Você está na página 1de 22

Texto de apoio à disciplina Pré-Cálculo

Profa. Maria Lúcia Campos


Profa. Marlene Dieguez
TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU
A expressão 𝐸(𝑥) na variável 𝑥 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, 𝑎 ≠ 0, 𝑥 ∈ ℝ é chamada de TRINÔMIO
DO SEGUNDO GRAU.

O GRÁFICO DO TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU


Vamos ver que o gráfico de um trinômio do segundo grau é uma parábola.
Falando da parábola...
O que conhecemos da parábola? As justificativas do que vamos descrever a seguir serão apresentadas
na disciplina Geometria Analítica, mas precisamos dominar essas características de uma parábola para
esboçar o seu gráfico.

A parábola de equação 𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 , onde 𝑎, 𝑏, 𝑐 são constantes e 𝑎 ≠ 0 , tem eixo de simetria


paralelo ao eixo 𝑦 e esse eixo de simetria contém o vértice da parábola, que denotamos por (𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ). A
reta tangente à parábola no vértice 𝑉 é paralela ao 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
Além disso, sabemos também que
▪ quando 𝑎 > 0, a concavidade da parábola é voltada para cima.
▪ quando 𝑎 < 0, a concavidade da parábola é voltada para baixo.
Uma equação muito conhecida, a equação 𝑦 = 𝑎𝑥 2 , obtida quando 𝑎 ≠ 0, 𝑏 = 0, 𝑐 = 0 representa
uma parábola com vértice na origem e eixo de simetria coincidente com o eixo 𝑦.

Ao lado estão os dois


tipos de parábola que
tem equação 𝑦 = 𝑎𝑥 2 .

Página 1 de 22
Usando as coordenadas no vértice 𝑉 e de dois pontos simétricos da parábola, vemos que podemos
desenhar a parábola, como nas figuras abaixo.

Dos gráficos acima, observamos que para esboçar a parábola que é o gráfico da equação

𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 , basta, por exemplo, conhecer o seu vértice (𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) e um outro ponto dessa
parábola, que pode ser P1 (𝑥1 , 𝑦1 ) = (𝑥𝑉 + 𝑟, 𝑦1 ) onde 𝑟 é uma constante positiva, pois através do seu
eixo de simetria conheceremos o ponto simétrico à P1 (𝑥1 , 𝑦1 ), que é P2 (𝑥2 , 𝑦2 ) = (𝑥𝑉 − 𝑟, 𝑦1 ), ou, o
outro ponto pode ser P2 (𝑥2 , 𝑦2 ) = (𝑥𝑉 − 𝑟, 𝑦2 ), e através do seu eixo de simetria conheceremos o
ponto simétrico à P2 (𝑥2 , 𝑦2 ), que é (𝑥𝑉 + 𝑟, 𝑦2 ).

Uma forma de encontrar o vértice: por completamento de quadrado


Vamos conhecer agora uma das formas de encontrar o vértice de qualquer parábola. Para isso vamos
completar o quadrado na expressão 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 da equação 𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 e encontrar valores
para as constantes ℎ e 𝑘 de forma a reescrever a expressão 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 na forma 𝑎(𝑥 − ℎ)2 + 𝑘.

Assim, 𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 equivale a 𝑦 = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 + 𝑘, que por sua vez equivale a

𝑦 − 𝑘 = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 .

A equação acima é chamada de forma canônica da equação de uma parábola, cujo vértice é 𝑉(ℎ, 𝑘) e,
além disso, a concavidade é para cima quando 𝑎 > 0 e para baixo quando 𝑎 < 0. Como é usual
representar a abscissa do vértice por 𝑥𝑉 e a ordenada do vértice por 𝑦𝑉 , temos 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) = 𝑉(ℎ, 𝑘).

Por analogia, 𝐸(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 + 𝑘 é chamada de forma canônica do trinômio do segundo grau
𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 e o gráfico do trinômio do segundo grau é uma parábola de vértice 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) =
𝑉(ℎ, 𝑘), e lembramos que, além disso, a concavidade é para cima quando 𝑎 > 0 e para baixo quando
𝑎 < 0.

Página 2 de 22
Agora vamos esboçar o gráfico de algumas parábolas encontrando os seus vértices por
completamento de quadrado.

1. Queremos esboçar o gráfico do trinômio 𝐸(𝑥) = 3𝑥 2 − 6𝑥 + 3.


Vamos identificar a parábola de equação 𝑦 = 3𝑥 2 − 6𝑥 + 3.
Completando o quadrado dessa expressão:
𝑦 = 3𝑥 2 − 6𝑥 + 3 = 3(𝑥 2 − 2𝑥) + 3 = 3(𝑥 2 − 2 ∙ 1 ∙ 𝑥) + 3 = 3(𝑥 2 − 2 ∙ 1 ∙ 𝑥 + 1 − 1) + 3
= 3(𝑥 2 − 2 ∙ 1 ∙ 𝑥 + 1) − 3 + 3 = 3(𝑥 − 1)2 + 0 = 3(𝑥 − 1)2 .
Assim,
𝑦 = 3𝑥 2 − 6𝑥 + 3 ⟺ 𝑦 = 3(𝑥 − 1)2 + 0 ⟺ 𝑦 − 0 = 3(𝑥 − 1)2
Essa equação representa uma parábola de vértice 𝑉 = (ℎ, 𝑘) = (1, 0) e como 𝑎 = 3 > 0 , a
parábola tem concavidade voltada para cima.
Fazendo 𝑥 = 0 na equação 𝑦 = 3𝑥 2 − 6𝑥 + 3 encontramos 𝑦 = 3 ∙ 02 − 6 ∙ 0 + 3 = 3. Assim, o
ponto (0, 3) = (1 − 1, 3) é um ponto da parábola e o seu simétrico com relação ao eixo de simetria da
parábola é (1 + 1, 3) = (2, 3) é também um ponto da parábola.
A parábola que representa o gráfico do trinômio 𝐸(𝑥) = 3𝑥 2 − 6𝑥 + 3
está desenhada na figura ao lado.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

2. Queremos esboçar o gráfico do trinômio 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5.


Vamos identificar a parábola de equação 𝑦 = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5.
Completando o quadrado dessa expressão:
𝑦 = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5 = 2(𝑥 2 − 2𝑥) + 5 = 2(𝑥 2 − 2 ∙ 1 ∙ 𝑥) + 5 = 2(𝑥 2 − 2 ∙ 1 ∙ 𝑥 + 1 − 1) + 5
= 2(𝑥 2 − 2 ∙ 1 ∙ 𝑥 + 1) − 2 + 5 = 2(𝑥 − 1)2 + 3
Assim,
𝑦 = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5 ⟺ 𝑦 = 2(𝑥 − 1)2 + 3 ⟺ 𝑦 − 3 = 2(𝑥 − 1)2
Essa equação representa uma parábola de vértice 𝑉 = (ℎ, 𝑘) = (1, 3) e como 𝑎 = 2 > 0, a parábola
tem concavidade voltada para cima.
Fazendo 𝑥 = 0 na equação 𝑦 = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5 encontramos 𝑦 = 2 ∙ 02 − 4 ∙ 0 + 5 = 5. Assim, o
ponto (0, 5) = (1 − 1, 5) é um ponto da parábola e o seu simétrico com
relação ao eixo de simetria da parábola (1 + 1, 5) = (2, 5) é também um ponto
da parábola.
A parábola que representa o gráfico do trinômio 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 4𝑥 + 5 está
desenhada na figura ao lado.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Página 3 de 22
27
3. Queremos esboçar o gráfico do trinômio 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 3𝑥 + .
4
27
Vamos identificar a parábola de equação 𝑦 = −𝑥 2 − 3𝑥 + .
4

Completando o quadrado dessa expressão:


27 27 3 27
𝑦 = −𝑥 2 − 3𝑥 + = −(𝑥 2 + 3𝑥) + = − (𝑥 2 + 2 ∙ 2 ∙ 𝑥) + =
4 4 4
3 9 9 27 3 9 9 27
= − (𝑥 2 + 2 ∙ 2 ∙ 𝑥 + − 4) + = − (𝑥 2 + 2 ∙ 2 ∙ 𝑥 + 4 ) − (− 4 ) + =
4 4 4
3 2 36 3 2
− (𝑥 + 2) + = − (𝑥 + 2) + 9
4

Assim,
27 3 2 3 2
𝑦 = −𝑥 2 − 3𝑥 + ⟺ 𝑦 = − (𝑥 + 2) + 9 ⟺ 𝑦 − 9 = − (𝑥 + 2) .
4
3
Essa equação representa uma parábola de vértice 𝑉 = (ℎ, 𝑘) = (− , 9) e como 𝑎 = −1 < 0 , a
2
parábola tem concavidade voltada para baixo.
27
Fazendo 𝑥=0 na equação 𝑦 = −𝑥 2 − 3𝑥 + encontramos 𝑦 =
4
27 27 27 3 3 27
−(0)2 − 3 ∙ 0 + 4 = 4 . Assim, o ponto (0, 4 ) = (− 2 + 2 , 4 ) é um ponto
da parábola e o seu simétrico com relação ao eixo de simetria da parábola
3 3 27 27
(− 2 − 2 , 4 ) = (−3, 4 ) é também um ponto da parábola.
27
A parábola que representa o gráfico do trinômio 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 3𝑥 + 4
está desenhada na figura ao lado.

Vamos ver que há outra forma de encontrar o gráfico de 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐. Nesse caso é preciso
encontrar as interseções do trinômio do segundo grau 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥, claro que
se elas ocorrerem.

Vamos estudar agora, as possíveis interseções do trinômio do segundo grau 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 com
o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
Na interseção com 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥, 𝑦 = 0, logo é preciso resolver a equação de segundo grau
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0.
Vamos usar a fórmula de Bháskara para resolver, se possível, essa equação.

▪ Se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 < 0 então a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não tem solução em ℝ , ou seja, não


tem raiz real.

▪ Se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0 então a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 tem duas soluções iguais em ℝ, ou seja,


−𝑏
tem raiz real dupla: 𝑥1 = 𝑥2 = 2𝑎 .
Nesse caso a parábola toca o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥 em um único ponto, que coincide com o vértice da parábola.
−𝒃
Logo o vértice da parábola é 𝑽(𝒙𝑽 , 𝒚𝑽 ) = ( , 𝟎). 𝟐𝒂

Página 4 de 22
▪ Se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 > 0 então a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 tem duas soluções diferentes em ℝ ou
−𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏+√𝑏2 −4𝑎𝑐
seja, tem duas raízes reais distintas: 𝑥1 = e 𝑥2 = .
2𝑎 2𝑎

−𝑏+√𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐


Também é usual dizer que 𝑥= ou 𝑥 = , ou seja, 𝑥 = .
2𝑎 2𝑎 2𝑎

Nesse caso a parábola corta o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥 em dois pontos distintos, 𝑃1 (𝑥1 , 0) e 𝑃2 (𝑥2 , 0).

IMPORTANTE:
Vamos ver um exemplo de como determinar as raízes de um trinômio do segundo grau quando
este está escrito na sua forma canônica, 𝐸(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 + 𝑘 , sem usar a fórmula de
Bháskara.

Seja 𝐸(𝑥) = 9(𝑥 − 1)2 − 15 , para encontrar as suas raízes devemos fazer 𝐸(𝑥) = 0.
15 15
9(𝑥 − 1)2 − 15 = 0 ⟺ 9(𝑥 − 1)2 = 15 ⟺ (𝑥 − 1)2 = ⟺ 𝑥 − 1 = ±√ 9 ⟺
9

√15 3±√15 3+√15 3−√15


𝑥 = 1± 3
= 3
. Logo as raízes são 𝑥1 = 3
e 𝑥2 = 3
.

ATENÇÃO: na parte final desse texto você pode encontrar a Dedução das Soluções ou Raízes da
Equação do Segundo Grau.

Para esboçar a parábola que é o gráfico do trinômio do segundo grau 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, quando:
❖ Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 < 0 , completamos o quadrado na expressão 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 da equação 𝑦 =
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 para encontrar a forma canônica da equação da parábola, 𝑦 − 𝑘 = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 ,
e identificar o seu vértice 𝑉(ℎ, 𝑘) = 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ). Depois encontramos um outro ponto dessa
parábola, P1 (𝑥1 , 𝑦1 ) = P1 (𝑥𝑉 + 𝑟, 𝑦1 ) onde 𝑟 é uma constante positiva, pois através do seu
eixo de simetria conheceremos o ponto simétrico à P1 (𝑥1 , 𝑦1 ), que é P2 (𝑥𝑉 − 𝑟, 𝑦1 ). Esses dois
pontos também podem ser encontrados assim, primeiro P2 (𝑥2 , 𝑦2 ) = P2 (𝑥𝑉 − 𝑟, 𝑦2 ) e depois
conheceremos o seu simétrico, que é P1 (𝑥1 , 𝑦1 ) = P1 (𝑥𝑉 + 𝑟, 𝑦2 ).

❖ Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0 , a parábola toca o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥 em um único ponto, que coincide com o


−𝑏
vértice da parábola. Logo o vértice da parábola é 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) = ( 2𝑎 , 0). Conhecendo o seu

vértice, procedemos como acima, encontrando um outro ponto dessa parábola P1 (𝑥1 , 𝑦1 ) =
P1 (𝑥𝑉 + 𝑟, 𝑦1 ) onde 𝑟 é uma constante positiva e o seu simétrico com relação ao eixo de
simetria da parábola, P2 (𝑥𝑉 − 𝑟, 𝑦1 ). Esses dois pontos também podem ser encontrados
assim, primeiro P2 (𝑥2 , 𝑦2 ) = P2 (𝑥𝑉 − 𝑟, 𝑦2 ) e depois conheceremos o seu simétrico, que é
P1 (𝑥1 , 𝑦1 ) = P1 (𝑥𝑉 + 𝑟, 𝑦2 ).

Página 5 de 22
Observe que nos dois casos acima, o “outro ponto” da parábola que buscamos pode ser o ponto de
interseção dessa parábola com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦 , quando 𝑥 = 0 , logo 𝑦 = 𝑎 ∙ 02 + 𝑏 ∙ 0 + 𝑐 = 𝑐. A parábola
corta o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦 em um ponto (0, 𝑐) e assim, encontramos um outro ponto dessa parábola. Mas
atenção, se esse ponto (0, 𝑐) coincidir com o vértice da parábola, veja que ainda não encontramos o
“outro ponto” da parábola que precisamos.

−𝑏−√𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏+√𝑏 2 −4𝑎𝑐


❖ Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 > 0 , as duas raízes reais distintas: 𝑥1 = e 𝑥2 = são
2𝑎 2𝑎

tais que os pontos (𝑥1 , 0), (𝑥2 , 0), são pontos da parábola, estão no eixo 𝑥 e são simétricos em
relação ao eixo da parábola.

Nesse caso, para encontrar o vértice da parábola, começamos encontrado a abscissa 𝑥𝑉 do


𝒙𝟏 +𝒙𝟐
vértice 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) , que é o valor médio de 𝑥1 e 𝑥2 , isto é, 𝒙𝑽 = . A ordenada do vértice
𝟐

da parábola é obtida substituindo 𝑥𝑉 na equação da parábola, e assim, 𝒚𝑽 = 𝒂𝒙𝟐𝑽 + 𝒃𝒙𝑽 + 𝒄.

ATENÇÃO: Para determinar as coordenadas do vértice também podemos usar fórmulas, mas isso tem
a desvantagem de ser preciso "decorar fórmula", que podem ser esquecidas. Se 𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 , o
discriminante é Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 e:
𝑏 Δ
a abscissa do vértice é 𝑥𝑉 = − 2𝑎 e a ordenada do vértice é 𝑦𝑉 = − 4𝑎.

Agora vamos esboçar a parábola que representa o gráfico de mais alguns trinômios do segundo grau:

4. 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 𝑥 − 6
Como 𝑎=2>0 já sabemos que a parábola tem concavidade para cima.
Vamos encontrar, se possível, as raízes do trinômio.
Δ = (−1)2 − 4 ∙ 2 ∙ (−6) = 1 + 48 = 49 > 0, logo o trinômio possui duas raízes reais distintas que
são as abscissas dos pontos onde o gráfico, que é uma parábola, corta o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
−(−1)±√1−4∙2∙(−6) 1±√1+48 1±7
Determinando as raízes, 𝑥= = = .
2∙2 4 4
8 −6 3
Logo 𝑥1 = 4 = 2 e 𝑥2 = = − 2.
4

Para esboçar o gráfico basta determinar mais um ponto da parábola.


Vamos optar por determinar o ponto de interseção do gráfico com o
𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦.
𝑥=0 𝑦 = 𝐸(0) = 2 ∙ 02 − 0 − 6 = −6.
A parábola que representa o gráfico do trinômio está esboçada ao lado.
Como uma informação a mais sobre essa parábola, vamos calcular o seu vértice:
3
2+(− ) 4−3 1 1 1 1 2 1 49
2
𝑥𝑉 = = = 𝑒 𝑦𝑉 = 2 ∙ 16 − 4 − 6 = 8 − 8 − 6 = − 8 − 6 = −
2 4 4 8

1 49
Portanto, 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) = ( 4 , − 8 ) .
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Página 6 de 22
5. 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 12𝑥 + 18
Como 𝑎=2>0 já sabemos que a parábola tem concavidade para cima.
Vamos encontrar, se possível, as raízes do trinômio.
Δ = (−12)2 − 4 ∙ (2) ∙ 18 = 144 − 144 = 0, logo o trinômio possui duas raízes reais iguais, ou seja,
uma raiz real dupla, que é a abscissa do vértice da parábola, o ponto em que a parábola tangencia o
𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
12±√0 12±0
Determinando a raiz real dupla, 𝑥 = = = 3.
4 4

Logo, o vértice da parábola é 𝑉(3, 0).


Para esboçar o gráfico precisamos determinar mais dois pontos da parábola. Vamos optar por
determinar o ponto de interseção do gráfico com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦.
Interseção com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦: 𝑥=0 𝑦 = 2 ∙ 02 − 12 ∙ 0 + 18 = 18.
Como a ordenada desse ponto é um valor alto, o ponto de interseção com
o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦 fica distante da origem, é melhor procurar outro ponto, por
exemplo,
𝑥 = 1, 𝑦 = 2 ∙ 12 − 12 ∙ 1 + 18 = 8, assim, um ponto da parábola é
𝑃1 (1, 8) = (3 − 2, 8) e outro ponto é o seu simétrico em relação ao eixo
de simetria da parábola, 𝑃2 (3 + 2, 8) = (5, 8).
A parábola que representa o gráfico do trinômio está esboçada ao lado.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
6. 𝐸(𝑥) = −3𝑥 2 − 6𝑥,
Como 𝑎 = −3 < 0 já sabemos que a parábola tem concavidade para baixo.
Vamos encontrar, se possível, as raízes do trinômio.
Δ = (−6)2 − 4 ∙ (−3) ∙ 0 = 36 > 0, logo o trinômio possui duas raízes reais distintas que são as
abscissas dos pontos onde o gráfico, que é uma parábola, corta o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
Nesse caso vamos determinar as raízes resolvendo diretamente a equação:
−3𝑥 2 − 6𝑥 = 0 ⟺ −3𝑥(𝑥 + 2) = 0 ⟺ −3𝑥 = 0 𝑜𝑢 𝑥 + 2 = 0 ⟺ 𝑥 = 0 𝑜𝑢 𝑥 = −2.
Logo 𝑥1 = −2 e 𝑥2 = 0.
Para esboçar o gráfico basta determinar mais um ponto da parábola. Vamos determinar o vértice da
parábola.
𝑥1 +𝑥2 −2+0
A abscissa do vértice é 𝑥𝑉 = = = −1. Logo, 𝑥𝑉 = −1.
2 2

A ordenada do vértice é obtida substituindo 𝑥𝑉 no trinômio,


𝑦𝑉 = −3(−1)2 − 6(−1) = −3 + 6 = 3.
Logo, 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) = (−1, 3).
A parábola que representa o gráfico do trinômio está esboçada ao lado.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Página 7 de 22
7. 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 2√2 𝑥 − 2.
Como 𝑎 = −1 < 0 já sabemos que a parábola tem concavidade para baixo.
Vamos encontrar, se possível, as raízes do trinômio.
2
Δ = (−2√2) − 4 ∙ (−1) ∙ (−2) = 8 − 8 = 0, logo o trinômio possui duas raízes reais iguais, ou seja,
uma raiz real dupla, que é a abscissa do vértice da parábola, o ponto em que a parábola tangencia o
𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
2√2±√0 2√2±0
Determinando a raiz real dupla, 𝑥 = = = −√2.
−2 −2

Logo, o vértice da parábola é 𝑉(−√2, 0).


Para esboçar o gráfico precisamos determinar mais dois pontos da parábola. Vamos optar por
determinar o ponto de interseção do gráfico com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦.
Interseção com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦: 𝑥 = 0 𝑦 = −1 ∙ 02 − 2√2 ∙ 0 − 2 = −2.
Assim, um ponto da parábola é 𝑃1 (0, −2) = (−√2 + √2, −2) e outro
ponto é o seu simétrico em relação ao eixo de simetria da parábola,
𝑃2 (−√2 − √2, −2) = (−2√2, −2).
A parábola que representa o gráfico do trinômio está esboçada ao lado.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
8. 𝐸(𝑥) = 𝑥 2 + 2 𝑥 + 3.
Como 𝑎=1>0 já sabemos que a parábola tem concavidade para cima.
Vamos encontrar, se possível, as raízes do trinômio.
Δ = (2)2 − 4 ∙ 1 ∙ 3 = 4 − 12 = −8 < 0, logo o trinômio não possui raízes reais, a parábola não corta
nem tangencia o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
Vamos determinar o vértice 𝑉 por completamento de quadrado.
𝐸(𝑥) = 𝑥 2 + 2 𝑥 + 3 = (𝑥 2 + 2𝑥) + 3 = (𝑥 2 + 2𝑥 + 1 − 1) + 3 = (𝑥 2 + 2𝑥 + 1) − 1 + 3 =
= (𝑥 + 1)2 + 2.
Comparando com a forma canônica do trinômio 𝐸(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 + 𝑘, concluímos que ℎ = −1 e
𝑘 = 2. Assim o vértice 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) = (ℎ, 𝑘) = (−1, 2).
Observação: nesse caso para encontrar o vértice também poderíamos ter usado as fórmulas:
𝑏 2 Δ −8
𝑥𝑉 = − 2𝑎 = − 2 = −1 𝑦𝑉 = − 4𝑎 = − 4 = 2. Mas, atenção, muito cuidado, se esquecer ou
decorar errado as fórmulas, não vai ser possível encontrar o vértice correto. Por esse motivo, julgamos
que é melhor usar completamento de quadrado para encontrar o vértice.
Para esboçar o gráfico precisamos determinar mais dois pontos da parábola. Vamos optar por
determinar o ponto de interseção do gráfico com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦.
Interseção com 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦: 𝑥 = 0, 𝑦 = 02 + 2.0 + 3 = 3.
Assim, um ponto da parábola é 𝑃1 (0, 3) = (−1 + 1, 3) e outro ponto é o seu
simétrico em relação ao eixo de simetria da parábola, 𝑃2 (−1 − 1, 3) =
(−2, 3).
A parábola que representa o gráfico do trinômio está esboçada ao lado.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Página 8 de 22
9. 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 + 4 𝑥 − 7.
Como 𝑎 = −1 < 0 já sabemos que a parábola tem concavidade para baixo.
Vamos encontrar, se possível, as raízes do trinômio.
Δ = (4)2 − 4 ∙ (−1) ∙ (−7) = 16 − 28 = −12 < 0, logo o trinômio não possui raízes reais, a parábola
não corta nem tangencia o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥.
Vamos determinar o vértice 𝑉 por completamento de quadrado.
𝐸(𝑥) = −𝑥 2 + 4 𝑥 − 7 = −(𝑥 2 − 4𝑥) − 7 = −(𝑥 2 − 2 ∙ 2 ∙ 𝑥 + 4 − 4) − 7 =
−(𝑥 2 − 2 ∙ 2 ∙ 𝑥 + 4) + 4 − 7 = −(𝑥 − 2)2 − 3.
Comparando com a forma canônica do trinômio 𝐸(𝑥) = 𝑎(𝑥 − ℎ)2 + 𝑘, concluímos que ℎ = 2 e
𝑘 = −3. Assim o vértice 𝑉(𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) = (ℎ, 𝑘) = (2, −3).
Para esboçar o gráfico precisamos determinar mais dois pontos da
parábola. Vamos optar por determinar o ponto de interseção do gráfico
com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦.
Interseção com 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑦: 𝑥 = 0, 𝑦 = −02 + 4.0 − 7 = −7
Assim, um ponto da parábola é 𝑃1 (0, −7) = (2 − 2, −7) e outro ponto é o
seu simétrico em relação ao eixo de simetria da parábola, 𝑃2 (2 + 2, −7) =
(4, −7).
A parábola que representa o gráfico do trinômio está esboçada ao lado.

FATORAÇÃO DO TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU

❖ Afirmação 1:
Se 𝑥1 e 𝑥2 são as raízes da equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 então 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ).
❖ Afirmação 2:
Se a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não possui solução, um dos dois casos é verdadeiro:
(i) 𝑎 > 0, e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ
ou
(ii) 𝑎 < 0, e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.
Depois da dedução das raízes, vamos verificar que essas afirmações são de fato verdadeiras.

ANÁLISE DO SINAL DO TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU

A análise de sinal de 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐.


Lembramos que analisar o sinal de uma expressão 𝐸(𝑥) que depende de uma variável real 𝑥
significa encontrar os valores de 𝑥 em que 𝐸(𝑥) é nula (ou seja 𝐸(𝑥) = 0), encontrar os
valores de 𝑥 em que 𝐸(𝑥) é positiva (ou seja 𝐸(𝑥) > 0) e encontrar os valores de 𝑥 em que
𝐸(𝑥) é negativa (ou seja 𝐸(𝑥) < 0).

Página 9 de 22
Exemplos de fatoração e análise de sinal

Se possível, vamos fatorar cada trinômio. Vamos analisar o sinal do trinômio. Vamos dar as respostas
em forma de união de intervalos disjuntos (intervalos disjuntos não têm pontos em comum).

1. 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 𝑥 − 6.
−(−1)±√1−4∙2∙(−6) 1±√1+48 1±7
Determinando as raízes, 𝑥= = = .
2∙2 4 4
8 −6 3
Logo 𝑥1 = 4 = 2 e 𝑥2 = = − 2.
4
3
Pela afirmação 1, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ). Temos que 𝑎 = 2, 𝑥1 = 2, 𝑥2 = − 2.
3
Logo, a fatoração é 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 𝑥 − 6 = 2(𝑥 − 2) (𝑥 + 2) = (𝑥 − 2)(2𝑥 + 3).
Vamos analisar o sinal de duas formas diferentes, usando a fatoração e usando o gráfico.
Análise de sinal usando a fatoração 𝐸(𝑥) = (𝑥 − 2)(2𝑥 + 3).
• Sabemos que um produto de dois fatores é nulo se pelo menos um dos dois fatores é nulo.
3
Assim, 𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 2 ou 𝑥 = − 2.
Observação: o símbolo " ⟺ " significa "se e somente se", ou "se e só se" ou "equivale a".
• Sabemos que o sinal de um produto é positivo se os dois fatores são positivos ou se os dois
fatores são negativos.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ { 𝑥 − 2 > 0 e 2𝑥 + 3 > 0 } ou { 𝑥 − 2 < 0 e 2𝑥 + 3 < 0 }.
Resolvendo cada uma,
3
{ 𝑥 − 2 > 0 e 2𝑥 + 3 > 0 } ⟺ { 𝑥 > 2 e 𝑥 > − 2} ⟺ 𝑥 > 2.
3 3
{ 𝑥 − 2 < 0 e 2𝑥 + 3 < 0 } ⟺ { 𝑥 < 2 e 𝑥 < − 2} ⟺ 𝑥 < − 2.
3
Concluindo 𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 2.

• Sabemos que o sinal de um produto é negativo se um dos fatores é positivo e o outro fator é
negativo.
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ { 𝑥 − 2 > 0 e 2𝑥 + 3 < 0 } ou { 𝑥 − 2 < 0 e 2𝑥 + 3 > 0 }
Resolvendo cada uma,
3
{ 𝑥 − 2 > 0 e 2𝑥 + 3 < 0 } ⟺ { 𝑥 > 2 e 𝑥 < − } . Nesse caso não existe valor para 𝑥
2
que satisfaça as duas desigualdades.
3 3
{ 𝑥 − 2 < 0 e 2𝑥 + 3 > 0 } ⟺ {𝑥 < 2 e 𝑥 > − } ⟺ − < 𝑥 < 2.
2 2
3
Concluindo 𝐸(𝑥) < 0 ⟺ − 2 < 𝑥 < 2 .
Resumindo e concluindo a análise de sinal:
3
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 2 ou 𝑥 = − 2.
3 3
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 2. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, − 2) ∪ (2, ∞).
3 3
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ − 2 < 𝑥 < 2. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (− 2 , 2)
Página 10 de 22
Análise de sinal usando o gráfico de 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 𝑥 − 6.

O gráfico de 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 𝑥 − 6, ao lado, já foi esboçado anteriormente.

Observando o esboço da parábola ao lado podemos concluir que


3
𝐸(𝑥) > 0 quando o gráfico está situado acima do 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥. Nesse caso, 𝑥 < − 2
ou 𝑥 > 2.
3
𝐸(𝑥) < 0 quando o gráfico está situado abaixo do 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥. Nesse caso, − 2 < 𝑥 < 2.
Resumindo e concluindo a análise de sinal:
3
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 2 ou 𝑥 = − 2.
3 3
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 2. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, − 2) ∪ (2, ∞).
3 3
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ − 2 < 𝑥 < 2. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (− 2 , 2).

2. 𝐸(𝑥) = −3𝑥 2 − 6𝑥.

−(−6)±√(−62 )−4∙(−3)∙0 6±√36 6±6


Determinando as raízes, 𝑥= = = .
2∙(−3) −6 −6
12 0
Logo 𝑥1 = −6 = −2 e 𝑥2 = −6 = 0.
Pela afirmação 1, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ). Temos que 𝑎 = −3, 𝑥1 = −2, 𝑥2 = 0.
Logo, a fatoração é 𝐸(𝑥) = −3𝑥 2 − 6𝑥 = −3(𝑥 + 2)(𝑥 − 0) = −3 𝑥 (𝑥 + 2).

Análise de sinal usando a fatoração 𝐸(𝑥) = −3 𝑥 (𝑥 + 2).


• Sabemos que um produto de dois fatores é nulo se pelo menos um dos dois fatores é nulo.
Assim, 𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 0 ou 𝑥 = −2.
Observação: o símbolo " ⟺ " significa "se e somente se", ou "se e só se" ou "equivale a".
• Sabemos que o sinal de um produto é positivo se os dois fatores são positivos ou se os dois
fatores são negativos.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ {−3𝑥 > 0 e 𝑥 + 2 > 0 } ou {−3𝑥 > 0 e 𝑥 + 2 > 0 }.
Resolvendo cada uma,
{−3𝑥 > 0 e 𝑥 + 2 > 0 } ⟺ { 𝑥 < 0 e 𝑥 > −2} ⟺ −2 < 𝑥 < 0.
{−3𝑥 < 0 e 𝑥 + 2 < 0 } ⟺ { 𝑥 > 0 e 𝑥 < −2} . Nesse caso não existe valor para 𝑥 que
satisfaça as duas desigualdades.
Concluindo 𝐸(𝑥) > 0 ⟺ −2 < 𝑥 < 0.

• Sabemos que o sinal de um produto é negativo se um dos fatores é positivo e o outro fator é
negativo.
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ {−3𝑥 > 0 e 𝑥 + 2 < 0 } ou {−3𝑥 < 0 e 𝑥 + 2 > 0 }
Resolvendo cada uma,
Página 11 de 22
{−3𝑥 > 0 e 𝑥 + 2 < 0 } ⟺ { 𝑥 < 0 e 𝑥 < −2} ⟺ 𝑥 < −2.
{−3𝑥 < 0 e 𝑥 + 2 > 0 } ⟺ { 𝑥 > 0 e 𝑥 > −2} ⟺ 𝑥 > 0.
Concluindo 𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 0.

Resumindo e concluindo a análise de sinal:


𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 0 ou 𝑥 = −2.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ −2 < 𝑥 < 0. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−2, 0).
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 0. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, −2) ∪ (0, ∞).

Análise de sinal usando o gráfico de 𝐸(𝑥) = −3𝑥 2 − 6𝑥.

O gráfico de 𝐸(𝑥) = −3𝑥 2 − 6𝑥, ao lado, já foi esboçado anteriormente.

Observando o esboço ou o tipo da parábola ao lado podemos concluir que


𝐸(𝑥) > 0 se o gráfico está situado acima do 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥. Nesse caso, −2 < 𝑥 < 0.
𝐸(𝑥) < 0 se o gráfico está situado abaixo do 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥. Nesse caso, 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 0.
Resumindo e concluindo a análise de sinal:
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = −2 ou 𝑥 = 0.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ −2 < 𝑥 < 0. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−2, 0).
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥 < −2 ou 𝑥 > 0. Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, −2) ∪ (0, ∞).

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

3. 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 12𝑥 + 18.

−(−12)±√(−12)2 −4∙(2)∙18 12±√144−144 12±0


Determinando as raízes, 𝑥 = = = = 3.
2∙2 4 4

Logo 𝑥1 = 𝑥2 = 3.
Pela afirmação 1, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ). Temos que 𝑎 = 2, 𝑥1 = 𝑥2 = 3.
Logo, a fatoração é 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 12𝑥 + 18 = 2(𝑥 − 3)(𝑥 − 3) = 2(𝑥 − 3)2 .

Análise de sinal usando a fatoração 𝐸(𝑥) = 2(𝑥 − 3)2 .


• Como 2 > 0 e sabemos que qualquer número real elevado ao quadrado é positivo ou nulo,
podemos ver que:
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ (𝑥 − 3)2 = 0 ⟺ 𝑥−3=0 ⟺ 𝑥 =3
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ (𝑥 − 3)2 > 0 ⟺ 𝑥−3≠0 ⟺ 𝑥 ≠3 ⟺ 𝑥 < 3 𝑜𝑢 𝑥 > 3
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ (𝑥 − 3)2 < 0. Não existe valor para 𝑥 que satisfaça essa desigualdade.
Resumindo e concluindo a análise de sinal:
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 3.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥 < 3 𝑜𝑢 𝑥 > 3 . Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, 3) ∪ (3, ∞).
𝐸(𝑥) < 0. Não existe valor para 𝑥.

Página 12 de 22
Análise de sinal usando o gráfico de 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 12𝑥 + 18.
O gráfico de 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 12𝑥 + 18, ao lado, já foi esboçado
anteriormente.

Observando o esboço da parábola ao lado podemos concluir que


𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = 3.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥<3 ou 𝑥 > 3. Em forma de intervalo,
𝑥 ∈ (−∞, 3) ∪ (3, ∞).
𝐸(𝑥) < 0 Não existe valor para 𝑥.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

4. 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 2√2 𝑥 − 2.

2
−(−2√2 )±√(−2√2) −4∙(−1)∙(−2) 2√2±√8−8 2√2±0
Determinando as raízes, 𝑥= = = = −√2.
2∙(−1) −2 −2

Logo 𝑥1 = 𝑥2 = −√2 (raiz dupla).


Pela afirmação 1, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ). Temos que 𝑎 = −1, 𝑥1 = 𝑥2 = −√2.
Logo, a fatoração é:
2
𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 2√2 𝑥 − 2 = − (𝑥 − (−√2)) (𝑥 − (−√2)) = −(𝑥 + √2)(𝑥 + √2) = −(𝑥 + √2) .

2 2
Análise de sinal usando a fatoração 𝐸(𝑥) = −(𝑥 + √2) = (−1)(𝑥 + √2) .
• Sabemos que qualquer número real elevado ao quadrado é positivo ou nulo, podemos ver
que:
2
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ (−1) (𝑥 + √2) = 0 ⟺ 𝑥 + √2 = 0 ⟺ 𝑥 = −√2
2
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ −1 < 0 e (𝑥 + √2) < 0. Não existe valor para 𝑥 que satisfaça a desigualdade
2
(𝑥 + √2) < 0.
2
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ −1 < 0 𝑒 (𝑥 + √2) > 0 ⟺ 𝑥 + √2 ≠ 0 ⟺ 𝑥 ≠ −√2 ⟺
𝑥 < −√2 𝑜𝑢 𝑥 > −√2.

Resumindo e concluindo a análise de sinal:


𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = −√2.
𝐸(𝑥) > 0. Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥 < −√2 𝑜𝑢 𝑥 > −√2 . Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, −√2) ∪ (−√2, ∞).

Análise de sinal usando o gráfico de 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 2√2 𝑥 − 2.

O gráfico de 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 − 2√2 𝑥 − 2, ao lado, já foi esboçado anteriormente.

Página 13 de 22
Observando o esboço da parábola ao lado podemos concluir que
𝐸(𝑥) = 0 ⟺ 𝑥 = −√2.
𝐸(𝑥) > 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥 < −√2 𝑜𝑢 𝑥 > −√2 . Em forma de intervalo,
𝑥 ∈ (−∞, −√2) ∪ (−√2, ∞).

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

5. 𝐸(𝑥) = 𝑥 2 + 2 𝑥 + 3.

−2±√(2)2 −4∙1∙3 −2±√4−12 −2±√−8


Determinando as raízes, 𝑥= = = .
2∙(1) 2 2

Como Δ = −8 < 0, o trinômio não possui raízes reais, não é possível fatorar o trinômio.
Nesse caso vamos analisar o sinal de duas formas diferentes, usando a Afirmação 2 e usando o gráfico.

Análise de sinal usando a Afirmação 2:


Se a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não possui solução, um dos dois casos é verdadeiro:
(i) 𝑎 > 0, e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ
ou
(ii) 𝑎 < 0, e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.
Aplicando no trinômio,
Como 𝑎 = 1 > 0, temos que 𝑥 2 + 2𝑥 + 3 > 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.
Resumindo e concluindo a análise de sinal:
𝐸(𝑥) = 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥∈ℝ . Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, ∞).
𝐸(𝑥) < 0. Não existe valor para 𝑥.

Análise de sinal usando o gráfico.

O gráfico de 𝐸(𝑥) = 𝑥 2 + 2𝑥 + 3, ao lado, já foi esboçado anteriormente.

Observando o esboço da parábola podemos concluir que


𝐸(𝑥) = 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) > 0 ⟺ 𝑥∈ℝ . Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, ∞).
𝐸(𝑥) < 0. Não existe valor para 𝑥.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

6. 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 + 4 𝑥 − 7.

−4±√(4)2 −4∙(−1)∙(−7) −4±√16−28 −4±√−12


Determinando as raízes, 𝑥= = = .
2∙(−1) −2 −2

Como Δ = −12 < 0, o trinômio não possui raízes reais, não é possível fatorar o trinômio.
Página 14 de 22
Análise de sinal usando a Afirmação 2:

Se a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não possui solução, um dos dois casos é verdadeiro:


(i) 𝑎 > 0, e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ
ou
(ii) 𝑎 < 0, e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.
Aplicando no trinômio,
Como 𝑎 = −1 < 0, temos que −𝑥 2 + 4 𝑥 − 7 < 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.

Resumindo e concluindo a análise de sinal:


𝐸(𝑥) = 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) > 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥∈ℝ . Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, ∞).

Análise de sinal usando o gráfico.

O gráfico de 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 + 4 𝑥 − 7, ao lado, já foi esboçado anteriormente.

Observando o esboço da parábola podemos concluir que


𝐸(𝑥) = 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) > 0 Não existe valor para 𝑥.
𝐸(𝑥) < 0 ⟺ 𝑥∈ℝ . Em forma de intervalo, 𝑥 ∈ (−∞, ∞).

JUSTIFICATIVAS DAS RAÍZES, FATORAÇÃO E SINAL DO TRINÔMIO DE SEGUNDO GRAU

Daqui em diante o objetivo será justificar os principais resultados do trinômio do segundo grau.
𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 e da equação de segundo grau 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0, tão conhecidos. Para deduzir
esses resultados será aplicado o “método de completar o quadrado”. Atenção, não será cobrado em
nenhuma avaliação ou atividade de Pré-Cálculo as deduções a seguir. O importante é o aluno
conhecer os principais resultados.

DEDUÇÃO DAS SOLUÇÕES OU RAÍZES DA EQUAÇÃO DE SEGUNDO GRAU

Considere a equação do segundo grau 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0, 𝑎, 𝑏, 𝑐 constantes reais, 𝑎 ≠ 0, 𝑥 ∈ ℝ.


Completando o quadrado do trinômio do segundo grau 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ∶
𝑏 𝑏
𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 2 + 𝑥) + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 2 + 2 ∙ 𝑥) + 𝑐 =
𝑎 2𝑎
2
𝑏 𝑏2 𝑏2 2
𝑏 𝑏2 𝑏2
= 𝑎 (𝑥 + 2 ∙ 𝑥 + 2 − 2 ) + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 + 2 ∙ 𝑥 + 2) − 𝑎 ∙ 2 + 𝑐 =
2𝑎 4𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎 4𝑎

Página 15 de 22
𝑏 2 𝑏2 𝑏 2 𝑏2 𝑏 2 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑎 (𝑥 + ) − + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 + ) − ( − 𝑐) = 𝑎 (𝑥 + ) − ( )
2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎

Assim, resolvendo a equação de segundo grau,

𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 ⟺ 𝑎 (𝑥 + 2𝑎) − ( )=0 ⇔
4𝑎

𝑏 2 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 𝑏 2 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑎 (𝑥 + ) = ⟺ (𝑥 + ) =
2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎2

𝑏 2 𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
Como (𝑥 + 2𝑎) ≥ 0 , para que a equação (𝑥 + 2𝑎) = tenha solução em ℝ (ou seja, tenha
4𝑎2
𝑏 2 −4𝑎𝑐
raízes reais) é preciso que, ≥ 0.
4𝑎2
𝑏 2 −4𝑎𝑐
Mas, ≥0 ⟺ o discriminante Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 ≥ 0 , pois 𝑎 ≠ 0, e 4𝑎2 > 0.
4𝑎2

Quando há solução em ℝ, temos dois casos a considerar:


Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0 ou Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 > 0.
• Quando Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0, resolvendo a equação, temos que:

𝑏 2 𝑏 𝑏
(𝑥 + 2𝑎) = 0 ⟺ 𝑥 + 2𝑎 = 0 ⟺ 𝑥 = − 2𝑎

• Quando Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 > 0, resolvendo a equação, temos que:


𝑏 2 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
(𝑥 + ) = ⟺
2𝑎 4𝑎2

𝑏 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥+ = ±√ ⟺
2𝑎 4𝑎2

𝑏 √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥+ =± ⟺
2𝑎 √4𝑎2
𝑏 √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥+ =± ⟺
2𝑎 2√𝑎2
𝑏 √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥+ =±
2𝑎 2|𝑎|
𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐
Quando 𝑎 > 0 , |𝑎| = 𝑎 e 𝑥 + 2𝑎 = ± ⟺ 𝑥 = − 2𝑎 ± ⟺ 𝑥=
2𝑎 2𝑎 2𝑎

𝑏 √𝑏2 −4𝑎𝑐 𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏∓√𝑏 2 −4𝑎𝑐


Quando 𝑎 < 0 , |𝑎| = −𝑎 e 𝑥 + 2𝑎 = ± ⟺ 𝑥 = − 2𝑎 ∓ ⟺ 𝑥=
−2𝑎 2𝑎 2𝑎

OBSERVAÇÃO:

Podemos dizer que a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 tem solução em ℝ se e só se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 ≥ 0 .

Página 16 de 22
Quando Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 > 0 , temos que a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 , tem duas soluções diferentes,
−𝑏+√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏+√𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐
pois ≠ . Essas soluções são: 𝑥1 = e 𝑥2 = .
2𝑎 2𝑎 2𝑎 2𝑎

−𝑏
Quando Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0 , temos que 𝑥 = , e assim a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 , tem uma
2𝑎

−𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐
única solução em ℝ . Também podemos usar a fórmula 𝑥 = para esse caso, pois
2𝑎

−𝑏+√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏±0 −𝑏 −𝑏


= = = . Nesse caso 𝑥1 = 𝑥2 = , ou seja, tem duas raízes iguais,
2𝑎 2𝑎 2𝑎 2𝑎 2𝑎

chamada de raiz dupla.

RESUMINDO,

▪ Se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 < 0 dizemos que a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não tem solução em ℝ ou não


tem raiz real.

▪ Se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0 dizemos que a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 tem uma única solução em ℝ, ou


−𝑏
tem duas raízes reais iguais, ou tem raiz real dupla: 𝑥1 = 𝑥2 = 2𝑎 .

• Se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 > 0 então dizemos que a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 tem duas soluções


−𝑏+√𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏 2 −4𝑎𝑐
diferentes em ℝ ou tem duas raízes reais distintas: 𝑥1 = e 𝑥2 = . Nesse
2𝑎 2𝑎

−𝑏+√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐


caso também é usual dizer que 𝑥 = ou 𝑥 = .
2𝑎 2𝑎

DEDUÇÃO DA FATORAÇÃO DO TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU

▪ AFIRMAÇÃO 1:
Se 𝑥1 e 𝑥2 são as raízes da equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 então 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ).
Vamos verificar que essa afirmação é, de fato, verdadeira.
−𝑏+√𝑏2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐
Se 𝑥1 e 𝑥2 são as raízes da equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 então 𝑥1 = e 𝑥2 = .
2𝑎 2𝑎

Substituindo esses valores de 𝑥1 e 𝑥2 em 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ), obtemos:

−𝑏+√𝑏 2 −4𝑎𝑐 −𝑏−√𝑏2 −4𝑎𝑐


𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) = 𝑎 (𝑥 − ) (𝑥 − )=
2𝑎 2𝑎

𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐


= 𝑎 (𝑥 + 2𝑎 − ) (𝑥 + 2𝑎 + ) = 𝑎 ((𝑥 + 2𝑎) − ) ((𝑥 + 2𝑎) + )=
2𝑎 2𝑎 2𝑎 2𝑎

2 2 2
𝑏 √𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 𝑏 𝑏 2 −4𝑎𝑐
= 𝑎 ((𝑥 + 2𝑎) − ( ) ) = 𝑎 (𝑥 2 + 2 ∙ 2𝑎 ∙ 𝑥 + (2𝑎) − )=
2𝑎 4𝑎2

Página 17 de 22
𝑏 𝑏2 𝑏2 4𝑎𝑐 𝑏 𝑐
= 𝑎 (𝑥 2 + 𝑎 ∙ 𝑥 + 4𝑎2 − 4𝑎2 + 4𝑎2 ) = 𝑎 (𝑥 2 + 𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑎) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐.

OBSERVAÇÃO:
−𝑏
Esta demonstração vale, ainda se Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0, quando temos 𝑥1 = 𝑥2 = . Vale notar que se
2𝑎
𝑏2
Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = 0 , então 𝑐 = 4𝑎 .

❖ AFIRMAÇÃO 2:
Se a equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não possui solução, um dos dois casos é verdadeiro:
(i) 𝑎 > 0 , e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ
ou
(ii) 𝑎 < 0 , e neste caso temos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.
JUSTIFICATIVA:
𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
Ao completar o quadrado, vimos que 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 (𝑥 + 2𝑎) − = 𝑎 ((𝑥 + 2𝑎) − ),
4𝑎 4𝑎2
𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
ou seja, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 ((𝑥 + 2𝑎) − ).
4𝑎2

𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
Vamos verificar que se a equação não possui solução, então (𝑥 + 2𝑎) − > 0 para todo 𝑥 ∈ ℝ.
4𝑎2

Sabemos que:
𝑏 2
✓ (𝑥 + 2𝑎) ≥ 0, para todo 𝑥 ∈ ℝ.

✓ quando a equação não possui solução e 𝑎 ≠ 0, então e 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 < 0 e 4𝑎2 > 0, donde
𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 2 −4𝑎𝑐
< 0. Logo − > 0.
4𝑎2 4𝑎2

𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
Logo, sendo (𝑥 + 2𝑎) ≥ 0 e − > 0 então (𝑥 + 2𝑎) − >0 .
4𝑎2 4𝑎2

𝑏 2 𝑏 2 −4𝑎𝑐
Como 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 ((𝑥 + 2𝑎) − ) , concluímos que o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 só depende
4𝑎2
do sinal de 𝑎.

ANÁLISE DO SINAL DO TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU

A análise de sinal de 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐.


Lembramos que analisar o sinal de uma expressão 𝐸(𝑥) que depende de uma variável real 𝑥
significa encontrar os valores de 𝑥 em que 𝐸(𝑥) é nula (ou seja 𝐸(𝑥) = 0), encontrar os
valores de 𝑥 em que 𝐸(𝑥) é positiva (ou seja 𝐸(𝑥) > 0) e encontrar os valores de 𝑥 em que
𝐸(𝑥) é negativa (ou seja 𝐸(𝑥) < 0).
❖ Se o trinômio 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 possui duas raízes distintas:
Consideremos que as raízes são 𝑥1 e 𝑥2 , 𝑥1 ≠ 𝑥2 , 𝑥1 < 𝑥2 .
Pela Afirmação 1 anterior, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 )
Página 18 de 22
• Primeiro caso, quando 𝒂 > 𝟎 (parábola com concavidade para cima), o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 só vai
depender dos sinais de (𝑥 − 𝑥1 ) e de (𝑥 − 𝑥2 ).

• 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 se e só se 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) = 0 se e só se 𝑥 = 𝑥1 ou 𝑥 = 𝑥2
• 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 ) e (𝑥 − 𝑥2 ) são positivos ou (𝑥 − 𝑥1 ) e (𝑥 − 𝑥2 )
são negativos.
Resolvendo cada condição,
(𝑥 − 𝑥1 ) > 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) > 0 ⟺ 𝑥 > 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que 𝑥 > 𝑥2 .
(𝑥 − 𝑥1 ) < 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) < 0 ⟺ 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 < 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que 𝑥 < 𝑥1 .
Concluindo, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 se e só se 𝑥 < 𝑥1 ou 𝑥 > 𝑥2

• 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 ) e (𝑥 − 𝑥2 ) têm sinais contrários, isto é,


[(𝑥 − 𝑥1 ) positivo e (𝑥 − 𝑥2 ) negativo] ou [(𝑥 − 𝑥1 ) negativo e (𝑥 − 𝑥2 ) positivo]
Resolvendo cada condição,
(𝑥 − 𝑥1 ) > 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) < 0 ⟺ 𝑥 > 𝑥1 e 𝑥 < 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que
𝑥1 < 𝑥 < 𝑥2 ou (𝑥 − 𝑥1 ) < 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) > 0 ⟺ 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 ,
concluímos que não existe 𝑥 que satisfaça 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 .

Concluindo, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 se e só se 𝑥1 < 𝑥 < 𝑥2 .


Essa análise de sinal para 𝑎>0 e raízes distintas pode ser visualizada na parábola desenhada a
seguir.

• Segundo caso, quando 𝒂 < 𝟎 (parábola com concavidade para baixo), o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 terá o
sinal contrário do sinal do produto (𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ).
• 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 se e só se 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) = 0 se e só se 𝑥 = 𝑥1 ou 𝑥 = 𝑥2
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 ) e (𝑥 − 𝑥2 ) têm sinais contrários, um é positivo e o
outro é negativo.
Resolvendo cada condição,
(𝑥 − 𝑥1 ) > 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) < 0 ⟺ 𝑥 > 𝑥1 e 𝑥 < 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que 𝑥1 < 𝑥 <
𝑥2 .
(𝑥 − 𝑥1 ) < 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) > 0 ⟺ 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que não existe 𝑥
que satisfaça 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 .
Página 19 de 22
Concluindo, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 se e só se 𝑥1 < 𝑥 < 𝑥2 .

• 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 ) e (𝑥 − 𝑥2 ) são positivos ou (𝑥 − 𝑥1 ) e (𝑥 −


𝑥2 ) são negativos.
Resolvendo cada condição,
(𝑥 − 𝑥1 ) > 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) > 0 ⟺ 𝑥 > 𝑥1 e 𝑥 > 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que 𝑥 > 𝑥2 .
ou
(𝑥 − 𝑥1 ) < 0 e (𝑥 − 𝑥2 ) < 0 ⟺ 𝑥 < 𝑥1 e 𝑥 < 𝑥2 . Como 𝑥1 < 𝑥2 , concluímos que 𝑥 < 𝑥1 .
Concluindo, 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 se e só se 𝑥 < 𝑥1 ou 𝑥 > 𝑥2

Essa análise de sinal para 𝑎 < 0 e raízes distintas pode ser visualizada na parábola desenhada a
seguir.

❖ Se o trinômio 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 possui duas raízes iguais, 𝑥1 = 𝑥2 , pela Afirmação 1 anterior,


𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) = 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )2.

• Primeiro caso, quando 𝒂 > 𝟎 (parábola com concavidade para cima), o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 só vai
depender do sinal de (𝑥 − 𝑥1 )2 .
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 se e só se 𝑎(𝑥 − 𝑥1 )2 = 0 se e só se 𝑥 = 𝑥1 .
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 )2 é positivo.
Resolvendo, (𝑥 − 𝑥1 )2 > 0 ⟺ 𝑥 − 𝑥1 ≠ 0 ⟺ 𝑥 ≠ 𝑥1 .

o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 )2 é negativo.
Resolvendo, (𝑥 − 𝑥1 )2 < 0 não tem solução para 𝑥 pois (𝑥 − 𝑥1 )2 ≥ 0 para qualquer base
(𝑥 − 𝑥1 ).
Essa análise de sinal para 𝑎>0 e raízes iguais pode ser visualizada na parábola desenhada a
seguir.

Página 20 de 22
• Segundo caso, quando 𝒂 < 𝟎 (parábola com concavidade para baixo), o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 terá o
sinal contrário do sinal de.(𝑥 − 𝑥1 )2 .
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 se e só se 𝑥 = 𝑥1 .
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 )2 é negativo.
Resolvendo, (𝑥 − 𝑥1 )2 < 0 não tem solução para 𝑥 pois (𝑥 − 𝑥1 )2 ≥ 0 para qualquer base
(𝑥 − 𝑥1 ).
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 se e só se (𝑥 − 𝑥1 )2 é positivo.
Resolvendo, (𝑥 − 𝑥1 )2 > 0 ⟺ 𝑥 − 𝑥1 ≠ 0 ⟺ 𝑥 ≠ 𝑥1 .

Essa análise de sinal para 𝑎<0 e raízes iguais pode ser visualizada na parábola desenhada a
seguir.

❖ Se o trinômio 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 não possui raízes reais, pela Afirmação 2 da seção anterior,
o sinal de 𝐸(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 só depende do sinal de 𝑎.

• Primeiro caso, quando 𝒂 > 𝟎 (parábola com concavidade para cima), o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 terá
o mesmo sinal de 𝒂.

o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não existe 𝑥.
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 para todo 𝑥 real.
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 não existe 𝑥.
Essa análise de sinal para 𝑎 > 0 e sem raízes reais
pode ser visualizada na parábola desenhada a seguir.

• Segundo caso, quando 𝒂 < 𝟎 (parábola com concavidade para baixo), o sinal de 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 terá o
sinal contrário mesmo sinal de (𝑥 − 𝑥1 )2 .
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0 não existe 𝑥.
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 > 0 não existe 𝑥.
o 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 < 0 para todo 𝑥 real.
Essa análise de sinal para 𝑎 < 0 e sem raízes
reais pode ser visualizada na parábola desenhada a
seguir.

Página 21 de 22
Exercícios
(1) Para cada trinômio do segundo grau, use o método de completar quadrado para determinar o
vértice (𝑥𝑉 , 𝑦𝑉 ) da parábola que representa o gráfico do trinômio e dê a concavidade da parábola.
Esboce a parábola e diga quantas raízes o trinômio possui, sem tentar calcular as raízes.
Se possível, calcule as raízes e verifique se confere com o número de raízes que você já tinha
encontrado anteriormente.

(a) 𝐸(𝑥) = −2𝑥 2 − 10𝑥 − 8 (e) 𝐺(𝑥) = 𝑥 2 − 2(1 + √3)𝑥 + 4 + 2√3


(b) 𝐸(𝑥) = 3𝑥 2 − 15 (f) 𝑝(𝑥) = 5𝑥 2 − 10𝑥
𝑥2 3 13
(c) 𝐹(𝑥) = + 2𝑥 + (g) 𝑟(𝑥) = −2𝑥 2 + 8𝑥 − 9
4 4
3 𝑥2 2𝑥
(d) 𝑓(𝑥) = 2 𝑥 2 − 6𝑥 + 3 (h) 𝑠(𝑥) = 𝜋2 + +1
𝜋

(2) Vamos ver mais um exemplo de como determinar as raízes do trinômio de segundo grau 𝐸(𝑥) =
4(𝑥 + 2)2 − 11 que está escrito na forma canônica, sem usar a fórmula de Bháskara.
11 11
4(𝑥 + 2)2 − 11 = 0 ⟺ 4(𝑥 + 2)2 = 11 ⟺ (𝑥 + 2)2 = ⟺ 𝑥 + 2 = ±√ 4 ⟺
4
√11 −4±√11 −4+√11 −4+√11
𝑥 = −2 ± = . Logo as raízes são 𝑥1 = e 𝑥2 = .
2 2 2 2

Agora é a sua vez. Considere o trinômio 𝐸(𝑥) = −8(𝑥 + 2)2 + 24.

(a) Use o procedimento do exemplo para encontrar as raízes do trinômio.


(b) Elevando ao quadrado em 𝐸(𝑥) = −8(𝑥 + 2)2 + 24 encontre o trinômio na forma 𝐸(𝑥) =
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 e usando a fórmula de Bháskara, encontre as raízes do trinômio.
(c) Compare as respostas dos itens anteriores.

(3) Analise o sinal de cada trinômio 𝐸(𝑥).


Lembre que analisar o sinal é responder para quais valores de 𝑥 o trinômio 𝐸(𝑥) = 0, para quais
valores de 𝑥 o trinômio 𝐸(𝑥) > 0 e para quais valores de 𝑥 o trinômio 𝐸(𝑥) < 0. Quando for o
caso, dê a resposta na forma de intervalo ou união de intervalos disjuntos (intervalos disjuntos não
têm pontos em comum).
(a) 𝐸(𝑥) = −𝑥 2 + 𝑥 + 2 (b) 𝐸(𝑥) = 2𝑥 2 − 4√6 𝑥 + 12 (c) 𝐸(𝑥) = −4𝑥 2 + 4𝑥 − 2

(4) Determine os valores de 𝑥 em que a reta de equação 𝑦 = 2 corta ou toca o gráfico do trinômio
𝑦 = 2𝑥 2 + 4𝑥 + 3 e encontre os intervalos do eixo 𝑥 em que o gráfico do trinômio está situado
acima da reta de equação 𝑦 = 2.

Página 22 de 22

Você também pode gostar