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VIVIANE FONTES GOMES SANTOS

A CARÊNCIA AFETIVA E OS REFLEXOS NA VIDA


ADULTA

Salvador
2022
VIVIANE FONTES GOMES SANTOS

A CARÊNCIA AFETIVA E OS REFLEXOS NA VIDA ADULTA

Projeto apresentado ao Curso dePsicologiada


Instituição União Metropolitana de Educação e
Cultura (UNIME).

Orientadora: Amanda Mattos

Salvador
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
1.1 O PROBLEMA 5
2 OBJETIVOS 5
2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO 5
2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS 5
3 JUSTIFICATIVA 6
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
5 METODOLOGIA 10
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO 10
REFERÊNCIAS 11
1 INTRODUÇÃO

O Afeto é essencial na vida do indivíduo, principalmente na fase da infância e


adolescência, visto que, essas fases do ciclo vital são cruciais para o
desenvolvimento da personalidade; enfretamento dos problemas na fase adulta;
interações e relações sociais.

A carência afetiva no período infantil, pode impactar de forma negativa ao


longo da vida do individuo, pois enquanto criança nota-se a busca por aprovação e
reconhecimento, e estes quando não são atendidos positivamente podem
desenvolver problemas de autoestima e inseguranças levando consigo esses
reflexos até a fase adulta, e possivelmente resultando na dificuldade de construir ou
estabelecer suas relações sociais.

A discussão acerca desse tema propõe compreender na perspectiva da


Psicologia, como a ausência afetiva durante a primeira infância pode gerar,
posteriormente, consequências como: autocobrança, problemas na autoestima,
inseguranças, dependência emocional e desencadear transtornos de
personalidades.
Para compreender os principais reflexos na vida adulta decorrente da
carência afetiva, foram feitos estudos bibliográficos de livros e artigos científicos, no
qual foram abordados também durante a graduação acadêmica, sendo essas
temáticas das disciplinas Psicologia Social e Desenvolvimento Humano.
Sob a perspectiva da Psicologia social, destaca-se a teoria do Apego de John
Bowlby, na qual vai explicar as fases e os tipos de apego; vínculos afetivos entre o
bebê e sua figura de segurança ou conforto (cuidador); e as implicações do apego
para a vida adulta.
O presente trabalho consiste em revisar estudos sobre a carência afetiva e
quais são seus reflexos na vida adulta, promovendo uma reflexão dos aspectos
históricos, psicossociais e quais sofrimentos psíquicos podem ser
consequentemente ocasionados.
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1.1 O PROBLEMA

Quais tipos de consequências a carência afetiva pode trazer a vida adulta?

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO


Compreender a importância do afeto durante a infância e adolescência, e
como a carência afetiva implica na vida adulta, analisando aspectos históricos e
psicossociais, sofrimentos psíquicos ocasionados e demais consequências.

2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

● Analisar os aspectos históricos e psicossociais que estão associados a


carência afetiva;
● Compreender os tipos de sofrimentos psíquicos, como sobrecarga e
dependência emocional; insegurança; e baixa autoestima, na visão da
Psicologia;
● Compreender as dificuldades que uma pessoa na fase adulta pode
enfrentar para manter relacionamentos afetivos duradouros em decorrência
da ausência de afeto, na perspectiva da Psicologia.
3 JUSTIFICATIVA

O estudo deste tema apresenta fatores importantes a serem analisados,


pautados na origem histórica da carência afetiva e como posteriormente pode
resultar em dependência emocional. Essa pesquisa visa compreender como os
indivíduos enquanto ser social interagem na sua fase adulta após serem
desprovidos de afeto.
O tema é pertinente, sobretudo, por possibilitar uma discussão sobre os
impactos que a ausência e/ou carência afetiva reflete na saúde mental do indivíduo,
posto que no senso comum já é uma temática constantemente abordada,
principalmente nas redes sociais, permanece a relevância de pesquisas atualizadas
sob cunho profissional e científico com a intenção de acrescer também a
comunidade acadêmica.
Tratando-se de uma pesquisa científica será dissertado pontos de aptidão
teórica com a finalidade de investigar e tornar compreensível os aspectos
determinantes da dependência emocional, visto que contribuirá sob uma perspectiva
diferente que se embasa em estudos de alguns psicólogos e teóricos psicossociais.
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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Barbosa e Magalhães (2008) constataram que a manipulação ideológica dos


adultos instrumentalizava as crianças até estas apresentarem independência física,
sendo assim inseridas no mundo adulto. Contudo, segundo Zimerman (2010), o
afeto tem grande importância na vida do indivíduo, principalmente no período da
infância e adolescência, visto que, estas etapas são cruciais para o desenvolvimento
da personalidade, formas de relacionamento e enfretamento dos problemas na vida
adulta.

Conforme Klaus, Kennel e Klauss (2000), os pais precisam trabalhar seus


filhos durante a primeira infância a dominar suas emoções; por exemplo, o medo de
ficar sozinho ou medo da separação, de forma que toda vez que se despedirem e
saírem do ambiente, sem delimitar o tempo para retorno, não despertem o
sentimento de confusão. Os mesmos autores concluem ser imprescindível esse
passo de acenar e dizer “tchau” para o ensino-aprendizagem, pois além de causar
um sentimento de confiança, dá uma sensação de controle do momento em que
estão na ausência dos cuidadores; com isso a criança passa a compreender que as
pessoas se distanciam uma das outras, porém em breve elas retornam.

Com base em Rodrigues e Chalhub (2009), na primeira infância construímos


um vínculo social e afetivo conhecido como apego adulto, os vínculos que
adquirimos nessa primeira fase da vida nos servem como modelos dos
relacionamentos posteriores, pois a criança que habita no nosso interior nunca
morre. Os mesmos afirmam que, de maneira inconsciente, os adultos, em sua
maioria, começam e estabelecem relações afetivo-amorosas diversas vezes no
intuito de se sentirem amados, confortáveis e protegidos na relação.

É imprescindível discorrer que a carência afetiva presente no passado tem


impacto até hoje na vida dos adultos que foram criados naquela época, gerando um
ciclo de anulação afetiva, transferindo tais comportamentos para as próximas
gerações. As crianças que não possuíram a presença da mãe ou tiveram relações
perturbadas na primeira infância, não conseguem desenvolver relações profundas, e
nem compreendem suas emoções (BOWLBY, 1981).
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Segundo estudos de Bowlby (1988), quando a privação de afeto é quase total,


a severidade dos danos é maior em seu desenvolvimento psicológico e afetivo,
gerando uma dificuldade na criança em estabelecer relações sociais. Quando o grau
de privação do afeto é parcial na infância, a criança sofre angústia, forte sentimento
de vingança e necessidade exacerbada de amor, no entanto nessa fase do ciclo vital
o indivíduo ainda não sabe lidar com suas emoções e sua maneira de reagir pode
resultar em transtornos psicológicos, resultando numa personalidade instável
(BOWLBY, 1988).
Rossetti-Ferreira (2006) levantou estudos entre 1960 e 1980, concluindo que
a década de 1960 foi marcada pelos estudos sobre a relação adulto-criança,
particularmente sobre a relação mãe-criança. Já a década de 1970, segundo a
mesma autora, estudos sobre interação questionavam a influência do contato com
pares para o desenvolvimento de competências cognitivas ou interpessoais das
crianças. Para alguns autores, a interação propriamente dita e a função das relações
dos pares não foram claramente relacionados ao “contato social” ou “comportamento
socialmente dirigido"; alguns poucos autores, no entanto, reconheciam a existência
de processos interativos de bebês, buscando estudá-los, e assim aparecem estudos
sobre interação de crianças pequenas (ROSSETTI-FERREIRA, 2006). Prevalecem
entre esses estudos, porém, os feitos em laboratório com espelhos unidirecionais e
comumente com crianças estranhas umas às outras, onde se registra o
comportamento socialmente dirigido à outra criança, particularmente o jogo paralelo
e, por vezes, a imitação (MUELLER, LUCAS, 1975).

Na década de 1980, segundo Rossetti-Ferreira (2006), a capacidade de


interação do bebê com o coletâneo ainda era discutida, sobretudo pelos estudos
possuírem caráter isolado e sem articulações que permitissem interações mais
longas e sustentáveis através dos comportamentos socialmente orientados. A autora
conclui que, de modo geral, entendia-se que a dificuldade para as crianças
estabelecerem interações mais complexas e duradouras era causada pela
incapacidade de perceber, se ajustar ou negociar os desejos ou intenções da outra
criança.

Essas capacidades, que para os autores dependeriam do desenvolvimento


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simbólico e o acompanhariam, possibilitariam à criança atribuir significados


diferentes a um mesmo objeto no jogo de faz de conta, assumir diferentes papéis,
jogar e trocar de papéis e posições com os companheiros; obviamente, o domínio da
linguagem facilita muito estes acordos, favorecendo a comunicação entre crianças
(ROSSETTI-FERREIRA, 2006).
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5 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa a será uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo e


descritivo, englobando livros, dissertações e artigos científicos selecionados através
de busca nas seguintes bases de dados: ResearchGate, Scielo e Google Scholar. O
período dos artigos pesquisados serão os trabalhos publicados nos últimos 10 anos
(2011 a 2021). Os critérios de inclusão serão revisões bibliográficas anteriores e
artigos que contenham pesquisas sobre carência afetiva, sobretudo sobre o impacto
dela na vida adulta. As palavras-chave utilizadas na busca serão: “carência
afetiva”, “apego”, “vínculo”, “personalidade”, “desenvolvimento humano”; “lack of
affection”, “affective abandonment” e “human development”.

6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

Quadro 2 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do


Trabalho de Conclusão de Curso.
2022/1 2022/2
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do tema e definição X
do problema de pesquisa.
Definição dos objetivos, X
justificativa (atividade 01-1).
Envio da Atividade 01-1. X
Definição da metodologia. X X
Pesquisa bibliográfica e
elaboração da fundamentação
teórica, cronograma e
X X
referências (atividade 02-1)
Entrega da Atividade 02-1. X
Entrega da versão final do
projeto (atividade 03-1).
X
Lançamento dos pontos no
portal.
X
Revisão das referências e
materiais de apoio para X X
elaboração do TCC.
Elaboração e envio da
Introdução e do Capítulo 1. X X
(atividade 01-2)
Elaboração e envio dos
Capítulos 2 e 3. (atividade 02- X X
2).
Entrega da versão final do
trabalho de conclusão de X
curso. (atividade 03-2)
Divulgação dos trabalhos
aptos e realização das bancas.
X X
Lançamento dos pontos no
portal
X
Fonte: Produção própria da autora.
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REFERÊNCIAS

BARBOSA, A. A.; MAGALHÃES, M. das G. S. D. A concepção de infância na


visão Philippe Ariès e sua relação com as políticas públicas para a infância.
Examãpaku: Revista Eletrônica de Ciências Sociais, História e Relações
Internacionais, [s.l], v.1, n. 1, 2008. Disponível em:
https://revista.ufrr.br/examapaku/article/view/1456. Acesso em: 10 mai. 2022.

BOWLBY, J. Cuidados Maternos e Saúde Mental. (6ª ed., V. L. B. Souza & I.


Rizzini). 2020. São Paulo: Martins Fontes. (Texto original publicado em 1981).

BOWLBY, John. A Secure Base. 1. ed. Londres: Routledge, 1988. 181 p. ISBN 978-
0-465-07597-3.

KLAUS, M. H.; KENNEL, J. H.; KLAUS, P. H. Laços em desenvolvimento: os


primeiros dias e semanas. In: KLAUS, M. H.; KENNELL, J. H. Vínculo: construindo
as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artmed,
2000.p. 103-119.

MUELLER, E.; LUCAS, T. A developmental analysis of peer interaction among


toddlers. In: LEWIS, M.; ROSENBLUM, L. A. (Org). Friendship and peer relations. v.
4. 1975. Nova York: Wiley-Interscience.

RODRIGUES, S.; CALHUB, A. Amor com dependência: Um olhar sobre a


teoria do apego. Trabalho de conclusão de curso. 2009.

ROSSETTI-FERREIRA, M. C. Olhando a Pessoa e seus Outros, de perto, de


longe, no antes, aqui e depois. In: COLINVAUX, D.; LEITE, L. B.; DALBOSCO, D.
D. A. (Org.). Psicologia do desenvolvimento: reflexões e práticas atuais. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2006.

ZIMERMAN, David E. Os Quatro Vínculos: Amor, Ódio, Conhecimento,


Reconhecimento na Psicanálise e em Nossas Vidas. 1. ed. Porto Alegre: Artmed,
2010. 240 p. ISBN 9788536322124.

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