Você está na página 1de 24

0

+-

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, ARTES, HUMANIDADES, DESIGN, EDUCAÇÃO E


MODA

Luisa Alban

RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO I


AÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Porto Alegre
2023/01
1

Uniritter
ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, ARTES, HUMANIDADES, DESIGN, EDUCAÇÃO E MODA
CURSO DE PEDAGOGIA

Luisa Alban

RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO I


SUPERVISOR DOCENTE

RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO I


Estudando as frutas

Porto Alegre
2023
2

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2

1 A BNCC NA EDUCAÇÃO INFANTIL 3

2 ESTUDO DA REALIDADE ESCOLAR 3


2.1 ESTUDO DA ESCOLA E SEU CONTEXTO 3
2.2 ESTUDO DA SALA DE AULA 3

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA DOCENTE 5


3.1 PROJETO DE ESTÁGIO 5

3.1.1 Dados de identificação 5


3.1.2 Justificativa e delimitação do tema 5
3.1.3 Objetivos do projeto

4 PLANEJAMENTOS 6

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 7

REFERÊNCIAS 8

ANEXOS 5
3

INTRODUÇÃO

A Educação Infantil é uma etapa essencial no desenvolvimento das crianças.


Segundo a BNCC (2018) “nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação
Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo
indissociável do processo educativo”. Neste contexto, os profissionais da área da
educação devem estar constantemente atentos as demandas deste nível de
educação.

Assim, a disciplina de Estágio I se mostra como uma etapa de extrema


importância no intuito de introduzir os alunos a vivência na Educação Infantil bem
como na realização de práticas docentes. Neste sentido, o estágio tem por objetivo
aproximar os estudantes de pedagogia da realidade e rotina de uma turma de
Educação Infantil, da preparação de sequências didáticas e realização das práticas
com as crianças. A realização das práticas desvenda, por fim, se o planejamento foi
adequado em termos de tempo, espaço e recursos e se os interesses da turma foram
atendidos, elementos que ajudam, posterirormente, no aperfeiçoamento de novos
planejamentos.

Deste modo, foram realizadas práticas em uma Escola de Educação Infantil


localizada do município de Porto Alegre. A faixa etária das crianças da turma
acompanhada varia de 4 a 6 anos. Inicialmente realizou-se uma observação durante
uma semana, no qual foi acompanhada a rotina das crianças. Em um segundo
momento, durante o período de uma semana, foram realizadas atividades e
brincadeiras dentro do escopo do projeto que já vinha sendo trabalhado com a turma:
Os alimentos.
4

1 A BNCC NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A Educação infantil, etapa na qual será desenvolvido o estágio, deve incluir


além do espaço de brincadeiras, propostas pedagógicas com o objetivo de “ampliar o
universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças,
diversificando e consolidando novas aprendizagens” (BCNN, 2018). Estas propostas
devem complementar as vivências familiares, promovendo socialização, autonomia e
comunicação.

Neste sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento


que organiza e estabelece os direitos de aprendizagem para a fase da Educação
Infantil que garantem as condições necessárias para que as crianças tenham um
papel ativo em seus ambientes de aprendizagem, solucionando os desafios
vivenciados e construindo significados sobre si próprias e sobre o mundo.

Através dos Campos de Experiência as crianças podem se desenvolver de


forma completa, uma vez que eles favorecem o desenvolvimento amplo da
criança: motor, linguístico, cognitivo e socioemocional. Assim, a sequência didática
desenvolvida neste trabalho procurou englobar diversos campos de experiência, além
de proporcionar as crianças momentos de experimentação, reflexão e socialização.
5

2 ESTUDO DA REALIDADE ESCOLAR

2.1 ESTUDO DA ESCOLA E SEU CONTEXTO

A Escola de Educação Infantil Carrossel atua há 52 anos na cidade de Porto


Alegre, contando com duas sedes, uma na rua Vieira de Castro 250 e outra na Rua
Santa Terezinha, 47, ambos no bairro Farroupilha. O estágio foi desenvolvido na sede
Vieira de Castro. A escola é de porte médio contando atualmente com 30 funcionários
distribuídos nas duas sedes, entre Pedagogas, psicólogas, pessoal responsável por
cozinha e limpeza, porteiros etc. Por se tratar de uma empresa familiar, a escola foi
fundada nos anos 60 e é dirigida até hoje pela família fundadora, na qual mãe e filha
trabalham juntas na coordenação pedagógica e gestão, respectivamente.

A escola conta com uma estrutura para receber crianças desde o berçário até
o nível B, possuindo pátio externo e interno, além de refeitório, cozinha, e salas de
aulas (Figuras 1 a 2). Os espaços de brincadeira dispões de uma grande diversidade
de brinquedos e as crianças são livres para disporem os materiais fornecidos de
acordo com suas necessidades.

Figura 1 – Pátio interno

Figura 2 – Pátio externo


6

A escola também conta com banheiros adaptados ao uso das crianças bem
como torneiras e pias (Figura 3) perto da saída do pátio e salas de aulas, a fim de
garantir a higiene após o pátio e antes das refeições, que acontece no refeitório
(Figura 4). Bebedouros também são encontrados facilmente na escola, e as crianças
são encorajadas a andarem com suas garrafinhas e se hidratarem com frequência.

Figuras 3 e 4 – Banheiros e pias infantis. Refeitório

Os ambientes são constantemente limpos pela equipe de limpeza, o que


garante o bem-estar das crianças. Já em termos de segurança, cada sede conta com
um porteiro, que faz a pré-recepção dos pais e responsáveis, garantindo a segurança
e controlando a entrada no ambiente escolar. Ambas as sedes também são
monitoradas por câmeras de segurança.

A sede Vieira Castro conta com uma turma mista de níveis A e B pela manhã
(turma observada) além de níveis mini (2-3 anos), e com outras duas turmas de níveis
A e B na parte da tarde. Tanto a turma mista da manhã quanto as turmas de níveis A
e B da tarde contam como uma professora pedagoga responsável pelas crianças, em
turmas de 12 alunos. As turmas mini contam com pedagoga e auxiliar educacional.
Uma psicóloga e uma nutricionista também fazem o acompanhamento semanal das
crianças, além de participarem da elaboração dos projetos. Além disso, uma
Pedagoga consultora atua na escola quando necessário, ministrando formações
pertinentes e assessorando projetos e casos específicos.
7

Reuniões semanais acontecem com os professores, coordenação e psicóloga.


Reuniões pontuais acontecem com o restante da equipe e finalmente as reuniões com
pais acontecem de forma semestral ou de forma pontual quando necessário. A relação
com os pais é estreita, e além das reuniões, um aplicativo é utilizado para informar os
pais dos comportamentos diários as crianças, servindo como uma agenda virtual.
Desta forma, o canal de comunicação, além de físico também acontece através do
aplicativo. Informações sobre alimentação, higiene ou outras informações são
trocadas neste canal.

2.2 ESTUDO DA SALA DE AULA

As salas de aula (Figura 5) contam com amplo espaço de atividades e


brincadeiras. Cada criança tem uma caixa na qual estão seus materiais para a
realização de atividades e um espaço para guardarem suas produções. A mochilas
ficam do lado de fora da sala, porém na chegada os alunos são encorajados a
separarem suas garrafinhas de água, que os acompanharão durante o dia.

Figura 5 – Sala de aula


8

As brincadeiras acontecem no tatame ou nas mesas e as crianças são


estimuladas a guardarem um brinquedo antes de iniciarem uma nova brincadeira.
Também existe a possibilidade de realizarem desenho livre com seus materiais,
pinturas, projetos com massinhas, entre outros.

No momento de se realizarem atividades, as crianças se sentam na mesa com


a professora, que orienta e observa o trabalho das crianças. Em geral, as crianças se
mostraram muito participativas, lidando bem com a interrupção da brincadeira para a
realização das atividades. A escola não trabalha com portifólios, porém os registros
são armazenados em pastas, que são enviadas para casa ao final dos ciclos de
projetos. Os projetos são orientados pela BNCC e são construídos em parceria com
uma Pedagoga consultora.

Em relação a turma, ela é composta por 12 alunos, de 4 a 6 anos composta


majoritariamente de meninos, entretanto não é uma turma agitada. A idade não é um
limitador em se tratando de momentos de brincadeira, crianças de diferentes idades
brincam tranquilamente. Existem apenas um caso de criança que não vem
apresentando motivação para brincar, procura se isolar ou ficar mais próximo dos
professores. Este caso está em observação e se necessário, uma reunião com os pais
será marcada.

Na parte da manhã, a turma segue a rotina de brincadeira seguida de atividade,


lanche pátio e almoço. As refeições são orientadas pela nutricionista da escola. Os
horários da turma são de 8h a 12h. As atividades especializadas incluem aulas de
inglês, aulas de dança e teatro (em parceria com Cia lúdica), além de aulas de
robótica, acontecendo na parte da tarde.
9

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PRÁTICA DOCENTE

3.1 PROJETO DE ESTÁGIO

3.1.1 Dados de identificação

Escola: Carrossel
Turma: Nível A e B
Faixa etária: 4 a 6 anos
Número de estudantes: 12
Nome professora titular: Charlene
Período do dia: manhã

3.1.2 Justificativa e delimitação do tema

A BNCC está estruturada de acordo com campos de experiência que envolvem,


por sua vez, objetivos de aprendizagem de acordo com cada etapa educativa. Estes
eixos visam assegurar elementos essenciais para o desenvolvimento das crianças na
Educação Infantil, como o direito a convivência, brincadeiras, exploração, expressão
e autoconhecimento. A fim de garantir uma vivência as crianças que contemplasse
estes elementos, foi elaborado um projeto baseado em 5 eixos: Escuta, criatividade,
interação com os pares, expressão e vivência sensorial.

O projeto também foi pensado dentro da temática que já vinha sendo


desenvolvido sobre os alimentos. O tema foi escolhido juntamente com a professora
titular: “As frutas”. Através, contação de histórias (escuta), produção com massinha
de modelar (criatividade), jogos de identificação e da memória (expressão e interação
com pares), e contato com as frutas de verdade (vivência sensorial), propõe-se que
as crianças aumentem seus repertórios em relação a este tema e tenham vivências
significativas.
10

3.1.3 Objetivos do projeto

Os objetivos da BNCC mais amplos que evidenciam a intencionalidade da ação


pedagógica são apresentados a seguir:

CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”


(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm
diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de
participação e cooperação.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras
e jogos, escuta e reconto de histórias, atividades artísticas, entre outras
possibilidades.
(EI03CG04) Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação,
conforto e aparência.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem,
dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio
da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas
de expressão.
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES”
(EI03ET03) Identificar e selecionar fontes de informações, para responder a questões
sobre a natureza, seus fenômenos, sua conservação.
(EI03ET05) Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e
diferenças.
0

4 PLANEJAMENTOS

Campos de
Instrumento/método de
Atividade experiência Objetivos Recursos Atividade/ vivência Observações
avaliação
(BNCC)
Promover experiência
Em roda, leitura do Livro "A menina que Anotações sobre a A maior parte das crianças se interessou
na qual as crianças
não gostava de frutas" até parte em que participação de cada pela história e participou no levantamento
possam falar e ouvir,
Livro "A menina menina acredita não gostar de frutas. As aluno em relação a de hipóteses na busca de uma solução para
(EI03EO04) potencializando sua
1 que não gostava crianças são questionadas sobre o que discussão proposta: a problemática do livro. Algumas
(EI03CG02) participação na cultura
de frutas" pensam da situação e são convidadas a Impressões e proposições foram diferentes do esperado
oral e ajudando na
proporem soluções para ajudar a menina a entendimento sobre as (frutas). Algumas propuseram picolés, por
construção da
passar a provar e gostar de frutas. frutas exemplo, ou hamburguer de frutas.
percepção sobre si.
Com massinha de modelas, as crianças
Construir percepções e Algumas crianças não se ativeram a
Massinhas de montam alguma fruta que gostariam que a
questionamentos sobre Anotações sobre o proposta de criar frutas com as massinhas,
modelar. menina provasse. As frutas são colocadas
(EI03TS02) si e sobre os outros. interesse e engajamento realizando outros tipos de criação. Após a
2 Fantoches da na cestinha e são entregues a menina. Em
(EI03EF01) Desenvolver nos processos criativos sequência das atividades, uma delas
Menina que não roda, um teatrinho é realizado no qual a
imaginação e propostos. mostrou interesse em refazer a atividade,
gostava de frutas. menina prova as frutas. Realiza-se a
coordenação motora. agora sim se mantendo dentro do proposto.
leitura do restante do livro.
Em roda, imagens de frutas são mostradas
as crianças que as identificam e cada uma Cada criança utilizou seu próprio
delas conta sobre qual sua fruta favorita. vocabulário para contar sobre as frutas “não
Interação com os Anotações sobre o
Imagens em As figuras de banana verde e amarela são maduras” falando por exemplo que estas
(EI03EO01) pares. Identificação e interesse e engajamento
3 pares de frutas mostradas e as crianças contam por que não estavam “prontas”. Ao final da
(EI03ET03) classificação de nos processos criativos
verdes e maduras elas têm cores diferentes. Falar sobre sequência o vocabulário “madura” foi
alimentos. propostos.
frutas verdes e maduras. As crianças absorvido pela maior parte das crianças,
também são convidadas a separar as aumentando assim seus vocabulários.
frutas que consideram doces ou ácidas.
Imagens em As crianças jogaram criando suas próprias
Desenvolvimento da
pares de frutas Em grupos, as crianças jogam o jogo da Anotações sobre o regras, porém necessitando esperar sua vez
(EI03ET05) capacidade de interagir
4 verdes e maduras memória com as figuras apresentadas interesse e engajamento de jogar e prestando atenção no desenrolar
(EI03CG02) com colegas durante
para o jogo da anteriormente. no jogo proposto. do jogo. Algumas crianças tiveram
um jogo.
memória dificuldade de concentração.
Anotações sobre a A atividade final de preparo da salada de
Possibilidade de Apresentar frutas diversas deixá-las participação de cada fruta foi muito positiva. Por acompanharem
explorar alimentos, explorarem o alimento livremente e aluno no processo de o processo de lavagem, descasque e corte,
(EI03EO03)
5 texturas e aromas Frutas diversas incentivá-las a cheirá-los e tocá-los. Em preparação da salada de participando quando possível, a salada se
(EI03CG04)
(aumento do repertório seguida, é preparada uma salada de frutas frutas e avaliação da tornou um elemento de interesse das
sensorial). com as crianças. evolução em relação ao crianças. Algumas provaram frutas pela
assunto. primeira vez.
0

Fotos

Figura 6 – Momento de contação da história “ A menina que não gostava de frutas”

Figura 7 – Inicialmente esta criança não tinha participado da proposta de elaboração


de uma fruta com massinha de modelar, realizando outro objeto que não tinha relação
com a atividade. Após a segunda etapa da contação de histórias, ela solicitou uma
nova oportunidade para refazer uma fruta para a “menina que não gostava de frutas”.
Nesta foto ele mostra a melancia que construiu com massinhas.
1

Figura 8 – Jogo da memória

Figura 9 – Lavagem das frutas e preparo da sala de frutas


2

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio realizado na Escola de educação Infantil Carrossel com turma mista


(faixa etária 4-6 anos) iniciou com a observação da turma por uma semana. Nesta
etapa, foi possível perceber que as crianças conhecem suas rotinas e estão
adaptadas aos horários e atividades propostas. Cada criança possui uma
personalidade e recebeu o estagiário de forma diferente, alguns de forma muito
calorosa, e outros de forma mais desconfiada, evidenciando a diversidade da turma.

Ao longo da semana foi possível observar o engajamento de cada aluno com


as brincadeiras e atividades propostas, seus comportamentos na hora do lanche ou
almoço. Muitos dos assuntos abordados nas aulas do curso de Pedagogia foram
evidenciados na prática, como a importância do brincar e o tempo pessoal que cada
criança tem para realizar atividades ou mesmo tarefas básicas, como ir ao banheiro e
comer. Mais uma vez isto mostra que dentro de uma sala de aula sempre haverá
crianças diversas, com personalidades e tempos diferentes, e, portanto, com
necessidades diferentes.

Por se tratar de uma turma pequena, ficou claro que a professora titular
reconhece estas particularidades e atende de forma personalizada cada aluno. Sabe-
se que esta não é uma realidade de todas as escolas infantis, que muitas vezes
possuem uma equipe reduzida ou recursos escassos, questões abordadas também
em diversas disciplinas da universidade (diferença de recursos entre escolas).

Foi possível perceber que justamente em função desta diversidade, a atuação


como profissional da Pedagogia não é uma tarefa linear, e sim complexa. Muitas
vezes o profissional deve estar atento a pequenos detalhes, conversas e brincadeiras
que acontecem no pátio, por exemplo, além de comportamentos que podem indicar
necessidades específicas por parte das crianças, que se identificados e tratados,
podem levar a uma maior qualidade de vida para a criança.

Neste sentido, ficou evidente a importância da formação continuada de


professores e da equipe escolar em geral. Os atores escolares devem acompanhar
3

as mudanças do universo escolar e da sociedade no geral, e as formações são


essenciais neste sentido. A etapa de estágio para os graduandos também é de
extrema importância, pois coloca os estudantes em contato com vivências reais no
contexto da Educação Infantil, no qual eles são confrontados com desafios concretos
e diários, além de dinâmicas desta etapa de educação.

Além disso, o estágio é essencial no confronto de teoria e prática. Mesmo na


elaboração das sequencias didáticas, expectativas são criadas, e no momento das
práticas com as crianças, muito do que foi imaginado pelos estagiários não se
confirma. No caso deste projeto, na atividade de massinha por exemplo, foi proposto
que as crianças construíssem frutas para que a menina do livro pudesse provar. Os
resultados foram diversos, poucas crianças realmente modelaram frutas, outras se
desviaram da atividade proposta, de acordo com suas vivências ou repertórios
anteriores. Assim, o estágio é o primeiro contato com a realidade das práticas infantis,
e da dinâmica do universo das crianças.

De forma global, a experiência foi importante para perceber que a etapa da


Educação Infantil é um momento essencial para a socialização das crianças e seu
desenvolvimento pessoal. Também foi notável que atividades sensoriais e que
envolvem a crianças em uma construção de etapas são muito mais significativas. Um
exemplo é o preparado da salada de frutas. As crianças participaram de todas as
etapas: identificação, lavagem, descasque, corte, e no final o interesse em provar algo
que elas tinham colaborado foi muito maior do que se a salada tivesse sido
apresentada pronta. Segundo a professora titular, foi surpreendente ver crianças que
não se interessavam por frutas querendo provar novos sabores.

Assim, esta experiência me proporcionou uma visão muito mais ampla sobre a
dinâmica na educação infantil, sua dinâmica e expectativas em relação a atividades e
rotina. Como profissional da educação, me fez perceber que cada estudante é único
e tem necessidades diferentes, que são muito mais bem atendidas se houver um olhar
atento do professor.
4

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018


5

ANEXOS
6
7
8
9
10
11

Você também pode gostar