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2011
INTRODUÇÃO
Já para Skinner o comportamento nada mais é do que algo observável e que pode
ser mudado de acordo com o desejado, desde que passe por um programa de
modelagem.
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CONCEPÇÕES DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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Inicio da idade adulta Cerca de 20 anos ate 30 anos
Para entendermos melhor como estas transformações ocorrem, solicito que liste o
que você acredita ter mudado na sua vida nestes últimos 5 anos? Amigos?
Trabalho? Casamento ou namoro?
Bom, tudo o que você listar de sua vida, faz parte do processo de mudanças que
ocorrem na vida das pessoas.
Quando essas mudanças ocorrem na infância, falamos que essas mudanças são
ganhos e quando ocorrem na fase adulta, falamos que essas mudanças são
perdas.
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Outra variável que faz parte da definição de desenvolvimento é a ‘mudança’, que é
coação, são criadas “no nível estrutural e funcional do organismo, quando este se
identificação de uma direção a ser seguida ao longo do tempo, embora tal direção
não tenha que ser especificada em termos concretos, podendo ser deduzida
Guedea, 7).
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os níveis hierárquicos - dos genes, citoplasma, células, órgãos, sistema
orgânico, comportamento, até os ambientes social e cultural, e que este
aumento em complexidade implica a emergência de novas propriedades
funcionais, estruturais e de competências. A interdependência entre os
diferentes níveis que se influenciam mutuamente..
grupo. Ela oferece um sistema de significados compartilhados por meio dos quais
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PARA REFLETIR
HEREDITARIEDADE E AMBIENTE
Conceito de Evolução
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espécies não existiam lá, sugerindo, portanto, que a variedade de espécies refletia
a operação de um processo que chamou de “Seleção Natural” (Gerry & Zimbardo,
84).
Genética do Comportamento
Mendel (Glassman & Hadad, 107), descobriu que uma característica herdada
passava de pai para filho. Em qualquer individuo, este código é composto de
dois genes, formando um par. Quando ocorre a reprodução, o par de genes é
dividido, de forma que pai e mãe contribuem cada um, com apenas um gene para
cada filho. Assim, o filho carrega informações genéticas tanto do pai quanto
da mãe.
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Resumindo:
A hereditariedade já era questionada por Platão (Glassman & Hadad, 111). Para
ele o conhecimento é inato ou “nativo” do indivíduo, em vez de ser adquirido pelo
indivíduo através da experiência. Isso conduziu à visão do conhecimento e do
comportamento chamada nativismo.
No período de gestação, a mãe deve tomar cuidado com fatores tais como:
nutrição, infecção, radiação, drogas e bebidas alcoólicas, podem afetar o
desenvolvimento do bebe no ventre materno.
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EX: A cocaína, quando ingerida com grande quantidade pela mãe, pode privar o
oxigênio para o feto. Se houver privação grave de oxigênio para o feto, os vasos
sangüíneos do cérebro poderá se romper, causando um tipo de derrame pré-natal
que pode acarretar transtornos mentais para a vida toda.
O sistema visual do bebê, logo após o nascimento começa a trabalhar. Seus olhos
estão alerta, voltando-se na direção de uma voz e buscando interrogativas de
determinados sons. Mesmo assim a visão é menos desenvolvida do que outros
sentidos no momento do parto. Apenas em torno de 4 meses de idade uma
criança é capaz de combinar informações de seus dois olhos para melhor
percepção.
OBSERVANDO O CEREBRO
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PARA REFLETIR:
CÓRTEX CEREBRAL
COMPORTAMENTO MOTOR
PRIMÁRIO
CÓRTEX ASSOCIAÇÃO MOTORA INFORMAÇÕES TÁTIL DO
CORPO
PROCESSAMENTO
INFORMAÇÃO
PLANEJAMENTO AUDITIVA E
EMOÇÃO MEMÓRIA
JULGAMENTO
COMPREENSÃO DA
LINGUAGEM
CENTRO
DA FALA ASSOCIAÇÃO
VISUAL
CÓRTEX AUDITIVO
CÓRTEX VISUAL
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Em cada hemisfério, o lobo frontal é a área que fica na frente da fissura
central e acima da fissura lateral; esta envolvida na interpretação da emoção e
da experiência. A área motora frontal é a porção do córtex que fica logo atrás
da fissura central que controla todos os movimentos voluntários dos músculos.
O lobo pariental é a porção que fica logo atrás da fissura central e acima da
fissura lateral, cuja função primaria é a sensação do ato (Glassman & Hadad,
71).
EX: os movimentos dos músculos da sua mão direita são iniciados pelo seu
hemisfério esquerdo.
O motivo disso é que, nas crianças, como as conexões nervosas ainda estão
em formação, a desativação de uma parte do cérebro (por uma lesão, por
exemplo) pode ser compensada por ligações neurais em outros pontos da
massa encefálica. Já nos adultos, vítimas de um derrame cerebral, em que a
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modelagem está completa, a lesão tem poucas chances de ser compensada. O
impressionante nessas pesquisas é mostrar que o dom de automodelagem tem
curta existência. Vai do nascimento até poucos anos de vida, dependendo da
função cerebral de que se trate. No caso da fala, sabe-se que essa capacidade
se encerra por volta dos 10 anos de vida. "Já a partir dos 12 anos, a
recuperação é como a dos adultos, ou seja, longa e difícil", diz Paulo Henrique
Ferreira Bertolucci, professor da Universidade Federal de São Paulo (Revista
Veja 20/03/1996).
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diferença não importava a quantidade de horas dedicadas ao estudo musical, e
sim, em que idade eles haviam sido apresentados aos instrumentos - sempre
cedo (Revista Veja 20/03/1996).
tanto da criança como para o adulto. Se uma das partes do cérebro for “lesada”
desenvolvimento normal.
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CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM
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condicionamento clássico ou respondente, consistindo no esquema E-R, foi,
em seus primórdios, considerado como o elemento básico de aprendizagem,
ponto de partida para a formação de todos os hábitos. Era tempo de euforia
geral entre os positivistas, pois as pesquisas de Pavlov ofereciam a
possibilidade de se atribuir, às atividades complexas, o sentido de uma
composição de simples elos soldados. 0 condicionamento clássico diz respeito
à relação entre um estímulo antecedente e uma resposta que lhe é,
naturalmente, conseqüente. Inicia-se com a observação de respostas
incondicionadas a estímulos incondicionados, mas o interesse central se firma
na obtenção de uma determinada resposta, provocada por um estímulo
previamente neutro, quando este é associado a um estímulo incondicionado.
Com o passar do tempo, o condicionamento respondente revelou-se
insuficiente para a explicação de aprendizagens complexas, e sua validação
restringiu-se à explicação dos comportamentos involuntários e das reações
emocionais. Foi, então, superado pelo condicionamento operante (skinneriano),
o qual desloca a ênfase do estímulo antecedente para o estímulo conseqüente
(reforço), como recurso para garantir a manutenção ou extinção de certo(s)
comportamento(s).
O condicionamento operante ocupa-se, pois, das relações entre o
comportamento a ser aprendido e as suas conseqüências. Os adeptos da
teoria do reforço consideram-na capaz de explicar a aquisição dos
comportamentos voluntários de todos os tipos. O esquema continua muito
simples: o organismo emite uma resposta a um estímulo cujo conhecimento
não é necessário, e dependendo das conseqüências geradas por ela, será ou
não mantida. Logo, são os estímulos que se seguem à resposta (reforços) que
representam o núcleo da teoria, e não os que a antecedem.
As pesquisas sobre condicionamento iniciaram-se sempre com
experimentos com animais e se aplicaram posteriormente, a sujeitos humanos.
Dado o seu grande poder de controle do comportamento, essas pesquisas
foram-se sofisticando cada vez mais. Têm sido incessantes os esforços para
provar que o comportamento é modelado, razão por que devem as
investigações fornecer o maior número possível de dados sobre estímulos
reforçadores, estímulos aversivos, tipos de reforços, esquemas de reforço,
contra-condicionamento, etc. Acredita-se que o aprofundamento dessa linha de
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análise findará por oferecer um modelo de aprendizagem que resolverá todos
os problemas.
O Behaviorismo
A palavra inglesa behavior quer dizer comportamento, conduta.
De acordo com essa teoria psicológica, os comportamentos dos indivíduos
devem ser observados e medidos, da mesma maneira como fazem outras
ciências.
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poder de eliciar a resposta que originalmente era eliciada por outro estímulo".
Skinner chama o experimento pavloviano de condicionamento do tipo S e o seu
de tipo R. No primeiro, as respostas são eliciadas (respondentes) e no
segundo, emitidas (operantes). O reforço no condicionamento operante é dado
após a resposta exigida, quando aparece a resposta condicionada. A ação do
organismo produz o agente que reforça. Portanto, o condicionamento do tipo S
diz respeito a respostas do sistema nervoso autônomo e o do tipo R ao
comportamento motor (músculos estriados).
Caixa de Skinner
Tipos de Reforços
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d) De Razão: o reforço é apresentado em intervalos de tempo padrão, após um
número x de respostas.
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A personalidade para o behaviorista é um conjunto, um sistema de hábitos. Os
hábitos são organizações de reflexos condicionados. A maior importância é
dada aos fatores ambientais e a hereditariedade é relegada para segundo
plano. O homem é produto do ambiente, e essa afirmação é valida no sentido
bem radical.
PERSONALIDADE
Deriva do latim – persona – que significa máscara, ou seja, aquilo que
queremos parecer aos outros.
De modo geral, personalidade refere-se ao modo relativamente constante e
peculiar de perceber, pensar, sentir e agir do indivíduo.
A personalidade é dinâmica, e não é algo estático, é algo em construção.
É o modo de ser de cada um, sua forma de agir, de pensar, solucionar seus
problemas, de se relacionar com os outros. É a marca de cada “um” de nós.
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Traços de Personalidade: refere-se a uma característica duradoura da
personalidade do indivíduo.
Caráter: é a peculiaridade indivisível, particular da pessoa, que se manifesta
em certos modos de experiência individual; esses modos são organizados
como totalidade e são sujeitos a mudanças, embora conservem a essência.
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TEORIA COGNITIVA DE JEAN PIAGET
DESENVOLVIMENTO HUMANO
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao
crescimento orgânico.
O desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo
aparecimento gradativo de estruturas mentais.
Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. Por
exemplo, a motivação está sempre presente como desencadeadora da ação,
seja por necessidades fisiológicas, seja por necessidades afetivas ou
intelectuais.
Outras estruturas são substituídas a cada nova fase da vida do indivíduo. Por
exemplo, a moral da obediência da criança pequena é substituída pela
autonomia moral do adolescente.
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Estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que existem formas de perceber,
compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária.
Piaget observando seus próprios filhos e muitas outras crianças, concluiu que
as crianças não pensam como os adultos, pois lhes faltam certas habilidades, a
maneira de pensar é diferente, não somente em grau, como em classe. Para
ele, as crianças necessitam descobrir o que elas tiram de suas
experiências e o que elas acrescentam – suas “construções”. Conforme as
crianças crescem, suas capacidades de interpretar ou construir a realidade ate
progridem por estágios que suas capacidades mentais se assemelhem às dos
adultos. Esta concepção de Piaget é chamada de construtivista. (Davidoff,
436).
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o ambiente. Este processo expande automaticamente as capacidades mentais.
A Adaptação e composta de dois subprocessos: assimilação e acomodação.
Durante a assimilação lidamos com lidamos com nossas experiências
categorizando-as em termos conhecidos. Com o termo acomodação, Piaget
denotava a criação de novas estratégias ou sua modificação ou a combinação
de antigas para lidar com algum desafio (Davidoff, 437).
Deve ser entendido como uma globalidade, mas, para efeito de estudo, tem
sido abordado a partir de 04 aspectos básicos:
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• Aspecto físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, à maturação
neurofisiológica, à capacidade de manipulação de objetos e de exercício do
próprio corpo. Ex: a criança leva a chupeta à boca ou consegue tomar a
mamadeira sozinha, por volta dos 07 meses, porque já coordena os
movimentos das mãos.
• Aspecto social: maneira como o indivíduo reage diante das situações que
envolvem outras pessoas. Ex: em um grupo de crianças, no parque,
algumas espontaneamente buscam outras para brincar, e algumas
permanecem sozinhas.
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é, portanto, supor que é essencialmente uma organização e que sua função
consiste em estruturar o universo assim como o organismo estrutura seu
ambiente imediato". Piaget. ( As Origens da Inteligência na Criança, p.3-4)
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assimilação dessas ações e, assim, em construção de esquemas ou
conhecimento.
Criando uma nova situação, um novo esquema onde possa ser enquadrado o
novo estímulo ou trabalhar o existente no indivíduo de forma que o estímulo
possa ser absorvido por ele. Após essa acomodação, a criança tenta
novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação. Isso
quer dizer que a acomodação não é determinada pelo objeto, mas pelo
exercício desenvolvido pelo indivíduo na busca dessa assimilação. Os
esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de
desenvolvimento.
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TEORIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO DE JEAN PEAGET
Cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer nessas
faixas etárias.
A divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida.
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As experiências com objetos ampliam os meios para
entendimento de novas situações. A criança começa a
considerar, por exemplo, que os objetos saem da visão,
12a18 meses
como uma bola atrás de uma almofada.
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É nessa fase que as operações de classificação e seriação se elaboram. Formulam-
se operações dando subsídios ao raciocínio em seu desenvolvimento, determinante
da lógica infantil. A reversibilidade lógica é adquirida pela criança por volta dos sete
anos. Inhelder destaca (apud Dolle, 1987:124):
"a atividade da criança torna-se operatória a partir do momento em que adquire uma
mobilidade tal que uma ação efetiva do sujeito (classificar, ordenar, adicionar, etc.) ou
uma transformação percebida no mundo físico (de uma bola de massa de modelar, de
um volume de líquidos etc.) pode ser anulada em pensamento por uma ação
orientada em sentido inverso ou compensada por uma ação recíproca".
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FASE OPERACIONAL FORMAL
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quarto pode ser privado das coisas que estão no seu quarto. À menina que bate em
outras crianças, deve ser negada a interação com outras crianças.
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superfícies, isto proporcionaria um desenvolvimento mais prático e sistemático
no indivíduo.
Para Piaget, a motivação não deve vir de fora, mas da própria capacidade de
aprender. Se a criança construiu suas estruturas pelo ponto de vista endógeno,
então estas terão necessidades dos objetos que podem assimilar, e não partir
diretamente para a abstração, ainda não totalmente assimilada por ela.
Frente a este contexto, vemos o quanto se faz necessário atentar para as fases
de formação das estruturas mentais, e tentarmos adequar o meio para
favorecer a assimilação pelo indivíduo do maior número de esquemas que
serão utilizados em fases posteriores da vida. Também devemos colocar que a
inteligência dever ser exercida sempre para que cada vez se aprimore mais, e
não fique estagnada por falta de estímulos exógenos para respostas
endógenas.
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LEV VYGOTSKY
Interacionismo ou sócio construtivismo de Lev Vygotsky, onde a aprendizagem
é um processo contínuo e a educação é caracterizada por saltos qualitativos de
um nível de aprendizagem a outro.
Com respeito a Vygotsky, merece realce, inicialmente, o fato de ele ter uma
posição que representou um avanço para a Psicologia soviética.
Sabe-se que, após a Revolução de 1917, as formulações de Pavlov imperaram
na Rússia, por sua característica antiidealista. Em contrapartida, abandona-se
o estudo da consciência, implicando isto, segundo Vygotsky, uma limitação da
Psicologia a problemas pouco complexos, além de fazer perdurar o caráter
dualista e espiritualista do subjetivismo anterior. Visando, então, a uma
coerente Psicologia materialista, Vygotsky e seus colaboradores se empenham
em recuperar o estudo da consciência, inserindo as contribuições de Pavlov
numa perspectiva mais ampla de investigação. Instaura-se, a partir daí, a
reação ao comportamentismo vulgar e a luta pela instituição de um método que
tratasse a consciência de maneira objetiva e concreta.
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como atividades sociais, isto é, como funções interpsíquicas; por outro, nas
atividades individuais, como propriedades do pensamento da criança, isto é,
como funções intrapsíquicas”.
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1. A de que todo conhecimento provém da prática social, e a ela retorna;
2. A de que todo o conhecimento é um empreendimento coletivo, nenhum
conhecimento é produzido na solidão do sujeito, mesmo porque essa
solidão é impossível.
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as duas teses têm, em comum, conceitos fundamentais e são parecidas.
James (Vygotsky, 1988, p.105) define a educação ”como a organização de
hábitos de comportamento e de inclinação para a ação”. O desenvolvimento
seria assim “uma acumulação de reações”. Contudo, Vygotsky considera uma
diferença fundamental entre as duas teses que é a relação temporal entre o
processo de aprendizagem e o processo de desenvolvimento. Esta tese não
superpõe um tempo entre o processo de desenvolvimento e o processo de
aprendizagem. Aqui, o desenvolvimento é paralelo à aprendizagem, mas há
uma identificação entre desenvolvimento e aprendizagem tão exagerada que
pouco se diferencia da tese da independência.
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Vygotsky (1998) ao rejeitar as três posições teóricas acima referidas, afirma a
complexidade do problema em discussão, reascende o fato de que o
aprendizado da criança não começa na escola, que toda situação de
aprendizagem escolar se defronta sempre com uma história de aprendizagem
prévia. Com estes preâmbulos, Vygotsky retoma o tema da zona de
desenvolvimento proximal e sua relação com a aprendizagem.
É aí, pois, que mais se observa que mais se faz sentir a relação que existente
entre o desenvolvimento do indivíduo e seu processo de aprendizagem.
O professor, atento a estas questões, dá à escola um papel de fundamental
importância na construção e na elaboração dos processos mentais do
indivíduo adulto. Daí, afirmar Vygotsky (1987, p. 89) que “o único tipo de
aprendizado é aquele que caminha à frente do desenvolvimento, servindo-lhe
de guia; deve voltar-se não tanto para as funções já maduras, mas
principalmente para as funções em amadurecimento”.
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uma situação estruturada e comprometida com a evolução dos processos de
desenvolvimento e da aprendizagem do aprendente.
Porém, Vygotsky trabalha também com outras situações onde se dá a relação
com o desenvolvimento infantil, no caso, o brinquedo.
O autor faz uma comparação entre a situação escolar e a situação de
brincadeira, que, mesmo sem função clara de desenvolver as funções
superiores, cria uma zona de desenvolvimento proximal, não só pela situação
imaginária, como também ao definir regras específicas, propiciando uma nova
aprendizagem.
Assim é que Vygotsky (1988) retoma a palavra neste trabalho para dizer que:
“A relação entre ambos os processos pode representar-se esquematicamente
por meio de dois círculos concêntricos; o pequeno representa o processo de
aprendizagem e o maior, o do desenvolvimento, que se estende para além da
aprendizagem”.
O DESENVOLVIMENTO DA ESCRITA
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O aprendizado da linguagem escrita na criança, ao contrário de que muitos
pais pensam, inicia antes mesmo dela entrar para a escola. Para Vygotsky, a
linguagem escrita a que se refere, é um sistema de signos e símbolos de
segunda ordem, porque primeiramente a criança necessita passar pelas
de primeira ordem, que são: brincadeiras, gestos, desenhos e a fala. Cada
uma dessas características desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento da linguagem escrita.
O gesto é o signo visual inicial que contém a futura escrita da criança, assim
como uma semente contém um futuro carvalho. Como se tem corretamente
dito, os gestos são as escrita no ar, e os signos escritos são, frequentemente,
simples gestos que foram fixados (Vygotsky, 142).
Vygotsky
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Vygotsky vai alem, e atribui outros valores ao jogo. Ele é uma ferramenta
importante para o desenvolvimento da criança, pois, proporciona a capacidade
de: planejar, imaginar, representar papéis e situações do cotidiano, bem
como, o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos e as
regras inerentes a cada situação.
Reflexões Finais
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HENRY WALLON
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“É necessário respeitar o repertorio comportamental da criança, sem impor-lhe
maneiras de agir e de pensar que não correspondam às suas necessidades e
competências atuais.” (Goulart, 1998, p.22)
Conhecendo os comportamentos predominantes em cada etapa do
desenvolvimento pode-se orientar melhor a ação educativa.
Para ele somos um ser social e membros de uma dada sociedade, vivemos e
atuamos numa realidade social concreta e procuramos modificá-la.
“... a prática pedagógica se situa na confluência dos conflitos gerados pela
oposição entre o indivíduo e a sociedade e os métodos pedagógicos não
podem ser dissociados dos fins visados pela educação...” (Goulart, 1998, p.22)
O grupo infantil torna-se indispensável não somente para a aprendizagem
social, mas para o desenvolvimento da consciência de si e da consciência
social, pois os conflitos o farão perceber que é uma entre as outras crianças e
que ao mesmo tempo é diferente delas e igual a elas, já que partilham algumas
condições de vida. Portanto, o ambiente humano, oferece ao indivíduo os
meios e os motivos para sua ação. A escola é a instituição que tem melhores
condições de oferecer à criança os meios adequados à realização de suas
atividades e o professor deve guiar a criança para tirar o máximo proveito dos
meios que lhes são oferecidos e dos seus próprios recursos para que ela
construa seu desenvolvimento.
Para o Wallon, o meio escolar dá a possibilidade de conviver com crianças
em sua idade e adultos que não constituem o mesmo status dos pais.
Teoria da Emoção
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Para Wallon, os estados afetivos do bebê são vividos por sensações
corporais, e expressos sob a forma de emoções. Com o aparecimento da
linguagem estes se diversificam e ampliam-se.
Wallon vai além, e relata que “As emoções podem ser consideradas, sem
duvida, como a origem da consciência, visto que exprimem e fixam para o
próprio sujeito, através do jogo de atitudes determinadas, certas
disposições especificam de sua sensibilidade. Porém, ela só serão o
ponto de partida da consciência pessoal do sujeito por intermédio do
grupo, no qual elas começam por fundi-lo e do qual recebera as formulas
diferenciadas de ação e os instrumentos intelectuais, sem os quais lhe
seria impossível efetuar as distinções e as classificações necessárias ao
conhecimento das coisas e de si mesmo” (Wallon, 64).
Wallon acredita que a emoção nutre do efeito que causa no outro. Ou seja, a
reações que as emoções despertam, funcionam como uma espécie de
combustível para sua manifestação.
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As emoções é um processo corporal que, quando intenso prejudica a
percepção do exterior e que para trabalhar as funções cognitivas é
necessário manter uma “baixa temperatura emocional”. O poder
subjetivador das emoções quando intenso pode prejudicar a objetividade
das operações intelectuais.
Para Wallon a criança necessita interagir com o meio para desenvolver seus
aspectos afetivos, sociais e intelectuais. A escola é a instituição que tem por
finalidade prover atividades para desenvolver esses aspectos.
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como as necessidades afetivas da criança para que os conhecimentos
apresentados sejam assimilados e utilizados mais tarde (Lakomy, 61).
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Wallon desenvolveu idéias acerca da educação em artigos especialmente
destinados a temas pedagógicos, na proposta de reforma do sistema de ensino
francês pós-guerra. Projeto denominado PROJETO LANGEVIN-WALLON.
Alguns temas:
A teoria de Wallon nos leva a uma reflexão pedagógica, não somente por estar
o desenvolvimento da pessoa completa e de basear este estudo numa
perspectiva dialética, mais também por tratar de temas como emoção,
movimento, formação da personalidade, linguagem, pensamento entre outros.
O construtivismo é interacionista.
O interacionismo é uma grande base para integração de Piaget, Vygotsky e
Wallon. Esses autores concordam que o desenvolvimento e aprendizagem
são resultantes da interação entre sujeito e objeto.
O sujeito com a “forma” de pensamento e o objeto, com o “conteúdo” da
matéria.
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• Piaget: o pensamento é anterior à linguagem
• Vygotsky: a linguagem é anterior ao pensamento
Quando uma escola se diz partidária deste método ou daquela teoria, é preciso
distinguir as diferenças entre ambos. Existem teorias da aprendizagem, ou
seja, hipóteses e modelos de como o ser humano aprende, e métodos
pedagógicos, isto é, maneiras de proceder em determinadas situações.
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Destacam-se, dentre teorias e métodos educacionais utilizados no Brasil, as de
Piaget, Freinet, Montessori e Waldorf. Mais recentemente, as idéias do norte-
americano Howard Gardner começaram a ser difundidas.
CONSTRUTIVISMO
Pedagogos, psicólogos e filósofos vêm de longa data ocupando-se em
responder as questões: como tem origem e como evolui o conhecimento?
Conhecimento em ação
Marina tem seis anos. A professora a chama e lhe pede que escreva uma
palavra qualquer. "Vou escrever ‘flor’, tá?". Escreve "ois". Em vez de corrigi-la,
a professora pede que Marina escreva "flores". A menina escreve "ois"
novamente, dessa vez reforçando o pingo no "i". "Como você sabe que aqui
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está escrito ‘flor’ e aqui ‘flores’?", pergunta a professora. "Por causa disso",
responde Marina, apontando a diferença entre os pingos nos "is".
À primeira vista, Marina cometeu uma série de erros que precisariam ser
corrigidos. Segundo a ótica construtivista, ao contrário, ela está progredindo
muito no sentido de aprender, por si só, como deve escrever.
O que parece ser um erro na verdade é uma hipótese construída pela própria
criança para encontrar o mecanismo da escrita.
"Marina é uma criança que até pouco tempo atrás achava que cada vez que ela
abria a boca colocava uma letra. Essa hipótese, elaborada pela própria criança,
é a hipótese silábica", explica Maria da Glória Seber. Doutora em ciências da
psicologia pela USP, há vários anos ela se dedica ao estudo das aplicações
das teorias construtivistas na sala de aula.
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O meio influencia o cérebro, transmite-lhe informações. Ao mesmo tempo, a
mente humana dispõe de estruturas básicas para transformar essas
informações em conhecimento.
Segundo Zilá, uma criança, quando puxa uma toalha da mesa para alcançar
um objeto, demonstra que estruturou a relação espacial entre a toalha e o
objeto. "Isso é um exemplo do que Piaget quer dizer quando afirma que
pensamento e ação não ocorrem separadamente", explica.
"O que se deve garantir num primeiro momento é o raciocínio da criança, que
não se desenvolve mediante a repetição mecânica de conteúdos", critica Maria
da Glória. O discurso da escola tradicional, segundo a pesquisadora, está
impregnado de chavões sem nenhuma aplicação prática: "Aprender a aprender
está na boca de todo mundo, do porteiro da escola à diretora."
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BIBLIOGRAFIA:
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