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Psicomotricidade e

Psicopedagogia
Valquiria Costa
 Pedagoga.
 Especialista em Educação e Psicomotricidade.
 Psicopedagoga Clínica e Institucional.
 Especialista em Educação Especial e Inclusiva.

valquiriacosta.psicopedagoga
Do que falamos, quando falamos em
Psicomotricidade?
[...] A Psicomotricidade como ciência, é entendida como o campo
transdiciplinar que estuda e investiga as relações e as influências
recíprocas e sistêmicas, entre o psiquismo e o corpo, e, entre o
psiquismo e a motricidade, emergentes da personalidade total, singular
e evolutiva que caracteriza o ser humano, nas suas múltiplas e
complexas manifestações biopsicossociais, afetivo-emocionais e
psicosóciocognitivas.

[...] a motricidade é entendida como o conjunto de expressões


corporais, gestuais e motoras, não verbais e não simbólicas, de índole
tônico-emocional, postural, somatognósica e práxica, que sustentam e
suportam as manifestações do psiquismo.
Fonseca (2012, p.1)
 A palavra Psicomotricidade foi
inserida pelo neurologista francês
Ernest Dupré, no início do século XIX.
Foi num período pós-guerra que na
França surgiu a necessidade de
qualificar e reabilitar o corpo.

 O movimento humano é construído


em função de um objetivo. A partir de
uma intenção como expressividade
íntima, o movimento transforma-se
em comportamento significante.
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso representa uma rede de comunicações do
organismo, formada por um conjunto de órgãos do corpo humano que
possuem a função de captar as mensagens, estímulos do ambiente,
"interpretá-los" e "arquivá-los", e consequentemente, elaborar respostas
(se solicitadas), as quais podem ser dadas na forma de movimentos,
sensações ou constatações.

As células nervosas, neurônios, estão envolvidas em todas as situações


citadas acima. Elas estão em todo o nosso corpo formando um
emaranhado de fibras nervosas ( nervos) que conduzem impulsos
elétricos sempre que acionados.
Há cerca de 100 bilhões de neurônios em nosso sistema nervoso.
Cada um deles é capaz de receber mensagens de milhares de
neurônios e passá-las por centenas ou até milhares de outros
neurônios ou podem ser transmitidas para um músculo ou glândula.
Essas mensagens são chamadas de impulsos nervosos.
Os impulsos nervosos são mudanças de cargas elétricas que
percorrem o neurônio a uma velocidade que pode chegar a 120
metros por segundo.
A comunicação entre um neurônio e outro é feita quimicamente.
Quando o impulso elétrico chega à ponta de um axônio ocorrem
liberações de substâncias químicas que provocam mudanças
elétricas no neurônio seguinte.
A região onde ocorre a proximidade
das terminações dos axônios com os
dentritos é chamada de Sinapse.

As substâncias que fazem a


comunicação entre os neurônios ou
entre os neurônios e os órgãos
efetores são chamadas de
neurotransmissores.
Para compreender melhor...
Córtex Somatossensorial
(Lobos Parietais)
Córtex Motor
(Lobos Frontais)
Elementos Básicos da Motricidade

1 - TÔNUS

• Estado de semi contração muscular (fisiológico).


• Genético (associado à herança biológica).
• Ajusta os movimentos coordenados.
• Associado à função de alerta, atenção e vigilância.
• Reflexo das emoções.
2 - EQUILÍBRIO

• Associado ao domínio da gravidade e controle postural.


• Desenvolvimento da locomoção.
• Responsável pela postura bípede.
• Estático, dinâmico e recuperado (Podálico e manual).
3 – LATERALIDADE

• Associado a uma assimetria funcional que determina


uma preferência lateral.
• Hemisférios esquerdo domina a lógica
• Hemisfério direito é intuitivo (emoção)
• A lateralidade é função da dominância lateral e um dos
hemisférios organiza o ato motor e o outro dá apoio.
• Fechado por volta de 7/8 anos.
4 - ESQUEMA CORPORAL
 Imagem Corporal

• Conhecimento e reconhecimento de seu próprio corpo.


• Funções e possibilidades de cada parte.
• Entender e nomear cada parte de seu corpo
• Situação no espaço e possibilidades (inversão)
• Autonomia corporal (imagem)
5 - ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL

• Relação com espaço e tempo


• Associação ao ontem, hoje, amanhã
• Percepção de distâncias e tempo
• Relacionado às diferentes modalidades sensoriais,
visual, auditiva e cinestésica.
6 - PRAXIA GLOBAL

• Automação de movimentos globais e exige a


coordenação de vários grandes grupos musculares.
• Caracteriza o envolvimento de muitas funções e uma
antecipação mental que antecede a análise do
movimento.
• Econômico, regulado e “solto”.
7 - PRAXIA FINA

• Aumenta toda a referência corporal em um determinada


execução, integrando competências de uma forma diferenciada
e com maior complexidade.
• A perícia manual caracteriza a praxia fina.
• O elemento central da praxia fina é a mão.
• Troca da postura bípede e liberação da mão.
• Polegar opositor, diferencial da espécie.
• EX: A escrita, desenho, modelagem...
NEUROCIÊNCIAS E EDUCAÇÃO
Cada ser humano é único, pois as redes neuronais formadas
são próprias e específicas da história de vida de cada pessoa.
Temos várias áreas do cérebro em que os neurônios são
destinados a processar coisas especificas.
O cérebro funciona integradamente.
Plasticidade é a possibilidade ampla de formação de conexões
entre neurônios a partir das sinapses.
O cérebro não só aprende, se reorganiza.(pessoas cegas)
A prática pedagógica que for planejada e executada
sem levar em consideração os processos internos
mentais da espécie humana terá grande possibilidade
de conduzir o aluno a uma situação de não
aprendizagem.

Os conhecimentos sobre o cérebro devem ser


auxiliares e esclarecedores para o professor.
DIMENSÃO INTERNA DO DESENVOLVIMENTO

 Quando a criança “começa” a falar , ela realizou uma série de aquisições que a
levaram a falar.
 Da mesma maneira que o desenvolvimento interno leva a formar a fala, levará a
criança ao ato de escrever e ao ato de ler.
 Ao brincar, a criança mobiliza áreas do cérebro que fazem parte da aquisição dos
conhecimentos formais:
 Redes neuronais são formadas no córtex motor quando a criança realiza
brincadeiras com movimentos repetitivos, desenvolvendo a perícia de certos
movimentos que serão “utilizados” para escrever.
 Parlendas adivinhas e cantigas – mais elementos para se apropriar da escrita.
 Brincadeiras infantis educam a atenção.
 A atividade do desenho no período que antecede à alfabetização, já faria parte do
próprio processo de alfabetização.
O Desenvolvimento Humano, enquanto processo de mudança e
estabilidade, seguindo uma ordem de conceitos básicos e primordiais
para tal abordagem, muda de forma qualitativa e quantitativa, na qual a
primeira forma refere-se ao número ou quantidade na diminuição ou
aumento na frequência do comportamento agressivo ou da interação
social. Já na segunda forma, ocorre uma mudança no tipo, na estrutura
e na organização na aprendizagem de uma nova habilidade.
A APRENDIZAGEM
A aprendizagem não é resultante do acaso, acontece ao longo de toda a
vida humana diante de um determinado contexto histórico-cultural, afetivo,
cognitivo e psíquico. Neste contexto, entram em cena diferentes fatores.
Para Fernández (2001, p.48):
O aprender transcorre no seio de um vínculo humano cuja matriz toma forma nos primeiros
vínculos mãe-pai-filho-irmão, pois a prematuridade humana impõe a outro semelhante adulto para
que a criança, aprendendo e crescendo, possa viver.
Sendo a Psicomotricidade, uma ciência que possibilita o
estudo e aprimoramento das ações motoras aliadas às
afetivas e cognitivas, tal área de conhecimento não pode
estar fora do contexto de aprendizagem, pois tal ciência
pode favorecer o desenvolvimento do sujeito como um ser
subjetivo composto de características próprias que
aprende através de um canal motriz, seu corpo.

Valquiria Costa.
A Psicomotricidade não prioriza ações
motoras descontextualizadas, pois, tal ciência
considera as habilidades e expressões corporais
associadas às próprias vivências do sujeito em
determinado ambiente e em determinado
contexto social.
REFERÊNCIAS
AUCOUTURIER, Bernard; DARRAULT, Ivan; EMPINET, Jean-Louis. A prática psicomotora: reeducação e
terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: <
https://psicomotricidade.com.br/>. Acesso em: 11 de Janeiro de 2019.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua
família. Porto Alegre: Artmed, 2011.
FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade e neuropsicologia: uma abordagem evolucionista. Rio de Janeiro:
Wak, 2010.
______ . Uma Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Lisboa. Editorial Notícias, 1984.
LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora: a psicomotricidade na idade escolar. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1987.MATOS, Elizete Lúcia Moreira. Escolarização hospitalar: educação e saúde para
humanizar. Petrópoles, RJ: Vozes, 2009.
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque
psicopedagógico. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.

PAPALIA, Diane; OLDS, Sally Wendkos; FELDMAN, Ruth Dskin. Desenvolvimento humano. 10. ed. Porto
Alegre: AMGH, Artmed, 2010.
OBRIGADA!

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