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Para responder a pergunta norteadora se Sam está ou não apto a cuidar da filha ,
o primeiro passo é especificar ao juiz em laudo o que implica essa limitação da
inteligência, para argumentar essa parte da avaliação psicológica devemos fazer o uso
de testes psicológicos de inteligência como: As Escalas de Wechsler de Inteligência
(Bateria WISC IV ou WAIS III, dependendo da faixa etária do paciente), Escala de
Maturidade Mental (Colúmbia), Teste de raciocínio não-verbal R-1 ou R-2 (dependendo
da faixa), Teste Gestalt Visuomotor de Bender (BENDER), Teste dos Cubos, RAVEN
(versão adulto e infantil), G-36 e G-38 (Testes de inteligência não-verbal) e outros
instrumentos que avaliem as funções executivas de planejamento, organização,
memória operacional, flexibilidade cognitiva, controle inibitório, juízo e demais funções
cognitivas, visto que o transtorno de deficiência intelectual não se baseia apenas no
nível de QI, mas no seu funcionamento neuropsicológico como um todo. Com base na
literatura, podemos considerar no caso que Sam possui um retardo mental moderado,
conhecido também por oligofrenia moderada ou imbecilidade. Isso porque, portadores
de Retardo mental moderado apresentam ( baseando-se em testes de inteligência) um
QI na faixa de 35 a 49, o que equivale a idade mental de uma criança de 6 a 9 anos.
Apresentando sintomas tais como: desenvolvimento neuropsicomotor lentificado e
incompleto (particularmente na linguagem e na compreensão).
Após analisar o fator inteligência por meio de testes psicométricos, devemos seguir
com avaliação psicológica. O segundo passo é a entrevista com o pai Sam e com a
filha Lucy que será realizada separadamente,para ouvir ambas as partes e entender
como a deficiência intelectual de Sam impacta a vida cotidiana de ambos. O Terceiro
passo seria uma entrevista com pai e filha, com o objetivo de entender um pouco do
vínculo entre eles, o quanto o afastamento entre os dois implicaria em traumas tanto
para a criança e para o pai. Após a realização das entrevistas iniciais é de extrema
importância avaliar o vínculo entre pai e filha com a observação dos seguintes ítens:
Qualidade do relacionamento emocional da criança com o genitor,sentimentos da
criança em relação ao genitor, identificação da criança com o genitor, habilidades de
paternagem, aquisição de valores, rotina da criança e aspectos culturais. O quarto
passo seria a realização de entrevistas com terceiros, pessoas que convivem e fazem
parte de alguma forma da rotina de Sam. Após as entrevistas realizaremos o quinto
passo, que é o uso de teste projetivo de personalidade que deve ser devidamente
aplicado na criança com a finalidade de revelar emoções escondidas e conflitos
internos, ou seja, testes que propõe medir as éreas de sua mente inconsciente e com o
resultado desses testes podemos avaliar se Lucy indica problemas internos em relação
ao convívio com o pai e sua deficiência intelectual.O sexto passo seria a realização de
algumas visitas à residência de Lucy e Sam, com o objetivo de analisar a rotina, os
cuidados, a higiene e outros fatores que podem acarretar danos e prejuízos à crianças
se não forem executados devidamente pelo pai .O sétimo passo seria uma visita à
escola da criança, com o objetivo de os educadores a respeito do desenvolvimento
escolar de Lucy em relação aos colegas e saber mais informações a respeito da rotina
escolar da mesma, nessa etapa poderíamos realizar também alguns testes para
detectar se há algum atraso intelectual ou prejuízo cognitivo na criança.
Levando em consideração o vínculo afetivo que Sam e Lucy tem um pelo outro, o
afastamento do pai não é a melhor forma de se resolver a questão. Ao longo do filme
percebemos que Sam possui autonomia na realização da maioria das tarefas diárias e
isso é uma questão a ser considerada na decisão judicial. Apesar de Sam ter vínculos
afetivos fortes com a filha e autonomia em várias atividades devemos levar em conta o
desenvolvimento cognitivo e intelectual de Lucy e uma forma de resolver esse problema
é compartilhando a guarda da menina com um tutor que a possa ajudar no
desenvolvimento das suas capacidades intelectuais.