, na abordagem das Constelações Familiares, não são como leis
morais que devem ser obedecidas, mas sim como forças que naturalmente
atuam nos relacionamentos, e que, se desrespeitadas, originam conflitos,
tensões e emaranhados sistêmicos. Em virtude dessa característica de força
natural, independente da moral, a consteladora sistêmica Brigitte Champetier,
contemporânea de Hellinger, propôs o termo Forças do amor, e sugeriu uma
quarta ordem do amor: Aceitar tudo o que é.
Para apreender mais sobre a ajuda que fortalece o sistema, estudaremos
as relações de ajuda sob o prisma das Forças do Amor (Hierarquia, Equilíbrio,
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Pertencimento e Aceitação). Essas leis sistêmicas serão apresentadas em
conjunto com casos práticos vivenciados por profissionais sistêmicos.
Segundo Bert Hellinger, ajudar é uma arte, isto é, faz parte dela uma
faculdade que pode ser aprendida e praticada e também faz parte dela uma
sensibilidade para compreender aquele que procura ajuda.
Por esse pensamento, podemos deduzir que há algo de artesanal na
ajuda que não pode ser absorvido somente pela leitura da teoria. Deve ser
vivenciado, praticado e aprimorado diariamente na vida pessoal e profissional do
ajudante.
De acordo com o princípio sistêmico da hierarquia ou da precedência de
Hellinger:
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do adulto quando este está excluído ou indisponível, ou ambos os adultos se
colocam no lugar de criança e esperam que o outro cônjuge, ou alguém externo,
se responsabilize pela relação.
O princípio da Hierarquia, neste ponto, é um convite à reflexão para o
ajudante.
Qual é a o lugar do ajudante perante o ajudado? Ele olha o ajudado de
cima, como quem se sente superior? Ele ajuda como um pai? Ou ele olha o
ajudado a partir de um lugar de humildade?
Cada pessoa tem um lugar bom e possível, quer goste dele ou não, e esse
é o lugar em que a relação de ajuda flui. Sempre que o indivíduo está fora do
seu lugar, a consequência é que a tentativa de ajuda é frustrada, se torna inócua
para quem pede ajuda ou pesada para o ajudante. Às vezes, as duas coisas.
E em que lugar deve estar o ajudante?
No lugar de último, frente a tudo que o precede. Segundo o princípio da
Hierarquia, aquele que chega depois tem que respeitar o sistema que já estava
antes dele. Quando aqueles que chegaram primeiro se sentem respeitados,
esses primeiros se voltam amorosamente para o ajudante. Por outro lado, se o
ajudante não respeita o mais antigo, se torna algo incômodo para o sistema, não
tem autorização ou permissão para atuar. Se torna como um prego dentro de um
sistema digestivo. Ou é cuspido para fora ou causa danos ao sistema.
Como visualizar a Hierarquia na Educação Sistêmica? Qual o melhor
lugar para o professor, diante dos pais dos alunos, para que a aprendizagem
aconteça?
É possível observar a Hierarquia na relação do educador com os pais dos
alunos. Os estudiosos da educação sistêmica têm sido unânimes em dizer que
os pais têm o primeiro lugar nas escolas, e os professores vêm depois. Isso
porque, quando os pais dão a vida aos filhos, possibilitam que a escola exista e
que todos os funcionários que servem à escola possam ter uma ocupação. Sem
pais não há filhos, sem filhos não há escola e sem escola...
Leo Costa, autor do livro O lugar dos Pais na Escola, afirma que eles são
os que vêm primeiro no sistema, e por isso cabe a eles o lugar de honra na
escola.
E o que significa na prática da ajuda enxergar os pais como primeiros?
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Marianne Franke-Gricksch, a autora do livro Você é um de nós, por
exemplo, cita no início do seu livro que, ao olhar os alunos, os imaginava junto
com seus pais.
“Um dia, já era no início dos anos 90, disse inesperadamente aos alunos
de uma sexta série que eu havia assumido há pouco tempo: “Eu sempre vejo
vocês juntos com seus pais em nossa sala-de-aula. Para mim está claro que
aqui não estão sentadas apenas 22 crianças, mas 22 famílias perante mim,
portanto junto com pai e mãe são 66 pessoas, mais eu, meus filhos e o pai
deles”.
Os ancestrais
Fonte: https://lavenganzadehipatia.wordpress.com/2015/11/01/constelaciones-familiar
es-lo-que-no-se-cuenta/
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Converse Com Seus Colegas
Leia e discuta com seus colegas o breve artigo O Lugar dos
Pais na escola (Leo Costa). O autor é Educador Sistêmico e
esclarece o lugar dos pais na escola, trazendo a sua
experiência, bem como a abordagem desenvolvida por Bert
Hellinger e Marianne Franke-Gricksch.
Fonte: https://iperoxo.com/2016/10/17/educacao-sistemica-o
-lugar-dos-pais-na-escola-um-artigo-de-leo-costa/
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poder comparecer, todos foram lembrados e homenageados. Foi um
momento mágico onde todos alunos, professores, demais funcionários
e pais estiveram presentes com uma emoção que para muitos foi
inexplicável. No momento solene da faixa de inauguração do templo e
retirada do pano que cobria as placas fiz um agradecimento a todas as
diretoras que vieram antes citando o nome completo de cada uma e o
tempo de gestão, agradeci o empenho e dedicação, a forma individual
em que cada uma conduziu no trabalho, o respeito que tiveram por
todos que passaram e ainda estavam na escola e que entendia que a
forma com que dirigiram a escola foi a certa para aquele momento.
Olhei nos olhos da diretora anterior a minha gestão, senti meus pais
como se estivessem atrás de mim e pude também sentir como se os
pais dela estivessem atrás dela e senti a força dos quatro diretores que
vieram antes, agradeci e pedi com respeito que ela olhasse para o meu
trabalho e para tudo que eu fizesse ali naquela escola com carinho. Fiz
uma grande reverência a ela e extensiva a todas as outras que imaginei
estarem atrás dela, Naquele momento senti que algo muito forte
acontecia, mas não consigo descrever; apenas que meu coração
estava cheio de alegria, amor e respeito pela oportunidade de viver o
momento.
Hoje, quatro anos depois, sei como foi importante o que fizemos
naquele dia, mesmo que muitas pessoas ainda não o entendam,
iniciou-se um caminho de respeito a tudo e a todos naquela escola,
onde as contribuições individuais são importantes, as pessoas
passam, mas deixam e levam algo.
Fica um sentimento profundo de que o benefício desse trabalho não
envolve apenas funcionários, mas os alunos e suas famílias
(FONSECA, 2007).
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Hellinger notou também que “[...] existe no grupo familiar uma pressão
irresistível para restaurar a completude perdida e para compensar a injustiça
cometida, no sentido de que o membro excluído seja representado e imitado por
outro membro da família”. Nesse olhar sistêmico, então, o efeito da exclusão no
sistema é a compensação por meio de outro membro no sistema, que representa
e imita as características do membro excluído.
Sobre a exclusão e seus efeitos, Carolyn Boyes-Watson e Kay Pranis:
Nos faz lembrar que não há jovens e pessoas que possamos jogar fora.
Nós não podemos desistir, chutar ou nos livrarmos de nada sem,
literalmente, jogar fora uma parte de nós mesmos. Ao excluir alguém,
nós nos prejudicamos e prejudicamos o tecido de nossa comunidade
(WATSON, PRANIS, 2018).
Excluir alguém, nesse sentido, seria causar um dano para todo o sistema.
Quando o princípio do Pertencimento é aplicado na relação de ajuda, o
profissional sistêmico percebe o que ou quem está excluído e dá um lugar
especial. Um exemplo de como isso acontece pode ser mostrado pela história
contada por Marianne Franke-Gricksch:
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respeitados, então eles podem confiar na escola. Por ressonância, os alunos
podem confiar na escola e no professor.
Vídeo
O filme Viva! A vida é uma festa demonstra como a força do
pertencimento atua nas crianças e a maneira como se
conectam com excluídos do sistema familiar. Link do trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=iLmZZV-Nkuk
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intercâmbio e da origem antropológica do contrato. Os contratos implícitos entre
o dar e o receber foram encontrados nas sociedades ágrafas. Logo no início do
texto ele revela que “na civilização escandinava e em muitas outras, as trocas e
os contratos se fazem sob a forma de presentes, em teoria voluntários, na
verdade obrigatoriamente dados e retribuídos”.
Vocabulario
Ágrafas: línguas que não têm ou não admitem escrita; não
existe alfabeto, logo, não existe nenhum documento escrito
nas línguas em questão.
Esse equilíbrio pode ser tanto no sentido de dar e retribuir, como uma
troca de presentes, quanto no sentido de causar danos e compensar de maneira
equilibrada.
A seguir, segue um exemplo prático de como a ajuda pode ser feita para
compensar um dano, restabelecendo o equilíbrio da relação:
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Percebe-se no caso acima, que a professora auxiliou o aluno a buscar
uma solução que trouxesse compensação ao dano causado, e o aluno, por sua
vez, encontrou uma solução que trouxe equilíbrio para a relação com o colega,
o que reverberou positivamente nos sistemas familiares e no sistema da turma,
trazendo reconciliação.
Saiba Mais
Brigitte Champetier Ribes, profissional
sistêmica que propôs a quarta Ordem do
Amor. Conheça mais sobre a autora e seus
estudos no site que ela administra.
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os dilemas e virtudes. Com mais maturidade, após aceitar os pais, o ajudante
poderá aceitar a humanidade tal qual ela é, em todos os seus movimentos.
Quando o ajudante teme, rejeita ou conflita com algo, tende a atrair esse
algo e provocar o aumento das dificuldades. Na aceitação, nesse estado de ‘não
luta’, pode surgir um espaço aberto para as soluções, em que há liberdade e
fluidez.
Dessa forma, respeitar o próprio destino e o destino do outro libera o
ajudante para usar toda a sua energia de atenção para observar o sistema como
ele é.
Marianne Franke-Gricksch, no livro Você é um de nós, relata um caso de
supervisão em que a aceitação do destino do ajudado, pelo ajudante, interferiu
na relação de ajuda:
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circunstâncias como elas são e reconhecer e respeitar o destino da
outra pessoa. Isso requer firmeza, porque a pessoa que sente empatia
sente o quanto não pode ajudar e tem que aguentar isso, ao invés de
tentar amenizar ou mudar o destino da outra pessoa o que, nesse caso,
levaria a uma distorção dos fatos.
Franz disse: “Sim, talvez não seja bom mesmo para o garoto que eu
queira tomar o lugar de seu pai. Pois ele perderia seu professor e, ao
mesmo tempo, eu estaria me colocando acima do próprio pai, só
porque ele está na cadeia” ele disse isso muito sinceramente e era
exatamente a direção certa. Nós todos sentimos isso.
Seis semanas depois, Franz relatou o seguinte, durante o encontro de
supervisão:
Agora, eu me tornei um bom professor para o menino. Recentemente
disse a ele: realmente me impressiona como você lida com o fato de
seu pai estar preso porque fez algo incorreto e o modo como você o
mantém em seu coração. O garoto me olhou. Eu penso que foi a
primeira vez que alguém falou com ele sobre os acontecimentos e sua
atitude interna. Eu perguntei se ele havia visitado seu pai.
Ele confirmou com a cabeça e bravamente segurou as lágrimas. É bom
que você seja tão corajoso, eu disse, mas quando estiver comigo pode
chorar um pouco, se quiser, e ele chorou (FRANKE-GRICKSCH,
2005).
Para Refletir
Com base na história de Franz, reflita sobre você:
Há razões inconscientes que te conduziram para a sua
presente profissão?
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(as construções do meu espírito), interferem na minha percepção
(HELLINGER, 2005).
Atividade Autoinstrutiva
Exercício Sistêmico: O viajante do futuro
Memorize as instruções abaixo e depois experimente fazer o exercício
sistêmico:
Encontre um lugar silencioso em que possa ficar sozinho, por pelo
menos 30 minutos.
Deixe um travesseiro ou almofada disponível, perto de você.
Sente-se confortavelmente, feche os olhos, faça respirações longas e
profundas e visualize os corredores de uma escola que você tenha
frequentado quando criança. Relembre como era o piso, as paredes, as portas,
e caminhe pela escola, por um tempo.
Encontre você mesmo(a) quando criança, em um momento pessoal que
tenha sido difícil.
Neste momento, vocês ficam a sós.
Olhe para ela e observe, agora como ajudante sistêmico(a). Como essa
criança está? Como está o seu semblante? O que ela está sentindo?
Imagine-se agachando até que fiquem na mesma altura.
Depois, diga as frases com um intervalo de silêncio entre elas:
Eu estou com você.
Eu reconheço o que você sente.
Caso sinta vontade de abraçar a criança, use a almofada e o
travesseiro, e permaneça nesse abraço o tempo que for necessário.
Ao fim, escreva as suas percepções durante a experiência. Exemplo:
observei que a criança estava se sentindo[...], senti tal coisa, não senti nada,
ficou mais leve/pesado quando[...] entre outros.
Conclusão da aula 1
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capacidade de se auto-observar: pois, verdadeiramente, só é possível oferecer
ao outro aquilo que já aprendeu a usufruir em si mesmo.
Nesta aula abordaram-se as Forças do Amor, sob o viés da ajuda. Pode-
se alcançar o entendimento de que para uma maior sensação de bem-estar nas
relações de ajuda é preciso estar em consonância com as forças que atuam nos
relacionamentos, isto é, incluir em seu coração todos os membros do sistemas
ao qual pertence (Pertencimento), se posicionar no seu devido lugar, reconhecer
aqueles que vieram antes (Hierarquia), permitir o fluxo equilibrado de troca entre
o dar e o receber nas relações (Equilíbrio) e aceitar o destino do outro, como ele
é (Aceitação).
Atividade de Aprendizagem
Releia a história da Hellen Vieira da Fonseca, do primeiro
tópico, sobre as placas de reconhecimento. Com base nessa
postura de reverência frente ao que veio antes, experimente
fazer uma pesquisa sobre as principais abordagens da
pedagogia que vieram antes da Pedagogia Sistêmica.
Coloque-as em uma linha do tempo, enumeradas por ordem
de precedência e com o ano de início. Olhe para todas elas,
uma a uma, e perceba quais são os sentimentos (indiferença,
aversão, simpatia, entre outros) que cada abordagem gera em
você. Ao fim, escreva as suas percepções sistêmicas.
Apresentação da aula 2
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2.1 Primeira Ordem: Equilibrar dar e receber
O ajudante só pode dar o que tem, não pode atender e ajudar a todos. Essa
afirmação pode ser lida e exemplificada ao se imaginar ajudados que têm uma
vida muito mais rica que a do ajudante. Se o ajudante não tem uma boa relação
com os pais, por exemplo, será pouco efetivo ao apoiar alguém a se reconciliar
com seus pais. Se o ajudante não desenvolveu alegria em sua vida, não pode
ajudar alguém a ter mais alegria.
Muitas vezes, oferecemos ao outro aquilo que já temos para nós mesmos.
Outras vezes, queremos oferecer para o outro aquilo que ainda nós mesmos não
conseguimos alcançar. Nesse caso, o ajudante, movido pelas suas carências e
reivindicações, tentou compensar suas dores ao aliviar as dores alheias.
Um exemplo desta dinâmica é exemplificada pela advogada sistêmica
Bianca Pizzatto de Carvalho, no seu livro Constelações Familiares na advocacia
sistêmica:
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A primeira ordem da ajuda consiste em perceber esses limites e submeter-
se a eles. Esta forma de ajudar é humilde.
Curiosidade
Você sabia que as leis sistêmicas de ajuda, utilizadas na
Constelação Familiar, têm sido também utilizadas por
advogados e profissionais do Direito? Segundo Sami Stoch,
juiz precursor do Direito Sistêmico, essa perspectiva enxerga
o conflito em seu todo, pois se trata de “Uma visão sistêmica
do direito, pela qual só há direito quando a solução traz paz
e equilíbrio para todo o sistema”. O Direito Sistêmico já está
presente em tribunais de 15 estados, com palestras,
vivências e projetos, principalmente na área familiar e
criminal.
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Imagem da mitologia de Procusto
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Theseas-kai-Prokroustes-Theseus-and-Pro
crustes-Textbook-p44_fig2_329645775
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Porém, não querem fazê-lo porque o outro precise disto ou assim queira, mas,
porque eles mesmos não suportam olhar para a carga do destino do outro. É um
destino grande demais para o ajudante. Nesse caso, se a pessoa permite a
ajuda, faz querendo ajudar o ajudante e não porque ela precise. Existe uma
inversão, o ajudado está a serviço do sistema familiar do ajudante e não ao
contrário.
Para exemplificar a Segunda Ordem da Ajuda, pode-se observar esse
pequeno excerto do livro Ordens da Ajuda, em que, durante uma atividade de
supervisão, Hellinger se retirou e não realizou uma constelação sistêmica para
o caso apresentado pela participante:
PARTICIPANTE: Trata-se de uma mulher jovem que vive só. Ela teve
relacionamentos com quatro africanos, ficando grávida de cada um deles.
Interrompeu a gravidez duas vezes e deu duas crianças para adoção. Ela tem
psicose.
HELLINGER: Você não conseguirá ajudá-la. Não se pode fazer isso
aqui. Deixe-a com o seu destino. Dessa forma, ela conserva a sua dignidade.
Ok?
Ela concorda com a cabeça.
HELLINGER: para o grupo; Existe uma ideia bastante difundida de que,
quando alguém faz uma formação como psicoterapeuta, assistente social ou
professor, sente que foi chamado, que tem direito e também que precisa ser
capaz de interferir nos destinos e mudar o decurso da vida e, na verdade,
segundo a sua própria ideia.
Para a participante; Quando se renuncia a essa ideia, pode-se viver bem
tranquilo.
O grupo ri alto e bate palmas.
Trecho retirado do livro Ordens da Ajuda
Autor: Bert Hellinger
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Vídeo
Sugere-se assistir ao filme Os camelos também choram
(Direção: Byambasuren Davaa, Luigi Falorni). O filme conta a
história de uma família de pastores nômades que ajudam uma
camela durante um parto difícil, que resulta em um raro filhote
branco. No entanto a mãe rejeita o filhote e a família manda dois
garotos buscarem um músico, esperando que ele consiga fazer
a camela se curar do trauma do parto e aceitar o filhote. Neste
excerto, o músico se conecta com a vibração do animal e a partir
dessa conexão cria algo novo. Essa postura perceptiva com
intervenções sutis está relacionada a segunda ordem da ajuda.
Fonte: link: https://vimeo.com/28195090
Atividade Autoinstrutiva
Essa atividade se trata de um exercício sistêmico para auxiliar o ajudante diante
de um comportamento difícil de um jovem.
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Conclusão da aula 2
Atividade de Aprendizagem
Leia o Caso 1 - Estou escutando o seu coração que está na
página 13 do e-book O que é Pedagogia Sistêmica e como ela
pode ajudá-lo? (Décio Fábio de Oliveira Júnior, Wilma Costa
Gonçalves Oliveira e Hellen Vieira da Fonseca). Escreva as
suas percepções de como as leis sistêmicas, vistas nas duas
últimas aulas, podem ter sido utilizadas no atendimento do
profissional sistêmico.
Disponível no link:
https://www.profdoni.pro.br/home/images/sampledata/2014/liv
ros/o_que_e_a_pedagogia_sistemica.pdf
Apresentação da aula 3
Esta aula trata a Terceira e a Quarta Ordens da Ajuda, propostas por Bert
Hellinger.
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O principal arquétipo da ajuda, segundo Hellinger, é a relação entre pais e
filhos. Por isso, é muito comum que as pessoas acreditem que devem ajudar
como se fossem pais que auxiliam seus filhos pequenos. Também aqueles que
solicitam ajuda, muitas vezes, esperam recebê-la como se viesse de pais para
os filhos, ou seja, exigem, inconscientemente, receber aquilo que seus pais
“deveriam” estar lhe dando. Dessa forma, é comum que o ajudado projete no
ajudante a imagem de seus pais, e o ajudante projete no ajudado a imagem de
seu filho. Diante desse contexto, surge a Terceira Ordem da Ajuda: adulto
perante adulto.
Vocabulario
Arquétipo: os arquétipos são imagens psíquicas do
inconsciente coletivo e que são patrimônio comum de toda a
humanidade; assim como o paraíso perdido, o dragão, o
círculo são exemplos de arquétipos que se encontram nas
mais diversas civilizações.
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Ainda de acordo com Hellinger, os filhos podem esperar quase tudo de
seus pais, e estes estão dispostos a dar quase tudo para seus filhos. Com o
tempo, os pais vão colocando limites aos filhos, desiludindo as expectativas.
O mesmo é válido quando ajudantes lidam com crianças. “Na medida em
que somente representam os pais, os clientes podem se sentir acolhidos junto a
eles. Os ajudantes não se colocam no lugar dos pais” (HELLINGER, 2005).
A desordem aqui é permitir que um adulto faça reivindicações ao ajudante
como uma criança aos seus pais, e que o ajudante trate o cliente como uma
criança, para poupá-lo de algo que ele mesmo precisa e deve carregar (a
responsabilidade e as consequências). Ou seja, quando o ajudante decide ou
quer decidir algo pelo ajudado, está se apoderando dele e tirando-lhe a
oportunidade de se responsabilizar pela sua própria vida e força.
Segundo Leo Costa, o professor com a postura sistêmica não permite que
os alunos o enxerguem como a mãe ou o pai, nem que o coloquem no lugar
deles. Ao perceber isso, ele diz internamente: "eu sou apenas o professor e
tenho seus pais no meu coração". Ao fazê-lo, o professor elimina qualquer
chance de o aluno buscar nele algo que não consegue obter junto aos seus
próprios pais. O amor dos alunos pelos seus pais, portanto, flui para eles pelo
professor, que com essa postura os encoraja a amar a fonte e ir buscar nela a
sua própria força. Aqui, o professor permanece no seu lugar e tem muito a
oferecer aos alunos.
Para ilustrar a desordem e como ela pode ser reparada, segue a história
da ex-diretora Hellen Vieira da Fonseca, relatada no livro O que é pedagogia
sistêmica:
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“não. Eu gosto da Hellen, ela é minha mãe”. Sua mãe dizia que estava
tudo bem, que ela era assim mesmo, mas no meu íntimo sentia algo
estranho com estas colocações que se repetiam. Em um dos
workshops que participei, o facilitador colocou algumas questões
relacionadas a escolas que me tocaram profundamente, senti naquele
momento que este era o caminho para a solução do que estava
vivendo com “M”. Quando “M” me encontrou na escola, começou a falar
tudo outra vez. Disse a ela que teríamos uma conversa e que gostaria
que ela me ouvisse, olhei em seus olhos, visualizei meus pais atrás de
mim e visualizei seus pais por detrás dela e silenciei. Ela tentava
desviar o olhar, mas acabou se concentrando.
Disse para ela: - “Sua mãe é a T e seu pai é o P” “e graças aos dois
hoje eu tenho você como aluna nesta escola, “a T é a mamãe certa
para você e o P é o papai certo para você”, eles lhe deram a vida e têm
o meu respeito do jeito que são. Eu fui sua professora, hoje estou
diretora da escola e continuo gostando de você e sempre que
necessário vou agir como a diretora da escola”.
No início, ela estava resistente, mas depois percebi sua emoção e
disse para ela: “Como você se sentiria se sua mãe dissesse para você
que não queria você como filha, que queria outra filha?” Ela me
respondeu com a voz engasgada: “mal”.
Naquele momento, senti o fluir do nosso amor e a força deste trabalho
na escola quando amamos as crianças através de seus pais. Sei que
estive em uma posição de arrogância por ignorância e acredito que de
forma inconsciente estava me colocando acima da mãe, como se fosse
mais importante e melhor que a mãe da criança. Depois desse
momento tudo se acalmou. “M” passou a me chamar pelo nome e sua
mãe tinha uma expressão de alívio como se tivesse recebido a filha de
volta e aos poucos foram diminuindo as idas a minha sala e ela se
controlava melhor quando me encontrava.
A ex-diretora ainda relata que a maioria das pessoas que trabalham com
crianças especiais pensam que os pais não conseguem lidar bem com os seus
filhos. Muitos professores demonstram sentimento de pena, outros,
inconscientemente, demonstram isso em suas ações e colocações.
Para solucionar essa desordem, cabem as palavras de Hellinger:
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Sistema familiar
Fonte: http://caitlinconnolly.com/2016paintings
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Triangulo dramático de Karpman
Perpetrador Salvador
Carrasco
Crítico.
Vítima submissa/
vítima rebelde.
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Vídeo
O filme Nise, o Coração da Loucura (Direção: Roberto Berliner)
inspira a desenvolver um olhar além do óbvio, em que o
ajudante se abre para o mundo interno do ajudado e pode
enxergar a grandeza e profundidade desse mundo psíquico.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=UeAUNvcM_xk
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Acompanhamos um caso de uma criança que era problema na escola.
Para tudo que a professora falava, ela dizia “é mentira”. A certa altura
a professora resolveu chamar uma terapeuta sistêmica para ajudar.
Esta, inteirando-se dos sintomas, chamou a mãe para conversar.
Perguntou. Qual a mentira na vida dela? Foi quando a mãe disse que
a menina é sua filha natural, mas o pai biológico foi o doador anônimo
de um banco de sêmem. “Ela sabe disso?” Perguntou a terapeuta. Não,
respondeu a mãe, nem sei como e se devo contar. Ela está pedindo a
verdade, tudo mais para ela, ela chama de mentira.
A terapeuta conversou com a menina e contou a sua verdade, “seu
nome”, o que despertou de imediato a vontade dela de conhecer o pai.
A terapeuta disse para a menina que na sessão seguinte ela veria o
pai. Assim a menina sossegou. No próximo encontro, a menina chegou
radiante de curiosidade. Foi levada à frente de uma cortina, e então a
terapeuta disse: “Aqui atrás, você vai ver seu pai””. Puxou a cortina, e
tinha ali um espelho. Então disse para a menina. Metade do que você
está vendo, é seu pai (FIRACE, 2005).
34
Nessa perspectiva, a compaixão por aquele que espera auxílio deturpa a
clareza daquela que a oferece, inviabilizando a ajuda. Hellinger alerta que existe
o perigo de que:
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sistêmica, ela pôde observar todos os envolvidos no conflito, inclusive os filhos
mais velhos dos casamentos anteriores. Isto é, ela desenvolveu uma empatia
sistêmica.
Vídeo
Este vídeo é um excerto do filme Blow up (Direção:
Michelangelo Antonioni). É uma cena sutil, em que um
personagem é convidado para participar de uma dinâmica
desconhecida. Esse vídeo pode ser conectado com a
capacidade do profissional sistêmico em observar o sistema
como um todo e enxergar dinâmicas invisíveis. Link:
https://www.youtube.com/watch?v=eOXa5wi0nQs
Conclusão da aula 3
Disso tudo se pode extrair que o ajudante enxerga o ajudado como adulto
e, por traz deste adulto, todo o seu sistema familiar, tudo isso de forma respeitosa
e sistêmica. A postura sistêmica é aberta e pode ser multidisciplinar, pois seus
conceitos são verificados por diferentes autores nas mais diversas áreas, como
a pedagogia, a psicologia e o Direito, por exemplo.
Nesta aula abordaram-se a terceira e a quarta Ordens da Ajuda. A
terceira propõe que o ajudante se coloque como adulto perante um adulto que
procura ajuda e a Quarta Ordem, por sua vez, apoia o ajudante para olhar com
empatia para o sistema como um todo, uma vez que o indivíduo é parte dele.
Atividade de Aprendizagem
Uma das ferramentas que induzem a empatia sistêmica é o
genograma; representações simbólicas das relações entre
membros de uma família, que apontam não só graus de
parentesco, como padrões de comportamento, doenças
físicas e psíquicas. Faça um Genograma da sua família e
discorra explicando-o entre 10 a 15 linhas. Instruções no link:
https://edisciplinas.usp.br/mod/folder/view.php?id=264742
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Aula 4 – As Ordens da Ajuda (Quinta)
Apresentação da aula 4
Nesta aula será discutida a Quinta Ordem da Ajuda proposta por Bert
Hellinger: O amor a cada um como é.
A ajuda pode provocar algum tipo de reconciliação (da pessoa com ela
mesma, da pessoa com o seu pai, sua mãe, seus irmãos, seu corpo, seus avós,
sua história familiar, entre outras possibilidades).
Porém, somente o ajudante pode de fato estar a serviço da reconciliação,
se ele próprio consegue dar um bom lugar em seu espírito ao que ainda é
conflitante para o ajudado. Dessa maneira, o ajudante antecipa dentro de si
mesmo aquilo que o ajudado ainda tem a realizar.
Por exemplo, quando de fato o ajudante consegue dar um bom lugar
dentro de si ao que abusou de violência com um familiar, ao que se corrompeu
por poder, ao que traiu, ao que matou por vingança, ao que fugiu da
responsabilidade, ao que aniquilou uma floresta por interesses egoístas, entre
outros.
A desordem acontece quando há indiferença e julgamento por parte do
ajudante. A quinta ordem da ajuda fala, então, do amor por cada pessoa assim
como ela é, mesmo que ela seja muito diferente do ajudante e tenha as suas
responsabilidades sobre o que praticou. Dessa forma, abrimos o coração e
damos um bom lugar a todos. Aquilo que se reconcilia dentro do ajudante pode
também se reconciliar dentro do ajudado. Esse tipo de ajuda provoca a inclusão.
No livro Pedagogia Sistêmica e como ela pode ajudá-lo?, os autores
confirmam que em muitas situações familiares o pai está excluído.
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As razões são várias e não vêm ao caso aqui discuti-las. Porém,
Hellinger descobriu que num nível muito profundo as crianças são
totalmente leais aos pais, especialmente quando esses são excluídos,
desvalorizados e condenados. Isso significa que se permitimos que
esse pai seja olhado também na escola como mau, inapropriado,
ausente, entre outros, não teremos nunca um apoio da criança em
qualquer intervenção pretendida, pelo contrário, se respeitamos seu
destino e nos colocamos numa posição de neutralidade respeitosa,
respeitando “na criança” seu próprio pai, então teremos um bom
terreno onde trabalhar nossas intervenções (OLIVEIRA JUNIOR;
OLIVEIRA; FONSECA, 2014).
Para Bert Hellinger, uma criança só pode estar bem consigo mesma
quando toma seus pais do jeito que são e os respeita do jeito que são, sem
querer ou desejar algo diferente. Exatamente do jeito que são, eles são certos.
Quem toma os pais dessa forma, segundo ele, está em paz consigo mesmo,
sente-se completo. Seus pais estão presentes dentro dele com toda a força.
Por isso, só alguém que dá imediatamente um lugar em sua alma à
pessoa de quem o cliente se queixa pode ajudar a serviço da reconciliação.
Dessa maneira, o ajudante antecipa, na sua própria alma, o que o cliente ainda
precisa realizar.
No ambiente da escola, Leo Costa também vai de encontro a essa postura
e esclarece que:
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Leis Sistêmicas de ajuda
Leis Sistêmicas – relação de ajuda
2 Negar ou encobrir
Nos submeter às circunstâncias.
circunstancias.
Impor ajuda.
Ordens da Ajuda
4 Se envolver em um
relacionamento pessoal com o
Empatia Sistêmica. ajudado e excluir as mesmas
pessoas que ele exclui. Não
honrar pessoas essenciais.
5 Indignar-se.
O amor a cada um como é
Fazer Julgamentos.
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019).
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Amplie Seus Estudos
SUGESTÃO DE LEITURA
Atividade Autoinstrutiva
Esta atividade se trata de um exercício de constelação familiar para
auxiliar o ajudante a ultrapassar o sentimento de indignação.
“Para realizar entre duas pessoas, você representa você mesmo e a
outra pessoa representa quem te indigna, ou em visualização.
Faça uma expiração longa e profunda e, depois, vá respirando como se
tivesse os pulmões no ventre.
Estão as duas pessoas frente a frente.
Olhe, além do outro, para longe, um tempo longo. Depois diga: "Sim,
assinto a tudo".
Agora, olhe para o outro e diga-lhe "em você me encontro a mim
mesmo". E depois, diga-lhe "te desejo o melhor".”
O exercício foi elaborado pela consteladora Brigitte Champetier Ribes,
e mais instruções sobre como realizar exercícios sistêmicos podem ser
encontrados do link: https://www.insconsfa.com/br_ejercicios.php
Conclusão da aula 4
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Nos casos práticos reproduzidos, percebe-se que simples mudanças
muitas vezes são eficazes e suficientes para um novo olhar e uma nova
possibilidade. Esse conduzir possui alguns pressupostos importantes para um
bom resultado. O principal pressuposto para a prática é absorver e incorporar a
visão sistêmica, isto é, estudar, compreender e internalizar as leis sistêmicas é
necessário para o profissional que pretende atuar com a ajuda sistêmica. O
estado mental adequado do ajudante sistêmico depende do seu conhecimento
sobre as Forças do Amor e as Ordens da Ajuda.
Nesta aula abordou-se a Quinta Ordem da Ajuda, de Bert Hellinger, que
convida o ajudante a desenvolver o amor a cada um como ele é, por mais que
ele seja diferente.
Atividade de Aprendizagem
É próprio do ser humano aprender com os erros. De certa
forma, nossos erros são convenientes a outros, porque estes
também aprendem por meio deles. Frequentemente
pensamos ter cometido um grande erro, mas depois
verificamos que foi uma bênção (Bert Hellinger).
É hora de escrever a sua própria história. Relembre, na sua
jornada de vida, alguma situação em que tentou ajudar uma
pessoa, ou um grupo de pessoas, e se frustrou bastante.
Descreva a situação e conjecture hipóteses em que você
possa ter desrespeitado algumas leis sistêmicas, buscando
relacioná-las com as suas intervenções na situação. Busque
citar no seu caso prático Ordens da Ajuda (Discorra entre 10 a
15 linhas).
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Conclusão da disciplina
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Índice Remissivo
A aceitação: dizer sim para o ajudado e o seu destino .............................. 17
(Aceitação; força; vida)
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Terceira ordem da ajuda: adulto perante adulto ......................................... 28
(ancestralidade; criança; pais)
Referências
FIRACE, T. Imensa Vida: A Valsa da Família. Belo Horizonta: Abrindo as Velas, 2005,
5 ed.
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_______, B; HÖVEL, G. Constelações Familiares: o reconhecimento das ordens
do amor. Tradução Eloisa Giancoli Tironi, Tsuyuko Jinno-Spelter. São Paulo: Cultrix,
2007
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