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Matemática

3º série do Ensino Médio


Aulas online 2020

Introdução à Geometria Analítica Plana-Parte 5

Exercícios Fundamentais

1. Seja r a reta que passa pelos pontos 𝐴(1; 2) e 𝐵(−2; 5). Determinar:

a) uma equação geral da reta r;

b) os pontos de interseção de r com os eixos coordenados.

Solução.

a) Se 𝑃(𝑥; 𝑦) é um ponto arbitrário de r= ⃡𝐴𝐵 , temos:

𝑥 1 −2 𝑥
𝑃(𝑥; 𝑦) ∈ r= ⃡𝐴𝐵 ⇔ Os pontos 𝑃(𝑥; 𝑦), 𝐴(1; 2) e 𝐵(−2; 5) são colineares ⇔ | |=0 ⇔
𝑦 2 5 𝑦

⇔ 2 ∙ 𝑥 + 1 ∙ 5 + (−2) ∙ 𝑦 − 𝑦 ∙ 1 − 2 ∙ (−2) − 5 ∙ 𝑥 = 0 ⇔ −3 ∙ 𝑥 − 3 ∙ 𝑦 + 9 = 0 ⇔ 𝑥 + 𝑦 − 3 = 0.

Logo, tem-se r : 𝑥 + 𝑦 − 3 = 0.

b) Sejam 𝑀 e 𝑁 os pontos de interseção de r com os eixos 𝑥 e 𝑦, respectivamente. Então, o ponto 𝑀


tem ordenada nula e o ponto 𝑁 tem abscissa nula.

Obtendo o ponto 𝑀:

Para obtermos o ponto 𝑀, devemos determinar o ponto de r cuja ordenada é nula, isto é, basta fazer
𝑦 = 0 na equação de r, 𝑥 + 𝑦 − 3 = 0, e obter o valor de 𝑥 correspondente,conforme segue.

𝑥 + 0 − 3 = 0 ⇒ 𝑥 = 3 ⇒ 𝑀 = (3; 0)

Obtendo o ponto 𝑁:

Para obtermos o ponto 𝑁, devemos determinar o ponto de r cuja abscissa é nula, isto é, basta fazer
𝑥 = 0 na equação de r, 𝑥 + 𝑦 − 3 = 0, e obter o valor de 𝑦 correspondente,conforme segue.

0 + 𝑦 − 3 = 0 ⇒ 𝑦 = 3 ⇒ 𝑁 = (0; 3)

2. Dada a reta r de equação geral 𝑎 ∙ 𝑥 + 3 ∙ 𝑦 − 6 = 0, determine o valor do coeficiente 𝑎, de modo


que a reta r:

a) contenha o ponto 𝑃(−3; 1).

b) não passe pelo ponto 𝑄(1; −1).

c) intersecte o eixo das abscissas no ponto de abscissa 2.

d) intersecte a bissetriz dos quadrantes ímpares no ponto de ordenada 3.

e) seja paralela ao eixo das abscissas.

f) forme com os eixos coordenados um triângulo de área igual a 36.

Solução.

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a) Se a reta r deve conter o ponto 𝑃(−3; 1), tem-se:

𝑃(−3; 1) ∈ 𝑟 ⇒ 𝑃(−3; 1) é uma solução da equação 𝑎 ∙ 𝑥 + 3 ∙ 𝑦 − 6 = 0, isto é, devemos ter:

𝑎 ∙ (−3) + 3 ∙ 1 − 6 = 0 ⇒ −3𝑎 − 3 = 0 ⇒ 3𝑎 = −3 ⇒ 𝑎 = −1

b) A reta r não deve passar pelo ponto 𝑄(1; −1), então

𝑄(1; −1) ∉ 𝑟 ⇒ 𝑄(1; −1) não é uma solução da equação 𝑎 ∙ 𝑥 + 3 ∙ 𝑦 − 6 = 0, isto é, devemos ter:

𝑎 ∙ 1 + 3(−1) − 6 ≠ 0 ⇒ 𝑎 − 9 ≠ 0 ⇒ 𝑎 ≠ 9

c) O ponto do eixo das abscissas que tem abscissa igual a 2 é (2; 0) e, portanto, devemos ter:

(2; 0) ∈ 𝑟 ⇒ (2; 0) é uma solução da equação 𝑎 ∙ 𝑥 + 3 ∙ 𝑦 − 6 = 0, isto é, devemos ter:

𝑎 ∙ 2 + 3 ∙ 0 − 6 = 0 ⇒ 2𝑎 − 6 = 0 ⇒ 2𝑎 = 6 ⇒ 𝑎=3

d) O ponto da bissetriz dos quadrantes ímpares que tem ordenada igual a 3 é (−3; 3). Então,

(−3; 3) ∈ 𝑟 ⇒ (−3; 3) é uma solução da equação 𝑎 ∙ 𝑥 + 3 ∙ 𝑦 − 6 = 0, isto é, devemos ter:

𝑎 ∙ (−3) + 3 ∙ 3 − 6 = 0 ⇒ −3𝑎 + 3 = 0 ⇒ 3𝑎 = 3 ⇒ 𝑎=1

e) A r só será paralela ao eixo das abscissas se for uma reta horizontal e, portanto, devemos ter:

𝑎=0

f) Inicialmente, note que 𝑎 ≠ 0, pois caso contrário, a reta r seria horizontal e ela não formaria com os
eixos coordenados um triângulo. Então, se 𝑎 ≠ 0, segue:

6 6
. interseção de r com o eixo das abscissas: 𝑎 ∙ 𝑥 + 3 ∙ 0 − 6 = 0 ⇒ 𝑥 = ⇒ ( ; 0)
𝑎 𝑎

. interseção de r com o eixo das ordenadas: 𝑎 ∙ 0 + 3 ∙ 𝑦 − 6 = 0 ⇒ 𝑦 = 2 ⇒ (0; 2)

Logo, a área do triângulo determinado por r e os eixos coordenados, em função de 𝑎, é igual a

6
| 𝑎∙2| 6 1 1 1
= 36 ⇒ = 36 ⇒ |𝑎| = ⇒ 𝑎=− ou 𝑎 =
2 |𝑎| 6 6 6

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3. Determine a equação geral de cada uma das retas r (vermelha), s (azul) e t (verde) representadas no
plano cartesiano a seguir.

Solução.

Uma equação para a reta r ( A reta vermelha ):

A reta r é uma reta horizontal que intersecta o eixo das ordenadas no ponto (0; 4) e, portanto,

𝑦 = 4, ∀ 𝑥 ∈ ℝ. Logo, uma equação, na forma geral, para essa reta é 𝑦 − 4 = 0.

Uma equação para a reta s ( A reta azul ):

A reta s é uma reta vertical que intersecta o eixo das abscissas no ponto (−1; 0) e, portanto,

𝑥 = −1, ∀ 𝑦 ∈ ℝ. Logo, uma equação, na forma geral, para essa reta é 𝑥 + 1 = 0.

Uma equação para a reta t ( A reta verde ):

A reta t passa pela origem do plano cartesiano, então uma equação, na forma geral, para essa reta pode
ser encontrada conforme segue.

1⍛ Modo) Sendo t uma reta, não vertical, que passa pela origem, segue que uma possível equação para t
é dada por: 𝑦 = 𝑚 ∙ 𝑥, para algum 𝑚 ∈ ℝ. Visto que t passa pelo ponto (−1; 4), segue:

4 = 𝑚 ∙ (−1) ⇒ 𝑚 = −4

Logo, uma equação geral de t é 𝑦 + 4𝑥 = 0.

2⍛ Modo) Sendo t uma reta que passa pelos pontos (0; 0) e (−1; 4), segue da condição de alinhamento
de três pontos que uma equação geral para a reta t é dada por

0 −1 𝑥 0
| | = 0 ⇔ −1 ∙ 𝑦 − 4 ∙ 𝑥 = 0 ⇔ 𝑦 + 4𝑥 = 0
0 4 𝑦 0

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4. Represente graficamente, em um plano cartesiano, as retas de equação:

a) 𝑥 − 𝑦 + 1 = 0 d) 𝑥 + 5 = 0

b) −3𝑥 − 𝑦 + 2 = 0 e) 𝑦 + 4 = 0

c) 3𝑥 − 𝑦 = 0

Solução.

a) 𝑥 − 𝑦 + 1 = 0

Vamos encontrar as interseções da reta dada com os eixos coordenados.

. 𝑥 = 0 ⇒ 0 − 𝑦 + 1 = 0 ⇒ 𝑦 = 1 ⇒ A reta dada intersecta o eixo 𝑦 no ponto (0; 1).

. 𝑦 = 0 ⇒ 𝑥 − 0 + 1 = 0 ⇒ 𝑥 = −1 ⇒ A reta dada intersecta o eixo 𝑥 no ponto (−1; 0).

Assim, colocando esses pontos em um plano cartesiano, obtemos o esboço a seguir.

b) −3𝑥 − 𝑦 + 2 = 0

Vamos encontrar as interseções da reta dada com os eixos coordenados.

. 𝑥 = 0 ⇒ −3 ∙ 0 − 𝑦 + 2 = 0 ⇒ 𝑦 = 2 ⇒ A reta dada intersecta o eixo 𝑦 no ponto (0; 2).

2 2
. 𝑦 = 0 ⇒ −3 ∙ 𝑥 − 0 + 2 = 0 ⇒ 𝑥 = ⇒ A reta dada intersecta o eixo 𝑥 no ponto ( ; 0).
3 3

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Assim, colocando esses pontos em um plano cartesiano, obtemos o esboço a seguir.

c) 3𝑥 − 𝑦 = 0

Inicicialmente, observe que a reta dada passa pela origem 𝑂 = (0; 0), pois a equação da reta dada tem
a forma 3 ∙ 𝑥 − 𝑦 + 0 = 0, ou seja, o termo independente dessa equação é igual a 0. Então, basta mais
um ponto, necessariamente distinto da origem, para podermos fazer o esboço do gráfico dessa reta. Um
possível ponto pode ser, por exemplo, obtido fazendo 𝑥 = 1. Veja os cálculos a seguir.

𝑥 =1 ⇒ 3∙1−𝑦 =0 ⇒ 𝑦 = 3 ⇒ A reta dada passa pelo ponto (1; 3).

Assim, colocando esses pontos (0; 0) e (1; 3) em um plano cartesiano, obtemos o esboço a seguir.

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d) 𝑥 + 5 = 0

Observe que o coeficiente de 𝑦 na equação dada é igual a 0, ou seja, 𝑦 pode assumir qualquer valor que
o valor de 𝑥 é sempre o mesmo, a saber 𝑥 = −5. Assim, temos 𝑥 = −5, ∀ 𝑦 ∈ ℝ. Isso significa que a
reta dada é uma reta vertical que intersecta o eixo das abscissas no ponto (−5; 0). Observe a figura
abaixo.

e) 𝑦 + 4 = 0

Observe que o coeficiente de 𝑥 na equação dada é igual a 0, ou seja, 𝑥 pode assumir qualquer valor que
o valor de 𝑦 é sempre o mesmo, a saber 𝑦 = −4. Assim, temos 𝑦 = −4, ∀ 𝑥 ∈ ℝ. Isso significa que a
reta dada é uma reta horizontal que intersecta o eixo das ordenadas no ponto (0; −4). Observe a figura
abaixo.

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5. Determine, na forma geral, a equação da reta vertical que passa pelo ponto (2; 17).

Solução. Dado que a reta que passa pelo ponto (2; 17) é vertical, segue que 𝑥 = 2, ∀ 𝑦 ∈ ℝ. Então,
uma possível equação, na forma geral, para essa reta, é dada por: 𝑥 − 2 = 0.

̅̅̅̅ do triângulo 𝐴𝐵𝐶, sendo 𝐴(0; 0), 𝐵(1; 3) e


6. Determine uma equação geral da reta suporte do lado 𝐵𝐶
𝐶(4; 0).

⃡ , sendo 𝐵(1; 3) e 𝐶(4; 0), segue da condição de


Solução. Se 𝑃(𝑥; 𝑦) é um ponto arbitrário da reta 𝐵𝐶
alinhamento de três pontos :

4 1 𝑥 4
| | = 0 ⇔ 4 ∙ 3 + 1 ∙ 𝑦 − 3 ∙ 𝑥 − 4 ∙ 𝑦 = 0 ⇔ 12 − 3 ∙ 𝑥 − 3 ∙ 𝑦 = 0 ⇔ 𝑥 + 𝑦 − 4 = 0
0 3 𝑦 0

̅̅̅̅ , isto é, da reta que contém o lado 𝐵𝐶


Logo, uma equaçãogeral da reta suporte do lado 𝐵𝐶 ̅̅̅̅ , é dada por

⃡𝐵𝐶 : 𝑥 + 𝑦 − 4 = 0

7. Qual o ponto da reta s de equação 𝑥 − 𝑦 + 1 = 0 que dista √13 do ponto 𝑃(0; 2) ?

Solução. Seja 𝑄(𝑥𝑄 ; 𝑦𝑄 ) o ponto da reta 𝑠 que dista √13 do ponto 𝑃(0; 2). Então, temos:

. 𝑄(𝑥𝑄 ; 𝑦𝑄 ) ∈ 𝑠: 𝑥 − 𝑦 + 1 = 0 ⇒ 𝑥𝑄 − 𝑦𝑄 + 1 = 0 ⇒ 𝑦𝑄 = 𝑥𝑄 + 1

. 𝑑𝑄𝑃 = √13 ⇒ (𝑑𝑄𝑃 )2 = 13 ⇒ (𝑥𝑄 − 𝑥𝑃 )2 + (𝑦𝑄 − 𝑦𝑃 )2 = 13 ⇒ (𝑥𝑄 − 0)2 + (𝑥𝑄 + 1 − 2)2 = 13


⇒ (𝑥𝑄 − 0)2 + (𝑥𝑄 − 1)2 = 13 ⇒ (𝑥𝑄 )2 + (𝑥𝑄 )2 − 2 ∙ 𝑥𝑄 ∙ 1 + 1 = 13 ⇒ 2 ∙ (𝑥𝑄 )2 − 2 ∙ 𝑥𝑄 − 12 = 0
⇒ (𝑥𝑄 )2 − 𝑥𝑄 − 6 = 0 ⇒ 𝑥𝑄 = −2 ou 𝑥𝑄 = 3 ⇒ 𝑦𝑄 = −2 + 1 = −1 ou 𝑦𝑄 = 3 + 1 = 4.

Logo, os pontos da reta 𝑠 que distam √13 do ponto 𝑃(0; 2) são (−2; −1) ou (3; 4).

8. Determine uma equação geral da reta r (azul) da figura a seguir.

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Solução. Vamos indicar a reta vermelha por 𝑠. Para encontrarmos uma equação geral para a reta 𝑟
precisamos de dois pontos distintos de 𝑟. A partir do esboço dado, percebemos que as retas 𝑟 e s têm
um ponto em comum, elas se intersectam em um ponto (𝑥; 0) do eixo das abscissas. Vamos encontrar o
valor de 𝑥 usando o fato de que ponto (𝑥; 0) pertence à reta 𝑠.

Como a reta 𝑠 passa pelos pontos (0; −1) e (5; 3), segue da condição de alinhamento de três pontos
que

0 5 𝑥 0 5
| | = 0 ⇔ 𝑥 ∙ (−1) − 5 ∙ (−1) − 3 ∙ 𝑥 = 0 ⇒ −4 ∙ 𝑥 + 5 = 0 ⇒ 𝑥 =
−1 3 0 −1 4

5
Portanto, temos dois pontos distintos da reta 𝑟, os pontos (0; 4) e ( ; 0). Então, se (𝑥; 𝑦) é um ponto
4
arbitrário da reta r, segue da condição de alinhamento de três pontos que:

5
0 𝑥 0 5 5
| 4 |=0 ⇒ ∙𝑦+𝑥∙4−4∙ =0 ⇒ 5 ∙ 𝑦 + 16 ∙ 𝑥 − 20 = 0.
4 0 𝑦 4 4 4

Logo, uma equação geral para a reta 𝑟 é 16𝑥 + 5𝑦 − 20 = 0.

2.2 O ponto de interseção de duas retas no plano cartesiano

Sejam 𝑟 uma reta de equação 𝑎1 ∙ 𝑥 + 𝑏1 ∙ 𝑦 + 𝑐1 = 0 e 𝑠 uma reta de equação 𝑎2 ∙ 𝑥 + 𝑏2 ∙ 𝑦 + 𝑐2 = 0.


Se as retas 𝑟 e 𝑠 são concorrentes e o ponto 𝑃(𝑥𝑃 ; 𝑦𝑃 ) é o ponto de interseção dessas retas, segue que o
ponto 𝑃(𝑥𝑃 ; 𝑦𝑃 ) pertence a cada uma dessas retas, ou seja, o ponto 𝑃(𝑥𝑃 ; 𝑦𝑃 ) é a solução do sistema
linear, nas incógnitas 𝑥𝑃 e 𝑦𝑃 , a seguir.

𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑏1 ∙ 𝑦𝑃 + 𝑐1 = 0
{ 1 𝑃
𝑎2 ∙ 𝑥𝑃 + 𝑏2 ∙ 𝑦𝑃 + 𝑐2 = 0

Veja figura a seguir.

Exemplo. Determine a interseção das retas de equações 𝑟: 2𝑥 − 𝑦 − 1 = 0 e 𝑠: 4𝑥 + 3𝑦 − 17 = 0.

Solução.Para encontrarmos o ponto de interseção I das retas 𝑟 e 𝑠, devemos simplesmente resolver o


sistema linear em duas incógnitas 𝑥 e 𝑦:

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2𝑥 − 𝑦 − 1 = 0 2𝑥 − 𝑦 = 1 6𝑥 − 3𝑦 = 3
{ ⇒{ ⇒{ ⇒ 10𝑥 = 20 e 𝑦 = 2𝑥 − 1 ⇒ 𝑥 = 2 e 𝑦 = 3.
4𝑥 + 3𝑦 − 17 = 0 4𝑥 + 3𝑦 = 17 4𝑥 + 3𝑦 = 17

Logo, o ponto de interseção ou o ponto de concorrência entre as retas 𝑟 e 𝑠 é o ponto 𝐼(2; 3).

Veja figura a seguir.

Exercícios Fundamentais

1. Obtenha o ponto de interseção entre as retas de equações:

a) 2𝑥 − 𝑦 + 6 = 0 e 2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0

b) 𝑥 + 𝑦 − 2 = 0 e 3𝑥 − 𝑦 + 4 = 0

c) 𝑥 − 2𝑦 = 0 e 𝑥 + 𝑦 − 1 = 0

Solução.

a) 2𝑥 − 𝑦 + 6 = 0 e 2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0

Para encontrarmos a interseção entre as retas dadas devemos resolver o sistema linear nas incógnitas 𝑥
e 𝑦 a seguir:

2𝑥 − 𝑦 + 6 = 0 −2𝑥 + 𝑦 − 6 = 0
{ ⇒ { ⇒ 4𝑦 − 12 = 0 ⇒ 𝑦 = 3.
2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0 2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0
3
Substituindo 𝑦 = 3 na equação 2𝑥 − 𝑦 + 6 = 0, obtemos: 2𝑥 − 3 + 6 = 0 ⇒ 𝑥 = − .
2

3
Logo, o ponto de interseção entre as retas dadas é (− ; 3).
2

b) 𝑥 + 𝑦 − 2 = 0 e 3𝑥 − 𝑦 + 4 = 0

Consideremos o sistema linear nas incógnitas 𝑥 e 𝑦 :

𝑥+𝑦−2=0 1
{ ⇒ 4𝑥 + 2 = 0 ⇒ 𝑥 = − .
3𝑥 − 𝑦 + 4 = 0 2

1 1 5
Substituindo 𝑥 = − na equação 𝑥 + 𝑦 − 2 = 0, obtemos: − + 𝑦 − 2 = 0 ⇒ 𝑦 = .
2 2 2

1 5
Logo, o ponto de interseção entre as retas dadas é (− ; ).
2 2

. Encontre as coordenadas do ponto P, interseção entre as retas 𝑟 e 𝑠, indicado na figura a seguir.

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c) 𝑥 − 2𝑦 = 0 e 𝑥 + 𝑦 − 1 = 0

Devemos resolver o sistema linear nas incógnitas 𝑥 e 𝑦 a seguir.

𝑥 − 2𝑦 = 0 −𝑥 + 2𝑦 = 0 1
{ ⇒ { ⇒ 3𝑦 − 1 = 0 ⇒ 𝑦 = .
𝑥+𝑦−1=0 𝑥+𝑦−1=0 3

1 2
Substituindo 𝑦 = na equação 𝑥 − 2𝑦 = 0, obtemos: 𝑥 = .
3 3

2 1
Logo, o ponto de interseção entre as retas dadas é ( ; ).
3 3

2. Determine as coordenadas do ponto 𝑃, ponto de interseção entre as retas 𝑟 e 𝑠, na figura dada a


seguir.

Solução. Se 𝑃 = (𝑥; 𝑦), então a partir da condição de alinhamento de três pontos, podemos escrever:

. para os pontos (1; 4), (3; 1) e 𝑃(𝑥; 𝑦) da reta 𝑟:

1 3 𝑥 1
| | = 0 ⇒ 1 ∙ 1 + 3 ∙ 𝑦 + 𝑥 ∙ 4 − 3 ∙ 4 − 1 ∙ 𝑥 − 𝑦 ∙ 1 = 0 ⇒ 2𝑦 + 3𝑥 − 11 = 0
4 1 𝑦 4

. para os pontos (4; −5), (6; −1) e 𝑃(𝑥; 𝑦) da reta 𝑠:

4 6 𝑥 4
| | = 0 ⇒ 4 ∙ (−1) + 6 ∙ 𝑦 + 𝑥 ∙ (−5) + 5 ∙ 6 + 1 ∙ 𝑥 − 𝑦 ∙ 4 = 0 ⇒
−5 −1 𝑦 −5

⇒ 2𝑦 − 4𝑥 + 26 = 0

Portanto, temos o seguinte sistema linear em 𝑥 e 𝑦:

2𝑦 + 3𝑥 − 11 = 0 −2𝑦 − 3𝑥 + 11 = 0 37
{ ⇒ { ⇒ −7𝑥 + 37 = 0 ⇒ 𝑥 =
2𝑦 − 4𝑥 + 26 = 0 2𝑦 − 4𝑥 + 26 = 0 7

37 37 17
Substituindo 𝑥 = na equação 2𝑦 + 3𝑥 − 11 = 0, obtemos: 2𝑦 + 3 ∙ − 11 = 0 ⇒ 𝑦 = −
7 7 7

37 17
Logo, o ponto de interseção entre as retas 𝑟 e 𝑠 é igual a ( ; − ).
7 7

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1
3. As retas de equações 2𝑥 − 𝑦 − 𝑘 = 0 e 2𝑥 + 𝑦 − 𝑘 = 0, com 𝑘 ∈ ℝ, intersectam-se no ponto ( ; 0).
2
Nessas condições, qual é o valor da constante 𝑘?

1
Solução. Sendo ( ; 0) o ponto de interseção entre as retas dadas, tem-se que esse ponto pertence a
2
ambas as retas e, portanto, vale:

1
2∙ −0−𝑘 =0
2
{ 1 ⇒ 1−𝑘 =0 ⇒ 𝑘 =1
2∙ +0−𝑘 =0
2

Logo, o valor da constante 𝑘 é 1.

4. As retas 𝑟: 2𝑥 − 𝑦 − 3 = 0, 𝑠: 𝑥 + 2𝑦 − 3 = 0 e 𝑡: 2𝑥 + 𝑦 − 5 = 0 são as retas suportes dos lados de


um triângulo. Determine as coordenadas dos vértices desse triângulo.

Solução. Suponhamos que 𝑟 ∩ 𝑠 = {𝐴}, 𝑟 ∩ 𝑡 = {𝐵} e 𝑠 ∩ 𝑡 = {𝐶}.

. Encontrando o vértice 𝐴:

2𝑥 − 𝑦 − 3 = 0 4𝑥 − 2𝑦 − 6 = 0 9
{ ⇒ { ⇒ 5𝑥 − 9 = 0 ⇒ 𝑥 =
𝑥 + 2𝑦 − 3 = 0 𝑥 + 2𝑦 − 3 = 0 5

9 9 3
Substituindo 𝑥 = na equação 2𝑥 − 𝑦 − 3 = 0, obtemos: 2 ∙ − 𝑦 − 3 = 0 ⇒ 𝑦 =
5 5 5

9 3
Portanto, o vértice A tem coordenadas ( ; ).
5 5

. Encontrando o vértice 𝐵:

2𝑥 − 𝑦 − 3 = 0 −2𝑥 + 𝑦 + 3 = 0
{ ⇒ { ⇒ 2𝑦 − 2 = 0 ⇒ 𝑦 = 1
2𝑥 + 𝑦 − 5 = 0 2𝑥 + 𝑦 − 5 = 0

Substituindo 𝑦 = 1 na equação 2𝑥 − 𝑦 − 3 = 0, obtemos: 2∙ 𝑥 − 1 − 3 = 0 ⇒ 𝑥 = 2

Portanto, o vértice B tem coordenadas (2; 1).

. Encontrando o vértice 𝐶:

𝑥 + 2𝑦 − 3 = 0 −2𝑥 − 4𝑦 + 6 = 0 1
{ ⇒ { ⇒ −3𝑦 + 1 = 0 ⇒ 𝑦 =
2𝑥 + 𝑦 − 5 = 0 2𝑥 + 𝑦 − 5 = 0 3

1 1 7
Substituindo 𝑦 = na equação 𝑥 + 2𝑦 − 3 = 0, obtemos: x+2 ∙ − 3 = 0 ⇒ 𝑥 =
3 3 3

7 1
Portanto, o vértice C tem coordenadas ( ; ).
3 3

9 3 7 1
Logo, os vértices do triângulo dado têm coordenadas ( ; ), (2; 1) e ( ; ).
5 5 3 3

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5.(UF-CE) Encontre o número real 𝑚 de modo que as retas 𝑥 + 𝑦 = 8, 2𝑥 − 3𝑦 = 6 e 5𝑥 + 𝑚𝑦 = 3


passem por um mesmo ponto.

Solução. Inicialmente, vamos encontrar o ponto de interseção entre as retas 𝑥 + 𝑦 = 8 e 2𝑥 − 3𝑦 = 6.

𝑥+𝑦=8 3𝑥 + 3𝑦 = 24
{ ⇒ { ⇒ 5𝑥 = 30 ⇒ 𝑥 = 6
2𝑥 − 3𝑦 = 6 2𝑥 − 3𝑦 = 6

Substituindo 𝑥 = 6 na equação 𝑥 + 𝑦 = 8, obtemos: 6 + 𝑦 = 8 ⇒ 𝑦 = 2.

Por outro lado, o ponto de interseção (6; 2) encontrado deve ser solução da terceira equação, isto é, o
par ordenado (6; 2) deve ser uma solução da equação 5𝑥 + 𝑚𝑦 = 3, pois as três retas passamo por um
mesmo ponto. Daí, segue:

27
5 ∙ 6 + 𝑚 ∙ 2 = 3 ⇒ 2𝑚 = −27 ⇒ 𝑚 = −
2

27
Logo, o valor da constante 𝑚 para as três retas dadas passem por um mesmo ponto é igual a − .
2

6.(Fuvest-SP) As retas de equações 𝑥 + 𝑦 − 1 = 0, 𝑘𝑥 + 𝑦 − 2 = 0 e 𝑥 + 𝑘𝑦 − 3 = 0, concorrem num


mesmo ponto. Nessas condições, calcule o valor de 𝑘.

Solução. A partir do sistema linear, nas incógnitas 𝑥 e 𝑦, obtido considerando as equações das três
retas, podemos escrever:

𝑥+𝑦−1=0
𝑥+𝑦=1 𝑥+𝑦=1
{ 𝑘𝑥 + 𝑦 − 2 = 0 ⇒ { ⇒ { ⇒ (𝑘 + 1) ∙ 1 = 5 ⇒ 𝑘 = 4.
(𝑘 + 1)𝑥 + (1 + 𝑘)𝑦 = 5 (𝑘 + 1)(𝑥 + 𝑦) = 5
𝑥 + 𝑘𝑦 − 3 = 0

𝑥
7.(UFF-RJ) Considere as retas 𝑟, 𝑠 e 𝑡 cujas equações são, respectivamente, + 𝑦 = 1, 𝑥 − 𝑝𝑦 = 𝑝 e
𝑝
2𝑥 + 3𝑦 = 6, com 𝑝 ≠ 0. Determine:

a) o valor de 𝑝 para o qual 𝑟, 𝑠 e 𝑡 intersectam-se em um único ponto 𝑀.

b) as coordenadas do ponto de interseção 𝑀.

Solução.

a) Consideremos, a partir das equações das retas 𝑟 e 𝑠, o sistema linear a seguir.


𝑥
+𝑦=1 𝑥 + 𝑝𝑦 = 𝑝
{ 𝑝 ⇒ {𝑥 − 𝑝𝑦 = 𝑝 ⇒ 𝑥 + 𝑥 = 𝑝 + 𝑝 e 𝑝𝑦 + 𝑝𝑦 = 0 ⇒ 𝑥 = 𝑝 e 2𝑝𝑦 = 0 ⇒ 𝑥 = 𝑝 e 𝑦 = 0.
𝑥 − 𝑝𝑦 = 𝑝

Portanto, o ponto de interseção entre as retas 𝑟 e 𝑠 tem coordenadas (𝑝; 0). Então, como as três retas
intersectam-se em um único ponto 𝑀, segue que 𝑀 = (𝑝; 0) e que 𝑀 deve pertencer à reta de equação
2𝑥 + 3𝑦 = 6, ou seja, devemos ter:

2𝑝 + 3 ∙ 0 = 6 ⇒ 2𝑝 = 6 ⇒ 𝑝 = 3

Logo, o valor de p para o qual as 𝑟, 𝑠 e 𝑡 intersectam-se em um único ponto 𝑀 é 3.

b) Segue do item a) acima, que as coordenadas do ponto 𝑀 são dadas por (3; 0).

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2.3 Equação Reduzida de um reta em um plano cartesiano

2.3.1 Inclinação de uma reta em um plano cartesiano

Consideremos em um sistema de coordenadas cartesianas 𝑥𝑂𝑦, em que 𝑂 = (0; 0), uma reta 𝑟, não vertical (ou
seja, não paralela ao eixo das abscissas), e 𝐼 o ponto de interseção de 𝑟 com o eixo das abscissas. Seja 𝛼 a medida,
em graus, do menor ângulo pelo qual deveríamos “girar ”o eixo 𝑂𝑥, em torno de 𝐼, no sentido anti-horário para
coincidir com 𝑟. A esse ângulo damos o nome de inclinação da reta 𝑟. Se a reta 𝑟 for paralela ao eixo das abscissas,
diremos que a sua inclinação é nula. Então, por definição, tem-se: 0° ≤ 𝛼 < 180°.

A seguir, temos os casos possíveis:

Caso1) 0° < 𝛼 < 90° (O ângulo 𝛼 é um ângulo agudo)

Caso2) 90° < 𝛼 < 180° ( O ângulo 𝛼 é um ângulo obtuso)

Caso3) 𝛼 = 90° (O ângulo 𝛼 é um ângulo reto)

Caso4) 𝛼 = 0° (O ângulo 𝛼 é nulo)

2.3.2 Coeficiente angular de uma reta em um plano cartesiano

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Definição. Sejam 𝑟 uma reta em um plano cartesiano e 𝛼, 𝛼 ≠ 90°, a sua inclinação. O coeficiente angular ( ou
declividade) da reta 𝑟 é o número real, indicado por 𝑚𝑟 , definido por:

𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼

A seguir, temos as possibilidades:

. 𝛼 é agudo ⇒ 𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼 > 0

. 𝛼 é obtuso ⇒ 𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼 < 0

. 𝛼 = 0° ⇒ 𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼 = 𝑡𝑔0° = 0

. 𝛼 = 90° ⇒ não existe coeficienciente angular, pois 𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼 = 𝑡𝑔90° não existe.

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Observação. As únicas retas do plano cartesiano que não têm coeciciente angular são as retas verticais.

2.3.3 Cálculo do coeficiente angular de uma reta, não vertical, a partir de dois de seus pontos

Sejam 𝑟 uma reta não vertical e 𝐴(𝑥𝐴 ; 𝑦𝐴 ) e 𝐵(𝑥𝐵 ; 𝑦𝐵 ) dois pontos distintos de 𝑟. Vamos considerar dois casos,
conforme segue.

. 0° < 𝛼 < 90° (O ângulo 𝛼 é um ângulo agudo)

Nesse caso, observe a figura a seguir.

𝐵𝐶 𝑦𝐵 −𝑦𝐴
A partir do triângulo retângulo 𝐴𝐶𝐵, temos: 𝑡𝑔𝛼 = = . Assim, nesse caso, o coeficiente angular da reta 𝑟 é
𝐴𝐶 𝑥𝐵 −𝑥𝐴
𝑦𝐵 −𝑦𝐴
dado por: 𝑚𝑟 = .
𝑥𝐵 −𝑥𝐴

. 90° < 𝛼 < 180° ( O ângulo 𝛼 é um ângulo obtuso)

Nesse caso, consideremos a figura a seguir.

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𝐴𝐶 𝑦𝐴 −𝑦𝐵
A partir do triângulo retângulo 𝐴𝐶𝐵, temos: 𝑡𝑔(180° − 𝛼) = = .
𝐵𝐶 𝑥𝐵 −𝑥𝐴

Da trigonometria, sabemos que 𝑡𝑔(180° − 𝛼) = −𝑡𝑔𝛼.

De fato, sabemos que para quaisquer 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ, tais que 𝑡𝑔𝑎, 𝑡𝑔𝑏 e 𝑡𝑔(𝑎 − 𝑏) existem, tem-se:

𝑡𝑔𝑎 − 𝑡𝑔𝑏
𝑡𝑔(𝑎 − 𝑏) =
1 + 𝑡𝑔𝑎 ∙ 𝑡𝑔𝑏

𝑡𝑔180° −𝑡𝑔𝛼 0−𝑡𝑔𝛼


Então, vale: 𝑡𝑔(180° − 𝛼) = = = −𝑡𝑔𝛼.
1+𝑡𝑔180° ∙𝑡𝑔𝛼 1+0∙𝑡𝑔𝛼

Daí, segue:

𝑦𝐴 −𝑦𝐵 𝑦𝐵 −𝑦𝐴
−𝑡𝑔𝛼 = ⇒ 𝑡𝑔𝛼 =
𝑥𝐵 −𝑥𝐴 𝑥𝐵 −𝑥𝐴

𝑦𝐵 −𝑦𝐴
Assim, nesse caso também, o coeficiente angular da reta 𝑟 é dado por: 𝑚𝑟 = .
𝑥𝐵 −𝑥𝐴

Em qualquer um dos dois casos, podemos calcular o coeficiente angular de uma reta, não vertical, que passa por
dois pontos 𝐴(𝑥𝐴 ; 𝑦𝐴 ) e 𝐵(𝑥𝐵 ; 𝑦𝐵 ) por meio da relação:

𝑦𝐵 − 𝑦𝐴
𝑚𝑟 =
𝑥𝐵 − 𝑥𝐴

𝑦𝐵 −𝑦𝐴 −(𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 ) 𝑦𝐴 − 𝑦𝐵
Visto que = = , podemos simplesmente escrever:
𝑥𝐵 −𝑥𝐴 −(𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 ) 𝑥𝐴 − 𝑥𝐵

∆𝑦
𝑚𝑟 = ,
∆𝑥

em que ∆𝑦 é a diferença entre as ordenadas de 𝐴 e 𝐵, e ∆𝑥, a diferença entre as abscissas de 𝐴 e 𝐵, ambas


calculadas no mesmo “sentido”.

Exemplo. Calcule o coeficiente angular da reta que passa pelos pontos 𝐴(−5; 4) e 𝐵(3; 2).

Solução. O coeficiente angular da reta 𝑟 é dado por:

𝑦𝐴 − 𝑦𝐵 4 −2 2 1
𝑚𝑟 = = = =−
𝑥𝐴 − 𝑥𝐵 −5 − 3 −8 4

( Calculamos as diferenças de “𝐴 para 𝐵” )

𝑦𝐵 −𝑦𝐴 2−4 −2 1
Note que poderíamos também fazer: 𝑚𝑟 = = = = − ( Calculamos as diferenças de “𝐵 para 𝐴” )
𝑥𝐵 −𝑥𝐴 3−(−5) 8 4

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2.3.4 A Equação Reduzida de uma reta não vertical

Dada a equação, na forma geral, de uma reta não vertical 𝑟: 𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑏 ∙ 𝑦 + 𝑐 = 0, tem-se que 𝑎, 𝑏 e 𝑐 são
constantes reais e 𝑏 ≠ 0. Então, podemos resolver essa equação em relação à variável 𝑦, isto é, podemos isolar 𝑦,
conforme segue.

−𝑎∙𝑥−𝑐 𝑎 𝑐
𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑏 ∙ 𝑦 + 𝑐 = 0 ⇒ 𝑏 ∙ 𝑦 = −𝑎 ∙ 𝑥 − 𝑐 ⇒ 𝑦 = ⇒ 𝑦=− ∙𝑥−
𝑏 𝑏 𝑏

𝑎 𝑐
Fazendo − = 𝑚 e − = 𝑛, obtemos a seguinte equação:
𝑏 𝑏

𝑦 =𝑚∙𝑥+𝑛

A equação acima é denominada forma reduzida da equação da reta 𝑟 ou, simplesmente, equação reduzida da reta
𝑟.

A seguir, vamos entender o significado dos coeficientes 𝑚 e 𝑛.

. O coeficiente 𝑚

Se a reta 𝑟 tem inclinação igual a 𝛼, então vamos mostrar que 𝑚 = 𝑡𝑔𝛼, ou seja, o coeficiente 𝒎 é o coeficiente
angular da reta 𝒓.

De fato, se 𝐴(𝑥𝐴 ; 𝑦𝐴 ) e 𝐵(𝑥𝐵 ; 𝑦𝐵 ) são dois pontos distintos da reta 𝑟, podemos escrever:

𝑦 =𝑚∙𝑥 +𝑛 𝑦𝐵 −𝑦𝐴
{ 𝑦𝐵 = 𝑚 ∙ 𝑥𝐵 + 𝑛 ⇒ 𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 = 𝑚 ∙ 𝑥𝐵 − 𝑚 ∙ 𝑥𝐴 ⇒ 𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 = 𝑚 ∙ (𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 ) ⇒ 𝑚= ⇒
𝐴 𝐴 𝑥𝐵 −𝑥𝐴

∆𝑦
⇒ 𝑚= ⇒ 𝑚 = 𝑡𝑔𝛼, como queríamos.
∆𝑥

Devido a esse fato, o coeficiente 𝑚 é denominado coeficiente angular da reta 𝑟.

. O coeficiente 𝑛

Observe que se fizermos 𝑥 = 0 na equação 𝑦 = 𝑚 ∙ 𝑥 + 𝑛, obteremos: 𝑦 = 𝑚 ∙ 0 + 𝑛 ⇒ 𝑦 = 𝑛. Assim, o


coeficiente 𝒏 é a ordenada do ponto de interseção da reta 𝒓 com o eixo das ordenadas.

O coeficiente 𝑛 é denominado coeficiente linear da reta 𝑟.

Veja as figuras a seguir.

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Exercícios Fundamentais

1. Determine, em cada caso, a medida da inclinação da reta 𝑟 que tem o seu esboço representado a
seguir.

a)

b)

c)

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2. Em cada caso, determine o coeficiente angular da reta 𝑟 que:

a) passa pelos pontos 𝐴(−3; 0) e 𝐵(−5; 4).

3𝑥
b) tem equação reduzida dada por 𝑦 = − + 6.
5

c) tem uma equação geral dada por 9𝑥 − 3𝑦 + 1 = 0.

3. Determine a equação reduzida de uma reta s que:

a) tem coeficiente angular igual a −3 e passa pelo ponto 𝑃(−1; 6).

b) tem coeficiente linear igual a 8 e contém o ponto Q(2; −36).

2 3
c) tem coeficiente angular igual a e intersecta o eixo das ordenadas no ponto de ordenada .
3 2

4. Escreva, em cada caso a seguir, a equação reduzida da reta cujo esboço está representado em um
plano cartesiano.

a)

b)

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c)

d)

Gabarito:

3
1. a) 45° b) 𝛼 tal que 𝑡𝑔𝛼 = 2 c) 0° 2. a) 𝑚𝑟 = −2 b) 𝑚𝑟 = − c) 𝑚𝑟 = 3
5

2 3
3. a) 𝑠: 𝑦 = −3 ∙ 𝑥 + 3 b) 𝑠: 𝑦 = −22 ∙ 𝑥 + 8 c) 𝑠: 𝑦 = ∙ 𝑥 +
3 2

√3 3−√3
4. a) 𝑡: 𝑦 = √3 ∙ 𝑥 − 3 b) 𝑠: 𝑦 = −√3 ∙ 𝑥 + 2 c) 𝑟: 𝑦 = ∙𝑥+ d) 𝑢: 𝑦 = −𝑥 + 1
3 3

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2.3.5 Equação de uma reta que passa por um ponto conhecido 𝑷(𝒙𝟎 ; 𝒚𝟎 ) tem coeficiente angular 𝒎
conhecido

Quando conhecemos a direção de uma reta, dada pela sua inclinação, e um ponto pelo qual ela passa,
podemos obter uma equação para essa reta, conforme segue.

Dados um ponto 𝑃(𝑥0 ; 𝑦0 ) de uma reta 𝑟 de coeficiente angular 𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼( 𝛼 a inclinação da reta 𝑟 ),
considerando um ponto arbitrário (𝑥; 𝑦) da reta 𝑟, podemos escrever:

∆𝑦 𝑦 − 𝑦0
𝑚𝑟 = =
∆𝑥 𝑥 − 𝑥0

De onde segue uma equação para a reta 𝑟: 𝑦 − 𝑦0 = 𝑚𝑟 ∙ (𝑥 − 𝑥0 ).

Exemplo. A reta 𝑟 passa pelo ponto 𝑃(−3; 1) e tem coeficiente angular igual a 2. Determine :

a) uma equação para a reta 𝑟.

b) a equação reduzida da reta 𝑟.

c) a equação, na forma geral, da reta 𝑟.

Solução.

a) Sendo 𝑥0 = −3, 𝑦0 = 1 e 𝑚𝑟 = 2, podemos escrever:

𝑦 − 𝑦0 = 𝑚𝑟 ∙ (𝑥 − 𝑥0 ) ⇒ 𝑦 − 1 = 2 ∙ (𝑥 − (−3)) ⇒ 𝑦 − 1 = 2 ∙ (𝑥 + 3)

Logo, uma equação para a reta 𝑟 é dada por 𝑦 − 1 = 2 ∙ (𝑥 + 3).

b) A partir da equação obtida no item b) acima para a reta 𝑟, podemos escrever:

𝑦 − 1 = 2 ∙ (𝑥 + 3) ⇒ 𝑦 − 1 = 2𝑥 + 6 ⇒ 𝑦 = 2𝑥 + 6 + 1 ⇒ 𝑦 = 2𝑥 + 7

Logo, a equação reduzida da reta 𝑟 é dada por 𝑦 = 2𝑥 + 7.

c) A partir da equação obtida para a reta 𝑟 no item b) acima, segue:

𝑦 = 2𝑥 + 7 ⇒ 2𝑥 − 𝑦 + 7 = 0

Logo, uma equação para a reta 𝑟, na forma geral, é dada por 2𝑥 − 𝑦 + 7 = 0.

Exercício Fundamental

1. Determine uma equação para a reta 𝑟 que passa pelo ponto (𝑥0 ; 𝑦0 ).

Gabarito: 𝑦 − 𝑦0 = 𝑚 ∙ (𝑥 − 𝑥0 ), para algum 𝑚 ∈ ℝ se a reta 𝑟 não é vertical e 𝑥 = 𝑥0 se a reta 𝑟 for


vertical.

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2.4 Outros modos de escrever uma equação para uma reta

2.4.1 A forma segmentária de uma reta

Em um plano cartesiano, consideremos uma reta 𝑟 de equação 𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑏 ∙ 𝑦 + 𝑐 = 0, em que 𝑎, 𝑏 e 𝑐


são constantes reais, 𝑎 ≠ 0 , 𝑏 ≠ 0 e 𝑐 ≠ 0, ou seja, a reta 𝑟 não é uma reta horizontal, não é uma reta
vertical e não passa pela origem do plano cartesiano. Nessas condições, podemos escrever:

𝑎𝑥+𝑏𝑦 −𝑐 𝑎𝑥 𝑏𝑦 𝑥 𝑦
𝑎 ∙ 𝑥 + 𝑏 ∙ 𝑦 + 𝑐 = 0 ⇒ 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 = −𝑐 ⇒ = ⇒ + =1 ⇒ 𝑐 + 𝑐 =1
−𝑐 −𝑐 −𝑐 −𝑐 − −
𝑎 𝑏

𝑐 𝑐
Fazendo − = 𝑝 e − = 𝑞, obtemos a seguinte equação:
𝑎 𝑏

𝑥 𝑦
+ =1
𝑝 𝑞

Essa última equação é denominada equação segmentária da reta 𝑟.


𝑥 𝑦
Observação. A reta 𝑟, de equação segmentária + = 1, intersecta o eixo das abscissas no ponto
𝑝 𝑞
𝑃(𝑝; 0) e intersecta o eixo das ordenadas no ponto 𝑄(0; 𝑞).

De fato, note que:

𝑥 0 𝑥
𝑦=0 ⇒ + =1 ⇒ = 1 ⇒ 𝑥 = 𝑝 ⇒ A reta 𝑟 intersecta o eixo das abscissas no ponto 𝑃(𝑝; 0)
𝑝 𝑞 𝑝

0 𝑦 𝑦
𝑥=0 ⇒ + =1 ⇒ = 1 ⇒ 𝑦 = 𝑞 ⇒ A reta 𝑟 intersecta o eixo das ordenadas no ponto 𝑄(0; 𝑞)
𝑝 𝑞 𝑞

Veja figura a seguir.

Exemplos.

1. Determine a equação segmentária da reta 𝑟 de equação 2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0.

Solução. Para obtermos a equação segmentária da reta 𝑟, isto é, para reescrevermos a equação
𝑥 𝑦
2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0 na forma + = 1, com 𝑝 e 𝑞 constantes reais não nulas, devemos proceder
𝑝 𝑞
conforme segue.

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2𝑥+3𝑦 6 2𝑥 3𝑦 𝑥 𝑦
2𝑥 + 3𝑦 − 6 = 0 ⇒ 2𝑥 + 3𝑦 = 6 ⇒ = ⇒ + =1 ⇒ + =1
6 6 6 6 3 2

𝑥 𝑦
Logo, a equação segmentária da reta 𝑟 é dada por + = 1.
3 2

2. Considere a reta 𝑟 da figura a seguir.

A partir do esboço dado, determine:

a) a equação segmentária da reta 𝑟;

b) a equação reduzida da reta 𝑟;

c) uma equação, na forma geral, da reta 𝑟.

Solução.

a) Inicialmente, observe que a reta 𝑟 intersecta o eixo das abscissas no ponto 𝑃(4; 0) e intersecta o eixo
das ordenadas no ponto 𝑄(0; 3). Nessas condições, segue que a equação segmentária da reta 𝑟 é dada
por

𝑥 𝑦
+ =1
4 3

b) Para obtermos a equação reduzida da reta 𝑟 a partir da equação obtida no item a) acima, devemos
isolar a variável 𝑦 dessa equação conforme segue.

𝑥 𝑦 𝑦 𝑥 𝑥 3
+ =1 ⇒ = − + 1 ⇒ 𝑦 = 3 ∙ (− + 1) ⇒ 𝑦 = − ∙ 𝑥 + 3
4 3 3 4 4 4

3
Logo, a equação reduzida da reta 𝑟 é 𝑦 = − ∙ 𝑥 + 3.
4

c) Para encontrarmos uma equação para a reta 𝑟, na forma geral, podemos partir tanto da equação
obtida no item a) quanto da equação obtida no item b), conforme segue.
𝑥 𝑦 𝑥 𝑦
. partindo da equação obtida no item a), + = 1, podemos escrever: + − 1 = 0, que é uma
4 3 4 3
possível equação geral para a reta 𝑟.

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3 3
. partindo da equação obtida no item b), 𝑦 = − ∙ 𝑥 + 3, podemos escrever: 𝑦 + ∙ 𝑥 − 3 = 0, que é
4 4
uma possível equação geral para a reta 𝑟.

Note que uma outra possível equação geral para a reta 𝑟 pode ser 4𝑦 + 3𝑥 − 12 = 0, que é obtida
3
multiplicando ambos os membros da equação 𝑦 + ∙ 𝑥 − 3 = 0 por 4.
4

2.4.2 A forma paramétrica de uma reta

Inicialmente, observe que as equações geral, reduzida e segmentária de uma reta r relacionam
diretamente as coordenadas 𝑥 e 𝑦 de um ponto arbitrário (𝑥; 𝑦) dessa reta. Uma outra possibilidade ou
uma outra alternativa é estabelecer uma equação da reta 𝑟 expressando cada uma das coordenadas 𝑥
e 𝑦 de ponto arbitrário (𝑥; 𝑦) de 𝑟 em função de uma terceira variável, denominada parâmetro. Em
geral, esse parâmetro é denotado por 𝑡. Nessas condições, as equações paramétricas para a reta 𝑟 são
dadas por: 𝑥 = 𝑥(𝑡) e 𝑦 = 𝑦(𝑡), com 𝑡 ∈ ℝ.

Exemplos.

1. Obtenha, na forma geral, a equação da reta 𝑟 dada pelas equações paramétricas: 𝑥 = 3 ∙ 𝑡 + 1 e


𝑦 = 4 ∙ 𝑡 + 5, com 𝑡 ∈ ℝ.

Solução. A ideia aqui é eliminar o parâmetro 𝑡 das equações dadas. Então, para eliminarmos o
parâmetro 𝑡 procedemos conforme segue.

𝑥 =3∙𝑡+1 4 ∙ 𝑥 = 12 ∙ 𝑡 + 4
{ ⇒ { ⇒ 4 ∙ 𝑥 − 3 ∙ 𝑦 = −11 ⇒ 4𝑥 − 3𝑦 + 11 = 0
𝑦 =4∙𝑡+5 −3 ∙ 𝑦 = −12 ∙ 𝑡 − 15

Logo, uma equação de 𝑟, na forma geral, é dada por 4𝑥 − 3𝑦 + 11 = 0.

2. Determine um par de equações paramétricas para a reta 𝑟 de equação 4𝑥 − 3𝑦 + 11 = 0.

Solução. Inicialmente, note que podemos escrever:

4𝑥 − 3𝑦 + 11 = 0 ⇒ 4𝑥 + 8 − 3𝑦 + 3 = 0 ⇒ 4𝑥 + 8 = 3𝑦 − 3 ⇒ 4 ∙ (𝑥 + 2) = 3 ∙ (𝑦 − 1) ⇒

𝑥+2 𝑦−1 𝑥+2 𝑦−1 𝑥+2 𝑦−1


⇒ = ⇒ = =𝑡 ⇒ =𝑡 e = 𝑡, com 𝑡 ∈ ℝ ⇒ 𝑥 = 3𝑡 − 2 e 𝑦 = 4𝑡 + 1, com
3 4 3 4 3 4
𝑡 ∈ ℝ.

Logo, um par de equações paramétricas para a reta 𝑟 é dado por: 𝑥 = 3𝑡 − 2 e 𝑦 = 4𝑡 + 1, com 𝑡 ∈ ℝ.

Exercícios Fundamentais

1. Dadas as equações paramétricas de uma reta 𝑟: 𝑥 = 10𝑡 − 2 e 𝑦 = 3𝑡, com 𝑡 ∈ ℝ, obtenha a sua
equação segmentária.

2. Determine as coordenadas do ponto de interseção das retas de equações:

𝑥 = 3𝑡 + 1 𝑥 = 2𝑢 − 2
𝑟: { ; 𝑡 ∈ ℝ e 𝑠: { ; 𝑢∈ℝ
𝑦 = −2𝑡 + 5 𝑦 =𝑢+7
𝒙 𝒚
Gabarito: 1. + 𝟑 =1 2. (−2; 7)
−𝟐
𝟓

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2.5 Posições Relativas entre duas Retas em um Plano Cartesiano

Duas retas em um plano cartesiano podem guardar entre si as seguintes posições relativas:
coincidentes, concorrentes e paralelas.

. Retas Coincidentes: duas retas são ditas coincidentes quando equivalem a uma única reta.

. Retas Concorrentes: duas retas são ditas concorrentes quando têm um único ponto comum.

. Retas Paralelas: duas retas são ditas paralelas quando são coplanares e não têm ponto comum.

Observação. Um caso bastante especial de retas concorrentes são as retas perpendiculares. Duas retas
são ditas perpendiculares se forem concorrentes e formarem ângulo reto.

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Teorema: Dadas duas retas distintas 𝑟 e 𝑠 com coeficientes angulares, respectivamente, iguais a 𝑚𝑟 e
𝑚𝑠 , valem:

. a reta 𝑟 é paralela à reta 𝑠 ⇔ 𝑚𝑟 = 𝑚𝑠

. a reta 𝑟 é concorrente com a reta 𝑠 ⇔ 𝑚𝑟 ≠ 𝑚𝑠

. a reta 𝑟 é perpendicular à reta 𝑠 ⇔ 𝑚𝑟 ∙ 𝑚𝑠 = −1

Demonstração.

Duas retas paralelas formam com o eixo das abscissas ângulos congruentes; assim, se ambas possuem
coeficientes angulares, estes são iguais.

Observe a figura a seguir, que mostra duas retas 𝑟1 e 𝑟2 , não verticais, paralelas.

Observação. Note que as equações reduzidas de duas retas paralelas diferem apenas em seus
coeficientes lineares.

Observe que se 𝑚𝑟 ≠ 𝑚𝑠 , segue que as retas 𝑟 e 𝑠 são concorrentes, pois caso contrário, seriam
paralelas.

Na figura a seguir, as retas 𝑟, de inclinação 𝛼𝑟 ( e, portanto, 𝑚𝑟 = 𝑡𝑔𝛼𝑟 ) e 𝑠, de inclinação 𝛼𝑠 ( e,


portanto, 𝑚𝑠 = 𝑡𝑔𝛼𝑠 ) são perpendiculares.

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A partir da figura acima e do teorema do ângulo externo, podemos escrever:

𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑟 +90° ) 𝑐𝑜𝑠𝛼𝑟 1


𝛼𝑠 = 𝛼𝑟 + 90° ⇒ 𝑡𝑔𝛼𝑠 = 𝑡𝑔(𝛼𝑟 + 90° ) ⇒ 𝑡𝑔𝛼𝑠 = ⇒ 𝑡𝑔𝛼𝑠 = ⇒ 𝑡𝑔𝛼𝑠 = −
𝑐𝑜𝑠(𝛼𝑟 +90° ) −𝑠𝑒𝑛𝛼𝑟 𝑡𝑔𝛼𝑟
⇒ 𝑡𝑔𝛼𝑠 ∙ 𝑡𝑔𝛼𝑟 = −1 ⇒ 𝑚𝑠 ∙ 𝑚𝑟 = −1.

Um procedimento análogo mostra a recíproca dessa propriedade, isto é, se as retas 𝑟 e 𝑠 são duas retas
tais que 𝑚𝑠 ∙ 𝑚𝑟 = −1, então 𝑟 e 𝑠 são perpendiculares.

Observação. Note que a relação demonstrada acima só pode ser aplicada se as retas 𝑟 e 𝑠 forem
oblíquas ao eixo das abscissas, pois não definimos coeficiente angular para retas verticais.

Teorema. Sejam 𝑟: 𝑎1 ∙ 𝑥 + 𝑏1 ∙ 𝑦 + 𝑐1 = 0 e 𝑠: 𝑎2 ∙ 𝑥 + 𝑏2 ∙ 𝑦 + 𝑐2 = 0 duas retas. Então, supondo que


𝑎2 ≠ 0, 𝑏2 ≠ 0 e 𝑐2 ≠ 0, valem:

𝑎1 𝑏1 𝑐1
. a reta 𝑟 é coincidente com a reta 𝑠 ⇔ = =
𝑎2 𝑏2 𝑐2

𝑎1 𝑏1 𝑐1
. a reta 𝑟 é paralela à reta 𝑠 ⇔ = ≠
𝑎2 𝑏2 𝑐2

𝑎1 𝑏1
. a reta 𝑟 é concorrente com a reta 𝑠 ⇔ ≠
𝑎2 𝑏2

. a reta 𝑟 é perpendicular à reta 𝑠 ⇔ 𝑎1 ∙ 𝑎2 + 𝑏1 ∙ 𝑏2 = 0

Exemplos.

1. Determine a posição relativa entre as retas de equações:

5
a) 𝑟: 𝑦 = 3𝑥 − 2 e 𝑠: 𝑦 = 3𝑥 +
2

b) 𝑠: 𝑦 = −2𝑥 + 3 e 𝑡: 𝑦 = 2𝑥

c) 𝑟: 2𝑥 − 3𝑦 + 7 = 0 e 𝑢: 3𝑥 + 2𝑦 − 6 = 0

Solução.

5
a) 𝑟: 𝑦 = 3𝑥 − 2 e 𝑠: 𝑦 = 3𝑥 +
2

5
Observe que 𝑚𝑟 = 3, 𝑛𝑟 = −2, 𝑚𝑠 = 3 e 𝑛𝑠 = , temos:
2

𝑚𝑟 = 𝑚𝑠 = 3 ( os coeficientes angulares são iguais) ⇒ as retas 𝑟 e 𝑠 podem ser coincidentes ou


paralelas.

Como os coeficientes lineares 𝑛𝑟 e 𝑛𝑠 são tais que 𝑛𝑟 ≠ 𝑛𝑠 , segue as retas 𝑟 e 𝑠 são paralelas.

b) 𝑠: 𝑦 = −2𝑥 + 3 e 𝑡: 𝑦 = 2𝑥

Sendo 𝑚𝑠 = −2 e 𝑚𝑡 = 2, segue que 𝑚𝑠 ≠ 𝑚𝑡 e, portanto, as retas 𝑟 e 𝑠 são concorrentes. Agora,


como 𝑚𝑠 ∙ 𝑚𝑡 ≠ −1, segue que as retas 𝑟 e 𝑠 são concorrentes, porém não perpendiculareres.

c) 𝑟: 2𝑥 − 3𝑦 + 7 = 0 e 𝑢: 3𝑥 + 2𝑦 − 6 = 0

Nesse caso, observe que 𝑎1 = 2, 𝑏1 = −3, 𝑐1 = 7, 𝑎2 = 3, 𝑏2 = 2 e 𝑐2 = −6. Então, percebemos que:

𝑎1 ∙ 𝑎2 + 𝑏1 ∙ 𝑏2 = 2 ∙ 3 + (−3) ∙ 2 = 0

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Logo, as retas 𝑟 e 𝑢 são perpendiculares.

2. Determine, na forma geral, a equação da reta 𝑠:

a) que passa pelo ponto 𝑃(−2; 3) e é paralela à reta 𝑟 de equação 2𝑥 + 3𝑦 − 1 = 0;

b) que passa pelo ponto 𝑄(1; 5) e é perpendicular à reta 𝑡 de equação 2𝑥 − 3𝑦 + 6 = 0.

Solução.

a)

1⍛ Modo) Inicialmente, vamos encontrar o coeficiente angular da reta 𝑟. A partir da equação de 𝑟,


obtemos

2 1
2𝑥 + 3𝑦 − 1 = 0 ⇒ 3𝑦 = −2𝑥 + 1 ⇒ 𝑦 = − ∙ 𝑥 +
3 3

2
Portanto, o coeficiente angular da reta 𝑟 é 𝑚𝑟 = − .
3

2
Sendo a reta 𝑠 paralela à reta 𝑟, segue que 𝑚𝑠 = 𝑚𝑟 = − . Então, como 𝑃(−2; 3) ∈ 𝑠, segue que uma
3
possível equação para 𝑠 é dada por

2 2
𝑦 − 𝑦0 = 𝑚 ∙ (𝑥 − 𝑥0 ) ⇒ 𝑦 − 3 = − ∙ (𝑥 − (−2)) ⇒ 𝑦 − 3 = − ∙ (𝑥 + 2)
3 3

Como queremos a equação de 𝑠 na forma geral, segue:

2
𝑦 − 3 = − ∙ (𝑥 + 2) ⇒ 3 ∙ (𝑦 − 3) = −2 ∙ (𝑥 + 2) ⇒ 3𝑦 − 9 = −2𝑥 − 4 ⇒
3

⇒ 2𝑥 + 3𝑦 − 5 = 0.

Logo, uma equação de 𝑠, na forma geral, é dada por 2𝑥 + 3𝑦 − 5 = 0.

2⍛ Modo) Observe que:

. a reta 𝑠 é paralela à reta 𝑟: 2𝑥 + 3𝑦 − 1 = 0 ⇒ 𝑠: 2𝑥 + 3𝑦 + 𝑐 = 0, para algum 𝑐 ∈ ℝ.

. 𝑃(−2; 3) ∈ 𝑠 ⇒ 2 ∙ (−2) + 3 ∙ 3 + 𝑐 = 0 ⇒ 𝑐 = −5

Logo, uma equação de 𝑠, na forma geral, é dada por 2𝑥 + 3𝑦 − 5 = 0.

b)

1⍛ Modo) Inicialmente, vamos encontrar o coeficiente angular da reta 𝑡. A partir da equação de t,


obtemos

2
2𝑥 − 3𝑦 + 6 = 0 ⇒ −3𝑦 = −2𝑥 − 6 ⇒ 𝑦 = ∙ 𝑥 + 3
3

2
Portanto, o coeficiente angular da reta 𝑡 é 𝑚𝑡 = .
3

Sendo a reta 𝑠 perpendicular à reta 𝑡, segue que 𝑚𝑠 ∙ 𝑚𝑡 = −1. Então,como 𝑄(1; 5) ∈ 𝑠, segue que
uma possível equação para 𝑠 é dada por

3
𝑦 − 𝑦0 = 𝑚 ∙ (𝑥 − 𝑥0 ) ⇒ 𝑦 − 5 = − ∙ (𝑥 − 1)
2

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Como queremos a equação de 𝑠 na forma geral, segue:

3
𝑦 − 5 = − ∙ (𝑥 − 1) ⇒ 2 ∙ (𝑦 − 5) = −3 ∙ (𝑥 − 1) ⇒ 2𝑦 − 10 = −3𝑥 + 3 ⇒
2

⇒ 3𝑥 + 2𝑦 − 13 = 0.

Logo, uma equação de 𝑠, na forma geral, é dada por 3𝑥 + 2𝑦 − 13 = 0.

2⍛ Modo) Observe que:

. a reta 𝑠 é perpendicular à reta 𝑡: 2𝑥 − 3𝑦 + 6 = 0 ⇒ 𝑠: 3𝑥 + 2𝑦 + 𝑐 = 0, para algum 𝑐 ∈ ℝ.

. 𝑄(1; 5) ∈ 𝑠 ⇒ 3 ∙ 1 + 2 ∙ 5 + 𝑐 = 0 ⇒ 𝑐 = −13

Logo, uma equação de 𝑠, na forma geral, é dada por 3𝑥 + 2𝑦 − 13 = 0.

3. Para que valores de 𝑝 as retas de equações 𝑟: (𝑝 − 1) ∙ 𝑥 + 𝑦 − 3 = 0 e 𝑠: 2𝑥 + 2𝑦 − 1 = 0 são:

a) paralelas?

b) coincidentes?

c) concorrentes?

d) concorrentes e não perpendiculares?

e) perpendiculares?

4.(FAAP-SP) Determine os valores reais de 𝑚 para que as retas 𝑙1 e 𝑙2 , de equações iguais a

(1 − 𝑚) ∙ 𝑥 − 10𝑦 + 3 = 0 e (𝑚 + 2) ∙ 𝑥 + 4𝑦 − 11𝑚 − 18 = 0, sejam concorrentes.

5.(UA-AM) Determine a equação da reta que passa pela interseção das retas 𝑥 + 𝑦 − 5 = 0 e
4𝑥 − 𝑦 = 0 e é paralela à reta 2𝑥 − 𝑦 + 3 = 0.

6.(Fuvest-SP) Qual deve ser a relação de igualdade que se pode estabelecer entre as coordenadas 𝑎 e 𝑏
para que a reta 𝑟, de equação 𝑥 − 3𝑦 + 15 = 0, seja paralela à reta 𝑠, determinada pelos pontos
𝑃1 (𝑎; 𝑏) e 𝑃2 (1; 2).

7.(UF-PA) Dados os pontos 𝐴(2; 6) e 𝐵(4; 3), determine uma equação da mediatriz do segmento ̅̅̅̅
𝐴𝐵.

8.(FAAP-SP) São dados os pontos 𝐴(1; −2), 𝐵(3; 4) e 𝐶(𝑐; −1). Calcule a abscissa 𝑐 para que as retas
suportes dos segmentos ̅̅̅̅
𝐴𝐵 e ̅̅̅̅
𝐴𝐶 sejam perpendiculares.

9. Estabeleça a condição, sobre 𝑝 ∈ ℝ, para que as retas de equações 3𝑥 − 5𝑦 + 1 = 0 e

(𝑝 − 2) ∙ 𝑥 + 𝑝 ∙ 𝑦 − 3 = 0 cortem-se, porém não perpendicularmente.

10. Prove que o triângulo de vértices 𝐴(0; 9), 𝐵(3; 5) e 𝐶(−4; −1) é retângulo em 𝐵 ; a seguir,
determine sua área.

11.(FEI-SP) Determine o ponto 𝑃′ , simétrico do ponto 𝑃(2; 1) em relação à reta 𝑠, de equação 𝑦 = 2𝑥.

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3º série do Ensino Médio
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12.(UF-GO) Considere o triângulo cujos vértices são os pontos 𝐴, 𝐵 e 𝐶, sendo que suas coordenadas, no
plano cartesiano, são dadas por (4; 0), (1; 6) e (7; 4), respectivamente. Sendo ̅̅̅̅
𝑃𝐶 a altura relativa ao
̅̅̅̅
lado 𝐴𝐵 , calcule as coordenadas do ponto 𝑃.

Gabarito: 3. a) 𝑝 = 2 b) não existe valor de p c) 𝑝 ∈ ℝ − {2} d) 𝑝 ∈ ℝ − {𝟎; 2} e) 𝑝 = 0

4. 𝑚 ∈ ℝ − {−4} 5. 2𝑥 − 𝑦 + 2 = 0 6. 𝑎 = 3𝑏 − 5 7. 4𝑥 − 6𝑦 + 15 = 0 8. 𝑐 = −2

5 𝟏𝟎 𝟏𝟏
9. 𝑝 ∈ ℝ − {−3; } 10. Demonstração 11. (− ; ) 12. (3; 2)
4 𝟏𝟑 𝟏𝟑

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