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Educação

Infantil
1. Linguagem Oral e Escrita 5
Conceito da linguagem 6
Leitura e Escrita 7

2. Natureza e Sociedade 11

3. Matemática 15
Objetivos 17
Conteúdos 17

4. Movimento 21
Publicidade 21
A Criança e o Movimento 23
O primeiro Ano de Vida 23
Crianças de Um a Três Anos 23
Crianças de Quatro a Seis Anos 24
Conteúdo 25
Expressividade 25
Orientações Didáticas 25
Orientações Didáticas 26
Equilíbrio e Coordenação 27
Orientações Didáticas 27
Orientações Didáticas 27
Orientações Gerais para o Professor 28
Observação, Registro e Avaliação Formativa 28

5. Música 30
Objetivos 32
Orientações Didáticas 32
Em síntese 32
Orientações Didáticas 34
Em síntese 34
Orientações Gerais para o Professor 36
Organização do Tempo 36

02
Jogos e Brincadeiras 37
Organização do Espaço 37
As fontes Sonoras 37
Sugestões de Obras Musicais e Discografia 39

6. Artes Visuais 41
Presença das Artes Visuais na Educação Infantil 41
Ideias e Práticas Correntes 41
A criança e as Artes Visuais 42
Objetivos de 0 a 3 anos 43
Objetivos de 4 a 6 anos 43
Primeiro bloco: “O Fazer Artístico” 44
Crianças de 0 a 3 anos 44
Crianças de 4 a 6 anos 44
Segundo bloco: “Apreciação em Artes Visuais” 44
Didática 44
Organização 45

7. Referências Bibliográficas 47

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EDUCAÇÃO INFANTIL

1. Linguagem Oral e Escrita

Fonte: EnvolVerde1

A aprendizagem da linguagem
oral e escrita é um dos elemen-
tos importantes para as crianças am-
A educação infantil ao promo-
ver experiências significativas de
aprendizagem da língua, por meio
pliarem suas possibilidades de in- de um trabalho com a linguagem
serção e de participação nas diversas oral e escrita, se constitui em um dos
práticas sociais. O trabalho com a espaços de ampliação das capacida-
linguagem se constitui um dos eixos des de comunicação e expressão e de
básicos na educação infantil, dada acesso ao mundo letrado pelas
sua importância para a formação do crianças. Essa ampliação está rela-
sujeito, para a interação com as cionada ao desenvolvimento grada-
outras pessoas, na orientação das tivo das capacidades associadas às
ações das crianças, na construção de quatro competências linguísticas
muitos conhecimentos e no desen- básicas: falar, escutar, ler e escrever.
volvimento do pensamento. (MELLO; MILLER, 2008)

1 Retirado em https://envolverde.cartacapital.com.br/

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EDUCAÇÃO INFANTIL

Para as crianças, a aprendiza- A linguagem pode ser concei-


gem da linguagem oral e escrita é um tuada como uma capacidade restrita
dos elementos importantes para am- aos seres humanos de expressar sen-
pliarem suas possibilidades de in- timentos, sensações, transmitir in-
serção e de participação nas diversas formações, opiniões ou mesmo ex-
práticas sociais e convívio familiar. pressar desejos, proporcionando a
Desde os primórdios da huma- troca de dados entre pessoas de dife-
nidade, o homem já possuía a neces- rentes tradições e localidades. Lin-
sidade de se comunicar. Mesmo não guagem pode se referir tanto à capa-
existindo a exata formação das pala- cidade especificamente humana pa-
vras como atualmente, eles emitiam ra aquisição e utilização de sistemas
sons vocálicos que demonstravam complexos de comunicação, quanto
seu modo de ver o mundo físico, co- a uma instância específica de um sis-
mo também expressavam suas sen- tema de comunicação complexo.
sações: fome, medo, insegurança, Um aprende com o outro e
tristeza. Desta maneira, a lín- passa adiante o conhecimento e se
gua(gem) não é fruto de pesquisa de torna algo social, mudando confor-
longos anos. O indivíduo já nasce me a época, cultura social da região,
com esse instinto e habilidade racio- assim a linguagem é sempre viva e
nal. É a posse da língua(gem) o que nunca é vazia ela é sempre signo e
mais claramente distingue o homem nunca pode ser sinal. Aprender lín-
dos outros seres. guagem não é apenas aprender a co-
dificação ou decodificar, é necessá-
Conceito da linguagem rio aprender a mesma como sistema
de signos não por meio de conjuntos
A linguagem é dialógica por de sinais. (CRUVINEL, 2010)
natureza não pode ser individual, ela É preciso ensinar as crianças o
é algo social, ocorre por interação de sentido das coisas para que a mesma
duas ou mais pessoas. Ela é uma co- aprenda como signos, pois se assim
municação, pois as pessoas não fosse não teríamos pessoas que leem
trocam palavras e sim enunciados. e não entendem o que está diante
Ela se transforma através da intera- dos olhos. Na Educação Infantil, o
ção entre as pessoas, um aprende professor deve ser “secretário” do
com o outro e passa para o próximo. aluno; trazendo a tecnologia e a ino-
A linguagem é algo continuo em que vação para dentro da sala de aula, e
com o tempo vai se transformando e sempre trazer a realidade para um
passando por mudanças. bom desenvolvimento das ativida-

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EDUCAÇÃO INFANTIL

des escolares. O trabalho com a serção e de participação nas diversas


linguagem se constitui um dos eixos práticas sociais.
básicos na educação infantil, dada Os professores preocupados
sua importância para a formação do com a antecipação da escolarização
sujeito, para a interação com as ou- submetem as crianças ao aprendiza-
tras pessoas, na orientação das ações do da leitura pela via da escrita de
das crianças, na construção de mui- letras, sílabas e palavras.
tos conhecimentos e no desenvolvi- Mas, o treino da escrita no mo-
mento do pensamento. mento que a criança ainda não está
preparada para essa aprendizagem
Leitura e Escrita torna-se mais lento e demorado e
muitas vezes uma experiência de
A escrita deve entrar na vida fracasso para a criança, como apon-
da criança de uma forma que elas tam os estudos de Mello e Miller
gostem e tenham interesse pela mes- (2008).
ma. A escrita deve ser ensinada com Neste contexto, as crianças da
sentido; não pode ser ensinada sem educação infantil não terão mais
primeiro mostrar para a criança o tempo e ambiente para brincadeiras,
que é, sempre deve se dar uma intro- pois agora elas estarão ocupadas
dução porque elas estão aprendendo com as tarefas de escrita e assim as
aquela novas palavras. Se deve ensi- crianças deixam de forma suas bases
nar sempre através de signos e não necessárias para aprendizagem da
através de sinal. escrita à função simbólica que se for-
Segundo Arena (2010), os pro- ma na pintura, desenho, na modela-
fessores devem incentivar a leitura gem a necessidade de expressão que
de imagens, pois a partir desta leitu- se forma com a vivência em ativida-
ra se pode trabalhar a criatividade e des que tenham sentido e significa-
realidade. Através do contexto a do para as crianças.
criança aprende, a leitura deve ser No caso da escrita é necessária
algo que atrai a atenção e o interesse a articulação da função simbólica da
das crianças. É a partir da leitura se consciência, do pensamento, da me-
faz um bom escritor. mória, da atenção e da percepção.
A aprendizagem da linguagem No ato de ler e escrever, além de
oral e escrita é um dos elementos mobilizar o conjunto dessas funções
importantes para as crianças am- intelectuais, a criança também pre-
pliarem suas possibilidades de in- cisa ter vontade de expressar ou co-
municar alguma experiência vivida,

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EDUCAÇÃO INFANTIL

por tudo isso a aprendizagem da ta junto com as crianças em situa-


escrita é importante para o desen- ções verdadeiras de produção de
volvimento humano, e por ser im- textual para uma determinada desti-
portante a aprendizagem da escrita nação. Por exemplo, escrever uma
é preciso garantir que ela aconteça carta juntamente com os alunos pa-
de maneira adequada (MELLO E ra os pais pedindo autorização para
MILLER, 2008) fazer um passeio e assim explicar
A escrita é um instrumento qual a função da carta. Também po-
que permite a participação das pes- de ser feito as regras de convivência
soas na cultura letrada e assim faci- que o professor vai escrevendo junto
litam seu dia-a-dia. A aprendizagem com a turma as regrinhas.
da escrita provoca um salto de qua- E a mesma preocupação deve
lidade no desenvolvimento de quem estar presente no trabalho com a lei-
aprende a ler e escrever já que o tura, a criança precisa conviver com
aprendizado desenvolve os mecanis- a leitura como um instrumento que
mos cerebrais que o ser humano uti- tem uma função social. A leitura
liza para pensar. existe para relembrar notícias, bus-
Segundo Vygotski (2001), a car informações em livros ou dicio-
escrita é uma representação de se- nário, como tomar um remédio, co-
gunda ordem. Ela se constitui por mo fazer uma receita e assim por
um sistema de signos palavras escri- diante.
tas que representam os sons e pala- O professor lê para criança
vras da linguagem oral, que tem re- enquanto ela ainda não consegue
lação com o mundo real. Pra Vy- realizar essa atividade com autono-
gotski (2001), desde o início, a escri- mia, e assim se espera formar uma
ta precisa ser apresentada a criança biblioteca mental na criança. Na
como um instrumento que tem uma educação infantil a linguagem visual
função social: a função de expressar é utilizada quando as crianças ilus-
ou comunicar, ideias e sentimentos, tram seu crachá para reconhecê-lo
ou seja, é um equívoco pensar que o mais tarde e antes que aprendam a
ensino dos aspectos técnicos da es- ler o próprio nome. É por meio da
crita para a criança permite-lhe ilustração que as crianças reconhe-
aprender a escrever e ler conforme cem a regra que procuram seguir na
requer o uso da escrita nas diversas vida diária da escola. Por isso desde
situações sociais em que é utilizada. muito pequena a criança precisa
Fazer uso da escrita em sua conviver com práticas sociais de lei-
função social quer dizer usar a escri- tura e da escrita, é importante saber

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EDUCAÇÃO INFANTIL

que a história da escrita começa prática cultural e social, é através da


muito cedo na vida da criança. leitura que as crianças aprimoram
A linguagem oral tem uma seu conhecimento e vão encontran-
função essencial no desenvolvimen- do a palavra do outro e desenvolven-
to da criança, ela é o principal meio do sua imaginação. Assim as crian-
de comunicação das crianças, é por ças vão tem prazer e vontade de ler e
meio dela que a criança amplia seu isso fará muito bem para seu desen-
contato com o mundo de pessoas e volvimento.
objetos que a rodeiam. A linguagem
oral é importante para a internaliza-
ção de condutas, atua também na
constituição da memória, da imagi-
nação e é ela que forma as bases para
a memória.
Literatura na Educação Infan-
til Segundo Arena (2010) a literatura
infantil sempre acompanha a cultu-
ra do momento de cada época. Ela
está sempre em relação com a cultu-
ra, por isso pode dizer que quando o
professor lê para suas crianças ele
está contando histórias e leituras
culturais. A leitura nunca se afasta
da cultura, por este motivo cabe ao
educador mostrar para as crianças a
relação da leitura com a cultura, pois
quanto mais sentido o mesmo mos-
trar para criança, ela relacionará
com o seu cotidiano.
Por meio da literatura a crian-
ça conhece a sua cultura, e outras
culturas que estão em sua volta. A
leitura é de extrema importância por
isso se deve estar sempre lendo para
as crianças da educação infantil. Ler
significa descobrir e compreender a
palavra do outro. A leitura é uma

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EDUCAÇÃO INFANTIL

2. Natureza e Sociedade

Fonte: Trocando Fraldas2

D esde o nascimento, as crianças


observam e examinam ao seu
redor, buscando informações sobre
tocar, provar, pensar, misturar, der-
ramar. É assim que surge o conhe-
cimento da criança em relação à na-
o mundo por meio dos sentidos. De tureza e à sociedade.
início, sua compreensão do mundo As experiências da criança a
físico está limitada ao seu campo capacitam a perceber e enten-
perceptual: as coisas que elas não der o mundo social e natural:
percebem não existem, e as que elas Na Educação Infantil, o trabalho
percebem, muitas vezes, parecem com o eixo: Natureza e Sociedade
inexplicáveis. Por isso, elas obtêm deve propiciar experiências que pos-
sentido do mundo pelo movimento e sibilitem uma aproximação ao co-
pelas sensações. Principalmente, nhecimento das diversas formas de
porque têm uma curiosidade im- representação e explicação do mun-
pressionante, que as impele à ação – do social e natural, para que as

2 Retirado em https://www.trocandofraldas.com.br/

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EDUCAÇÃO INFANTIL

crianças possam estabelecer pro- professor deve ajudar as crianças a


gressivamente a diferenciação que entender termos como: observar,
existe entre as explicações do senso explorar, experimentar, analisar,
comum e do conhecimento cientí- pesquisar e examinar.
fico. Para que as atividades em sala
Todas as atividades sugeridas de aula sejam estimulantes, o
em sala de aula centram-se em torno professor poderá levar as
de uma pergunta, a qual deve pre- crianças a um laboratório, ou
tender despertar a curiosidade, pro- ainda convidar um cientista:
porcionando à criança coragem para Para enriquecer a atividade, o pro-
explorar o mundo ao seu redor, de fessor poderá levar as crianças a um
maneira diferente. laboratório ou convidar um cientista
Sendo estimulada pelas per- – pesquisador, Mestre ou Doutor,
guntas, a criança percebe a sua para ir à escola demonstrar fotos, fil-
capacidade de pensar e experi- mes, slides, equipamentos de labo-
mentar: Ao fazer perguntas, o ratório ou experimento. A visita dá
professor transmite à criança que às crianças a oportunidade de co-
aprender não é a capacidade de dar nhecer um cientista profissional e
respostas decoradas, mas um pro- verem por si mesmas o que essas
cesso de pensar e experimentar. A pessoas fazem no mundo real.
criança é ativa, em vez de passiva; Os conteúdos devem ser tra-
criativa, em vez de imitativa. balhados de maneira integra-
O professor deve ajudar a da, evitando fragmentar a vi-
criança a observar, explorar, vência da criança: Os conteú-
experimentar, analisar, pes- dos de ciências para crianças
quisar e examinar: Para enfatizar de 4 a 6 anos é mais aprofun-
as atividades, o professor poderá dado, podendo ser trabalhado:
fazer perguntas às crianças como: organização dos grupos e seu modo
digam algumas coisas sobre as quais de ser viver e trabalhar; os lugares e
vocês querem saber mais? Afirman- suas paisagens; objetos e processos
do que quando elas querem desco- de transformação; os seres vivos e os
brir mais sobre alguma coisa, o que fenômenos da natureza. Os conteú-
elas fazem? dos sempre que possível devem ser
Faça com que as crianças lis- trabalhados de maneira integrada,
tem os termos que descrevem me- evitando fragmentar a vivência da
lhor o que um cientista faz quando criança.
quer descobrir algo novo. O

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EDUCAÇÃO INFANTIL

Atividades simples também devem ter experiências diretas com


promovem o conhecimento da elementos do mundo, objetivando
criança por meio da experiên- desenvolver a capacidade das crian-
cia: No trabalho com insetos, a ças de observar a natureza e de ex-
criança observa, classifica e registra pressar suas concepções e registrá-
o acontecimento por meio da expe- las. Podem ser desenvolvidas algu-
riência. Já na atividade na caixa de mas atividades com obras da litera-
areia, a maioria das crianças de- tura infantil, músicas, vídeos, além,
monstra muito prazer em brincar é claro, da exploração do ambiente,
com estes elementos, que devem ser como um aquário dentro da sala,
providos de equipamentos de medir, uma coleção de pedrinhas, passeios
de derramar de um recipiente em e excursões.
outro, de peneirar e de construir bo-
linhos de areia molhada.
O elemento mais importante
da aprendizagem da natureza é
a capacidade de a criança gerar
o raciocínio e usá-lo para de-
senvolver um conjunto de cate-
gorias: O elemento mais importan-
te da aprendizagem de ciências e co-
nhecimento físico não é necessária-
mente o produto das investigações
científicas, as conclusões a que as
crianças chegam ou os tipos de cate-
gorias que elas desenvolvem, mas os
processos pelos quais elas geram
estas conclusões e os raciocínios e
métodos que usam para desenvolver
um conjunto de categorias.
O professor pode desenvolver
algumas atividades com obras
da literatura infantil, músicas,
vídeos, além, é claro, da explo-
ração do ambiente: Em todo o
momento das atividades de ciências
e conhecimentos físicos, as crianças

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EDUCAÇÃO INFANTIL

3. Matemática

Fonte: Dnoticias3

D esde o nascimento, as crianças,


estão imersas em um universo
do qual os conhecimentos matemá-
trar com os dedos a idade, manipu-
lar o dinheiro e operar com ele etc.
As crianças também observam
ticos são parte integrante. As crian- e atuam no espaço ao seu redor e,
ças participam de uma série de si- gradativamente, organizam seus
tuações envolvendo números, rela- deslocamentos, descobrindo cami-
ções entre quantidades, noções so- nhos, estabelecendo sistemas de re-
bre espaço. ferência, identificando posições e
Valendo-se de recursos pró- comparando distâncias. Essa vivên-
prios e pouco convencionais, elas cia inicial favorece a elaboração de
utilizam a contagem e operações conhecimentos matemáticos.
para resolver problemas cotidianos, Ensinar matemática é expor
como conferir figurinhas, marcar e ideias próprias, ouvir as dos outros,
controlar os pontos de um jogo, re- formular e comunicar procedimen-
partir as balas entre os amigos, mos- tos de resolução de problemas, con-
frontar, argumentar e procurar

3 Retirado em https://www.dnoticias.pt/

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EDUCAÇÃO INFANTIL

validar seu ponto de vista, antecipar tuações de diferentes naturezas, so-


resultados de experiências não rea- bre as quais não se tem planejamen-
lizadas, aceitar erros, buscar dados to e controle.
que faltam para resolver problemas, A continuidade da aprendiza-
entre outras coisas. gem matemática não dispensa a in-
Assim as crianças tomarão de- tencionalidade e o planejamento.
cisões, agindo como produtoras de Reconhecer a potencialidade e a
conhecimento e não apenas execu- adequação de uma dada situação
toras de instruções. O trabalho com para a aprendizagem, tecer comen-
a Matemática pode contribuir para a tários, formular perguntas, suscitar
formação de cidadãos autônomos, desafios, incentivar a verbalização
capazes de pensar por conta própria, pela criança etc., são atitudes indis-
sabendo resolver problemas. pensáveis do adulto. Representam
As crianças constroem as no- vias a partir das quais as crianças
ções matemáticas (contagem, rela- elaboram o conhecimento em geral e
ções quantitativas e espaciais etc.) a o conhecimento matemático em
partir das experiências proporciona- particular.
das pelas interações com o meio, pe- É preciso considerar o rápido e
lo intercâmbio com outras pessoas intenso processo de mudança vivido
que possuem interesses, conheci- pelas crianças nessa faixa etária.
mentos e necessidades que podem Elas apresentam possibilidades de
ser compartilhados. estabelecer vários tipos de relação
As crianças têm e podem ter (comparação, expressão de quanti-
várias experiências com o universo dade), representações mentais, ges-
matemático e outros que lhes permi- tuais e indagações, deslocamentos
tem fazer descobertas, tecer rela- no espaço.
ções, organizar o pensamento, o ra- Diversas ações intervêm na
ciocínio lógico, situar-se e localizar- construção dos conhecimentos ma-
se espacialmente. Configura-se des- temáticos, como recitar a seu modo
se modo um quadro inicial de refe- a sequência numérica, fazer compa-
rências lógico-matemáticas que re- rações entre quantidades e entre
querem outras, que podem ser am- notações numéricas e localizar-se
pliadas. São manifestações de com- espacialmente. Essas ações ocorrem
petências, de aprendizagem advin- fundamentalmente no convívio so-
das de processos informais, da rela- cial e no contato das crianças com
ção individual e cooperativa da histórias, contos, músicas, jogos,
criança em diversos ambientes e si- brincadeiras etc.

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EDUCAÇÃO INFANTIL

Objetivos Conteúdos

Crianças de Zero a Três Anos: A A seleção e a organização dos


abordagem da Matemática na edu- conteúdos matemáticos represen-
cação infantil tem como finalidade tam um passo importante no plane-
proporcionar oportunidades para jamento da aprendizagem e devem
que as crianças desenvolvam a capa- considerar os conhecimentos pré-
cidade de: vios e as possibilidades cognitivas
 Estabelecer aproximações a das crianças para ampliá-los.
algumas noções matemáticas Para tanto, deve-se levar em
presentes no seu cotidiano, conta que:
como contagem, relações es-  Aprender matemática é um
paciais etc. processo contínuo de abstra-
ção no qual as crianças atri-
Crianças de Quatro a Seis buem significados e estabele-
Anos: Para esta fase, o objetivo é cem relações com base nas ob-
aprofundar e ampliar o trabalho pa- servações, experiências e
ra a faixa etária de zero a três, garan- ações que fazem, desde cedo,
sobre elementos do seu am-
tindo, ainda, oportunidades para
biente físico e sociocultural;
que sejam capazes de:
 A construção de competências
 Reconhecer e valorizar os nú- matemáticas pela criança
meros, as operações numéri- ocorre simultaneamente ao
cas, as contagens orais e as no- desenvolvimento de inúmeras
ções espaciais como ferramen- outras de naturezas diferentes
tas necessárias no seu coti- e igualmente importantes, tais
diano; como comunicar-se oralmen-
 Comunicar ideias matemáti- te, desenhar, ler, escrever,
cas, hipóteses, processos utili- movimentar-se, cantar etc.
zados e resultados encontra-
dos em situações-problema re- Crianças de Zero a Três Anos:
lativas a quantidades, espaço
 Utilização da contagem oral,
físico e medida, utilizando a
de noções de quantidade, de
linguagem oral e a linguagem
tempo e de espaço em jogos,
matemática;
brincadeiras e músicas junto
 Ter confiança em suas pró-
com o professor e nos diversos
prias estratégias e na sua capa-
contextos nos quais as crian-
cidade para lidar com situa-
ças reconheçam essa utilização
ções matemáticas novas, utili-
como necessária.
zando seus conhecimentos
 Manipulação e exploração de
prévios.

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EDUCAÇÃO INFANTIL

objetos e brinquedos, em si- encontram.


tuações organizadas de forma  Comparação de escritas numé-
a existirem quantidades indi- ricas, identificando algumas
viduais sufi cientes para que regularidades
cada criança possa descobrir
as características e proprieda- Grandezas e medidas:
des principais e suas possibi-
 Exploração de diferentes pro-
lidades associativas: empilhar,
cedimentos para comparar
rolar, transvasar, encaixar etc
grandezas.
 Introdução às noções de medi-
Crianças de quatro a seis anos: da de comprimento, peso, vo-
Nesta faixa etária aprofundam-se os lume e tempo, pela utilização
conteúdos indicados para as crian- de unidades convencionais e
ças de zero a três anos, dando-se não convencionais.
crescente atenção à construção de  Marcação do tempo por meio
conceitos e procedimentos especifi- de calendários.
camente matemáticos.  Experiências com dinheiro em
brincadeiras ou em situações
Números e sistema de nume-
de interesse das crianças.
ração Este bloco de conteúdos en-
volve contagem, notação e escrita Espaço e forma:
numéricas e mas operações mate-  Explicitação e/ou representa-
máticas. ção da posição de pessoas e ob-
 Utilização da contagem oral jetos, utilizando vocabulário
nas brincadeiras e em situa- pertinente nos jogos, nas brin-
ções nas quais as crianças re- cadeiras e nas diversas situa-
conheçam sua necessidade. ções nas quais as crianças con-
 Utilização de noções simples siderarem necessário essa
de cálculo mental como ferra- ação.
menta para resolver proble-  Exploração e identificação de
mas. propriedades geométricas de
 Comunicação de quantidades, objetos e figuras, como for-
utilizando a linguagem oral, a mas, tipos de contornos, bidi-
notação numérica e/ou regis- mensionalidade, tridimensio-
tros não convencionais. nalidade, faces planas, lados
 Identificação da posição de um retos etc.
objeto ou número numa série,  Representações bidimensio-
explicitando a noção de suces- nais e tridimensionais de ob-
sor e antecessor. jetos.
 Identificação de números nos  Identificação de pontos de re-
diferentes contextos em que se ferência para situar-se e deslo-
car-se no espaço.

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EDUCAÇÃO INFANTIL

 Descrição e representação de crianças participem de situações nas


pequenos percursos e trajetos, quais sejam utilizadas a contagem
observando pontos de refe- oral, referências espaciais e tem-
rência. porais. Também é preciso que se
criem condições para que as
Às noções matemáticas abor-
crianças engatinhem, arrastem-se,
dadas na educação infantil corres-
pulem etc., de forma a explorarem o
pondem uma variedade de brinca-
máximo seus espaços.
deiras e jogos, principalmente aque-
A partir dos quatro e até os seis
les classificados como de construção
anos, uma vez que tenham tido mui-
e de regras.
tas oportunidades na instituição de
Vários tipos de brincadeiras e
educação infantil de vivenciar expe-
jogos que possam interessar à crian-
riências envolvendo aprendizagens
ça pequena constituem-se rico con-
matemáticas, pode-se esperar que as
texto em que ideias matemáticas po-
crianças utilizem conhecimentos da
dem ser evidenciadas pelo adulto
contagem oral, registrem quantida-
por meio de perguntas, observações
des de forma convencional ou não
e formulação de propostas. São
convencional e comuniquem posi-
exemplos disso cantigas, brincadei-
ções relativas à localização de pes-
ras como a dança das cadeiras, que-
soas e objetos.
bra-cabeças, labirintos, dominós,
dados de diferentes tipos, jogos de
encaixe, jogos de cartas etc.
Considera-se que a aprendiza-
gem de noções matemáticas na edu-
cação infantil esteja centrada na re-
lação de diálogo entre adultos e
crianças e nas diferentes formas uti-
lizadas por estas últimas para res-
ponder perguntas, resolver situa-
ções-problema, registrar e comuni-
car qualquer ideia matemática.
São consideradas como expe-
riências prioritárias para a aprendi-
zagem matemática realizada pelas
crianças de zero a três anos o contato
com os números e a exploração do
espaço. Para isso, é preciso que as

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EDUCAÇÃO INFANTIL

4. Movimento

Fonte: Vida Simples4

O movimento é parte integrante


da vida humana. As crianças
desde o seu nascimento movimen-
Publicidade

O movimento está intimamen-


tam-se e este vai se aprimorando a te ligado à cultura na qual a criança
cada dia por intermédio das expe- está inserida. As instituições de edu-
riências como por exemplo: correm, cação infantil devem propiciar um
saltam, manuseiam objetos, etc. espaço adequado para que as crian-
O movimento humano não se ças se sintam seguras para desenvol-
resume apenas em um deslocamen- verem seus movimentos, vencendo
to e sim uma forma de linguagem os desafios. O trabalho com o movi-
corporal com qual são expressos mento deve propiciar à criança um
sentimentos, emoções e pensamen- desenvolvimento dos aspectos da
tos. O modo como se processa o mo- motricidade e a ampliação da cultu-
vimento é o resultado da interação ra corporal de cada criança.
do homem com o meio, interações Presença do movimento na
sociais e através do tipo de movi- educação infantil: ideias e práticas
mento é expresso as necessidades, correntes. As práticas pedagógicas
interesses entre outros. na educação infantil definem varia-

4 Retirado em https://vidasimples.co/

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EDUCAÇÃO INFANTIL

das concepções da utilização e finali- tos proporcionam. Para a criança


dade do movimento trabalhada em pequena o movimento é algo mais
creches, pré-escolas e outras insti- do que mecânico e sim uma forma
tuições. de expressão e comunicação através
Determinadas escolas em suas dos gestos faciais e da utilização do
práticas educativas, visando manter corpo. Quanto mais nova a criança,
a ordem e a disciplina impõe as necessita mais dos adultos para a
crianças, beber regras, limites no compreensão dos seus gestos para o
que diz respeito aos movimentos por atendimento de suas satisfações e
exemplo: filar, realização de ativida- necessidades e já a partir do mo-
des sistematizadas entre outras. mento em que a criança vai crescen-
Outro objetivo na manutenção do passa a tornar-se cada vez mais
do controle dos movimentos é que independente.
estes impedem a concentração e a No início do desenvolvimento
atenção da criança atrapalhando a da criança, predomina a dimensão
aprendizagem, o que é o contrário, subjetiva da motricidade que se tor-
ou seja, o impedimento do movi- na eficaz com pessoas das quais ela
mento pode dificultar o pensamento interage diretamente, a partir do
e a atenção. As consequências desse momento em que a criança vai cres-
controle dos movimentos da criança cendo ela ganha autonomia para in-
podem ocasionar a passividade, per- teragir diretamente.
da do controle do corpo entre ou- Os pais e os adultos que intera-
tros. gem diretamente com o bebê tem a
Outras atividades realizadas grande responsabilidade em identi-
nas escolas como o intuito da manu- ficar os significados dos seus movi-
tenção da disciplina, exigem das mentos e essa identificação tornará
crianças movimentos controlados possível através das observações no
tolhendo sua liberdade. No berçário, cotidiano. A primeira função da mo-
normalmente são realizadas ativida- tricidade é a expressão das necessi-
des mecânicas com os bebês, por dades, desejos e estados, isso ocorre
exemplo: Movimentos de estimula- não apenas no bebê, como em crian-
ção mecânicos que acabam por oca- ças maiores através das brinca-
sionar na criança uma atitude de deiras.
passividade, desvalorizando seu O corpo é um importante meio
grande potencial de descobertas e para expressar os sentimentos, in-
desafios, e também desprezando a clusive até nos adultos em expres-
troca de atividade que estes momen- sões faciais através das falas, gestos

22
EDUCAÇÃO INFANTIL

entre outros que varia de cultura pa- A descoberta do bebê do efeito


ra cultura. de seus gestos sobre outros objetos
O trabalho pedagógico deve lhe propicia a coordenação sensório-
respeitar a expressividade e o movi- motora e a grande conquista com as
mento próprio da criança, pois um relações com os objetos é o gesto de
grupo disciplinado onde todos parti- preensão que se constitui no movi-
cipam com envolvimento e mobili- mento das mãos, que opõe o polegar
dade nas atividades propostas o que aos outros dedos, utilizado para se-
irá facilitar o professor planejar me- gurar, agarrar, etc.
lhor a sua aula e não interpretado Conquistas como a preensão e
meramente como falta de disciplina. a locomoção são importantes fatores
no plano da motricidade objetiva, e
A Criança e o Movimento vão se aprimorando através de ativi-
dades diversificadas e desafiadoras
O primeiro Ano de Vida dos bebês. Antigamente o bebê era
mantido, praticamente em estado de
Neste período predomina a
imobilidade, não lhe era oferecido
dimensão subjetiva, pois as relações
nenhuma oportunidade de movi-
do bebê com as pessoas que intera-
mentar-se livremente pelo fato de
gem com ele são através das emo-
evitar que ele se machucasse, o que
ções. Através das expressões de ou-
lhe dificultava o desenvolvimento de
tras pessoas as crianças imitam e
sua independência de expressar-se e
criam suas próprias, ocorrendo com
o desenvolvimento de suas habili-
isso possibilidades de aprendiza-
dades. A aceitação da importância
gens constantes. Através dos inúme-
da corporeidade do bebê é recente.
ros movimentos realizados pelo
bebê vai-se aumentando o campo Crianças de Um a Três Anos
das conquistas até chegar própria-
mente na locomoção independente. Depois de aprender a andar, a
O bebê dedica bastante tempo criança se diverte em locomover-se
ao conhecimento do seu próprio cor- sem uma finalidade, o que lhe pro-
po e a investigação dos efeitos cau- porciona um amadurecimento e
sados pelos seus próprios gestos so- consequentemente o aperfeiçoa-
bre os objetos do mundo exterior o mento e a segurança do andar, pro-
que lhes permite a descoberta dos piciando também a exploração dos
limites e a unidade do próprio corpo objetos através das mãos. Através da
que é uma importante conquista no exploração, a criança tem a possibi-
plano da consciência corporal.

23
EDUCAÇÃO INFANTIL

lidade em adequar seus gestos e mo- onde é comum observar que as


vimentos à realidade. crianças durante a realização de
A criança ao manipular deter- uma atividade desviam a atenção de
minado objeto não restringe seu uso seus gestos para outra atividade.
cultural e sim na exploração de vá- Neste período a criança começa a
rias outras possibilidades de uso, co- pensar antes de agir, planejar suas
mo por exemplo: a criança ao pegar ações por exemplo, contando para
uma xícara para beber água, como outra criança o que irá realizar e
também pode pegá-la simplesmente ocorre também a contenção motora,
para brincar. que se caracteriza no aumento do
Outro aspecto importante da tempo em que a criança consegue
expressividade do ato motor é o de- manter-se na mesma posição, que se
senvolvimento dos gestos simbóli- dá em virtude da diminuição da im-
cos, ligados ao faz-de-conta ou aos pulsividade motora, que predomi-
que possuem função indicativa. No nava nos bebês. As práticas culturais
faz-de-conta é possível observar que e as possibilidades de exploração
as crianças revivem uma determina- oferecidas pelo meio do qual a crian-
da cena através de gestos, onde a ça está inserida, proporciona-lhe o
imitação é um fator de grande im- desenvolvimento de suas capacida-
portância. No plano da consciência des e construção de seus próprios re-
corporal a criança começa a reco- pertórios, o que varia de região para
nhecer a imagem do seu próprio cor- re Objetivos.
po através principalmente de intera- Crianças de zero à três anos: A
ções sociais e brincadeiras diante do prática educativa deve ter a finalida-
espelho, o que lhe proporciona a de do desenvolvimento das seguin-
construção de sua identidade. tes capacidades das crianças:
 Reconhecimento do próprio
Crianças de Quatro a Seis corpo;
Anos  Exploração das possibilidades
de gestos e ritmos corporais
Nesta fase ocorre a ampliação para expressar-se em brinca-
do repertório de gestos instrumen- deiras e outras interações;
tais que contam com progressiva  Segurança e confiança em suas
precisão por exemplo, dos atos de capacidades motoras;
recortar, colar, encaixar pequenas  Exploração e utilização dos
peças, etc. que se sofisticam. Mesmo movimentos de preensão, en-
caixe, etc. no uso de objetos
nesta fase a criança permanece com
diretos.
a tendência lúdica da motricidade,

24
EDUCAÇÃO INFANTIL

Crianças de quatro a seis anos: vidades realizadas pela criança sozi-


Nesta fase deve-se ter um aprofun- nha e em situações de interação,
damento e ampliação dos objetivos através de diferentes espaços e
estabelecidos no período de zero há materiais.
três anos para que as crianças sejam Os conteúdos são organizados
capazes de: em dois blocos:
 Ampliação das possibilidades  Possibilidades expressivas do
de expressão do próprio movi- movimento;
mento para utilizações em di-  Caráter instrumental.
versas situações;
 Conhecimento das potenciali- Expressividade
dades e limites do próprio
corpo; Nas instituições de educação
 Controlar e aperfeiçoar grada-
infantil deve-se possibilitar condi-
tivamente o próprio movimen-
to; ções para que as crianças utilizem
 Utilização dos movimentos de gestos, posturas e ritmos para ex-
preensão, encaixe, lançamento pressar-se e comunicar, e abrir
etc., para a ampliação de suas oportunidades para a apropriação
possibilidades em diferentes dos significados expressivos do mo-
situações; vimento.
 Conhecimento, interesse e cui- A expressividade do movimen-
dado da imagem do seu pró-
to engloba expressões e comunica-
prio corpo.
ções, relacionadas com a cultura. A
Conteúdo dança manifesta a cultura corporal
dos diferentes grupos sociais e não
A organização dos conteúdos pode ser determinada por macacão e
para se trabalhar o movimento de- definição de coreografias pelos adul-
vem respeitar as diferentes capaci- tos.
dades das crianças em cada faixa Crianças de zero à três anos:
etária e as diferentes culturas pre-  Exploração dos segmentos do
sentes nas regiões do país. próprio corpo;
Os conteúdos devem priorizar  Expressão de sensações e rit-
capacidades expressivas e instru- mos corporais.
mentais do movimento, permitindo
que as crianças ajam cada vez mais Orientações Didáticas
com intencionalidade. Devem ser
organizados de maneira contínua e Atividades de exploração do
integrada envolvendo múltiplas ati- próprio corpo podem ser desenvol-

25
EDUCAÇÃO INFANTIL

vidas no banho, massagem entre  Valorização e ampliação dos


outros. A percepção rítmica, a iden- movimentos através dos diver-
tificação de segmentos do corpo e o sos tipos de danças.
contato físico podem ser desenvolvi-  Percepção de sensações, limi-
tes, potencialidades, sinais vi-
dos em brincadeiras que envolvam o
tais e integridade do próprio
canto e o movimento simultânea- corpo.
mente.
Para que a criança tenha um Orientações Didáticas
conhecimento maior do seu corpo e
de seus movimentos é importante Através de maquiagem, fanta-
ter nos berçários e salas, espelhos si- sias diversas, roupas velhas de adul-
tuados ao lado de colchonetes, almo- tos, sapatos, bijuteria e acessórios
fadas, etc. As mímicas faciais e ges- são importantes instrumentos que
tos são de grande importância na ex- diante do espelho, as crianças brin-
pressão de sentimentos e em sua co- quem de faz-de-conta percebendo
municação, levando as crianças ao que sua imagem se modifica sem
conhecimento de suas próprias ca- mudar a pessoa.
pacidades expressivas e aprender as O professor pode propor a
das outras pessoas, e a ampliação de seus alunos jogos envolvendo inte-
sua comunicação. ração, imitação, reconhecimento do
Brincadeiras de roda ou de corpo e observação de partes do cor-
danças circulares proporcionam às po de seus colegas, usando-os como
crianças o desenvolvimento da no- modelo como por exemplo para:
ção de ritmo individual e coletivo e moldar, pintar ou desenhar.
de expressar suas emoções. O pro- Nestas atividades não há ne-
fessor deve cuidar de sua expressão cessidade de se estabelecer uma
e postura ao lidar com seus alunos, hierarquia prévia entre as partes do
pois ele é um modelo para as corpo trabalhadas e sim deixar livre
crianças. O conhecimento de jogos e a criatividade da criança, o professor
brincadeiras são condições impor- deve estar atento aos conhecimentos
tantes para as crianças desenvolve- prévios da criança para uma melhor
rem sua motricidade harmoniosa adequação em seus projetos educa-
Crianças de quatro a seis anos: tivos. O trabalho de conhecimento
 Utilização expressiva intencio- dos sinais vitais de suas alterações
nal do movimento em diversi- pode ser realizado através de ativi-
ficadas situações. dades como correr, rolar, quando
 Percepção de estruturas rítmi- são massageadas amplia o conheci-
cas para a expressão corporal.

26
EDUCAÇÃO INFANTIL

mento do próprio corpo e da expres- lhe proporcionar atividades em que


são harmoniosa do movimento, o há o desenvolvimento de experiên-
que podem se transformar em ativi- cias posturais e motoras variadas.
dades divertidas e significativas para O professor deve organizar seu
as crianças. No Brasil existem inú- ambiente de trabalho de maneira a
meras atividades que além de sócia- oferecer para as crianças diversos
lizar, trazem para a criança inúme- materiais para lhes proporcionar a
ras possibilidades de realização de descoberta, exploração do movi-
movimentos de diferentes qualida- mento e seu aperfeiçoamento.
des expressivas e rítmicas que se Crianças de quatro a seis anos:
diversificam de região para região.  Participação em diversas brin-
cadeiras que lhe proporcio-
Equilíbrio e Coordenação nem a ampliação do conheci-
mento, controle sobre o corpo
O ato de brincar envolve as- e o movimento.
pectos ligados à coordenação do mo-  Utilização de recursos de des-
vimento e do equilíbrio. A institui- locamento e das habilidades
ções de ensino devem fornecer em em brincadeiras das quais ele
seu cotidiano atividades que promo- participa.
 Valorização das conquistas
vam a coordenação dos movimentos
corporais.
e o equilíbrio das crianças.
 Manipulação de diversos ma-
Crianças de zero à três anos: teriais para o aperfeiçoamento
 Exploração através de diversi- de suas atividades manuais.
ficadas atividades a explora-
ção de diferentes posturas cor- Orientações Didáticas
porais.
 Ampliação da destreza em mo- É de grande importância ofe-
vimentar-se no espaço através recer para a criança uma grande di-
de atividades onde há a aber- versidade de movimentos, mas to-
tura de possibilidades.
mando sempre o cuidado de enqua-
 Aperfeiçoamento dos gestos
relacionados com a preensão drar em modelos pré-estabelecidos
através de diversas situações que causem qualquer tipo de discri-
onde há o desenvolvimento minação.
das habilidades manuais. A brincadeira de pular corda
proporciona a criança uma intensa
Orientações Didáticas
pesquisa corporal em relação aos
Quanto menor a criança, mais movimentos. Os primeiros jogos de
responsabilidade tem o adulto em regra são importantes para o desen-

27
EDUCAÇÃO INFANTIL

volvimento das capacidades corpo- atividades de tempo, de con-


rais de equilíbrio, coordenação, si- centração motora ou de manu-
tuações competitivas onde o profes- tenção postural às possibili-
dades das crianças de diversas
sor deve ajudar a criança a desen-
idades.
volver uma atitude de competição
 Reflexão sobre a lateralidade.
saudável através do acompanha-  Organização do ambiente, ma-
mento. teriais e do tempo visando o
Existe uma grande diversidade auxílio das manifestações mo-
de jogos e brincadeiras nas regiões toras das crianças, estejam in-
do Brasil que desenvolvem a desco- tegradas nas diversas ativida-
berta, exploração de capacidades fí- des de rotina.
sicas e a expressão de emoções. Cabe
ao professor pesquisas junto às Observação, Registro e Avalia-
ção Formativa
crianças, familiares e comunidade,
aqueles mais significativos, possibi-
Para se ter condições de ava-
litando às crianças a maneira positi-
liação se uma criança está desenvol-
va de lidar com os limites e as pos-
vendo sua motricidade de forma
sibilidades do próprio corpo.
saudável e necessária, primeiro uma
reflexão sobre o ambiente da insti-
Orientações Gerais para o
tuição e o trabalho desenvolvido. A
Professor
avaliação do movimento deve ser
contínua levando em consideração
 O professor deve perceber os
diversos significados que a ati- os processos vividos pela criança, re-
vidade motora possa ter para a sultando do trabalho intencional do
criança para dar-lhe melhores professor.
condições de expressarem Devem ser documentados e
com liberdade e aperfeiçoarem sempre atualizando aspectos refe-
sua motricidade. rentes a expressividade do movi-
 Refletir sobre solicitações cor- mento e sua dimensão instrumental
porais das crianças e sua ati-
da criança. É importante informar
tude diante das manifestações
da motricidade infantil, com- para as crianças a respeito de suas
preendendo seu caráter lúdico competências, sempre valorizando
e expressivo. seu empenho e conquistas evitando
 Planejar situações de trabalho a comparação com outras crianças.
voltadas para aspectos especí-
ficos do desenvolvimento cor-
poral e motor, adequando as

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29
EDUCAÇÃO INFANTIL

5. Música

Fonte: Revista Pegn5

O ambiente sonoro, assim como


a presença da música em dife-
rentes e variadas situações do coti-
nham com sons os movimentos de
seus carrinhos, dançam e dramati-
zam situações sonoras diversas, con-
diano fazem com que os bebês e ferindo “personalidade” e significa-
crianças iniciem seu processo de dos simbólicos aos objetos sonoros
musicalização de forma intuitiva. ou instrumentos musicais e à sua
Do primeiro ao terceiro ano de produção musical.
vida, os bebês ampliam os modos de Os conteúdos podem ser trata-
expressão musical pelas conquistas dos em contextos que incluem a re-
vocais e corporais. A expressão um- flexão sobre aspectos referentes aos
sical das crianças nessa fase é carac- elementos da linguagem musical.
terizada pela ênfase nos aspectos in- A presença do silêncio como
tuitivo e afetivo e pela exploração elemento complementar ao som é
(sensório-motora) dos materiais essencial à organização musical. Ou-
sonoros.As crianças integram a mú- vir e classificar os sons quanto à al-
sica às demais brincadeiras e jogos: tura, valendo-se das vozes dos ani-
cantam enquanto brincam, acompa- mais, dos objetos e máquinas, dos

5 Retirado em https://revistapegn.globo.com/

30
EDUCAÇÃO INFANTIL

instrumentos musicais, comparan- água do mar em seus diferentes mo-


do, estabelecendo relações e, princi- mentos, os diversos peixes, as ba-
palmente, lidando com essas infor- leias, os tubarões, as tartarugas etc.),
mações em contextos de realizações lidando com a questão da organiza-
musicais pode acrescentar, enrique- ção do material sonoro no tempo e
cer e transformar a experiência um- no espaço e permitindo que as crian-
sical das crianças. A simples discri- ças se aproximem do conceito da
minação auditiva de sons graves ou forma (a estrutura que resulta do
agudos, curtos ou longos, fracos ou modo de organizar os materiais so-
fortes, em situações descontextuali- noros).
zadas do ponto de vista musical, Deverão ser propostos, tam-
pouco acrescenta à experiência das bém, jogos de improvisação que es-
crianças. Em princípio, todos os ins- timulem a memória auditiva e musi-
trumentos musicais podem ser utili- cal, assim como a percepção da dire-
zados no trabalho com a criança pe- ção do som no espaço.
quena, procurando valorizar aqueles O professor deve observar o
presentes nas diferentes regiões, que e como cantam as crianças, ten-
assim como aqueles construídos pe- tando aproximar-se, ao máximo, de
las crianças. sua intenção musical. Neste caso,
Jogos de improvisação, instru- após a fase de definição dos mate-
mentos confeccionados pelas crian- riais, a interpretação do trabalho po-
ças, deve-se promover o crescimento derá guiar-se pelas imagens do livro,
e a transformação do trabalho a par- que funcionará como uma partitura
tir do que as crianças podem realizar musical. Os contos de fadas, a pro-
com os instrumentos. Os jogos de dução literária infantil, assim como
improvisação podem, também, ser as criações do grupo são ótimos ma-
realizados com materiais variados, teriais para o desenvolvimento des-
como os instrumentos confecciona- sa atividade que poderá utilizar-se
dos pelas crianças, os materiais dis- de sons vocais, corporais, produzi-
poníveis que produzem sons, os sons dos por objetos do ambiente, brin-
do corpo, a voz etc. O professor po- quedos sonoros e instrumentos um-
derá aproveitar situações de interes- sicais.
se do grupo, transformando-as em A criança e a música – 0 a 3
improvisações musicais. anos: Os bebês ampliam os modos
Poderá, por exemplo, explorar de expressão musical pelas conquis-
os timbres de elementos ligados a ta vocais e corporais. Podem articu-
um projeto sobre o fundo do mar (a lar e entoar um maior número de

31
EDUCAÇÃO INFANTIL

sons, inclusive os da língua materna, cio e de sons com a voz, o en-


reproduzindo letras simples, re- torno e materiais sonoros di-
frãos, onomatopeias etc. explorando versos.
gestos sonoros, como bater palmas,  Interpretação de música e can-
ções diversas.
pernas, pés, especialmente depois
 Participação em brincadeiras e
de conquistada a marcha, a capaci- jogos cantados e rítmicos.
dade de correr, pular e movimentar-
se acompanhando com a música. Orientações Didáticas
A expressão musical das crian-
ças nessa fase é caracterizada pela No primeiro ano de vida, a
ênfase nos aspectos intuitivo e afeti- prática musical poderá ocorrer por
vo e pela exploração (sensório-mo- meio de atividades lúdicas. O profes-
tora) dos materiais sonoros. As sor estará contribuindo para o de-
crianças integram a música as de- senvolvimento da percepção e aten-
mais brincadeiras e jogos: cantam ção dos bebês quando canta para
enquanto brincam, acompanham eles; produz sons vocais diversos por
com sons os movimentos de seus meio da imitação de vozes de ani-
carrinhos, dançam e dramatizam as mais, ruídos etc. ou sons corporais,
situações sonoras diversas conferin- como palmas batidas nas pernas,
do “personalidade “e significados pés, etc., embala-os e dança com
simbólicos aos objetos sonoros ou eles. As canções de ninar tradicio-
instrumentos musicais e a sua pro- nais, os brinquedos cantados e rít-
dução musical. micos, as rodas e cirandas, os jogos
com movimentos, as brincadeiras
Objetivos com palmas e gestos sonoros cor-
O trabalho com a Música deve- porais.
se organizar de forma a que as crian-
ças desenvolvam as seguintes capa- Em síntese
cidades:
Os primeiros anos de aprendi-
 Ouvir, perceber e discriminar
eventos sonoros diversos, fon- zagem são propícios para que a
tes sonoras e produções um- criança comece a entender o que é a
sicais; linguagem musical, aprenda a ouvir
 Brincar com a música, imitar, sons e a reconhecer diferenças entre
inventar e reproduzir canções eles. “Todo o trabalho a ser desen-
musicais. volvido na educação infantil deve
 O fazer musical: Exploração, buscar a brincadeira musical, apro-
expressão e produção do silên-

32
EDUCAÇÃO INFANTIL

veitando que existe uma identifica- trumentos nas músicas já es-


ção natural da criança com a música. cutadas anteriormen te,
A atividade deve estar muito ligada à  Introduzir instrumentos nas
descoberta e à criatividade”. (Teca canções (clavas, tambor, etc.)
Alencar de Brito, diretora da Escola Desenvolver a coordenação
Oficina de Música e colaboradora do motora:
MEC na elaboração dos Referenciais
 Exploração do corpo,
Curriculares de Iniciação Musical)  Percepção das partes do corpo
Brincando, as crianças estarão separadamente,
exercitando as habilidades que serão  Vivenciar os movimentos cor-
exigidas durante os anos seguintes. porais através da música
Apreciação musical:  Exploração do movimento
 Com histórias, fantoches, dra- corporal
matizações, cativar a criança
para que comece a frequentar Desenvolver a memória
a aula de música perdendo o musical:
medo do novo;  Linguagem oral e vocabulário;
 Usar o carnaval para desenvol-  Cantar canções curtas e de
ver o tema e participar de um fácil memorização com temas
baile carnavalesco; sobre o corpo, como: bater pal-
 Introduzir um instrumento mas, bater pés, gestos com os
musical do carnaval, como o dedos, tornozelos, etc.
tambor, por exemplo;
 Utilização da flauta para audi- Desenvolver a percepção au-
ções instrumentais; ditiva:
 Socializar através da música;  Capacidade de se concentrar,
 Contato inicial com instru-  Capacidade de imitar,
mentos de percussão, utilizan-  Escutar várias gravações das
do-os também como objetos músicas cantadas,
sonoros para emitir respostas  Exploração da música e da cul-
musicais, a partir de estímulos tura popular:
dados pelo professor;  Divulgar nossa cultura, conhe-
 Exploração de alguns instru- cer canções e brincadeiras po-
mentos de pequena percussão pulares,
como, guizos, chocalhos, caxi-  Folclore,
xes, castanholas, tambores, li-  Brincos,
vremente e mais tarde orien-  Cantigas de ninar,
tados pelo professor;
 Diferenciação de sons:
 Escutar músicas,
 Sons: agudos e graves,
 Intervenções feitas com os ins-
 Perceber os sons grossos e finos.

33
EDUCAÇÃO INFANTIL

Crianças de quatro a seis anos: do repertório, uma das chances que


Escuta de obras musicais de diver- o professor tem de ampliar a visão (e
sos gêneros, estilos, épocas e cultu- a audição) de mundo do aluno. A
ras, da produção musical brasileira e música deve ser de boa qualidade,
de outros povos e países. variando desde MPB, músicas fol-
clóricas, cantigas de roda, regionais,
Orientações Didáticas até eruditas.
Trabalhar com música na edu-
Nessa faixa etária, o trabalho
cação infantil melhora a sensibilida-
com a audição poderá ser mais deta-
de, o raciocínio lógico e a expressão
lhado, acompanhando a ampliação
corporal. A música é a linguagem
da capacidade de atenção e concen-
que organiza som e silêncio. A crian-
tração das crianças. As canções in-
ça vai tomar consciência da língua-
fantis veiculadas pela mídia, produ-
gem musical se conseguir ouvir e di-
zidas pela indústria cultural, pouco
ferenciar sons, ritmos e alturas, as-
enriquecem o conhecimento das
ber que um som pode ser grave ou
crianças. As crianças podem perce-
agudo, curto ou longo, forte ou
ber, sentir e ouvir, deixando-se guiar
suave.
pela sensibilidade, pela imaginação
Apreciação musical:
e pela sensação que a música lhes
 Instrumentar as músicas e as
sugere e comunica. A produção mu-
atividades realizadas no pe-
sical de cada região do país é muito ríodo, os instrumentos musi-
rica, de modo que se pode encontrar cais que: Mais gostam e que
vasto material para o desenvolvi- menos gostam
mento do trabalho com as crianças.  Sua utilidade,
O contato das crianças com produ-  Como e porque construir um
ções musicais diversas deve, tam- instrumento musical,
bém, prepará-las para compreender  O aproveitamento de sucata
para isso e sua importância
a linguagem musical como forma de
ecológica nesse fazer,
expressão individual e coletiva e co-
 Perceber e descobrir a impor-
mo maneira de interpretar o mundo. tância dos instrumentos musi-
cais para a música,
Em síntese  Desenvolver o respeito pela
natureza através da música,
O Referencial Curricular Na-  Propiciar ambiente e material
cional para a Educação Infantil do para criação de alguns instru-
MEC recomenda a Iniciação Musical mentos musicais de fácil exe-
na pré-escola e dá ênfase à escolha cução,

34
EDUCAÇÃO INFANTIL

 Favorecer o trabalho em gru-  Desenvolver a expressão ver-


po, bal (versos na roda),
 Montar arranjos musicais com  Escutar a si e ao outro,
os instrumentos construídos.  Respeitar o outro quando
 Desenvolver a coordenação escolhido,
motora:  Respeitar a sequência da
 Usar todas as aulas do período brincadeira,
para desenvolver atividades  Desenvolver o pensamento ló-
que proponham movimentar o gico,
corpo sob vários ritmos e  Desenvolver concentração,
canções,  Desenvolver atenção,
 Desenvolver a coordenação  Exploração da música e da cul-
motora fina, tura popular:
 Poder se expressar esponta-  As comemorações servem de
neamente combinando movi- apoio para o desenvolvimento
mento e música, musical,
 Improvisar movimentos/  Coletar músicas carnavalescas
maior desenvoltura na ação com as crianças:
para: Desinibir, Socializar,  O que é carnaval?
 Poder se expressar esponta-  De onde vêm as fantasias, as
neamente combinando movi- máscaras,
mento e música,  Ampliar a marcação do ritmo e
 Improvisar movimentos/ pulso,
maior desenvoltura na ação,  Trabalhar pulso da marchinha
 Produzir sons com as partes carnavalesca,
do corpo separadamente, or-  Relembrar os instrumentos do
ganizando-as numa percussão carnaval introduzindo outros
corporal, novos, exemplo: a-gô-gô,
 Descobrir, experimentar, re-  Baile carnavalesco
conhecer e inventar sons com
 Resgatar histórias, cantigas,
o corpo,
canções e brincadeiras que fo-
 Movimentos rítmicos, ram ensinadas por nossas
 Facilitar a ampliação dos mo- mães, avós, babás e que estão
vimentos conhecidos, esquecidas,
 Ampliar o respeito pelo outro,  Brincadeiras de roda,
 Introduzir a reflexão musical  Conversar sobre o folclore e a
(analisando, criticando, discu- cultura popular brasileira,
tindo em grupo as danças e  Escolher um outro país para
coreografias montadas). cantar canções folclóricas de
 Desenvolver a memória lá,
musical:

35
EDUCAÇÃO INFANTIL

 Incentivar e desenvolver as A escuta é uma das ações fun-


brincadeiras de roda usando damentais para a construção do co-
cantigas folclóricas, nhecimento referente à música. O
 Pesquisar sobre a origem dos professor deve procurar ouvir o que
instrumentos.
dizem e cantam as crianças, a “pai-
sagem sonora” de seu meio am-
Diferenciação de sons:
biente e a diversidade musical exis-
 Progredir no controle da voz
tente: o que é transmitido por rádio
ampliando sua expressão ver-
bal, e TV, as músicas de propaganda, as
 Conhecimento das qualidades trilhas sonoras dos filmes, a música
do som, altura do som agudo e do folclore, a música erudita, a mú-
grave, sica popular, a música de outros
 Perceber timbres, represen- povos e culturas.
tando os movimentos, agru- As marcas e lembranças da
pando e organizando, infância, os jogos, brinquedos e can-
 Perceber a diferença entre
ções significativas da vida do profes-
agudos e graves, desenvolver a
linguagem oral através da sor, assim como o repertório musi-
música, cal das famílias, vizinhos e amigos
 Atividades que incentivem as das crianças, podem integrar o tra-
crianças a imitar ruídos (te- balho com música.
lefone, pingo d’água, unha de É importante desenvolver nas
gato riscando e arranhando), crianças atitudes de respeito e
 Explorar o som da própria voz cuidado com os materiais musicais,
(gritando, chorando, sussu-
de valorização da voz humana e do
rrando, murmurando),
 Formar grupos dos sons, corpo como materiais expressivos.
 Introduzir o silêncio,
 Trabalhar o timbre, Organização do Tempo

Orientações Gerais para o Pro- Cantar e ouvir músicas podem


fessor ocorrer com frequência e de forma
permanente nas instituições. Podem
Para as crianças nesta faixa ser, também, realizados projetos que
etária, os conteúdos relacionados ao integrem vários conhecimentos liga-
fazer musical deverão ser trabalha- dos à produção musical. A constru-
dos em situações lúdicas, fazendo ção de instrumentos, por exemplo,
parte do contexto global das ativi- pode se constituir em um projeto
dades.

36
EDUCAÇÃO INFANTIL

por meio do qual as crianças po- Jogos de escuta dos sons do


derão: ambiente, de brinquedos, de objetos
 Explorar materiais adequados ou instrumentos musicais; jogos de
à confecção; imitação de sons vocais, gestos e
 Desenvolver recursos técnicos sons corporais; jogos de adivinhação
para a confecção do instru- nos quais é necessário reconhecer
mento; um trecho de canção, de música
 Informar-se sobre a origem e
conhecida, de timbres de instru-
história do instrumento musi-
cal em questão; vivenciar e en- mentos etc.; jogos de direção sonora
tender questões relativas a para percepção da direção de uma
acústica e produção do som; fonte sonora; e jogos de memória, de
 Fazer música, por meio da im- improvisação etc. são algumas su-
provisação ou composição, no gestões que garantem às crianças os
momento em que os instru- benefícios e alegrias que a atividade
mentos criados estiverem
lúdica proporciona e que, ao mesmo
prontos.
tempo, desenvolvem habilidades,
Jogos e Brincadeiras atitudes e conceitos referentes à lin-
guagem musical.
A música, na educação infantil
mantém forte ligação com o brincar. Organização do Espaço
Em todas as culturas as crianças
brincam com a música. Os jogos e O espaço no qual ocorrerão as
brinquedos musicais da cultura atividades de música deve ser dota-
infantil incluem os acalantos (canti- do de mobiliário que possa ser dis-
gas de ninar); as parlendas (os brin- posto e reorganizado em função das
cos, as mnemônicas e as parlendas atividades a serem desenvolvidas.
propriamente ditas); as rondas (can-
ções de roda); as adivinhas; os con- As fontes Sonoras
tos; os romances etc.
Os acalantos e os chamados O trabalho com a música deve
brincos são as formas de brincar reunir toda e qualquer fonte sonora:
musical característicos da primeira brinquedos, objetos do cotidiano e
fase da vida da criança. Os jogos so- instrumentos musicais de boa quali-
noro-musicais possibilitam a vivên- dade. Pode-se confeccionar diversos
materiais sonoros com as crianças,
cia de questões relacionadas ao som
(e suas características), ao silêncio e bem como introduzir brinquedos so-
à música. noros populares, instrumentos étni-

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EDUCAÇÃO INFANTIL

cos etc. O trabalho musical a ser de- ela descobrirá que peças de tama-
senvolvido nas instituições de edu- nhos diferentes emitem sons varia-
cação infantil pode ampliar meios e dos. Provavelmente a diferença en-
recursos pela inclusão de materiais tre eles será tratada como o som
simples aproveitados do dia-a-dia “grosso” e o som “fino”. Explique a
ou presentes na cultura da criança. ela que o “grosso” chama-se grave e
Os brinquedos sonoros e os o “fino”, agudo.
instrumentos de efeito sonoro são Preencha três latas de refrige-
materiais bastante adequados ao rante iguais, uma com pedras, outra
trabalho com bebês e crianças pe- com feijão e outra com arroz. Peça
quenas. Os vários tipos, como bon- para seus alunos identificarem qual
gôs, surdos, caixas, pandeiros, tam- som é mais grave, qual é mais agudo
borins etc., estão muito presentes na e qual fica na faixa média.
música brasileira. Ao experimentar Aqui há uma evolução na
tocar instrumentos como violão, ca- aprendizagem iniciada com a seria-
vaquinho, violino etc., as crianças ção das notas no xilofone, pois, ape-
poderão explorar o aspecto motor, sar das latas terem a mesma forma e
experimentando diferentes gestos e tamanho, emitem sons diferentes.
observando os sons resultantes. Peça para a turma colocar a lata com
É aconselhável que se possa o som mais grave debaixo da mesa, a
contar com um aparelho de som com o som médio sobre a mesa e a
para ouvir música e, também, para que for mais aguda em cima da ca-
gravar e reproduzir a produção um- deira. Em seguida, usando bolinhas
sical das crianças. de fita crepe, associe cada linha na
Diferentes tipos de sons (cur- lousa ao som de uma lata, colocando
tos, longos, em movimento, repeti- o som mais grave na linha de baixo,
dos, muito fortes, muito suaves, gra- o médio na linha do meio e o agudo
ves, agudos etc.) podem ser traduzi- na linha alta. Desta forma, eles
dos corporalmente. Sequência de estarão dando o primeiro passo para
exercícios de 4 a 6 anos Mostram entender o que é registro sonoro: a
que o som pode ser grave ou agudo, passagem do som para sua forma
forte ou fraco, rápido ou lento. escrita.
E dá o primeiro passo rumo à Use as latinhas para trabalhar
escrita musical. Quando se pede pa- outros conceitos importantes na
ra a criança de quatro a seis anos música. Sacudindo uma delas de
desmontar as teclas do xilofone e maneira forte ou fraca, você mostra
remontá-las por ordem de tamanho, a diferença de intensidade do som;

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EDUCAÇÃO INFANTIL

agitando rápida ou vagarosamente, Sugestões de Obras Musicais e


trabalha-se a noção do andamento. Discografia
Crianças nesta idade costumam
confundir os dois conceitos e uma  A arca de noé. Discos marcus
pulsação rápida tende a ser compre- pereira, 1978.
endida como forte. Mostre a eles co-  Acervo funarte, música
brasileira. Antônio josé
mo um som pode ser fraco (na in-
madureira, selo eldorado,
tensidade) e rápido (no andamento) 1987.
ou forte e lento. Latinhas na mão,  Baile do menino deus. Cantos
será a vez de eles testarem. dos índios bororo.
Observação, registro e avalia-  Canções de brincar.
ção formativa A avaliação na área de  Canto do povo daqui. Teca-
música deve ser contínua, levando oficina de música, sp, 1996.
em consideração os processos viven-  Carrancas. Canções.
ciados pelas crianças, resultado de  Tv cultura/sesi, velas, 1995.
um trabalho intencional do profes-  Coleção música popular do
norte.
sor. Deve basear-se na observação
 Coleção música popular do
cuidadosa do professor. Por meio da
nordeste.
voz, do corpo, de instrumentos um-  Coleção música popular do
sicais e objetos sonoros deverão in- centro-oeste.
terpretar, improvisar e compor, in-  Coleção música popular do
teressadas, também, pela escuta de sudeste.
diferentes gêneros e estilos musicais  Coleção música popular do
e pela confecção de materiais so- sul. Canções.
noros.  Cantos da tradição xavante,
quilombo música, 1994.
Uma maneira interessante de
 For children. Todos os sons.
propiciar a autoavaliação das crian-
 Música na escola.
ças nessa faixa etária é o uso da gra-
 Música para bebês. Movieplay
vação de suas produções. Ouvindo, brasil, 1994.
as crianças podem perceber deta-  Na pancada do ganzá.
lhes: se cantaram gritando ou não;  O carnaval dos animais. Villa-
se o volume dos instrumentos ou lobos às crianças.
objetos sonoros estava adequado; se  Villa-lobos das crianças.
a história sonorizada ficou interes- Espetáculo musical de
sante; se os sons utilizados se apro- cantigas infantis, estúdio
eldorado, 1987.
ximaram do real etc.
 Villa-lobos para crianças.

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EDUCAÇÃO INFANTIL

6. Artes Visuais

Fonte: Solutudo6

A s Artes Visuais expressam, co-


municam e atribuem sentidos
a sensações, sentimentos, pensa-
cação humanas, isto justifica sua
presença na educação infantil.

mentos e realidade por vários meios, Presença das Artes Visuais


dentre eles; linhas formas, pontos, na Educação Infantil
etc. As Artes Visuais estão presentes
no dia-a-dia da criança, de formas Ideias e Práticas Correntes
bem simples como: rabiscar e dese-
nhar no chão, na areia, em muros, A presença das Artes Visuais
sendo feitos com os materiais mais na Educação Infantil, com o tempo,
diversos, que podem ser encontra- mostra o desencontro entre teoria e
dos por acaso. Artes Visuais são lin- a prática. Em muitas propostas as
guagens, por isso é uma forma muito Artes Visuais são vistas como passa-
importante de expressão e comuni- tempos sem significado, ou como
uma prática meramente decorativa,

6 Retirado em https://conteudo.solutudo.com.br/

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EDUCAÇÃO INFANTIL

que pode vir a ser utilizada como re- ção que é percepção do sentido que
forço de aprendizagem em vários objeto propõe e da reflexão que é um
conteúdos. pensar sobre todos os conteúdos do
Entretanto pesquisas desen- objeto artístico que se manifesta em
volvidas em diferentes campos das sala. O desenvolvimento da imagi-
ciências humanas trouxeram infor- nação, expressão, sensibilidade en-
mações importantes sobre o desen- tre outras podem vir a ocorrer na
volvimento da criança, em seu pro- arte.
cesso criador e sobre as artes das
várias culturas. Essas informações A criança e as Artes Visuais
trouxeram uma enorme contribui-
ção para a valorização da produção O Trabalho com as Artes Vi-
infantil, mesmo assim a revolução suais na Educação Infantil é muito
que admitia a necessidade e a capa- importante, no que se refere ao res-
cidade da expressão artística, virou peito das peculiaridades e esquemas
“um deixar fazer” sem intervenção, do conhecimento próprio a cada fai-
onde a criança não evoluía muito. xa etária e nível de desenvolvimento.
Questionando a visão da livre Isso significa, que o pensamento, a
expressão em que educação artística sensibilidade, a imaginação, a per-
era automática nos processos de de- cepção, a intuição e a cognição de-
senvolvimento, surge um movimen- vem ser trabalhadas de forma inte-
to que constatou que este desenvol- grada, favorecendo o desenvolvi-
vimento artístico é resultado de for- mento das capacidades criativas das
mas complexas de aprendizagem. crianças.
A arte, desde cedo, influência a No processo de aprendizagem
criança através de sua cultura, ape- em artes visuais a criança traça um
sar de ser possível identificar espon- percurso de criação e construção in-
taneidade e autonomia na explora- dividual. E no fazer artístico e no
ção e no fazer artístico das crianças, contato com os objetos de arte que
seus trabalhos revelam: o local, a parte significativa do conhecimento
época histórica em que vivem suas em artes visuais acontece. No decor-
oportunidades e ideias. rer deste processo, o prazer é o do-
A criança tem sua própria vi- mínio do próprio fazer artístico, da
são, ideias e interpretações sobre a simbolização e da leitura de ima-
produção de arte e o fazer artístico; gem. Os símbolos apresentam o
por meio de vários aspectos; fazer mundo sociocultural. E através da
artístico que é a exploração, aprecia- pintura, moldagem, construção tri-

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EDUCAÇÃO INFANTIL

dimensional, colagens etc. O desen- dades para que as crianças sejam


volvimento progressivo do desenho capazes de: Ampliar o conhecimento
implica mudanças significativas que de mundo que possuem, manipulan-
no início, dizem respeito à passagem do diferentes objetos e materiais, ex-
dos rabiscos iniciais da garatuja para plorando suas características, pro-
construções cada vez mais ordena- priedades e possibilidades de manu-
das, fazendo surgir os primeiros seio e entrando em contato com for-
símbolos. Essa passagem é possível mas diversas de expressões artís-
gra-ças as interações da criança com ticas;
o ato de desenhar e com desenhos de Utilizar diversos materiais
outras pessoas. Na garatuja a crian- gráficos e plásticos sobre diferentes
ça tem como hipótese que o desenho superfícies para ampliar suas possi-
é simplesmente uma ação sobre uma bilidades de expressão e comunica-
superfície. No decorrer do tempo, as ção.
garatujas que refletiam sobre tudo o
prolongamento dos movimentos rít- Objetivos de 4 a 6 anos
micos de ir e vir transformam-se em
formas definidas que apresentam Para esta fase, os objetivos es-
maior ordenação e podem estar se tabelecidos deveram garantir opor-
referindo os objetos naturais, obje- tunidades para que as crianças se-
tos imaginários, ou mesmo a outros jam capazes de: Interessar-se pelas
desenhos. próprias produções, pelas de outras
Enquanto desenham ou criam crianças e pelas diversas obras artís-
objetos também brincam de “faz-de- ticas (regionais, nacionais ou inter-
conta” e verbalizam narrativas que nacionais) com as quais entrem em
exprimem suas capacidades imagi- contato, ampliando seu conheci-
nativas. Ela cria e recria individual- mento do mundo e da cultura;
mente formas expressivas, integran- Produzir trabalhos de artes,
do percepção, imaginação, reflexão e utilizando a linguagem do desenho,
sensibilidade, que podem então ser da pintura, da moldagem, da cola-
apropriadas pelas leituras simbó- gem, da construção, desenvolvendo
licas de outras crianças e adultos. o gosto, o cuidado e o respeito pelo
processo de produção e criação. Os
Objetivos de 0 a 3 anos conteúdos são organizados em dois
blocos que visam oferecer visibilida-
A instituição deve organizar
de as especificidades da aprendiza-
sua prática em torno da aprendiza-
gem em artes.
gem em arte, garantindo oportuni-

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EDUCAÇÃO INFANTIL

Primeiro bloco: “O Fazer Respeito e cuidado com os


Artístico” objetos, produzir individualmente e
em grupo. Valorização de suas pró-
Crianças de 0 a 3 anos prias produções, das de outras
crianças e da produção de arte em
Exploração e manipulação de
geral.
materiais como lápis e pincéis de
meios como tinta, água, areia e de Segundo bloco: “Apreciação
variados suportes gráficos, como em Artes Visuais”
jornal, papelão, madeiras etc.
Exploração e conhecimento de Crianças de 0 a 3 anos: Obser-
diferentes movimentos gestuais, vi- vação e identificação de imagens
sando a produção de marcas gráfi- diversas.
cas. Cuidado com o próprio corpo e Crianças de 4 a 6 anos: Conhe-
dos colegas no contato com os su- cimento da diversidade de produ-
portes e materiais de artes. Cuidado ções artísticas, como desenhos, pin-
com os materiais e com os trabalhos turas, esculturas, construções, foto-
e objetos produzidos individual- grafias, colagens, ilustrações, cine-
mente ou em grupo. ma etc.
Apreciação das suas produ-
Crianças de 4 a 6 anos ções e das doa outros, por meio da
Criação de desenhos, pinturas, observação e leitura de alguns dos
colagens, moldagens a partir da uti- elementos na linguagem plástica.
lização dos elementos da linguagem Observação dos elementos consti-
das artes visuais: ponto, linha, for- tuintes da linguagem visual: ponto,
ma, cor, volume, espaço, textura e linha, forma, cor, volume, contras-
exploração utilização de alguns pro- tes, luz, texturas. Leitura de obras de
cedimentos necessários para dese- arte a partir da observação, narra-
nhar, pintar e modelar. ção, descrição e interpretação de
Exploração e aprofundamento imagens e objetos.
das possibilidades oferecidas pelos Apreciação das Artes Visuais e
diversos materiais, instrumentos e estabelecimento de correlação com
suportes, necessários para o fazer as experiências pessoais.
artístico. Exploração dos espaços
bidimensionais e tridimensionais na Didática
realização de seus projetos artísti- Crianças de 0 a 3 anos: Nesta fa-
cos. Organização e cuidado com os se o que tem valor é a utilização de
materiais no espaço físico da sala. instrumentos, materiais e suportes

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EDUCAÇÃO INFANTIL

diversos, como lápis, pincéis, tintas, dades, em relação ao tempo ou pró-


papéis, cola, etc; para a prática da pria atividade. Pode ser apontada
arte, a partir do momento em que as três possibilidades de organização:
crianças tenham condições motoras atividades permanentes, as sequen-
para o manuseio. As atividades de- ciais e os projetos.
vem ser bem dimensionadas e deli- Organização do Espaço: A orga-
mitadas no tempo. Quanto à apre- nização da sala, a quantidade e a
ciação de imagens, deve-se propor- qualidade dos materiais presentes e
cionar o maior número de materiais sua disposição no espaço são deter-
variados possível e que tenham sig- minantes paro o fazer artístico.
nificado para a criança. Avaliação: A avaliação tem que
Crianças de 4 a 6 anos: Para que buscar entender o processo indivi-
as crianças nesta faixa etária possam dual de cada criança, afastando jul-
criar suas produções, o professor gamentos como feio ou bonito, certo
deve oferecer oportunidades diver- ou errado, que assim sendo utili-
sas para que elas se familiarizem zados não auxiliam no processo edu-
com alguns procedimentos ligados cacional, os educandos devem ser
aos materiais utilizados, os diversos observados constantemente e as ob-
tipos de suporte e par que possam servações registradas.
pensar sobre os resultados obtidos. Em Artes Visuais a avaliação
Sendo assim o trabalho deve ser deve ser feita através de processos
organizado de forma a oferecer para que tem como caráter de análise e
as crianças a possibilidade de conta- reflexão sobre as produções das
to, uso e exploração de materiais. crianças, ou seja, a avaliação para
Nesta fase ao trabalhar com leitura criança deve especificar suas con-
de imagens é importante elaborar quistas e as etapas do seu processo
perguntas que instiguem a observa- criativo.
ção, a descoberta e o interesse da Crianças de 0 a 3 anos: A ava-
criança. liação é feita pela exploração de di-
ferentes materiais e também de pos-
Organização
sibilidade de expressar-se por meio
Organização do Tempo: Deve-se deste.
respeitar as crianças em relação ao Crianças de 4 a 6 anos: Utilizam
seu ritmo e interesse pelo trabalho, os desenhos, a pintura, a mode-
tempo de concentração, o prazer na lagem e outras formas de expressão
realização, o professor deve ficar plástica para representar, expressa-
atento para redimensionar as ativi- se e comunicar-se

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EDUCAÇÃO INFANTIL

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