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Nota do Autor
Trabalho realizado no âmbito da Unidade Curricular de Psicologia Desenvolvimento II.
Docente: Dr.ª Paula Paulino.
RESUMO
INTRODUÇÃO
Participante de 68 anos, sexo masculino de origem angolana, teve uma infância feliz,
mas marcada por eventos (guerra), que o levou a mudar de país (Portugal), com referência à
possibilidade de ter tido uma vida diferente caso não o fizesse. O desenvolvimento escolar foi
normativo, marcado por falta de aceitação pelos professores, com consequências nas relações
sociais, limitadas ao pai e mãe, impactando nas tomadas de decisão importantes ao longo da
vida, autopercecionando-se como “não muito social”. Tinha sonhos para o futuro,
relacionados com a atividade do pai, não concretizados devido à guerra, o que levou a uma
reorganização dos mesmos quando mudou de país.
Considera a passagem à reforma como uma fase transitória calma, sem ter tido
impacto negativo em si ou na sua vida (estabilidade – Levinson). Descreve a sua vida como
satisfatória (Erikson) considerando as aprendizagens importantes, realizado (Vaillant), ativo e
preocupação com condição física, psicológica e emocional para o futuro. Diz que dá passeios
e anda de bicicleta regularmente e que mantem rotinas saudáveis. Tem insight para a sua
idade e sobre as mudanças físicas, bem como do declínio das suas capacidades físicas, no
entanto rejeita qualquer declínio cognitivo. Por esse motivo tenta exercitar-se diariamente e
manter-se ativo a nível físico e intelectual de forma a obter um envelhecimento com
qualidade.
Não possui um círculo social ou de suporte, visto que ainda se considera uma pessoa
pouco social. Também não frequenta clubes, atividades desportivas ou outros núcleos para
pessoas em início de senescência – Nível Social. Mostra flexibilidade cognitiva, bons níveis
atencionais e curso do pensamento organizado e coerente, no entanto, denota-se alguma
lentificação do mesmo. As suas limitações físicas e cognitivas são consistentes com a
literatura, verificando-se um Trade-Off entre as habilidades cognitivas (Schein).
continuidade de vida sem qualidade e sentido, podendo conduzir a um declínio mais rápido e
exponencial.
A abordagem de Levinson, com base na teoria - The seasons of Life Theory, teve a sua
base nas transições críticas na trajetória da participante, como a perda do pai na adolescência,
que a levou a assumir responsabilidades domésticas aos 16 anos, a entrada na vida adulta que
ocorre precocemente, aos 18 ou 19 anos, iniciando a sua vida laboral e consolidando o
casamento aos 26 anos.
Foi professora, começou a trabalhar ainda não tinha terminado a licenciatura, por falta
de professores na época e por ter já conhecimentos foi solicitada para dar aulas. Utilizou os
conhecimentos e competências que já possuía para concretizar objetivos na área da carreira, o
que favoreceu a passagem para a vida adulta. Houve, entretanto, a consolidação da carreira
que permitiu o desenvolvimento da identidade com base num papel social, assim como a
promoção para a estabilidade financeira.
O casamento, acabou por casar cedo, aos 18 anos, pois estava gravida, casou e teve
uma filha (Neugarten). A nível profissional começou cedo, aos 14 anos, mais tarde foi
funcionaria publica, durante cerca de 30 anos, onde trabalhou estudou, com adaptações
constantes e com vista a progressão e consolidação da carreira (Vaillant).
A passagem da vida ativa profissional, para a reforma, menciona que foi vivida com
muito receio, pois o convívio que tinha com todos os colegas de trabalho a rotina diária o
atendimento ao publico, toda essa rotina foi quebrada, mas recordada com muita saudade,
reforçando que (“o reformado não é um inválido”), mantendo assim uma vida social muito
ativa.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Na entrevista é relatada uma das circunstâncias que teria alterado ou mudado que a
condicionou na sua vida, foi o facto de ter casado aos 18 anos, disse que não teria casado,
sendo esta a afirmação mais disruptiva e com a conotação mais negativa durante a entrevista.
Não mencionando um grande marco de mudança na sua vida.
DISCUSSÃO:
Teoria do Relógio Social" de Neugarten sugere que eventos históricos podem moldar
a perspetiva e as escolhas dos indivíduos, influenciando os percursos de vida de forma
significativa, tal como o impacto do evento histórico do 25 de Abril, apesar de todos terem
vivenciado esse momento, as experiências foram percebidas de formas distintas, assim como
a Guerra Colonial.
CONCLUSÃO:
ESTUDOS FUTUROS
O que nos dizem os idosos do nosso país? Será que tudo se mantém? Até o
desenvolvimento, aos olhos da medicina (Varland, S., et al. (2023))? Pode mudar de acordo
com a evolução da sociedade? Mantêm-se os hábitos? Ou a celebre frase “No meu tempo não
era assim” terá um fundo de verdade? Certo será que, o que fizemos em crianças, as nossas
crianças não fazem, a evolução é continua e, cada vez mais acelerada.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
Vaillant, G. E. (1977). Adaptation to life: How the best and the brightest came
of age.Boston, M.A.: Little, Brown
Varland, S., et al.(2023). N-terminal acetylation shields proteins from
degradation and promotes age-dependent motility and longevity. Nature
Communications, 14(1), 6774. https://doi.org/10.1038/s41467-023-42342-y