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e o Processo
de Alfabetização
1. Introdução 5
Conceitos, Epistemologia e Fundamentos 7
O Processamento Psicomotor 15
A importância da Avaliação Psicomotora 16
2. As Dimensões da Psicomotricidade
e o Desenvolvimento da Aprendizagem 25
As Dimensões da Psicomotricidade 28
A Noção do Tempo ou Temporalidade 32
Dimensão Emocional 33
02
5. A psicomotricidade e o fazer docente 60
Jogos e Brincadeiras: Arte, Recreação e Cognição 62
Desenvolvimento da Coordenação Motora Fina 63
Dicas para Estimulação da Memória 66
Vivendo a Psicomotricidade 67
6. Referências Bibliográficas 70
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A PSICOMOTRICIDADE E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
1. Introdução
Fonte: Mamamia1
1 Retirado em https://www.mamamia.com.au/
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A PSICOMOTRICIDADE E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
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A PSICOMOTRICIDADE E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
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tivo- motor que põe em jogo a com- olhar globalizado, que percebe a re-
plexidade dos processos mentais, lação entre a motricidade e o psi-
fundamentais para a polivalência quismo, como entre o indivíduo glo-
preventiva e terapêutica das dificul- bal e o mundo externo. Pode ser en-
dades de aprendizagem. tendido como uma técnica, cuja or-
Outros afirmam que ela é en- ganização de atividades, possibilite à
tão, uma técnica que se dirige, pelo pessoa conhecer concretamente, seu
exercício do corpo e do movimento, ser e seu ambiente, para atuar de
considerando o ser em sua totali- maneira adaptada.
dade. (CAMARÇOS, R.L./CANSA- E, é com base nessa concepção
DO, H. R, 1999); Ainda, que ela é a que entendemos a importância da
comunicação que faz de mim como psicomotricidade no desenvolvi-
um todo, corpo e eu, corpóreo, que mento da alfabetização. Isto porque,
se torna possível, ao outro, me reco- o processo de desenvolvimento da
nhecer como sujeito e não como um psicomotricidade contribui, signifi-
objeto‖ (CARDOSO, 1998); ou que cativamente, para a aquisição de ha-
ela não é exclusivamente de um no- bilidades acadêmicas, ou seja, atra-
vo método, ou de uma escola, ou de vés dela, o aluno assimila com mais
uma corrente de pensamento, nem facilidade os conteúdos ministrados
constitui uma técnica, um processo, na escola. Isso acontece porque, o
pois tal pode levar-nos a um novo corpo, em movimento, torna-se a
afastamento da concepção unitária base para o desenvolvimento da cri-
do homem. Visa, segundo a reflexão ança, em todos os seus aspectos.
de M. Vial, fins educativos pelo em- Assim, experimentar o próprio
prego do movimento humano (FON- corpo e relacioná-lo com sua lingua-
SECA. 1997). gem simbólica é fundamental na
Diante de tantos conceitos, to- prática psicomotricista. Através des-
mamos como base o conceito de De ta relação estabelecida, na prática da
Meur e Staes (1992), ao colocarem a psicomotricidade, é possível que a
psicomotricidade como a posição criança possa desfrutar e agir sobre
global do sujeito, que pode ser en- seu desenvolvimento afetivo, motor
tendido como a função de ser hu- e cognitivo.
mano, que sintetiza psiquismo e mo- Nessa perspectiva, Vygotsky
tricidade, com o propósito de permi- (1996), afirma que, o desenvolvi-
tir, ao indivíduo, adaptar de maneira mento começa com a mobilização
flexível e harmoniosa ao meio que o das funções mais primitivas (ina-
cerca. Pode ser entendido como um tas), com o seu uso natural. A seguir,
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passa por uma fase de treinamento, seus escritos enfatizou também que,
em que, sob a influência de condi- nessa relação com o outro, o apren-
ções externas, muda sua estrutura e dizado é mediado pelo uso de instru-
começa a converter-se de um pro- mentos, sejam eles materiais ou
cesso natural em um processo cultu- simbólicos. Os instrumentos materi-
ral‖ complexo, quando se constitui ais são as ferramentas que o homem
uma nova forma de comportamento utiliza para o domínio da natureza e,
com a ajuda de uma série de dispo- os instrumentos simbólicos são os
sitivos externos. O desenvolvimento signos, ou seja, elementos que repre-
chega, afinal, a um estágio em que sentam ou expressam outros obje-
esses dispositivos auxiliares exter- tos, eventos, situações‖. (OLIVEIRA,
nos são abandonados e tornados 1998, p. 30).
inúteis e o organismo sai desse pro- Entrando no campo referente
cesso evolutivo transformado, pos- ao desenvolvimento e à aprendiza-
suidor de novas formas e técnicas de gem, é bom lembrar que Vygotsky
comportamento. (VYGOTSKY e LU- admitia a existência de uma unidade
RIA, 1996, p. 215). dialética entre estes dois polos (PA-
Como teórico interacionista, LANGANA, 1994, p. 116), de tal ma-
Vygotsky acredita na importância da neira que um processo convertia-se
interação social, destacando o papel no outro, desenvolvendo e impulsio-
da cultura no processo de humaniza- nando-o. Esse processo se dá por
ção (aquisição de cultura). Segundo meio da interiorização das formas
ele, só nos humanizamos e nos tor- culturais, dos objetos da cultura,
namos humanos, no contato com o através das interações do homem
outro. Partindo dessa premissa, com o mundo. Portanto, a importân-
atrelou o desenvolvimento humano cia das interações sociais no pro-
ao meio social e às condições de vida cesso de aprendizagem do indivíduo
nos planos, material e cultural. se destaca no sentido de que é no
O desenvolvimento, nessa contato social com diferentes sujei-
perspectiva, tem o seu processo de tos que a aprendizagem se efetiva.
constituição arraigado na atividade, Estudando a relação entre de-
como mencionado acima, mas prin- senvolvimento e aprendizagem, Vy-
cipalmente nas relações sociais que gotsky (1998, p. 111) descobriu que
favorecem diferentes trocas que ge- existe uma relação entre determi-
ram aprendizagens que, por sua vez, nado nível de desenvolvimento e a
promovem desenvolvimento num capacidade potencial de aprendiza-
processo dialético ascendente. Em
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ser e ter e dos tempos verbais, torna meio, no trabalho de percepção tem-
possível que a criança manifeste a poral.
aquisição de temporalidade. Assim, ao final das atividades
Após essa primeira parte, ob- da avaliação, apresente às crianças a
serve se as crianças demonstram, atividade de reprodução de estrutu-
claramente, a noção de dia e noite, ras rítmicas e peça que eles acompa-
bem como, a organização das fases nhem o ritmo.
do dia e os dias da semana. A reprodução de estruturas
Veja se a noção de dia e noite é rítmicas é importante por auxiliar
organizada pela luminosidade. Se no desenvolvimento da alfabetiza-
não há claridade então é noite e está ção das crianças, pois acompanhan-
na hora de dormir. Havendo organi- do os ritmos elas demonstram que
zação da manhã, da tarde e da noite, são capazes de acompanhar a forma-
muitas vezes isto se dá graças à no- ção das palavras e, consequente-
meação que alguém faz para a cri- mente, as reproduzem no papel, ar-
ança, mas principia a noção de tem- ticulando-as com ordem em ora-
poralidade. ções. Como afirma Schinca (1991,
Se as crianças avaliadas estão p.82), foneticamente, a sílaba, a pa-
em idade escolar, entre os cinco e os lavra, as pausas, a frase ou série de
nove anos, elas já devem ser capazes palavras criam na linguagem normal
de reconhecer um dia da semana, di- um mundo do ponto de vista rít-
ferenciar a manhã e a tarde e indicar mico-sonoro.
o dia da semana. Para aquelas que já Avaliando a noção corporal
estão entre os sete e os nove anos a que as crianças possuem, peça a elas
identificação deve ser do mês, do que pintem uma figura do corpo hu-
ano e do dia do mês (COSTE, 1992). mano. De carteira em carteira avalie
Quanto à noção de ordem, a noção de corpo que elas possuem.
analise se as crianças conseguem Nesta atividade também é pos-
perceber o primeiro e o último das sível verificar a coordenação motora
atividades, ordenando-os, numeri- fina e a pega do lápis.
camente. Alguns apresentarão dificul-
Ainda no que tange à estrutu- dades na coordenação motora fina e
ração temporal, o acompanhamento uma pega muito forte no lápis, que
de estruturas rítmicas, utilizadas dificulta a escrita e o traçado.
nas avaliações, objetivam um equilí- O esquema corporal é a expe-
brio na adaptação do indivíduo ao riência, imediatamente, percebida
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Passando por baixo e por cima Essas atividades devem ser re-
de uma corda, algumas crianças de- alizadas em todas as avaliações, as-
monstram muita dificuldade de se sim como o chute ao gol, que avalia
perceberem no espaço, ainda sendo a precisão do gesto motor do pé e o
percebido que a estruturação espa- acompanhamento da ação com os
cial é deficiente, pois as crianças se olhos.
esbarram com frequência, muitas Nesta atividade, algumas cri-
não se separam umas das outras (no anças apresentam movimentos pre-
sentido de ficarem unidas e não pró- cisos e harmoniosos, com boa equili-
ximas) e não conseguem se organi- bração no olhar e chutar. Outras cri-
zar em filas com espaço suficiente anças não obtêm tanto êxito na exe-
para o outro. cução do exercício, porém, em geral,
A destreza manual, avaliada o domínio do pé direito garante
no arremesso de bolas, deve se mos- equilíbrio e certa precisão ao movi-
trar positiva, em grande parte das mento.
crianças e, a coordenação motora, A criança inicia seu desenvol-
óculo-manual, deve se mostrar pre- vimento com movimentos sem pre-
cisa, com algumas crianças com difi- cisão e involuntários que vão se tor-
culdades mais relevantes, porém, nando intencionais à medida que o
sem maiores problemas. Logo, exer- indivíduo toma consciência e con-
cícios realizados com bolas e que trole do próprio corpo e, segundo
exercitam a criança, em ações como Frug (2001), isto ocorre a partir dos
lançar em determinada direção e seis/sete anos, fase em que se com-
trajetória, bem como, em receber pleta a maturação neuroperceptivo-
com precisão visomanual, põem em motora. Destaca-se que atividades
jogo a capacidade de adaptação do que ajudem na estruturação do es-
esforço muscular a um dado obje- quema corporal, na descoberta do
tivo. Grosso modo, a criança, antes próprio corpo e do espaço em que
do lançamento da bola, deve repre- este está inserido, promovem o de-
sentar mentalmente seu movimento senvolvimento das crianças e a exe-
e, muito claramente, saber que ener- cução de movimentos mais firmes,
gia deve empregar para chegar a tal equilibrados, precisos e com maior
objetivo. Se falha uma vez, por apli- refinamento.
car mais ou menos energia que o ne- Não distante destas questões,
cessário, deve corrigir-se e adaptar nas avaliações realizadas, as crian-
seu esforço com maior precisão ças costumam apresentar dificulda-
(SCHINCA, 1992).
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Fonte: Medium2
2 Retirado em https://medium.com/
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e a percepção, por meio de uma am- trói a realidade, que sente e se rela-
pla experimentação. Ainda, confor- ciona. Além disso, três dimensões
me Sousa (2004), Piaget entende serão centradas pela psicomotrici-
que a motricidade interfere na inte- dade: a instrumental, cognitiva e a
ligência, antes da aquisição da lin- tônico-emocional. Nesse sentido, o
guagem, pois, considera que o resul- novo enfoque dado à relação, à afeti-
tado de uma certa experimentação vidade e ao movimento, possibilita
motora, integrada e interiorizada uma reformulação na prática da psi-
como processo de adaptação, é es- comotricidade.
sencialmente movimento. 3. O terceiro, chamado de clínica
No entanto, segundo Levin psicomotora, iniciou segundo Sousa
(1995), a partir de três grandes ver- (2004), a partir das contribuições da
tentes chamadas de cortes episte- psicanálise por meio de interesses
mológicos, há uma tentativa de teóricos e metodológicos dos psico-
aproximação desse corpo como sen- motricistas. Há uma mudança no
do único e global: que diz respeito ao olhar deste pro-
1. O primeiro, focado na neuro- fissional, já que a preocupação foca-
psiquiatria em que o corpo é um ins- se num sujeito desejante, com seu
trumento, uma máquina de movi- corpo em movimento. Levin (1995)
mento; estava basicamente ligado à destaca que por meio do simbolismo
reeducação psicomotora em que, a o corpo não apenas se movimenta,
reabilitação centrava-se por meio de mas se relaciona, tem seus papéis
exercícios motores repetitivos. Nes- definidos na sociedade, tudo isso in-
te período, foi marcante a presença e fluencia na tomada de um ser dese-
a fundamentação dos ideais teóricos jante.
de Wallon e Dupré;
2. O segundo ligado ao campo da No entanto, a partir de Ne-
psicologia genética, nos quais os grine (1995) e, de seus estudos acer-
sentimentos passam a ter importân- ca de Pierre Vayer e Le Bouch surge
cia na formação do indivíduo, surgia a educação psicomotora, que utili-
então, a terapia psicomotora que va- zava a educação física como meio
loriza a emoção, a formação de um para se trabalhar a psicomotricidade
ser pensante global e total. Para Le- no contexto educacional, com o in-
vin (1995), já não se trata de uma re- tuito de promover, na criança ina-
educação, mas de uma terapia em daptada, uma educação motriz (co-
um corpo em movimento que cons- ordenação, equilíbrio etc) e psico-
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Ao obter estas habilidades mo- antes que aqueles que estão localiza-
toras, o indivíduo pode executar dos nas extremidades.
ações como correr, escalar, pular, Por exemplo: a diferenciação
etc. As coordenações dinâmicas ma- dos movimentos globais do braço
nuais, indispensáveis para a leitura e ocorre antes da diferenciação dos
escrita como a coordenação óculo- movimentos do cotovelo e esta, an-
manual ou Visio-digital, também tes da do pulso, que por sua vez,
são adquiridas a partir da aquisição ocorre antes da dos dedos. A preci-
destas habilidades. são, velocidade e coordenação dos
O desenvolvimento da tonici- movimentos dos dedos e mãos são
dade muscular está ligado à evolu- indispensáveis para a aprendizagem
ção do sistema nervoso, basicamen- da escrita.
te, ao desenvolvimento das funções A coordenação é a concordân-
piramidais e a mielinização das fi- cia, que ocorre entre as ações mus-
bras nervosas. Existe no bebê, re- culares em descanso e em movi-
cém-nascido, uma hipotonia no eixo mento, nas respostas aos estímulos.
corporal e uma hipertonia nas suas A coordenação se refere a um con-
extremidades. Contudo, à medida junto de ações musculares, seja em
em que o bebê vai se desenvolvendo, repouso ou em movimento, que es-
vai havendo um equilíbrio, graças à tão sujeitas a determinados estímu-
progressiva tonicidade do tronco. los. Envolve o desenvolvimento da
A dissociação dos movimentos flexibilidade, no que se refere ao
é a destreza que nos permite reali- controle motor. A coordenação re-
zar, movimentos independentes, en- quer a tomada de consciência do seu
tre os distintos segmentos corporais. corpo e do mesmo, no espaço.
A eficiência motora se refere O equilíbrio é uma parte ne-
ao desenvolvimento da velocidade e cessária da coordenação dinâmica.
precisão da motricidade fina, ou Significa a capacidade, que temos,
seja, o desenvolvimento dos grandes de controlar nosso corpo no espaço
conjuntos musculares finos preci- e, em sendo, podermos recuperar
sos. A diferenciação céfalo-caudal nossa postura, normal e correta, de-
significa que, a motricidade da ca- pois de ter realizado um movimento.
beça e do tronco se diferencia antes Para manter um equilíbrio dinâmico
das extremidades inferiores. A dife- é necessário manter uma atitude
renciação próximo-distal significa postural, apropriada, durante os
que os conjuntos musculares, mais movimentos. O equilíbrio estático
próximos do tronco, diferenciam-se exige uma coordenação neuromoto-
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ra adequada para manter uma deter- Nos dois primeiros anos: a cri-
minada postura. ança vai dominando, progressiva-
Dimensão Cognitiva: A dimen- mente, primeiro a cabeça, em se-
são cognitiva trata do desenvolvi- guida o tronco e, depois, as extremi-
mento das funções cognitivas, as dades inferiores.
quais permitem, ao indivíduo, reali- Dos dois aos três anos: há uma
zar movimentos corporais, ou seja, predominância dos elementos mo-
dominar as relações espaciais, tem- tores e sinestésicos, sobre os visuais
porais e simbólicas. e espaciais.
Espacialidade: O conceito de Dos cinco aos sete anos: a cri-
espaço não é inato, mas é elaborado ança já é capaz de ir tomando cons-
por meio da ação e da interpretação ciência do seu próprio corpo e de re-
de dados e dos estímulos sensoriais. presentá-lo.
A compreensão do espaço tem Dos oito aos nove anos: a criança
origem no conhecimento do próprio transpõe, com segurança, sua ima-
corpo. O esquema corporal significa gem aos demais e, já pode transferir,
a tomada de consciência global do progressivamente, esta orientação
corpo. É muito difícil estabelecer aos objetos, o que permite uma es-
uma boa relação entre o EU e o mun- truturação do seu espaço de ação,
do exterior, se não somos capazes de bem como, a disponibilidade global
reconhecer e representar mental- do seu corpo, como conjunto organi-
mente, de forma adequada, o pró- zado, chegando assim, a um controle
prio corpo. A criança vai desenvol- acabado da sua mobilidade segmen-
vendo o esquema corporal e, torna- tar.
se consciente do seu corpo para, as- Desta maneira, o indivíduo se-
sim, poder dirigi-lo. No princípio, o gue na construção do espaço ao seu
bebê não distingue a si mesmo do redor, na medida em que vai se de-
mundo exterior e, somente vai co- senvolvendo. Sua única referência é
nhecendo este, por meio de ações e o próprio corpo, ou seja, nas ativida-
movimentos corporais. des corporais do indivíduo, sua rela-
O desenvolvimento do esque- ção com o espaço vai sendo estabe-
ma corporal vai sendo estruturado lecida. Aos dois anos, o conhecimen-
de acordo com a maturação neuroló- to do seu esquema corporal é frag-
gica, que ocorre em diferentes perí- mentado e, por volta dos 3 ou 4 anos,
odos: ainda não tem noção de unidade. É,
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Posturas nas quais a mão ado- Para ajudar a criança que usa
ta uma posição muito marca- esta posição para segurar o lápis, o
da, com a palma para baixo, educador poderá propor atividades
com o polegar posicionado
próximo à mesa ou, aquelas motoras que envolvam a utilização
que apoiam, excessivamente, a de pinceis, a perfuração e até mesmo
lateral externa da mão, pro- o uso de giz, entre outros. Elogiar a
vocando a elevação da pinça criança e motivá-la, quando fizer uso
escritora. da posição correta, também é muito
importante.
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para uma prática docente significa- vezes, até mesmo evitados, se o edu-
tiva e dinâmica, na alfabetização, cador brasileiro considerasse e acei-
servirá de eixo norteador ao profes- tasse que a criança se desenvolve,
sor no que se refere à elaboração e em todos os seus aspectos simulta-
orientação de suas atividades, bene- neamente. Portanto, é dever do pro-
ficiando enfim, o principal persona- fessor e direito do aluno que suas ha-
gem da alfabetização que é o aluno, bilidades, capacidades, limites e po-
em seu processo de aquisição de co- tenciais sejam diagnosticados e con-
nhecimento. siderados progressivamente, no de-
correr de sua vida acadêmica, assim
“[...] é necessário projetar um como seus aspectos afetivos, sociais
plano de ação que cubra os di-
e cognitivos.
versos âmbitos do desenvolvi-
mento infantil. Isto significa O Referencial Curricular Naci-
que a questão formativa está onal para a Educação Infantil
vinculada a este processo em
todas e em cada uma das di-
(RCNEI) é um documento indispen-
mensões da criança: da sua ca- sável à prática do educador, que con-
pacidade intelectual à sua afeti- sidera a importância do desenvolvi-
vidade, da sua personalidade à
sua conduta, da linguagem ou a
mento global do educando e empe-
lógica à pintura, à música ou ao nha-se em contribuir para que seu
esporte (ZABALZA, 2008, p. aluno desenvolva habilidades im-
61). ”
prescindíveis ao processo de aquisi-
ção da lectoescrita. No RCNEI, o
A fala de Zabalza trata neces-
professor certamente encontrará
sariamente na necessidade de que o
respaldo para uma prática que en-
educador realize, previamente, uma
volve o desenvolvimento das habili-
análise diagnóstica de sua turma.
dades psicomotoras, essenciais à al-
Anteriormente, vimos que em cada
fabetização. Ora, é na Educação In-
faixa-etária a criança apresenta ca-
fantil que devem ocorrer os primei-
racterísticas especificas e que tais
ros esboços desta prática social tão
especificidades, devem ser conside-
importante, especialmente nos dias
radas pelo educador ao elaborar e
de hoje.
desenvolver sua prática docente.
Assim, de acordo com o
Atualmente, enfrentamos
RCNEI, as crianças se movimentam
grandes problemas no que diz res-
desde que nascem adquirindo cada
peito à alfabetização nas escolas pú-
vez maior controle sobre seu próprio
blicas brasileiras. Estes problemas
corpo e se apropriando cada vez
poderiam ser amenizados e algumas
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Brincadeiras:
Separe algumas revistas ve-
lhas e deixe seu filho recortar a
Fonte: https://br.pinterest.com/
figura de que mais gosta. De-
pois, pegue a tesoura e corte
uma parte da imagem. Cole o
recorte em um papel branco
para seu filho completar a fig-
ura, fazendo o desenho do que
falta. Isso vale para paisagens,
objetos. Outra forma de brin-
car com revistas velhas é sepa-
rar os olhos, bocas e narizes de
várias fotos para depois mon-
tar rostos bem malucos em um
papel. Vocês podem desenhar
o contorno do rosto e preen-
chê-lo com os recortes.
Passar anel - Todos juntam as
mãos, palma com palma. O Fonte: https://medium.com/
passador da vez vai 'cortando'
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6. Referências Bibliográficas
AJURIAGUERRA, J. Manual de Psiquia- CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São
tria Infantil. São Paulo: Ed. Masson. 1983. Paulo: Summus, 1987.
ALVES, Ricardo C. S; Psicomotricidade I.
2007. p. 04. Disponível em: CONDEMARIN, Mabel; CHADWICK,
http://www.psicomotricialves.com/PSI- Mariana; MILICIC, Neva. Maturidade es-
COMOTRICIDADEI.pdf colar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
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