Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Imagine que experimentalmente obteve valores de duas variáveis que se relacionam. Porém
não sabe a função que determina o "como" elas se relacionam.
Por exemplo:
x 1 2 3 4
f(x) 2 4 6 8
Nesse caso conseguimos ver facilmente que a segunda variável vale o dobro da primeira, ou
seja, a função que determina a relação entre x e f(x) é:
𝑓(𝑥) = 2. 𝑥
Como obtivemos a função podemos facilmente calcular f(x) para qualquer x escolhido. Por
exemplo, se tivermos interesse em determinar f(x) para x = 10 mesmo não tendo esse valor na
tabela, podemos fazer:
𝑓(10) = 2.10 = 20
Porém, nem sempre conseguiremos identificar a função que relaciona as variáveis apenas
observando a tabela.
Aprenderemos nesse módulo a, dado um conjunto finito de pontos de uma tabela que relaciona
duas variáveis, calcular o valor de f(x) desconhecido para um determinado "x".
Vejamos como:
Uma função f (x) pode ser conhecida através de um conjunto finito e discreto de n +
1 pontos.
Para se Interpolar os pontos obtidos da tabela, é utilizado um polinômio Pn(x) de tal forma que:
Pn(xi) = f (xi)
Para i = 0 ,1 ,2 ... n
Ou seja: o valor do polinômio para x é (Pn(xi)) igual ao valor da função que relaciona as
variáveis de entrada para o mesmo x (f (xi)).
Isso significa dizer que podemos calcular o valor de f(x) através do polinômio P(x)
Muitas vezes a tabela é obtida de dados experimentais ou de campo, o que torna o processo
de interpolação mais importante.
Assim, como não se pode calcular f(x) formalmente, pois a função f é desconhecida, faz-se
uma interpolação polinomial de x, ou seja, determina-se o polinômio p de grau menor ou
igual a n, que passa por todos os pontos da tabela, e calcula-se o valor de p(x).
Esse polinômio é chamado de polinômio interpolador de f relativamente aos pontos xo, x1, x2,
... xn.
A forma de Lagrange representa o polinômio interpolador diretamente a partir dos pontos originais.
Sua praticidade é tão grande que a torna uma das formas mais utilizadas para a obtenção de um
polinômio interpolador.
𝑷(𝒙) = 𝑳𝟎 (𝒙). 𝒇(𝒙𝟎 ) + 𝑳𝟏 (𝒙). 𝒇(𝒙𝟏 ) + 𝑳𝟐 (𝒙). 𝒇(𝒙𝟐 ) + ⋯ +𝑳𝒏 (𝒙). 𝒇(𝒙𝒏 )
x x0 x1 x2 x3
f(x) y0 y1 y2 y3
Onde temos:
(𝑥 − 𝑥1 ). (𝑥 − 𝑥2 ). (𝑥 − 𝑥3 )
𝐿0 (𝑥) =
(𝑥0 − 𝑥1 ). (𝑥0 − 𝑥2 ). (𝑥0 − 𝑥3 )
(𝑥 − 𝑥0 ). (𝑥 − 𝑥2 ). (𝑥 − 𝑥3 )
𝐿1 (𝑥) =
(𝑥1 − 𝑥0 ). (𝑥1 − 𝑥2 ). (𝑥1 − 𝑥3 )
(𝑥 − 𝑥0 ). (𝑥 − 𝑥1 ). (𝑥 − 𝑥3 )
𝐿2 (𝑥) =
(𝑥2 − 𝑥0 ). (𝑥2 − 𝑥1 ). (𝑥2 − 𝑥3 )
(𝑥 − 𝑥0 ). (𝑥 − 𝑥1 ). (𝑥 − 𝑥2 )
𝐿3 (𝑥) =
(𝑥3 − 𝑥0 ). (𝑥3 − 𝑥1 ). (𝑥3 − 𝑥2 )
Observe que o grau do polinômio é dado por n – 1 onde n é a quantidade de elementos da tabela. Nesse
caso:
𝑛−1 =4−1=3
É por isso que o polinômio de Lagrange nesse caso vai até o grau 𝐿3
Solução: uma vez que a tabela apresenta três pontos os polinômios irão até o grau:
𝑛−1=3−1=2
Teremos então:
Observação: vamos calcular cada termo da fórmula de Lagrange separadamente apenas para
facilitar a demonstração dos cálculos
Temos então:
x -3 0 5
y -69 0 -85
Solução: uma vez que a tabela apresenta três pontos os polinômios irão até o grau:
𝑛−1=3−1=2
Teremos então:
Observação: vamos calcular cada termo da fórmula de Lagrange separadamente apenas para
facilitar a demonstração dos cálculos
(𝑥 − 𝑥1 ). (𝑥 − 𝑥2 ) (3 − 0). (3 − 5) 3. −2 −6
𝐿0 (3) = = = = = −0,25
(𝑥0 − 𝑥1 ). (𝑥0 − 𝑥2 ) (−3 − 0). (−3 − 5) −3. −8 24
(𝑥 − 𝑥0 ). (𝑥 − 𝑥2 ) (3 − (−3)). (3 − 5) 6. −2 −12
𝐿1 (3) = = = = = 0,8
(𝑥1 − 𝑥0 ). (𝑥1 − 𝑥2 ) (0 − (−3)). (0 − 5) 3. −5 −15
(𝑥 − 𝑥0 ). (𝑥 − 𝑥1 ) (3 − (−3)). (3 − 0) 6.3 18
𝐿2 (3) = = = = = 0,45
(𝑥2 − 𝑥0 ). (𝑥2 − 𝑥1 ) (5 − (−3)). (5 − 0) 8.5 40
Temos então:
𝑃(3) = −21
Exercício 3: Através do polinômio interpolador de Lagrange para os pontos da tabela calcule a
aproximação de f(x) para x = 3.
x -3 0 5
y -27,2 -23 -16
Resposta: 𝑃(3) = −18,8
x -2 1 0 4
y 2 -0,25 -1 11