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Considere as curvas 𝜶: ℝ → ℝ𝟐 e 𝜷: ℝ → ℝ𝟐 dadas por:

𝜶(𝒕) = (√𝟐𝒔𝒆𝒏(𝒕) + 𝒄𝒐𝒔(𝒕), √𝟐𝒔𝒆𝒏(𝒕) − 𝒄𝒐𝒔(𝒕))

𝜷(𝒔) = (𝒔𝟐 + 𝒔 − 𝟏, −𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏)


a) A interseção entre as imagens de 𝜶 e 𝜷 contém quantos pontos distintos? Quais são eles?
b) Quais as coordenadas do ponto 𝑷 de tangência entre 𝜶 e 𝜷?
c) Qual é a equação paramétrica da reta tangente às trajetórias de 𝜶 e 𝜷 em 𝑷?

Para acharmos as interseções devemos encontrar os valores que satisfaçam:


𝛼(𝑡) = 𝛽(𝑠)
Então:

(√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) + 𝑐𝑜𝑠(𝑡), √2𝑠𝑒𝑛(𝑡) − 𝑐𝑜𝑠(𝑡)) = (𝑠 2 + 𝑠 − 1, −𝑠 2 + 𝑠 + 1)

√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) + cos(𝑡) = 𝑠 2 + 𝑠 − 1 (1)

√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) − cos(𝑡) = −𝑠 2 + 𝑠 + 1 (2)


Somando as equações (1) e (2):

2√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) = 2𝑠

𝑠 = √2𝑠𝑒𝑛(𝑡) (3)
Substituindo a equação (3) em (1):

√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) + cos(𝑡) = 𝑠 2 + 𝑠 − 1

√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) + cos(𝑡) = 2𝑠𝑒𝑛 2 (𝑡) + √2𝑠𝑒𝑛(𝑡) − 1


cos(𝑡) = 2𝑠𝑒𝑛 2 (𝑡) − 1 (4)
Da relação fundamental da trigonometria:
𝑠𝑒𝑛 2 (𝑡) + cos 2(𝑡) = 1
𝑠𝑒𝑛 2 (𝑡) = 1 − cos 2 (𝑡) (5)
Substituindo a equação (5) em (4):
cos(𝑡) = 2𝑠𝑒𝑛 2 (𝑡) − 1
cos(𝑡) = 2(1 − cos 2(𝑡)) − 1
cos(𝑡) = 2 − 2 cos 2 (𝑡) − 1
2 cos 2(𝑡) + cos(𝑡) − 1 = 0
Tomando 𝑥 = cos(𝑡) temos uma equação dos segundo grau. Podemos resolver por Bháskara:
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2𝑥 2 + 𝑥 − 1 = 0
Δ = 𝑏2 − 4𝑎𝑐
Δ = 1 − 4.2. (−1)
Δ=9

−𝑏 ± √Δ
𝑥=
2𝑎
−1 ± 3
𝑥=
4
1
𝑥 = −1 𝑜𝑢 𝑥 =
2
Então, como 𝑥 = cos(𝑡):
cos(𝑡) = −1 → 𝑡=𝜋
1 𝜋 5𝜋
cos(𝑡) = → 𝑡= 𝑜𝑢 𝑡 =
2 3 3
Encontramos três valores para 𝑡, portanto são três pontos de interseção. Para encontrar os pontos basta
substituirmos os valores encontrados para 𝑡 em 𝛼(𝑡):

𝛼(𝑡) = (√2𝑠𝑒𝑛(𝑡) + 𝑐𝑜𝑠(𝑡), √2𝑠𝑒𝑛(𝑡) − 𝑐𝑜𝑠(𝑡))

𝛼(𝜋) = (√2𝑠𝑒𝑛(𝜋) + 𝑐𝑜𝑠(𝜋), √2𝑠𝑒𝑛(𝜋) − 𝑐𝑜𝑠(𝜋)) = (−1, 1)

𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 √6 + 1 √6 − 1
𝛼 ( ) = (√2𝑠𝑒𝑛 ( ) + 𝑐𝑜𝑠 ( ) , √2𝑠𝑒𝑛 ( ) − 𝑐𝑜𝑠 ( )) = ( , )
3 3 3 3 3 2 2

5𝜋 5𝜋 5𝜋 5𝜋 5𝜋 −√6 + 1 −√6 − 1
𝛼( ) = (√2𝑠𝑒𝑛 ( ) + 𝑐𝑜𝑠 ( ) , √2𝑠𝑒𝑛 ( ) − 𝑐𝑜𝑠 ( )) = ( , )
3 3 3 3 3 2 2

Para que um ponto seja ponto de tangência, os vetores das derivadas das curvas devem ser paralelos, ou
seja, podem ser escritos na forma:
𝛼 ′ (𝑡) = 𝜆𝛽′ (𝑠)
Derivando as curvas 𝛼 e 𝛽:

𝛼 ′ (𝑡) = (√2 cos(𝑡) − 𝑠𝑒𝑛(𝑡), √2 cos(𝑡) + 𝑠𝑒𝑛(𝑡))

𝛽′ (𝑠) = (2𝑠 + 1, −2𝑠 + 1)


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Então:
𝛼 ′ (𝑡) = 𝜆𝛽′ (𝑠)

(√2 cos(𝑡) − 𝑠𝑒𝑛(𝑡), √2 cos(𝑡) + 𝑠𝑒𝑛(𝑡)) = 𝜆(2𝑠 + 1, −2𝑠 + 1)

√2 cos(𝑡) − 𝑠𝑒𝑛(𝑡) = 𝜆(2𝑠 + 1) (1)

√2 cos(𝑡) + 𝑠𝑒𝑛(𝑡) = 𝜆(−2𝑠 + 1) (2)


Somando as equações (1) e (2):

2√2 cos(𝑡) = 2𝜆

𝜆 = √2 cos(𝑡)
Então os pontos de tangência são os que satisfazem:

(√2 cos(𝑡) − 𝑠𝑒𝑛(𝑡), √2 cos(𝑡) + 𝑠𝑒𝑛(𝑡)) = √2cos(𝑡)(2 𝑠 + 1, −2𝑠 + 1)

Testando nos pontos encontrados:


𝑡=𝜋

(√2 cos(𝜋) − 𝑠𝑒𝑛(𝜋), √2 cos(𝜋) + 𝑠𝑒𝑛(𝜋)) = √2cos(𝜋)(2 𝑠 + 1, −2𝑠 + 1)

(−√2, −√2) = −√2(2 𝑠 + 1, −2𝑠 + 1)

Note que se 𝑠 = 0 a condição é satisfeita, portanto o ponto 𝑃 = (−1, 1) é um ponto de tangência.


𝜋 5𝜋
Se testarmos para 𝑡 = 3 e 𝑡 = não encontraremos solução, portanto não são pontos de tangência.
3

Para encontrarmos a reta tangente no ponto precisamos do vetor diretor, que pode ser encontrado
através da derivada da curva no ponto desejado:

𝛼 ′ (𝑡) = (√2 cos(𝑡) − 𝑠𝑒𝑛(𝑡), √2 cos(𝑡) + 𝑠𝑒𝑛(𝑡))

𝛼 ′ (𝜋) = (√2 cos(𝜋) − 𝑠𝑒𝑛(𝜋), √2 cos(𝜋) + 𝑠𝑒𝑛(𝜋))

𝛼 ′ (𝜋) = (−√2, −√2)

Se dividirmos o vetor 𝛼 ′ (𝜋) por √2 obtemos o vetor 𝑣⃗(−1, −1) paralelo, que também serve de vetor
diretor. Então podemos construir equação da reta:
𝑟: 𝑋 = 𝑃 + 𝜆 𝑣⃗
Temos o ponto 𝑃 = (−1, 1):
𝑟: 𝑋 = (−1, 1) + 𝜆(−1, − 1)
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Gráfico das curvas, dos pontos de interseção e da reta tangente:

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