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SOLUCIONÁRIO DO LIVRO DE TEORIA DAS ESTRUTURAS I- ISOSTÁTICA DE SUSSEKIND

Questão 8.1 – problemas propostos

SOLUÇÃO
Primeiramente encontrar a equação que descreve a parábola sobre a viga, que pode ser
descrito na forma genérica abaixo.

• Equação de parábola de segundo grau-

𝑄(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
Em seguida é importante encontrar as condições de contornos que nos permitirão definir
quem são as letras (A,b ,C).Serão as coordenadas do primeiro apoio , do segundo apoio e de uma
seção no meio da viga;
no primeiro apoio x=0; Q(x)=0
no segundo apoio x=l; Q(x)=0
𝑙
no meio da viga x= ; Q(x) =p
2

de posse das condições de contorno basta substituir os valores na equação genérica o que resultará
em sistema de equações:
1)x=0; Q(x)=0

𝑄(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐

𝑄(0) = 𝑎(0)2 + 𝑏(0) + 𝑐

𝒄=𝟎

2) x=l; Q(x)=0

𝑄(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐

𝑄(0) = 𝑎(𝑙)2 + 𝑏(𝑙) + 0

𝟎 = 𝒂𝒍𝟐 + 𝒃𝒍
𝑙 𝑙
3) x= ; Q ( ) =p
2 2

𝑄(𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐

𝑙 𝑙 2 𝑙
𝑄( ) = 𝑎( ) +𝑏( )+0
2 2 2
𝒂𝒍𝟐 𝒃𝒍
𝒑= +
𝟒 𝟐

Agora montaremos um sistema de equações lineares cuja a solução nos dará a equação
que descreve a parábola.

𝒂𝒍𝟐 𝒃𝒍
(𝟏)
{ 𝟒 + 𝟐 =𝒑
𝒂𝒍𝟐 + 𝒃𝒍 = 𝟎 (𝟐)

Para resolver o sistema isolaremos o termo bl em (2) e em seguida substituiremos em (1):


𝑎𝑙 2 = −𝑏𝑙
𝑎𝑙 2 𝑏𝑙
+ =𝑝
4 2

𝑎𝑙2 𝑏𝑙 (−𝑏𝑙) 𝑏𝑙 −2𝑏𝑙 + 4𝑏𝑙 2𝑏𝑙 𝟒𝒑


+ =𝑝 → + =𝑝 → =𝑝 → =𝑝 ∴𝒃=
4 2 4 2 8 8 𝒍

−4𝑝
2
−𝑏𝑙 −𝑏 𝑙 ∴ 𝒂 = − 𝟒𝒑
𝑎𝑙 = −𝑏𝑙 → 𝑎 = 2 = =
𝑙 𝑙 𝑙 𝒍²

Portanto a equação que descreve a parábola é dada por


−4𝑝 2 4𝑝
𝑄(𝑥) = 𝑥 + 𝑥
𝑙² 𝑙

RESULTANTE E CENTRO DE GRAVIDADE DA ESTRUTURA

Sussekind considera que a carga distribuída pode ser representada por um valor resultante

que corresponde a área da carga, localizada em seu centro de gravidade 𝑥̅ . A resultante causa um

momento em qualquer ponto no espaço, que é igual à soma dos momentos componentes da carga

distribuída em relação aquele mesmo ponto. Logo podemos resumir:


momento da resultante = 𝑅𝑥̅ = ∫ 𝑞(𝑥)𝑑𝑥

soma dos momentos das componetes = ∫ 𝑞(𝑥)𝑥𝑑𝑥

∫ 𝑞(𝑥)𝑥𝑑𝑥
igualando obtemos: 𝑥̅ ´ =
∫ 𝑞(𝑥)𝑑𝑥

podemos então calcular o centro de gravidade da resultante dada por

𝑙 𝑙
4𝑝 4𝑝 4𝑃 3 4𝑃𝐿 2
𝑙 ∫ (− 2 𝑥 2 + 𝑥) 𝑥 𝑑𝑥 ∫ (− 𝑥 + 𝑥 ) 𝑑𝑥
∫0 𝑄(𝑥)𝑥 𝑑𝑥 0
𝑙 𝑙 0
𝑙2 𝑙
𝑥̅ = 𝑙 = 𝑙 = 𝑙
∫0 𝑄(𝑥̇ ) 𝑑𝑥 −4𝑝 2 4𝑝 4𝑃 2 4𝑝
∫ ( 𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥 ∫ (− 𝑥 + 𝑥) 𝑑𝑥
0
𝑙2 𝑙 0
𝑙2 𝑙

𝑙 𝑙
4𝑝 𝑥 4 4𝑝 𝑥 3
4𝑝 𝑙 3 4𝑝 𝑙 2 4𝑝 (𝑙)4 4𝑝 (𝑙)3
− 2 ⋅ 4| + ⋅ |
− ∫
2 0 𝑥 𝑑𝑥 + ∫ 𝑥 𝑑𝑥 𝑙 − 𝑙 3
⋅ 4 +
𝐿 0⋅ 𝑙 3
= 𝑙 𝑙0 0
= = 3
4𝑝 𝑙 2 4𝑝 𝑙 𝑙 𝑙 4𝑝 (𝑙) 4𝑝 (𝑙)2
− 2 ∫0 𝑥 𝑑𝑥 + 𝐿 ∫0 𝑥 𝑑𝑥 4𝑝 𝑥 3 4𝑝 𝑥 2 − ⋅ + ⋅
𝑙 − 2 ⋅ 3| + ⋅ | 𝑙 3 𝑙 2
𝑙 0
𝑙 2
0

4 −3𝑝𝑙2 + 4𝑝𝑙 2 𝑝𝑙 2
−𝑃𝑙 2 + 3 𝑃𝑙 2 𝑝𝑙 2 3 𝒍
= = 3 = 3 = ⋅ ̅=
∴ 𝒙
4 −4𝑝𝑙 + 6𝑝𝑙 2𝑝𝑙 3 2𝑝𝑙 .𝟐
− 3 ⋅ 𝑝𝑙 + 2𝑝𝑙
3 3

A resultante é igual a área do carregamento estático que pode ser obtido através da integração da

parábola conforme abaixo:

𝐵 𝑙
4𝑝 2 41𝑝 4𝑝 𝑙 2
𝑅 = ∫ 𝑄(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ (− ⋅ 𝑥 + ⋅ 𝑥) 𝑑𝑥 = − ∫ 𝑥 𝑑𝑥
𝐴 0 𝑙2 𝑙 𝑙2 0

𝑙 𝑙 𝑙
4𝑝 4𝑝 𝑥 3 4𝑝 𝑥 2 4𝑝 (𝑙)3 4𝑝 (𝑙)2 4𝑝𝑙
+ ∫ 𝑥𝑑𝑥 = − 2 ⋅ | + ⋅ | =− ⋅ + ⋅ =− + 2𝑝𝑙
𝑙 𝑙 3 0 𝑙 2 12 3 𝑙 2 3
0 0

4𝑝𝑙 + 6𝑝𝑙 𝟐𝒑𝒍


=− =
3 𝟑
2𝑝𝑙
A resultante 3
ficará concentrada na distância l/2 em relação aos apoios e com isso poderemos

obter as reações de apoios através das equações da estática. Lembrando que os momentos no

sentido anti-horário e reações em sentido para cima são positivos e o contrário negativas.

∑ 𝑚𝑎 = 0

𝑃𝑙 2
2
2𝑝 𝑙 𝑃𝑙 𝑝𝑙
− 𝑙 ⋅ + 𝑅𝑏 ⋅ 𝑙 = 0 → 𝑅𝑏 ⋅ 𝑙 = + = 𝑅𝑏 = 3 ∴ 𝑅𝑏 =
3 2 3 𝑙 3

∑ 𝐹𝑦 = 0

2𝑝𝑙
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 − =0
3
2𝑝𝑙
𝑅𝑎 = − 𝑅𝑏
3
2𝑝𝑙 𝑝𝑙
𝑅𝑎 = −
3 3
𝑝𝑙
𝑅𝑎 =
3

ESFORÇOS SIMPLES

Os esforços simples podem ser obtidos considerando uma seção s a distância x do apoio

A. Primeiro vamos calcular através da cortante. As cargas que causa efeito são a reação de apoio

Ra e a resultante da carga distribuída na distância x que pode ser obtido através de integração.

Lembrando que cargas com sentido para cima são positivas e para baixo negativa como forma de

convenção.
𝑥 𝑥
𝑝𝑙 4𝑝 4𝑝 𝑝𝑙 4𝑝 𝑥 3 4𝑝 𝑥 2
𝐶(𝑥) = 𝑅𝑎 − ∫ 𝑄(𝑥) 𝑑𝑥 = − ∫ (− 2 𝑥 2 + 𝑥) 𝑑𝑥 = − (− 2 ⋅ + ⋅ )
0 3 0 𝑙 𝑙 3 𝑙 3 𝑙 2

𝑝𝑙 4𝑝𝑥 3 2𝑝𝑥 2 𝑝𝑙 4𝑝𝑥 3 2𝑝𝑥² 𝒑𝒍 𝟒𝒑𝒙𝟑 𝟐𝒑𝒙𝟐


= − (− 2 + )= + − ∴ 𝑪(𝒙) = + −
3 3𝑙 𝑙 3 3𝑙 2 𝑙 𝟑 𝟑𝒍𝟐 𝒍

A cortante nada mais é do que a derivada do momento fletor. Se fizermos o processo

inverso, ou seja, integrar, teremos o valor de M(x). portanto:

𝑥
𝑥
𝑝𝑙 4𝑝𝑥 3 2𝑝𝑥 2 𝑝𝑙 𝑥 4𝑝 𝑥 3 2𝑝 𝑥 2
𝑚(𝑥) = ∫ 𝐶(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ ( + − ) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥 𝑑𝑥
0 3 3𝑙 2 𝑙 3 0 3𝑙 2 0 𝑙 0
0

𝑝𝑙 4𝑝 𝑥 4 2𝑝 𝑥 3 𝑝𝑙𝑥 𝑝𝑥 4 𝑝𝑥 3
= ⋅𝑥+ 2⋅ − ⋅ = + 2 −2 ∴
3 3𝑙 4 𝑙 3 3 3𝑙 3𝑙

𝒑𝒍𝒙 𝒑𝒙𝟒 𝒑𝒙𝟑


𝑴(𝒙) = + 𝟐 −𝟐
𝟑 𝟑𝒍 𝟑𝒍

𝑝𝑙 𝑝𝑙²
O autor simplifica ainda mais a resposta colocando 3
e 3
em evidencia para o cortante

𝑥
e o momento fletor respectivamente. Ele ainda utiliza a notação ∈= na sua resposta. Portanto
𝑙

podemos escrever as equações como:

𝑝𝑙 4𝑝𝑥 3 2𝑝𝑥 2 𝑃𝐿 4𝑥 3 2𝑥 2 𝒑𝒍
𝑪(𝒙) = + 2
− = ⋅ (1 + 3
− 2 ) = ⋅ (𝟏 + 𝟒𝝐𝟑 − 𝟔𝝐𝟐 )
3 3𝑙 𝑙 3 𝑙 𝑙 𝟑

𝑝𝑙𝑥 𝑝𝑥 4 𝑝𝑥 3 𝑝𝑙 2 𝑥 𝑥 4 2𝑥 3 𝒑𝒍𝟐
𝑀(𝑥) = + 2 −2 = ⋅( + 4 − 3 )= ⋅ (𝝐 + 𝝐𝟒 − 𝟐𝝐𝟑 )
3 3𝑙 3𝑙 3 𝑙 𝑙 𝑙 𝟑
Questão 8.2

Para resolver este problema devemos transformar as cargas triangulares em uma carga

uniforme que vai de apoio a apoio e em uma carga triangular que vai de apoio a apoio. Estas

cargas devem ser equivalentes, ou seja, o que for acrescentando na parte de cima da viga será

acrescentado na parte de baixo. Logo no trecho do triangulo invertido iremos inserir uma carga p

uniforme em cima, essa mesma carga deverá ser somada ao triangulo invertido em baixo,

representado pela carga verde de valor p. Em seguida acrescentaremos o triangulo vermelho no

trecho do triangulo menor e o mesmo deve ser acrescentado em baixo.

Portanto o resultado final teremos uma carga uniforme P em cima da viga e uma carga triangular

de valor 3p em baixo.
REAÇÕES DE APOIOS

A partir disso a viga pode ser calculada primeiramente para carga retangular e em seguida

para triangular. Primeiramente para a retangular:

∑ 𝑀𝑎 = 0

𝑙
−𝑝𝑙. ( ) + 𝑅𝑏𝑙 = 0
2

𝑙
−𝑝𝑙. ( ) = −𝑅𝑏𝑙
2

𝑝𝑙
↑ 𝑅𝑏 =
2

∑ 𝐹𝑦 = 0

𝑅𝑏 + 𝑅𝑏 − 𝑅𝑒 = 0

𝑅𝑏 = 𝑅𝑒 − 𝑅𝑎

𝑝𝑙
𝑅𝑏 = 𝑝𝑙 −
2

𝑝𝑙
↑ 𝑅𝑏 =
2
Em seguida iremos calcular as reações de apoio devido a carga triangular. Lembrando

que a carga triangular se concentra há 1/3 da base menor. A resultante pode ser calculada

através Da área do triangulo dada então por:

𝑏ℎ 3𝑝𝑙
𝑅𝑒 = =
2 2

Usando as equações da estática temos então:

∑ 𝑀𝑎 = 0

𝐿
+𝑅𝑎. 𝑙 − 𝑅𝑒 ( ) = 0
3

𝐿
𝑅𝑎. 𝑙 = 𝑅𝑒 ( )
3

3𝑝𝑙 𝑙 3𝑝𝑙 2 𝑝𝑙 2
𝑅𝑎. 𝑙 = .( ) = =
2 3 6 2

𝑝𝑙² 𝑝𝑙
↓ 𝑅𝑎 = =
2𝑙 2

∑ 𝐹𝑦 = 0

−𝑅𝑎 − 𝑅𝑏 + 𝑅𝑒 = 0

𝑅𝑏 = 𝑅𝑒 − 𝑅𝑎

3𝑝𝑙 𝑝𝑙
↓ 𝑅𝑏 = − = 𝑝𝑙
2 2

Com as reações de apoio obtidas podemos utilizar o princípio da superposição de efeitos, onde os
diversos carregamentos da viga podem ser calculados de formas separadas e depois seus valores
serão somados para se obter os resultados finais. Podemos verificar na tabela abaixo:
Reações Carga retangular Carga Triangular Reação final
Reação (Ra) 𝑝𝑙 𝑝𝑙 𝑅𝑎 = 0
↑ ↓
2 2
Reação (Rb) 𝑝𝑙 𝑝𝑙 ↓ 𝑅𝑏 = 𝑝𝑙 ↓

2
Como pode-se observar o apoio Ra não recebe carga, mas apenas o apoio Rb que recebe um valor
pl com sentido de cima para baixo.
ESFORÇOS SIMPLES
Para cálculo dos esforços simples calcula-se os esforços em uma seção s há uma distância x do
primeiro apoio.

Basta agora calcular a cortante que será dada por:


𝐶(𝑥) = +𝑅𝑎 − 𝑅𝑟𝑒𝑡𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 + 𝑅𝑡𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 =
3𝑝𝑥
.𝑥 𝟑𝒑𝒙²
𝐶(𝑥) = 0 − (𝑝𝑥) + ( 𝑙 ) = 𝑪(𝒙) = −𝒑𝒙 +
2 𝟐𝒍

A resultante da carga triangular pode ser calculada por semelhança de triangulo, visualizado na
figura abaixo:

ℎ 3𝑝 3𝑝𝑥
= ∴ℎ=
𝑥 𝑙 𝑙

Para achar o momento fletor basta integrar a equação de esforço cortante:


𝑥
𝑀(𝑥) = ∫ 𝐶(𝑥)𝑑𝑥
0
𝑥 2 𝑥 𝑥 𝑥
3𝑝𝑥 3𝑝 𝑥 2 𝑥2 3𝑝 𝑥 3
= ∫ (−𝑝𝑥 + ) 𝑑𝑥 = −𝑝 ∫ 𝑥𝑑𝑥 + ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = −𝑝 | + ( ) |
0 2𝑙 0 2𝑙 0 2 0 2𝑙 3 0
𝑝𝑥² 3𝑝𝑥³ 𝒑𝒙² 𝒑𝒙³
=− + ∴ 𝑴(𝒙) = − +
2 6𝑙 𝟐 𝟐𝒍
𝑝𝑙 𝑝𝑙²
Colocando em evidencia e
2 2
respectivamente para força cortante e momento fletor e fazendo
𝑥
𝜖 = temos:
𝑙

3𝑝𝑥 2 𝑝𝑙 2𝑥 3𝑥 2 𝐩𝐥
𝑪(𝒙) = −𝑝𝑥 + = (− + 2 ) = (−𝟐𝛜 + 𝟑𝛜𝟐 )
2𝑙 2 𝑙 𝑙 𝟐

𝑝𝑥 2 𝑝𝑥 3 𝑝𝑙 2 𝑥2 𝑥3 𝒑𝒍𝟐
𝑀(𝑥) = − + = (− 2 + 3 ) = (−𝝐² + 𝝐³)
2 2𝑙 2 𝑙 𝑙 𝟐

QUESTÃO 8.3

A dificuldade dessa questão consiste em apresentar a resposta da maneira que o Sussekind


demonstra, mas é pra isso que estamos aqui. Também montar a equação exige um pouquinho de
malandragem se é que você me entende. Então primeiramente vamos verificar as condições de
contorno da viga. A viga possui apenas duas condições, no início com o ponto (0,p) e no final
com o ponto (L,0). Substituindo esses pontos em uma equação genérica de segundo grau temos:

1) primeira condição de contorno (0, p):

𝑌 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
𝑝 = 𝑎(0) + 𝑏(0) + 𝑐
𝑐=𝑝

2) segunda condição de contorno (L,0)

𝑌 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐
0 = 𝑎𝑙² + 𝑏𝑙 + 𝑝

𝒂𝒍𝟐 + 𝒃𝒍 = −𝒑
Como podemos observar precisaríamos de uma terceira condição de contorno para acharmos as
incógnitas a e b, e para isso, vamos fazer o seguinte. Primeiro iremos imaginar a parábola da
seguinte maneira:

Perceba que apenas continuamos a parábola, onde a linha vermelha representa o tamanho original
da viga. Veja que a parábola toca em apenas um único ponto da viga que é seu vértice localizado
a uma distância L. Sendo assim podemos utilizar as equações de vértice como terceira condição
de contorno. As equações são:
−𝑏 −∆
𝑋𝑣 = ; 𝑌𝑣 =
2𝑎 4𝑎

Entre as duas, há que importa mesmo é a do vértice Xv já que ela possui relação com A e B.
Lembrando que o valor de Xv=L que é o final da viga. Onde toca a parábola logo:
−𝑏
𝑋𝑣 =
2𝑎
−𝑏
𝑙= → 𝒃 = −𝟐𝒂𝒍
2𝑎
Substituindo:

𝑎𝑙 2 + 𝑏𝑙 = −𝑝

𝑎𝑙 2 + (−2𝑎𝑙)𝑙 = −𝑝
𝑎𝑙 2 − 2𝑎𝑙 2 = −𝑝
𝑝
−𝑎𝑙 2 = −𝑝 ∴ 𝑎 =
𝑙²

Com o valor de a em mãos podemos enfim achar b e a equação completa:


𝑝 𝟐𝒑
𝑏 = −2𝑎𝑙 = −2 2
𝑙=−
𝑙 𝒍
A equação:
𝑝 2𝑝
𝑦= 𝑥² − 𝑥+𝑝
𝑙² 𝑙
RESULTANTE E CENTRO DE GRAVIDADE
O centro de gravidade não será necessário para resolver a questão, mas a resultante será.
Esta pode ser obtida integrando a área da parábola no intervalo de 0 a L.

𝑙 𝐿 𝑙
𝑝 2𝑝 𝑝 𝑙 2𝑝 𝑙 𝑙
𝑝 𝑥3 2𝑝 𝑥 2
𝑅 = ∫ ( 2 𝑥2 − 𝑥 + 𝑝) 𝑑𝑥 = 2 ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 − ∫ 𝑥𝑑𝑥 + 𝑝 ∫ 𝑑𝑥 = 2 | − | + 𝑝𝑥
0 𝑙 𝑙 𝑙 0 𝑙 0 0 𝑙 3 0 𝑙 2 0

𝑝𝑙³ 𝑝𝑙 2 𝑝𝑙 𝒑𝒍
− + 𝑝𝑙 = − 𝑝𝑙 + 𝑝𝑙 ∴ 𝑹 =
3𝑙² 𝑙 3 𝟑

ESFORÇOS SIMPLES
A equação de esforço simples cortante pode ser obtida em uma seção genérica S que fica a
x distância do engaste. Os esforços atuantes são a reação de apoio do engaste e a resultante Rd
como mostra a figura abaixo.

Entretanto uma maneira mais simples de calcular esse esforço seria ao invés de utilizarmos os
esforços há esquerda seção s, utilizaríamos os esforços a direita da seção que seria unicamente a
resultante Re da pequena parábola de altura H e comprimento (L-x). segue -se um desenho
esquemático
A altura H pode ser obtida substituindo na equação da parábola o par de ordenada (x,h) que
resultaria na própria equação da parábola . Portanto:
𝑝𝑙 1 𝑝𝑥 2 2𝑝𝑥 𝑝𝑥 2 2𝑝𝑥 𝑝 𝑝𝑥 2 − 2𝑝𝑥𝑙 + 𝑝𝑙 2
𝐶(𝑥) = 𝑅𝑒 = = ( 2 − + 𝑝) . (𝑙 − 𝑥) = ( 2 − + ) . (𝑙 − 𝑥) = ( ) . (𝑙 − 𝑥)
3 3 𝑙 𝑙 3𝑙 3𝑙 3 3𝑙 2

𝑝(𝑥 2 − 2𝑥𝑙 + 𝑙 2 ) 𝑝. (𝑙 − 𝑥)2 𝑝. (𝑙 − 𝑥)3 𝒑. (𝒍 − 𝒙)𝟑


=( 2
) . (𝑥 − 𝑙) = 2
. (𝑙 − 𝑥) = 2
∴ 𝑪(𝒙) =
3𝑙 3𝑙 3𝑙 𝟑𝒍𝟐

A equação do momento m(x) é obtida integrando C(x). lembrando que podemos substituir (L-x)
por u e dx = -du
𝑥 𝑥
𝑝. (𝑙 − 𝑥)3 𝑝 𝑥 𝑝 𝑢4 𝑝𝑢4 𝒑(𝒍 − 𝒙)𝟒
𝑀(𝑥) = ∫ 𝐶(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 2
𝑑𝑥 = ∫ −𝑢³𝑑𝑢 = − 2 =− 2
∴ 𝑴(𝒙) = −
0 0 3𝑙 3𝑙² 0 3𝑙 4 12𝑙 𝟏𝟐𝒍²

𝑝𝑙 𝑝𝑙² (𝑙−𝑥)
Colocando em evidencia 3
e 12
para cortante e fletor respectivamente, e fazendo 𝜖′ = 𝑙
temos:

𝑝. (𝑙 − 𝑥)3 𝑝𝑙 (𝑙 − 𝑥)³ 𝒑𝒍
𝐶(𝑥) = = . = 𝝐′³
3𝑙 2 3 𝑙³ 𝟑
𝑝(𝑙 − 𝑥)4 𝑝𝑙 2 (𝑙 − 𝑥)4 𝒑𝒍² 𝟒
𝑀(𝑥) = − 2
=− . =− 𝝐′
12𝑙 12 𝑙4 𝟏𝟐
QUESTÃO 8.4

Essa questão é extremamente fácil de resolver. Primeiro iremos separar o carregamento


em dois e em seguida usar o princípio da superposição dos efeitos. A configuração segue abaixo:

Fazendo os somatórios dos momentos em A primeiro temos:

∑ 𝑀𝑎 = 0

−𝑅𝑒 + 𝑅𝑏. 8 = 0
𝑅𝑒. 2 (4). 2
𝑅𝑏 = = = 1𝑡
8 8

∑ 𝐹𝑦 = 0

𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 − 𝑅𝑒 = 0
𝑅𝑎 = 𝑅𝑒 − 𝑅𝑏
𝑅𝑎 = (4) − (1) = 3𝑡

Em seguida faremos o mesmo procedimento para a figura 2

∑ 𝑀𝑎 = 0

−𝑅𝑒. 6 + 𝑅𝑏. 8 = 0
𝑅𝑒. 6 (4). 6
𝑅𝑏 = = = 3𝑡
8 8

∑ 𝐹𝑦 = 0

𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 − 𝑅𝑒 = 0
𝑅𝑎 = 𝑅𝑒 − 𝑅𝑏
𝑅𝑎 = (4) − (3) = 1𝑡

Reações Carga retangular 1 Carga retangular 2 Reação final


Reação (Ra) 3𝑡 ↑ 1𝑡 ↑ 𝑅𝑎 = 2𝑡 ↑

Reação (Rb) 1𝑡 ↓ 3𝑡 ↓ 𝑅𝑏 = 2𝑡 ↓

Conforme vemos na tabela cada apoio recebe o equivalente a 2 tonelada em direção oposta;
CALCULO DOS ESFORÇOS

Começaremos pelo esforço cortante. No apoio A, temos o valor de 2t , que passa a perder 1t a

cada metro pelo carga distribuída . No final da carga distribuída teríamos que:

𝐶 = 2 − 4 = −2𝑡

Após os 4m a carga distribuída inverte e a cortante passa a aumentar em uma taxa de 1t/m o que

significa que aos 4m teremos

𝑐 = −2 + 4 = 2𝑡

Por fim no apoio b, temos 2t apontando de cima para baixo que gera o cortante.
O momento máximo pode ser calculado no ponto onde o esforço cortante for zero, a distância x

do apoio A. com semelhança de triangulo podemos calcular x:

2 2 8
= ∴ 2𝑥 = 8 − 2𝑥 ∴ 𝑥 = = 2
𝑥 (4 − 𝑥) 4

Com a distância podemos calcular o momento a 2m que vale:

2
𝑀𝑚á𝑥 = 𝑅𝑎. 2 − 𝑅𝑒.
2

2
𝑀𝑚á𝑥 = 2.2 − (1.2) = 4 − 2 = 2𝑡. 𝑚
2

Questão 8.5

Para que ocorra os menores momentos fletores possíveis é necessário que os momentos

negativos sejam iguais aos momentos fletores positivos. Na viga em questão, quem causa os

momentos negativos é a carga P. Isso significa que essa carga deve causar um momento negativo

que seja maior que o momento máximo positivo causado pela carga retangular e a diferença entres

esses valores seja um momento negativo. Segue-se uma ilustração abaixo


O somatório dos momentos fletores da carga retangular com a carga P, resulta em uma

viga submetida aos momentos 𝑚2+ e 𝑚2− , que são iguais. O momento 𝑀𝑝− é igual ao

somatório de 𝑀𝑟 + da carga retangular com o momento 𝑀2− . Podemos montar a seguinte

equação

𝑀𝑝− = 𝑀𝑟 + + 𝑀2−

Agora calcularemos as reações de apoio e os esforços simples.

A resultante Re vale:

𝑅𝑒 = 𝑞 ∗ 2𝑙 = 2𝑞𝑙

∑ 𝑀𝐵 = 0

+𝑅𝑒. 𝑙 − 𝑅𝑎. 2𝑙 − 𝑃𝑙 = 0
−(2𝑞𝑙). 𝑙 + 𝑅𝑎. 2𝑙 − 𝑝𝑙 = 0

2𝑞𝑙 2 − 𝑝𝑙
𝑅𝑎 =
2𝑙

∑ 𝐹𝑦 = 0

𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 − 𝑅𝑒 = 0
2𝑞𝑙 2 − 𝑝𝑙
𝑅𝑎 = 2𝑞𝑙 −
2𝑙
4𝑞𝑙 2 − 2𝑞𝑙 2 + 𝑝𝑙
𝑅𝑎 =
2𝑙
2𝑞𝑙 2 + 𝑝𝑙
𝑅𝑎 =
2𝑙

ESFORÇOS SIMPLES

O diagrama de esforço cortante da viga segue abaixo


O diagrama de esforço cortante apresenta uma descontinuidade na seção central graças
a carga p. Na distância x temos que a cortante é nulo e o momento fletor nessa seção será
máximo. Para calcularmos a distância x basta fazermos a equação da cortante a distância x

2𝑞𝑙 2 − 𝑝𝑙 𝑝
𝑅𝑎 2𝑞𝑙 2
− 𝑝𝑙 2𝑞𝑙. (𝑙 − 2𝑞 ) 𝑝
𝐶(𝑥) = +(𝑅𝑎) − 𝑞𝑥 = 0 → 𝑥 = = 2𝑙 = = = (𝑙 − )
𝑞 𝑞 2𝑞𝑙 2𝑞𝑙 2𝑞
𝑝
𝑥 = (𝑙 − )
2𝑞
Nessa distância o momento será máximo cujo valor é obtido com a equação de
momento a seguir:
𝑝 2 𝑝
𝑞𝑥 2
2𝑞𝑙 − 𝑝𝑙 2
𝑝 𝑞. (𝑙 − 2𝑞 ) 2𝑞𝑙 (𝑙 − 2𝑞 )
𝑀2+ = 𝑅𝑎. 𝑥 − =( . (𝑙 − )) − ( )=( )
2 2𝑙 2𝑞 2 2𝑙

𝑝 2 𝑝 2 𝒑 𝟐
𝑝 𝑞 (𝑙 − 2𝑞 ) 𝑝 2 𝑞. (𝑙 − 2𝑞 ) 𝒒. (𝒍 − 𝟐𝒒)
. ((𝑙 − )) − ( ) = (𝑞. (𝑙 − ) )−( ) = 𝑴𝟐+ =
2𝑞 2 2𝑞 2 𝟐

Lembrando que o momento 𝑚2+ é igual ao momento 𝑚2− .

MOMENTOS DA CARGA P E CARGA RETANGULAR

Agora iremos calcular o momento causado pela carga p e pela carga retangular separados
𝑞𝑥 2 𝑞𝑙 2 𝑞𝑙²
𝑀𝑟 + = 𝑅𝑎𝑥 − = 𝑞𝑙. (𝑙) − =
2 2 2
𝑝 𝑝𝑙
𝑀𝑝− = 𝑅𝑎𝑥 = . (𝑙) =
2 2

𝑝
O valor da reação Ra para carga retangular é ql e para a carga p é .O valor do fletor máximo
2
𝑀𝑝− é o somatório dos fletores máximos 𝑀𝑟 + e 𝑀2− . Com isso podemos obter o valor da carga
p como vemos a seguir:

𝑀𝑝− = 𝑀𝑟 + + 𝑀2−

𝑝 2
𝑝𝑙 𝑞𝑙² 𝑞. (𝑙 − 2𝑞 )
= +
2 2 2
2 𝑝 2
𝑝𝑙 𝑞𝑙 + (𝑙 − 2𝑞)
=
2 2
𝑝
𝑝𝑙 = 𝑞𝑙 2 + (𝑙 − ) ²
2𝑞
𝑝 𝑝2
𝑝𝑙 = 𝑞𝑙 2 + 𝑞 (𝑙 2 − 2𝑙 + )
2𝑞 4𝑞²

𝑝𝑙 𝑝2
𝑝𝑙 = 𝑞𝑙 2 + 𝑞 (𝑙 2 − + )
𝑞 4𝑞²

𝑝𝑞𝑙 𝑞𝑝2
𝑝𝑙 = 𝑞𝑙 2 + (𝑞𝑙 2 − + )
𝑞 4𝑞²

𝑝2
𝑝𝑙 = 𝑞𝑙 2 + (𝑞𝑙 2 − 𝑝𝑙 + )
4𝑞

2 2
𝑝2
𝑝𝑙 = 𝑞𝑙 + 𝑞𝑙 − 𝑝𝑙 +
4𝑞
𝑝2
𝑝𝑙 = 2𝑞𝑙 2 − 𝑝𝑙 +
4𝑞
𝑝2
𝑝𝑙 + 𝑝𝑙 = 2𝑞𝑙 2 +
4𝑞
𝑝2
2𝑝𝑙 = 2𝑞𝑙 2 +
4𝑞

𝒑𝟐
− 𝟐𝒑𝒍 + 𝟐𝒒𝒍𝟐 = 𝟎
𝟒𝒒
O resultado da equação anterior é uma equação de segundo grau cuja a incógnita é p.
Utilizando a formula de Bhaskara (olha ae você dizendo que nunca mais ia utilizar essa formula)
teremos:
𝑝2
− 2𝑝𝑙 + 2𝑞𝑙 2 = 0
4𝑞
1
∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = (−2𝑙)2 − 4 ( ) (+2𝑞𝑙 2 ) = 4𝑙 2 − 2𝑙 2 = 2𝑙²
4𝑞
∆= 2𝑙²
Agora iremos achar as raízes P1 e P2

−𝑏 + √∆ −(−2𝑙) + √2𝑙² +2𝑙 + 𝑙√2


𝑝1 = = = = (2𝑙 + 𝑙√2)2𝑞 = 2𝑞𝑙(2 + √2)
2𝑎 1 1
2 (4𝑞 ) (2𝑞 )

−𝑏 − √∆ −(−2𝑙) − √2𝑙² +2𝑙 − 𝑙√2


𝑝2 = = = = (2𝑙 − 𝑙√2)2𝑞 = 2𝑞𝑙(2 − √2)
2𝑎 1 1
{ 2 (4𝑞 ) (2𝑞 )

Temos então que

𝑝1 = 2𝑞𝑙(2 + √2)
{
𝑝2 = 2𝑞𝑙(2 − √2)
A questão pede qual o valor de p para que ele causa os menores momentos fletores possíveis.
Para isso o valor de p deverá ser o menor entre p1 e p2. Resolvendo então a parte numérica
temos:

𝑝1 = 2𝑞𝑙(2 + √2) = 2𝑞𝑙(3,41) = 6,82𝑞𝑙


{
𝑝2 = 2𝑞𝑙(2 − √2) = 2𝑞𝑙(0,585) = 1,17𝑞𝑙

Portanto o valor p deve ser o p2

𝒑𝟐 = 𝟐𝒒𝒍(𝟐 − √𝟐)

Podemos obter o momento máximo da viga que é dado pela formula de 𝑀2−
𝑝 2
𝑞 (𝑙 − 2𝑞 ) 𝑞 1,17𝑞𝑙 2 𝑞 𝑞 𝑞
𝑀2− = = . (𝑙 − ) = (𝑙 − 0,585𝑙)2 = (0,415𝑙)2 = . 0,172𝑙 2 =
2 2 2𝑞 2 2 2
𝑀2− = 0,086𝑞𝑙²

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