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aula 5

unidade 3 - Polinômio interpolador de Lagrange

Introdução
Teorema
Dados 𝑛 + 1 pontos (𝑥0 , 𝑦0 ), (𝑥1 , 𝑦1 ), … , (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ) com todos 𝑥𝑖 distintos, existe um único
polinômio 𝑃(𝑥) de grau no máximo 𝑛,

𝑃𝑛 (𝑥) = 𝑎0 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎2 𝑥 2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 … (1)

que passa por esses pontos, ou seja


𝑃(𝑥𝑖 ) = 𝑦𝑖 , 𝑖 = 0, 1, 2, … , 𝑛

Substituindo os pontos (𝑥𝑖 , 𝑦𝑖 ) na equação (1)

𝑥 𝑥0 𝑥1 𝑥2 … 𝑥𝑛

𝑦 = 𝑓(𝑥) 𝑦0 𝑦1 𝑦2 … 𝑦𝑛

temos o sistema linear

𝑎0 + 𝑎1 𝑥0 + 𝑎2 𝑥02 + 𝑎3 𝑥03 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥0𝑛 = 𝑦0


𝑎0 + 𝑎1 𝑥1 + 𝑎2 𝑥12 + 𝑎3 𝑥13 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥1𝑛 = 𝑦1
𝑎0 + 𝑎1 𝑥2 + 𝑎2 𝑥22 + 𝑎3 𝑥23 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥2𝑛 = 𝑦2

{𝑎0 + 𝑎1 𝑥𝑛 + 𝑎2 𝑥𝑛 + 𝑎3 𝑥𝑛3 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥𝑛𝑛
2
= 𝑦𝑛

que, na notação matricial, seria 𝐴𝑋 = 𝑏


𝑎0
1 𝑥0 𝑥02 𝑥03 … 𝑥0𝑛 𝑦0
𝑎1
1 𝑥1 𝑥12 𝑥13 … 𝑥1𝑛 𝑦1
𝑎2
𝑛 ∙ 𝑦
1 𝑥2 𝑥22 𝑥23 … 𝑥2 𝑎3 = 2
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋱ ⋮ ⋮

[1 𝑥𝑛 𝑥𝑛2 𝑥𝑛3 … 𝑛
𝑥𝑛 ] [𝑎𝑛 ] [ 𝑦𝑛]
A matriz dos coeficiente “A” é conhecida como matriz das potências (ou matriz de Vandermonde),
com determinante

det(𝐴) = ∏ (𝑥𝑗 − 𝑥𝑖 ) = (𝑥0 − 𝑥1 )(𝑥0 − 𝑥2 ) … (𝑥𝑛−1 − 𝑥𝑛 )


0≤ 𝑖 < 𝑗 ≤ 𝑛

Como temos 𝑥𝑖 distintos, (ou seja, 𝑥𝑖 ≠ 𝑥𝑗 para 𝑖 ≠ 𝑗 ) então o determinante da matriz A é


𝐝𝐞𝐭(𝑨) ≠ 𝟎 indicando que o sistema linear tem solução única e, portanto, um ÚNICO polinômio
interpolador.

EXEMPLO – Calcule o determinante da matriz de Vandermonde, considerando os valores de


x0 = 2, x1 = 4, x2 = 0 e x3 = 3,

1 2 22 23 1 2 4 8
𝑉 = [1 4 42 3
4 ] = [1 4 16 64
]
1 0 02 03 1 0 0 0
1 3 32 33 1 3 9 27

O determinante é

det(𝑉) = (2 − 4)(2 − 0)(2 − 3)(4 − 0)(4 − 3)(0 − 3) = −96


Polinômio Interpolador de Lagrange
Apesar de ser simples a ideia de obter os coeficientes do polinômio interpolador pela resolução de
sistema linear 𝑛 × 𝑛, os cálculos envolvem trabalhar com a matriz de Vandermonde, que é uma
matriz mal condicionada para grandes valores de 𝑛, o que pode levar a resultados inesperados
devido à erros de arredondamento.

O matemático italiano Joseph Louis Lagrange (1736 – 1813) resolveu


este problema propondo o seguinte polinômio

Polinômio Interpolador de Lagrange


𝒏
𝑷𝒏 (𝒙) = 𝒚𝟎 𝑳𝟎 (𝒙) + 𝒚𝟏 𝑳𝟏 (𝒙) + … + 𝒚𝒏 𝑳𝒏 (𝒙) = ∑ 𝒚𝒊 𝑳𝒊 (𝒙) … (2)
𝒊=𝟏

onde

(𝑥 − 𝑥0 ) … (𝑥 − 𝑥𝑘−1 )(𝑥 − 𝑥𝑘+1 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 ) (𝑥 − 𝑥𝑗 )


𝐿𝑘 (𝑥) = =∏
(𝑥𝑘 − 𝑥0 ) … (𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1 )(𝑥𝑘 − 𝑥𝑘+1 ) … (𝑥𝑘 − 𝑥𝑛 ) (𝑥𝑘 − 𝑥𝑗 )
𝑗=0
𝑗≠𝑘

tendo a condição de

1 se 𝑖 = 𝑘
𝐿𝑘 (𝑥𝑖 ) = { 𝑖 = 0,1,2, … , 𝑛
0 se 𝑖 ≠ 𝑘

Para grau 𝒏 = 𝟏

x x0 x1
y y0 y1

𝑃1 (𝑥) = 𝑦0 𝐿0 (𝑥) + 𝑦1 𝐿1 (𝑥)

(𝑥 − 𝑥1 )
𝐿0 (𝑥) =
(𝑥0 − 𝑥1 )

(𝑥 − 𝑥0 )
𝐿1 (𝑥) =
(𝑥1 − 𝑥0 )
Para grau 𝒏 = 𝟐

x x0 x1 x2
y y0 y1 y2

𝑃2 (𝑥) = 𝑦0 𝐿0 (𝑥) + 𝑦1 𝐿1 (𝑥) + 𝑦2 𝐿2 (𝑥)

(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 )
𝐿0 (𝑥) =
(𝑥0 − 𝑥1 )(𝑥0 − 𝑥2 )

(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥2 )
𝐿1 (𝑥) =
(𝑥1 − 𝑥0 )(𝑥1 − 𝑥2 )

(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )
𝐿2 (𝑥) =
(𝑥2 − 𝑥0 )(𝑥2 − 𝑥1 )

Para grau 𝒏 = 𝟑

x x0 x1 x2 x3
y y0 y1 y2 y3

𝑃2 (𝑥) = 𝑦0 𝐿0 (𝑥) + 𝑦1 𝐿1 (𝑥) + 𝑦2 𝐿2 (𝑥) + 𝑦3 𝐿3 (𝑥)

(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 )(𝑥 − 𝑥3 )
𝐿0 (𝑥) =
(𝑥0 − 𝑥1 )(𝑥0 − 𝑥2 )(𝑥0 − 𝑥3 )

(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥2 )(𝑥 − 𝑥3 )
𝐿1 (𝑥) =
(𝑥1 − 𝑥0 )(𝑥1 − 𝑥2 )(𝑥1 − 𝑥3 )

(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥3 )
𝐿2 (𝑥) =
(𝑥2 − 𝑥0 )(𝑥2 − 𝑥1 )(𝑥2 − 𝑥3 )

(𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 )
𝐿3 (𝑥) =
(𝑥3 − 𝑥0 )(𝑥3 − 𝑥1 )(𝑥3 − 𝑥2 )
Erro de truncamento
Ao ajustar o polinômio interpolador de grau máximo 𝑛 para aproximar uma função 𝑓(𝑥), o erro de
truncamento 𝐸𝑇 (𝑥) pode ser calculado pela fórmula abaixo, que é deduzida seguindo as mesmas
ideias usadas na interpolação linear e quadrática

𝑓 (𝑛+1) (𝜖)
𝐸𝑇 (𝑥) = (𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 ) ∙ 𝜖 = [𝑥0 , 𝑥𝑛 ] … (4)
(𝑛 + 1)!

Como não sabemos o valor exato de 𝜖 na fórmula acima, podemos considerar o valor de x que
maximiza o módulo da função |𝑓 (𝑛+1) (𝑥)| no intervalo [𝑥0 , 𝑥𝑛 ]
EXEMPLO 1 - Dados os pontos (-1 , 4), (0 , 1) e (2 , -1) obtidos de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥).

a) Dê o valor aproximado do valor f(-0.3) usando o polinômio interpolador de Lagrange de


grau 2;

b) Repetir “a” para f(-1);

c) Qual foi o polinômio de grau 2 obtido em “a”?

d) Determine o valor aproximado da integral da função 𝑓(𝑥) no intervalo [−1, 2] usando o


polinômio obtido em “c”.

solução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a).

𝑥 -1 0 2
𝑦 4 1 -1

Como temos n + 1 = 3 pontos, o polinômio de Lagrange será de grau máximo = 2 (= 3 – 1)

𝑃2 (𝑥) = 𝑦0 𝐿0 (𝑥) + 𝑦1 𝐿1 (𝑥) + 𝑦2 𝐿2 (𝑥) → 𝑃2 (𝑥) = (4) ⋅ 𝐿0 (𝑥) + (1) ⋅ 𝐿1 (𝑥) + (−1) ⋅ 𝐿2 (𝑥)

Como queremos aproximar 𝑓(−0.3) ≈ 𝑃2 (−0.3)

𝑓(−0.3) ≈ 𝑃2 (−0.3) = 4 ⋅ 𝐿0 (−0.3) + 1 ⋅ 𝐿1 (−0.3) + (−1) ⋅ 𝐿2 (−0.3)

𝑥 2 − 2𝑥 (−0.3)2 − 2(−0.3)
𝐿0 (−0.3) = = = 0.23
3 3

−𝑥 2 + 𝑥 + 2 −(−0.3)2 + (−0.3) + 2
𝐿1 (−0.3) = = = 0.805
2 2

𝑥 2 + 𝑥 (−0.3)2 + (−0.3)
𝐿2 (−0.3) = = = −0.035
6 6
Então,

𝑓(−0.3) ≈ 𝑃2 (−0.3) = 4 ⋅ (0.23) + 1 ⋅ (0.805) + (−1) ⋅ (−0.035) = 1.76

b)

Note que o valor -1 é um dos valores das tabela


(x0 = -1), então
𝑥 2 − 2𝑥 (−1)2 − 2(−1)
𝐿0 (−1) = = =1
3 3 L0(x0) = L0(-1) = 1
L1(x0) = L1(-1) = 0
−𝑥 2 + 𝑥 + 2 −(−1)2 + (−1) + 2 L2(x0) = L2(-1) = 0
𝐿1 (−1) = = =0
2 2
que está de acordo com a definição do
2 polinômio
𝑥 +𝑥 (−1)2 + (−1)
𝐿2 (−1) = = =0 Lk(x)
6 6

𝑓(−1) ≈ 𝑃2 (−1) = 4 ⋅ (1) + 1 ⋅ (0) + (−1) ⋅ (0) = 4

c)

Substituindo L0, L1 e L2, temos

𝑥 2 − 2𝑥 −𝑥 2 + 𝑥 + 2 𝑥2 + 𝑥 2 7
𝑃2 (𝑥) = 4 ( ) + 1( ) + (−1) ( ) = ⋯ = 𝑥2 − 𝑥 + 1
3 2 6 3 3

Note, que

2 7
𝑓(−0.3) ≈ 𝑃2 (−0.3) = (−0.3)2 − (−0.3) + 1 = 1.76
3 3

d)

2 2 2 2
2 7 2𝑥 3 7𝑥 2
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ≈ ∫ 𝑃2 (𝑥)𝑑𝑥 = ∫ ( 𝑥 2 − 𝑥 + 1) 𝑑𝑥 = [ − + 𝑥] = ⋯
3 3 9 6 −1
−1 −1 −1
EXEMPLO 2 - Seja função f(x) = 1 / x,

a) Determine o valor aproximado do valor f(3) usando o polinômio interpolador de Lagrange


e os pontos x0 = 2, x1 = 2.5 e x2 = 4;

b) Repetir “a” para f(4);

c) Qual foi o polinômio de grau 2 obtido em “a”?

d) Determine o valor aproximado da integral da função 𝑓(𝑥) no intervalo [2 , 4] usando o


polinômio obtido em “c”.

Solução ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a). 0.325

b). 0.25

c). P2(x) = 0.05*x2 – 0.425*x + 1.15

d).

4 4 4

∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ≈ ∫ 𝑃2 (𝑥)𝑑𝑥 = ∫(0.05𝑥 2 − 0.425𝑥 + 1.15)𝑑𝑥 = 0.6833


2 2 2
EXEMPLO 3 - Seja a função 𝑓(𝑥) = 𝑒 𝑥 , com os pontos na tabela a seguir.

𝑥 1.3 1.4 1.5


𝑓(𝑥) 3.669 4.055 4.482

a) Dê o valor aproximado de f(1.35) usando o polinômio interpolador de Lagrange de grau 2;

b) Determine o erro de truncamento máximo usando a fórmula do erro truncamento;

EXEMPLO 4 - Seja a tabela com os pontos obtidos da função

𝑒𝑥 − 2
𝑦=
√𝑥

x 0.2 0.5 0.8 1.1


y -1.74 -0.50 0.25 0.96

Determine o zero da função (ou seja, o valor de 𝑥 tal que 𝑓(𝑥) = 0), nas seguintes situações

a) usando um interpolador polinomial de Lagrange de grau 1;


b) usando um interpolador polinomial de Lagrange com todos os pontos da tabela.

Solução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

a).

b). 0,693

Nos exemplos anteriores, nós tínhamos o valor de x e queria encontrar o y. Aqui, vamos fazer o
contrário. Agora, temos o y = 0 e queremos encontrar o valor de x que corresponde a esse y = 0.

DICA: Uma solução é trocar de posição as variáveis x e y na tabela

x -1.741 -0.497 0.252 0.957


y 0.2 0.5 0.8 1.1

Com os valores de x e y trocados de lugar, o que queremos agora é encontrar y = ? para x = 0


Um pouco do Octave
Voltando ao exemplo 1 com os pontos (-1 , 4), (0 , 1) e (2 , -1), obtivemos

𝑥 2 − 2𝑥 −𝑥 2 + 𝑥 + 2 𝑥2 + 𝑥
𝐿0 (𝑥) = ; 𝐿1 (𝑥) = ; 𝐿2 (−𝑥) =
3 2 6

2 2 7
𝑃2 (𝑥) = 𝑥 − 𝑥+1
3 3
# Usando o programa Octave
close all
xi = [-1, 0, 2]
yi = [4, 1, -1]

# mudar o pacote grafico, o default costuma demorar muito


graphics_toolkit('fltk')
plot(xi,yi, 'bo', "markersize", 10)

# Customizando o gráfico axis([xmin, xmax, ymin, ymax]


axis([-3, 4, -2, 8]); )
xlabel('x');
ylabel('f(x)');
grid on
# continuando ...

hold on # comando para sobrepor graficos


x = -2:0.1:3;
p2 = (2/3)*x.^2 - (7/3)*x + 1;
L0 = (1/3)*(x.^2 - 2*x);
L1 = (1/2)*(-(x.^2) + x + 2);
L2 = (1/6)*(x.^2 + x);
plot(x,p2,"b--") # grafico do interpolador
plot(x,L0, x,L1, x,L2);
hold off

# Customizando o gráfico
axis([-3, 4, -2, 8]); % axis([xmin, xmax, ymin, ymax])
xlabel('x');
ylabel('P2');
title('Interpolador de Lagrange',"fontsize", 16)
legend("(x,y)","P2","L0","L1","L2")
grid on
Dispositivo prático
Neste dispositivo, um quadro é usado para reduzir a quantidade de operações (soma, multiplicação,
divisão) na interpolação. Supondo que temos os pontos (𝑥0 , 𝑦0 ), (𝑥1 , 𝑦1 ), … , (𝑥𝑛 , 𝑦𝑛 ) e que 𝑥 é o
valor a ser interpolado

𝑥0 𝑥1 𝑥2 𝑥3 𝑥4 Produto
𝑥0 x – x0 x0 – x1 x0 – x2 x0 – x3 x0 – x4 𝑤0
𝑥1 x1 – x0 x – x1 x1 – x2 x1 – x3 x1 – x4 𝑤1
𝑥2 x2 – x0 x2 – x1 x – x2 x2 – x3 x2 – x4 𝑤2
𝑥3 x3 – x0 x3 – x1 x3 – x2 x – x3 x3 – x4 𝑤3
𝑥4 x4 – x0 x4 – x1 x4 – x2 x4 – x3 x – x4 𝑤4

𝑛
𝑦𝑖 𝑦0 𝑦1 𝑦2 𝑦𝑛
𝑃𝑛 (𝑥) = 𝑤𝑑 ∑ = 𝑤𝑑 ( + + +⋯ + )
𝑤𝑖 𝑤0 𝑤1 𝑤2 𝑤𝑛
𝑖=0

𝑤𝑑 produto dos valores na diagonal principal do quadro

𝑤0 produto dos valores na 1ª linha do quadro

...

𝑤𝑛 produto dos valores na nª linha do quadro


EXEMPLO 5 - Voltando ao exemplo 1 com os pontos (-1, 4), (0, 1) e (2 , -1), dê o valor aproximado
do valor f(-0.3) usando dispositivo prático para o polinômio interpolador de Lagrange de grau 2;

Então, para x = -0.3, queremos y = ??

-1 0 2 Produto
-0.3 – (-1) = (-1) – 0 = (-1) – 2 = 𝑤0 =
-1
0.7 -1 -3 2.1
0 – (-1) = -0.3 – 0 = 0–2= 𝑤1 =
0
1 -0.3 -2 0.6
2 – (-1) = 2–0= -0.3 – 2 = 𝑤2 =
2
3 2 -2.3 -13.8

wd = (0.7)(-0.3)(-2.3) = 0.483

𝑦0 𝑦1 𝑦2 4 1 −1
𝑃𝑛 (𝑥) = 𝑤𝑑 ( + + ) = 0.483 ( + + ) = 1.76
𝑤0 𝑤1 𝑤2 2.1 0.6 −13.8
ANEXO

A – Demonstração do Polinômio de Lagrange

Lagrange propôs polinômio ℓ(𝑥) que satisfazem as seguintes propriedades:

ℓ𝑖 (𝑥) ≠ 0 se 𝑥 = 𝑥𝑖
{
ℓ𝑖 (𝑥) = 0 se 𝑥 ≠ 𝑥𝑖

Estes polinômios são da forma

ℓ𝑖 (𝑥) = (𝑥 − 𝑥0 ) … (𝑥 − 𝑥𝑖−1 )(𝑥 − 𝑥𝑖+1 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 ) = ∏(𝑥 − 𝑥𝑗 )


𝑗=0
𝑗≠𝑖

polinômio de Lagrange de ordem 𝑖 é igual ao produto de todas as


diferenças de x em relação a cada 𝑥𝑘 𝑘 = 0,1,2, … , 𝑛 , exceto (𝑥 − 𝑥𝑖 )

Por exemplo, para 𝑥 = {2, 5, 8, 9} os polinômios de Lagrange são

ℓ3 (𝑥) = (𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 ) = (𝑥 − 2)(𝑥 − 5)(𝑥 − 8)

ℓ2 (𝑥) = (𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥3 ) = (𝑥 − 2)(𝑥 − 5)(𝑥 − 9)

ℓ1 (𝑥) = (𝑥 − 𝑥0 )(𝑥 − 𝑥2 )(𝑥 − 𝑥3 ) = (𝑥 − 2)(𝑥 − 8)(𝑥 − 9)

ℓ0 (𝑥) = (𝑥 − 𝑥1 )(𝑥 − 𝑥2 )(𝑥 − 𝑥3 ) = (𝑥 − 5)(𝑥 − 8)(𝑥 − 9)

Vamos ver as propriedades para ℓ2 (𝑥)

ℓ2 (𝑥2 ) = ℓ2 (8) = (8 − 2)(8 − 5)(8 − 9) = −18 ≠ 0

ℓ2 (𝑥3 ) = ℓ2 (9) = (9 − 2)(9 − 5)(𝟗 − 𝟗) = 0

O polinômio interpolador 𝑃𝑛 (𝑥) proposto por Lagrange é uma combinação linear desses
polinômios de Lagrange ℓ(𝑥)

𝑷𝒏 (𝒙) = 𝒃𝟎 𝓵𝟎 (𝒙) + 𝒃𝟏 𝓵𝟏 (𝒙) + 𝒃𝟐 𝓵𝟐 (𝒙) + … + 𝒃𝒏 𝓵𝒏 (𝒙) … (1)

onde os coeficientes 𝑏𝑘 devem ser obtidos, fazendo 𝒚𝒊 = 𝑷𝒏 (𝒙𝒊 ) acima e usando as propriedades
dos polinômios ℓ(𝑥). Por exemplo,
para i = 1, temos

𝑦1 = 𝑃𝑛 (𝑥1 ) = 𝑏0 ℓ0 (𝑥1 ) + 𝒃𝟏 𝓵𝟏 (𝒙𝟏 ) + 𝑏2 ℓ2 (𝑥1 ) + ⋯ + 𝑏𝑛 ℓ𝑛 (𝑥1 )


𝑦1
𝑦1 = 0 + 𝑏1 ℓ1 (𝑥1 ) + 0 + ⋯ + 0 → 𝑏1 =
ℓ1 (𝑥1 )

Para i = 2, temos

𝑦2 = 𝑃𝑛 (𝑥2 ) = 𝑏0 ℓ0 (𝑥2 ) + 𝑏1 ℓ1 (𝑥2 ) + 𝒃𝟐 𝓵𝟐 (𝒙𝟐 ) + ⋯ + 𝑏𝑛 ℓ𝑛 (𝑥2 )


𝑦2
𝑦2 = 0 + 0 + 𝑏2 ℓ2 (𝑥2 ) + ⋯ + 0 → 𝑏2 =
ℓ2 (𝑥2 )

Generalizando, temos 𝑦𝑖
𝑏𝑖 = … (2)
ℓ𝑖 (𝑥𝑖 )

Substituindo (2) em (1), temos o polinômio interpolador de Lagrange escrito como

ℓ0 (𝑥) ℓ1 (𝑥) ℓ2 (𝑥) ℓ𝑛 (𝑥)


𝑃𝑛 (𝑥) = 𝑦0 + 𝑦1 + 𝑦2 + … + 𝑦𝑛
ℓ0 (𝑥0 ) ℓ1 (𝑥1 ) ℓ2 (𝑥2 ) ℓ𝑛 (𝑥𝑛 )

Fazendo

ℓ𝑖 (𝑥)
𝐿𝑖 (𝑥) = 𝑖 = 0,1,2, … , 𝑛
ℓ𝑖 (𝑥𝑖 )

Então,

Polinômio Interpolador de Lagrange


𝒏
𝑷𝒏 (𝒙) = 𝒚𝟎 𝑳𝟎 (𝒙) + 𝒚𝟏 𝑳𝟏 (𝒙) + … + 𝒚𝒏 𝑳𝒏 (𝒙) = ∑ 𝒚𝒊 𝑳𝒊 (𝒙) … (3)
𝒊=𝟏

onde

(𝑥 − 𝑥0 ) … (𝑥 − 𝑥𝑘−1 )(𝑥 − 𝑥𝑘+1 ) … (𝑥 − 𝑥𝑛 ) (𝑥 − 𝑥𝑗 )


𝐿𝑘 (𝑥) = =∏
(𝑥𝑘 − 𝑥0 ) … (𝑥𝑘 − 𝑥𝑘−1 )(𝑥𝑘 − 𝑥𝑘+1 ) … (𝑥𝑘 − 𝑥𝑛 ) (𝑥𝑘 − 𝑥𝑗 )
𝑗=0
𝑗≠𝑘

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