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TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO

João Alves Silva Júnior

Versão: Maio de 2018

1. INTEGRAÇÃO IMEDIATA

𝑥 𝑎+1
+ 𝐶, se 𝑎 ≠ −1,
(a) ∫ 𝑥 𝑎 𝑑𝑥 = { 𝑎+1
ln|𝑥| + 𝐶, se 𝑎 = −1.
(b) ∫ 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝐶.
𝑥

(c) ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥 = sen 𝑥 + 𝐶.


(d) ∫ sen 𝑥 𝑑𝑥 = − cos 𝑥 + 𝐶.
(e) ∫ sec 2 𝑥 𝑑𝑥 = tan 𝑥 + 𝐶.
(f) ∫ sec 𝑥 tan 𝑥 𝑑𝑥 = sec 𝑥 + 𝐶.
(g) ∫ csc 𝑥 cot 𝑥 𝑑𝑥 = − csc 𝑥 + 𝐶.
(h) ∫ csc 2 𝑥 𝑑𝑥 = − cot 𝑥 + 𝐶.
(i) ∫ senh 𝑥 𝑑𝑥 = cosh 𝑥 + 𝐶.
(j) ∫ cosh 𝑥 𝑑𝑥 = senh 𝑥 + 𝐶.
1
(k) ∫ 𝑑𝑥 = arcsen 𝑥 + 𝐶 = − arccos 𝑥 + 𝐶.
√1−𝑥 2
1
(l) ∫ 𝑥 2 +1 𝑑𝑥 = arctan 𝑥 + 𝐶.

Lembre-se que as funções arco-seno e arco-cosseno, em suas determinações principais1,


têm como domínio o intervalo [−1, 1] e são definidas por
𝜋 𝜋
arcsen 𝑥 = o único 𝑦 ∈ [− , ] tal qúe sen 𝑦 = 𝑥,
2 2

arccos 𝑥 = o único 𝑦 ∈ [0, 𝜋] tal qúe cos 𝑦 = 𝑥.


Por outro lado, a função arcotangente não requer a especificação de um intervalo para ser
sua imagem ou contradomínio:

arctan 𝑥 = o único 𝑦 ∈ ℝ tal qúe tan 𝑦 = 𝑥.


𝜋 𝜋
A imagem, nesse caso, é o intervalo aberto (− 2 , 2 ), e isso fica determinada a posteriori, a
partir da definição acima.

As funções seno hiperbólico e cosseno hiperbólico são dadas por

1A menos que o contrário seja dito explicitamente, você deve adotar as determinações principais,
que são essas aí.
𝑒 𝑥 − 𝑒 −𝑥 𝑒 𝑥 + 𝑒 −𝑥
senh 𝑥 = , cosh 𝑥 = .
2 2

Ver Seção 6.7 de (Stewart, 2012) para outras funções hiperbólicas, suas derivadas (de
onde se pode obter suas integrais indefinidas) e identidades relacionando essas funções.

2. REDUÇÃO POR LINEARIDADE

A integral é um operador linear:


𝑛 𝑛

∫ ∑ 𝑐𝑖 𝑓𝑖 (𝑥) 𝑑𝑥 = ∑ 𝑐𝑖 ∫ 𝑓𝑖 (𝑥)𝑑𝑥 .
𝑖=1 𝑖=1

Isto decorre imediatamente da linearidade da derivada.

3. SUBSTITUIÇÃO DIRETA

Se 𝑓 é contínua e 𝑔 é derivável, com derivada contínua, então


∫ 𝑓(𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑢) 𝑑𝑢 ,
onde 𝑢 = 𝑔(𝑥). Consequentemente,

𝑏 𝑔(𝑏)
∫ 𝑓(𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑢) 𝑑𝑢 ,
𝑎 𝑔(𝑎)
para todo 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ tais que o intervalo [𝑎, 𝑏] está contido nos domínios de 𝑓 e de 𝑔 (onde a
primeira é contínua e a segunda é continuamente diferenciável).

Demonstração: Se 𝐹 é uma primitiva de 𝑓, então, como 𝑔 é derivável, temos, pela regra da


cadeia:
𝑑
𝐹(𝑔(𝑥)) = 𝑓(𝑔(𝑥)) ⋅ 𝑔′ (𝑥)
𝑑𝑥
𝑑
∴ ∫ 𝑓(𝑔(𝑥)) ⋅ 𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝐹(𝑔(𝑥)) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑔(𝑥)) + 𝐶 = ∫ 𝑓(𝑢)𝑑𝑢,
𝑑𝑥

onde 𝑢 = 𝑔(𝑥). De ∫ 𝑓(𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑔(𝑥)) + 𝐶, temos também, pelo teorema


fundamental do cálculo, que
𝑏 𝑔(𝑏)
∫ 𝑓(𝑔(𝑥))𝑔′ (𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐹(𝑔(𝑏)) − 𝐹(𝑔(𝑎)) = ∫ 𝑓(𝑢)𝑑𝑢 .
𝑎 𝑔(𝑎)


Exemplo 3.1.

(a) Reduzindo por linearidade, fazendo a substituição 𝑢 = 2𝑥 na primeira parcela e


transformando em potência o integrando da segunda parcela,
1
∫(𝑒 2𝑥 + 3𝑥√𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥 + 3 ∫ 𝑥 √𝑥𝑑𝑥 = ∫ 𝑒 2𝑥 2𝑑𝑥 + 3 ∫ 𝑥 3⁄2 𝑑𝑥
2
5⁄2
1 2𝑥 1 6𝑥 5⁄2 1 6𝑥 5⁄2
= ∫ 𝑒 𝑢 𝑑𝑢 + 3 ⋅ = 𝑒𝑢 + + 𝐶 = 𝑒 2𝑥 + + 𝐶.
2 5 2 5 2 5
Observe que, para todo 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ, com 𝑎 > 0, 𝑎 ≠ 1 e 𝑏 ≠ 0,
1 1
∫ 𝑎𝑏𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑒 (𝑏 ln 𝑎 )𝑥 (𝑏 ln 𝑎 ) 𝑑𝑥 = 𝑎𝑏𝑥 .
𝑏 ln 𝑎 𝑏 ln 𝑎
(b) Fazendo a substituição 𝑢 = 𝑥 4 + 2,
1 1 1
∫ 𝑥 3 cos(𝑥 4 + 2) 𝑑𝑥 = ∫ cos(𝑥 4 + 2) 4𝑥 3 𝑑𝑥 = ∫ cos 𝑢 𝑑𝑢 = sen 𝑢
4 4 4
1
= sen(𝑥 4 + 2) + 𝐶.
4
(c) Fazendo a substituição 𝑢 = 𝑥 ⁄2,
1 1 1 1 1 1 1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 2 𝑑𝑢 = arctan 𝑢
𝑥 +4 𝑥 2 2 𝑥 2 2 2 𝑢 +1 2
4 [(2) + 1] (2) + 1
1 𝑥
= arctan ( ) + 𝐶.
2 2
Mais geralmente, para todo 𝑎 ∈ ℝ não-nulo, tomando 𝑢 = 𝑥/𝑎, temos:
1 1 1 1 1 1 1 𝑥
∫ 2 2
𝑑𝑥 = ∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 2 𝑑𝑢 = arctan ( ) + 𝐶.
𝑥 +𝑎 𝑎 𝑥 𝑎 𝑎 𝑢 +1 𝑎 𝑎
( ) +1
𝑎

(d) Fazendo a substituição 𝑢 = 𝑥 2 + 4,


𝑥 1 1 1 1 1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 2 2𝑥𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = ln|𝑢| = ln|𝑥 2 + 4| + 𝐶.
𝑥 +4 2 𝑥 +4 2 𝑢 2 2
Alternativamente,
𝑥
∫ 2 𝑑𝑥 = ln √𝑥 2 + 4 + 𝐶.
𝑥 +4
Mais geralmente, para todo 𝑎 ∈ ℝ não-nulo, tomando 𝑢 = 𝑥 2 + 𝑎2 , temos:
𝑥 1 1 1 1 1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑎𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢 = ln|𝑢| = ln|𝑥 2 + 𝑎2 | + 𝐶
𝑥 + 𝑎2 𝑎 𝑥 2 + 𝑎2 2 𝑢 2 2
= ln √𝑥 2 + 𝑎2 + 𝐶.
(e) Tirando o 4 da raiz e fazendo a substituição 𝑢 = 3𝑥,
4 1 1 1 2 1
∫√ 2
𝑑𝑥 = 2 ∫ 𝑑𝑥 = 2 ⋅ ∫ 3𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢
1 − 9𝑥 √1 − 9𝑥 2 3 √1 − (3𝑥)2 3 √1 − 𝑢2
2
= arcsen(3𝑥) + 𝐶.
3
Observe que, para todo 𝑎 ∈ ℝ não-nulo,
1 1 1 1 1 1 1
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑣 = arcsen 𝑣
√𝑎2 − 𝑥 2 𝑎 2𝑎 𝑎 √1 − 𝑣 2 𝑎
√1 − (𝑥 )
𝑎
1 𝑥
= arcsen ( ) + 𝐶,
𝑎 𝑎
onde 𝑣 = 𝑥/𝑎.
(f) Fazendo a substituição 𝑢 = 𝑥 + 1,
∫ 𝑥 2 √𝑥 + 1𝑑𝑥 = ∫(𝑢 − 1)2 √𝑢 𝑑𝑢 = ∫(𝑢2 − 2𝑢 + 1)𝑢1⁄2 𝑑𝑢

= ∫(𝑢5⁄2 − 2𝑢3⁄2 + 𝑢1⁄2 ) 𝑑𝑢

2(𝑥 + 1)7⁄2 4(𝑥 + 1)5⁄2 2(𝑥 + 1)3⁄2


= − + + 𝐶.
7 5 3
Também podemos resolver essa integral através da substituição 𝑣 = √𝑥 + 1. De
fato,
𝑑𝑣 1
= ∴ 𝑑𝑥 = 2√𝑥 + 1 𝑑𝑣 ∴ 𝑥 2 √𝑥 + 1 𝑑𝑥 = 2(𝑣 2 − 1)2 𝑣 2 𝑑𝑣.
𝑑𝑥 2√𝑥 + 1
Então
∫ 𝑥 2 √𝑥 + 1𝑑𝑥 = ∫ 2(𝑣 2 − 1)2 𝑣 2 𝑑𝑣 = ∫ 2(𝑣 4 − 2𝑣 2 + 1)𝑣 2 𝑑𝑣
𝑣7 𝑣5 𝑣3
= 2 ∫(𝑣 6 − 2𝑣 4 + 𝑣 2 )𝑑𝑣 = 2 −4 +2
7 5 3
2(𝑥 + 1)7⁄2 4(𝑥 + 1)5⁄2 2(𝑥 + 1)3⁄2
= − + + 𝐶.
7 5 3
(g) Fazendo a substituição 𝑢 = 1 + 𝑥 2,
1 1
∫ √1 + 𝑥 2 𝑥 5 𝑑𝑥 = ∫ √1 + 𝑥 2 𝑥 4 ⋅ 2𝑥 𝑑𝑥 = ∫ √𝑢 (𝑢 − 1)2 𝑑𝑢
2 2
1 1
= ∫ √𝑢 (𝑢2 − 2𝑢 + 1)𝑑𝑢 = ∫(𝑢5⁄2 − 2𝑢3⁄2 + 𝑢1⁄2 )𝑑𝑢
2 2
7/2 5⁄2 3 ⁄2
𝑢 𝑢 𝑢
= −2 +
7 5 3
(1 + 𝑥 2 )7⁄2 2(1 + 𝑥 2 )5⁄2 (1 + 𝑥 2 )3⁄2
= − + + 𝐶.
7 5 3
(h) Fazendo a mudança de variável 𝑢 = cos 𝑥,
1 1 1
∫ tan 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ sen 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ (− sen 𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑢 = − ln|𝑢| + 𝐶
cos 𝑥 cos 𝑥 𝑢
1 1
= ln | | + 𝐶 = ln | | + 𝐶 = ln|sec 𝑥| + 𝐶.
𝑢 cos 𝑥
(i) Fazendo a substituição 𝑢 = 𝑥/4,
𝜋 𝜋 𝜋⁄4
𝑥 𝑥 1 𝜋/4
∫ sec ( ) 𝑑𝑥 = 4 ∫ sec ( ) 𝑑𝑥 = 4 ∫ sec 2 𝑢 𝑑𝑢 = 4[tan 𝑢]0
2 2
0 4 0 4 4 0
𝜋
= 4 (tan − tan 0) = 4(1 − 0) = 4.
4
(j) Fazendo a substituição 𝑢 = sen 𝑥,
𝜋/2 𝜋/2 1
∫ cos 𝑥 sen(sen 𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ sen(sen 𝑥) cos 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ sen 𝑢 𝑑𝑢 = [− cos 𝑢]10
0 0 0
= 1 − cos 1.
4. SIMETRIA

Uma função 𝑓: 𝐷 ⊆ ℝ → ℝ é dita

 par se 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥) para todo 𝑥 ∈ 𝐷.


 ímpar se 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥) para todo 𝑥 ∈ 𝐷.

Potências ímpares (𝑥, 𝑥 3 , 𝑥 5 , …) são funções ímpares, potências pares (1, 𝑥 2 , 𝑥 4 , …) são
funções pares. As funções sen 𝑥 e senh 𝑥 são ímpares, enquanto cos 𝑥 e cosh 𝑥 são pares.
Existe úma espécie de “regra de sinais” para a paridade do prodúto oú qúociente de
funções: um produto/quociente de funções é par quando as funções envolvidas têm a
mesma paridade; ímpar quando têm paridades diferentes. A composta de duas funções é
ímpar se e somente se ambas são ímpares. Soma/diferença de funções ímpares é ímpar; de
funções pares, é par. Existem funções que não são pares nem ímpares. Esse é sempre o
caso quando se soma ou subtrai duas funções não-nulas, distintas, de paridades diferentes
(por exemplo, 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 𝑥 2 ). Qualquer função 𝑓: 𝐷 ⊆ ℝ → ℝ tal que 𝑓(𝑥) = 0 para todo
𝑥 ∈ 𝐷 é par e ímpar ao mesmo tempo; e essas são as únicas funções com essa propriedade.
O gráfico de uma função par é simétrico com relação ao eixo 𝑦 e o gráfico de uma função
ímpar é simétrico com relação à origem.

Seja 𝑓 uma função integrável no intervalo [– 𝑎, 𝑎].


𝑎 𝑎
 Se 𝑓 é par, então ∫−𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 2 ∫0 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 .
𝑎
 Se 𝑓 é ímpar, então ∫−𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 0.

Para ver isso, basta partir o intervalo de integração ao meio, obtendo


𝑎 0 𝑎
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 ,
−𝑎 −𝑎 0
e depois modificar a primeira parcela no segundo membro escrevendo 𝑓(𝑥) como ±𝑓(−𝑥)
(o sinal externo aí depende da paridade de 𝑓) e aplicando a substituição 𝑢 = −𝑥.

Exemplo 4.1.
𝑎
(a) Para todo 𝑎 ∈ ℝ, ∫−𝑎 tan 𝑥 𝑑𝑥 = 0, pois tan 𝑥 = sen 𝑥⁄cos 𝑥 é ímpar.
𝑎 𝑎
(b) Para todo 𝑎 ∈ ℝ, ∫−𝑎|𝑥|𝑑𝑥 = 2 ∫0 𝑥𝑑𝑥 = 𝑎2 , pois |𝑥| é par.

5. INTEGRAÇÃO POR PARTES

Se 𝑓 e 𝑔 são deriváveis, com derivadas contínuas, então

∫ 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑔(𝑥) − ∫ 𝑓 ′ (𝑥)𝑔(𝑥)𝑑𝑥 .


Demonstração: Pela a regra da derivada do produto, temos:
[𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)]′ = 𝑓 ′ (𝑥)𝑔(𝑥) + 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥).
Daí, integrando ambos os membros, vem:

𝑓(𝑥)𝑔(𝑥) = ∫ 𝑓 ′ (𝑥)𝑔(𝑥)𝑑𝑥 + ∫ 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥

∴ ∫ 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑔(𝑥) − ∫ 𝑓 ′ (𝑥)𝑔(𝑥)𝑑𝑥.

NOTAÇÃO ALTERNATIVA

Fazendo 𝑢 = 𝑓(𝑥) e 𝑣 = 𝑔(𝑥), temos 𝑑𝑢 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 = 𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥, de modo que

∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢.

INTEGRAÇÃO DEFINIDA POR PARTES

𝑏 𝑏
∫ 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 = [𝑓(𝑥)𝑔(𝑥)]𝑏𝑎 − ∫ 𝑓 ′ (𝑥)𝑔(𝑥)𝑑𝑥
𝑎 𝑎

𝑏 𝑏
∫ 𝑢 𝑑𝑣 = [𝑢𝑣]𝑏𝑎 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢
𝑎 𝑎

UTILIZAÇÃO DA INTEGRAÇÃO POR PARTES

A técnica de integração por partes é útil quando as seguintes condições forem satisfeitas:

1. O integrando é o produto de duas funções, 𝑓1 e 𝑓2.


2. 𝑓1 é facilmente integrável.
3. 𝑓2 é facilmente derivável.
4. O produto da integral de 𝑓1 com a derivada de 𝑓2 é facilmente integrável.

Exemplo 5.1.

(a) Aplicando a integração por partes duas vezes, na primeira derivando 𝑥 2 e


integrando cos 𝑥, na segunda derivando 𝑥 e integrando sen 𝑥,
∫ 𝑥 2 cos 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 sen 𝑥 − ∫ 2𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 sen 𝑥 − 2 ∫ 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥

= 𝑥 2 sen 𝑥 − 2 (𝑥(− cos 𝑥) − ∫(− cos 𝑥)𝑑𝑥)


= 𝑥 2 sen 𝑥 − 2(−𝑥 cos 𝑥 + sen 𝑥)
= 𝑥 2 sen 𝑥 + 2𝑥 cos 𝑥 − 2 sen 𝑥 + 𝐶.
Funções polinomiais são sempre boas candidatas para derivação na integração
por partes. Isso porque elas sempre podem ser derivadas sucessivamente até
chegar numa função constante.
(b) Integrando 𝑒 𝑥 e derivando sen 𝑥,
∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 sen 𝑥 − ∫ 𝑒 𝑥 cos 𝑥 𝑑𝑥 .
Num primeiro momento, parece que essa integração por partes não ajudou em
muita coisa. Mas, integrando 𝑒 𝑥 cos 𝑥 por partes, temos:
∫ 𝑒 𝑥 cos 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 cos 𝑥 + ∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 .
Então, substituindo a segunda equação na primeira,
∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 sen 𝑥 − (𝑒 𝑥 cos 𝑥 + ∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥)

= 𝑒 𝑥 sen 𝑥 − 𝑒 𝑥 cos 𝑥 − ∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 .

∴ 2 ∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 sen 𝑥 − 𝑒 𝑥 cos 𝑥


1
∴ ∫ 𝑒 𝑥 sen 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 (sen 𝑥 − cos 𝑥) + 𝐶.
2
(c) Integrando a constante 1 e derivando ln 𝑥,
1
∫ ln 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 1 ⋅ ln 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ln 𝑥 − ∫ 𝑥 ⋅ 𝑑𝑥 = 𝑥 ln 𝑥 − 𝑥 = 𝑥(ln 𝑥 − 1) + 𝐶.
𝑥
(d) Usando o resultado do item anterior, podemos integrar ln 𝑥 e derivar 𝑥, obtendo
𝑥2
∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 ⋅ 𝑥(ln 𝑥 − 1) − ∫ 𝑥(ln 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = 𝑥 2 (ln 𝑥 − 1) − ∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥 +
2
2 2
𝑥 𝑥
∴ 2 ∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 2 (ln 𝑥 − 1) + = 𝑥 2 ln 𝑥 −
2 2
𝑥2 𝑥2
∴ ∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥 = ln 𝑥 − + 𝐶.
2 4
Outra opção, que não requer resultados prévios, é integrar 𝑥 e derivar ln 𝑥:
𝑥2 𝑥2 1 𝑥2 1 𝑥2 𝑥2
∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥 = ln 𝑥 − ∫ 𝑑𝑥 = ln 𝑥 − ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = ln 𝑥 − + 𝐶.
2 2 𝑥 2 2 2 4

(e) Integrando a constante 1 e derivando arctan 𝑥,


𝑥
∫ arctan 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 1 ⋅ arctan 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 arctan 𝑥 − ∫ 𝑑𝑥 .
1 + 𝑥2
Fazendo a substituição 𝑢 = 𝑥 2 , temos:
𝑥
∫ 𝑑𝑥 = ln √𝑥 2 + 1 + 𝐶1 .
1 + 𝑥2
(ver exemplo (d) da Seção 3). Então
∫ arctan 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 arctan 𝑥 − ln √𝑥 2 + 1 + 𝐶.
(f) Integrando a constante 1 e derivando arcsen 𝑥,
1⁄2 1⁄2 1⁄2
⁄2 𝑥 𝜋 𝑥
∫ arcsen 𝑥 𝑑𝑥 = [𝑥 arcsen 𝑥]10 −∫ 𝑑𝑥 = −∫ 𝑑𝑥 .
0 0 √1 − 𝑥 2 12 0 √1 − 𝑥 2
Fazendo a substituição 𝑢 = 1 − 𝑥 2 ,
1⁄2
𝑥 1 1⁄2 1 1 3⁄4 1 1 3⁄4 1
∫ 𝑑𝑥 = − ∫ (−2𝑥)𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑢 = − ∫ 𝑢−2 𝑑𝑢
0 √1 − 𝑥 2 2 0 √1 − 𝑥 2 2 1 √𝑢 2 1
1 3⁄4 1 √3 √3
= − [2𝑢1⁄2 ]1 = − (2 − 2) = − + 1.
2 2 2 2
Então
1⁄2
𝜋 √3
∫ arcsen 𝑥 𝑑𝑥 = + − 1.
0 12 2

6. INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES RACIONAIS

Sejam 𝑓 e 𝑔 funções polinomiais. Queremos resolver a integral

𝑓(𝑥)
∫ 𝑑𝑥.
𝑔(𝑥)

(i) Basta que nos preocupemos com o caso em que 𝑔(𝑥) é mônico (i.e., seu coeficiente
líder é 1), pois sempre podemos arrastar seu coeficiente líder para fora da integral:
𝑓(𝑥) 1 𝑓(𝑥)
∀𝑎 ∈ ℝ − {0}, ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥.
𝑔(𝑥) 𝑎 1
𝑎 𝑔(𝑥)
(ii) Se deg 𝑓(𝑥) ≥ deg 𝑔(𝑥), parcelamos 𝑓(𝑥)⁄𝑔(𝑥) em um polinômio e uma fração
com numerador de grau menor que o denominador. Isso pode ser feito dividindo-
se 𝑓(𝑥) por 𝑔(𝑥):
𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥)𝑞(𝑥) + 𝑟(𝑥), com deg 𝑟(𝑥) < deg 𝑔(𝑥) ,
𝑓(𝑥) 𝑟(𝑥)
∴ = 𝑞(𝑥) + .
𝑔(𝑥) 𝑔(𝑥)
Assim, a integração de 𝑓(𝑥)⁄𝑔(𝑥) fica reduzida à de 𝑟(𝑥)⁄𝑔(𝑥). Um quociente de
polinômios como 𝑟(𝑥)⁄𝑔(𝑥), em que o numerador tem grau menor que o
denominador, é dito uma fração própria.
(iii) Se a integral de 𝑟(𝑥)⁄𝑔(𝑥) não puder ser resolvida de imediato, pelas regras de
integração já vistas, fatoramos 𝑔(𝑥) completamente em ℝ:
𝑔(𝑥) = (𝑥 + 𝛼1 )𝜆1 ⋯ (𝑥 + 𝛼𝑚 )𝜆𝑚 (𝑥 2 + 𝛽1 𝑥 + 𝛾1 )𝜇1 ⋯ (𝑥 2 + 𝛽𝑛 𝑥 + 𝛾𝑛 )𝜇𝑛 .
(iv) Teorema da expansão em frações parciais: Para cada 𝑖 ∈ {1, … , 𝑚} e cada 𝑗 ∈
{1, … , 𝑛}, existem constantes
𝐴𝑖,1 , … , 𝐴𝑖,𝜆𝑖 , 𝐵𝑗,1 , … , 𝐵𝑗,𝜇𝑗 , 𝐶𝑗,1 , … , 𝐶𝑗,𝜇𝑗
tais que
𝑚 𝜆𝑖 𝑛 𝜇𝑗
𝑟(𝑥) 𝐴𝑖,𝑘 𝐵𝑗,𝑘 𝑥 + 𝐶𝑗,𝑘
= ∑∑ 𝑘
+∑∑ 𝑘
.
𝑔(𝑥) (𝑥 + 𝛼𝑖 ) (𝑥 2 + 𝛽 𝑥 + 𝛾 )
𝑖=1 𝑘=1 𝑗=1 𝑘=1 𝑗 𝑗
Assim, a integração de 𝑟(𝑥)⁄𝑔(𝑥) fica reduzida à integração de funções dos tipos
𝐴 𝐵𝑥 + 𝐶
𝑘
e ,
(𝑥 + 𝛼) (𝑥 + 𝛽𝑥 + 𝛾)𝑘
2

com 𝑥 2 + 𝛽𝑥 + 𝛾 irredutível, de modo que 𝛽 2 − 4𝛾 < 0. Essas frações, nesse


contexto, são chamadas frações parciais.
(v) O primeiro tipo é resolvido facilmente com a mudança de variável 𝑢 = 𝑥 + 𝛼:
𝐴 ln|𝑥 + 𝛼| + constante, se 𝑘 = 1;
𝐴
∫ 𝑑𝑥 = { 𝐴(𝑥 + 𝛼)1−𝑘
(𝑥 + 𝛼)𝑘 + constante, se 𝑘 ≠ 1.
1−𝑘
(vi) O segundo tipo é mais difícil, mas pode sempre ser resolvido através da seguinte
fórmula recursiva, que é dada em (Gradshteyn & Ryzhik, 2007, p. 67):
𝐵𝑥 + 𝐶
∫ 2 𝑑𝑥
(𝑥 + 𝛽𝑥 + 𝛾)𝑘
𝐶𝛽⁄2 − 𝐵𝛾 + (𝐶 − 𝐵𝛽⁄2)𝑥
=
2(𝑘 − 1)(𝛾 − 𝛽 2 ⁄4)(𝑥 2 + 𝛽𝑥 + 𝛾)𝑘−1
(2𝑘 − 3)(𝐶 − 𝐵𝛽⁄2) 𝑑𝑥
+ ∫ 2 .
2(𝑘 − 1)(𝛾 − 𝛽 ⁄4) (𝑥 + 𝛽𝑥 + 𝛾)𝑘−1
2

Alguns subtipos merecem atenção. Quando 𝑘 = 1, por exemplo, temos:


𝐵𝑥 + 𝐶 𝐵(𝑥 + 𝛽⁄2) + 𝐶 − 𝐵𝛽⁄2
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥
𝑥 + 𝛽𝑥 + 𝛾 (𝑥 + 𝛽⁄2)2 + 𝛾 − 𝛽 2 ⁄4
𝐵 1
= ∫ 2(𝑥 + 𝛽⁄2)𝑑𝑥
2 (𝑥 + 𝛽⁄2) + 𝛾 − 𝛽 2 /4
2

1
+ (𝐶 − 𝐵𝛽) ∫ 𝑑𝑥
(𝑥 + 𝛽⁄2)2 + 𝛾 − 𝛽 2 /4
𝐵 𝐶 − 𝐵 𝛽 ⁄2 𝑥 + 𝛽 ⁄2
= ln|𝑥 2 + 𝛽𝑥 + 𝛾| + arctan ( ) + const.
2 √𝛾 − 𝛽 2 /4 √𝛾 − 𝛽 2 /4
(Ver Exemplos (c) e (d) da Seção 3.) Quando 𝑘 = 2 e 𝐶 = 𝛽 = 0, temos:
𝐵𝑥 𝐵 1 𝐵
∫ 2 2
𝑑𝑥 = ∫ 2 2
2𝑥𝑑𝑥 = − 2
+ const.
(𝑥 + 𝛾) 2 (𝑥 + 𝛾) 2(𝑥 + 𝛾)

Exemplo 6.1. (Expansões em frações parciais)


𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴 𝐴
(a) (𝑥−𝛼1 )(𝑥−𝛼2 )
= 1,1 + 2,1
𝑥−𝛼1 𝑥−𝛼2
𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴1,1 𝐴1,2
(b) (𝑥−𝛼1 )2
= 𝑥−𝛼 + (𝑥−𝛼 2
1 1)
2
𝑎2 𝑥 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴 𝐴 𝐴
(c) (𝑥−𝛼1 )(𝑥−𝛼2 )(𝑥−𝛼3 )
= 1,1 + 2,1 + 3,1
𝑥−𝛼1 𝑥−𝛼2 𝑥−𝛼3
𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴1,1 𝐴1,2 𝐴2,1
(d) (𝑥−𝛼1 )2 (𝑥−𝛼2 )
= 𝑥−𝛼 + (𝑥−𝛼 2 + 𝑥−𝛼
1 1) 2
𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴 𝐴 𝐴
(e) (𝑥−𝛼1 )3
1,1
= 𝑥−𝛼 1,2
+ (𝑥−𝛼 )2
1,3
+ (𝑥−𝛼 )3
1 1 1
𝑎3 𝑥 3 +𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐵 𝑥+𝐶1,1 𝐵 𝑥+𝐶2,1
(f) (𝑥 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )(𝑥 2 +𝛽2 𝑥+𝛾2 )
2 = 𝑥 21,1
+𝛽1 𝑥+𝛾1
+ 𝑥 22,1
+𝛽2 𝑥+𝛾2
𝑎3 𝑥 3 +𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐵1,1 𝑥+𝐶1,1 𝐵1,2 𝑥+𝐶1,2
(g) (𝑥 2 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )2
= 𝑥 2 +𝛽 𝑥+𝛾 + (𝑥 2 +𝛽 𝑥+𝛾 )2
1 1 1 1
𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴1,1 𝐵1,1 𝑥+𝐶1,1
(h) (𝑥−𝛼1 )(𝑥 2 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )
= 𝑥−𝛼 + 𝑥 2 +𝛽 𝑥+𝛾
1 1 1
𝑎4 𝑥 4 +𝑎3 𝑥 3 +𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴 𝐵 𝑥+𝐶1,1 𝐵 𝑥+𝐶1,2
(i) (𝑥−𝛼1 )(𝑥 2 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )2
1,1
= 𝑥−𝛼 + 𝑥 21,1 + (𝑥 21,2 2
1 +𝛽 1 𝑥+𝛾1 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )
𝑎3 𝑥 3 +𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴1,1 𝐴 𝐵1,1 𝑥+𝐶1,1
(j) (𝑥−𝛼1 )2 (𝑥 2 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )
= 1,2
+ (𝑥−𝛼 )2
+
𝑥−𝛼1 1 𝑥 2 +𝛽1 𝑥+𝛾1
𝑎5 𝑥 5 +𝑎4 𝑥 4 +𝑎3 𝑥 3 +𝑎2 𝑥 2 +𝑎1 𝑥+𝑎0 𝐴1,1 𝐴1,2 𝐵1,1 𝑥+𝐶1,1 𝐵 𝑥+𝐶1,2
(k) (𝑥−𝛼1 )2 (𝑥 2 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )2
= + (𝑥−𝛼 )2 + 𝑥 2 +𝛽 𝑥+𝛾 + (𝑥 21,2 2
𝑥−𝛼1 1 1 1 +𝛽1 𝑥+𝛾1 )

Exemplo 6.2 (Integração de funções racionais)

(a) Às vezes a integração de funções racionais não requer expansão em frações


parciais. É o caso de (𝑥 3 + 𝑥)⁄(𝑥 − 1). Aplicando o algoritmo da divisão, vemos
que 𝑥 3 + 𝑥 = (𝑥 2 + 𝑥 + 2)(𝑥 − 1) + 2. Assim,
𝑥3 + 𝑥 (𝑥 2 + 𝑥 + 2)(𝑥 − 1) + 2 2
∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫(𝑥 2 + 𝑥 + 2)𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥−1 𝑥−1 𝑥−1
𝑥3 𝑥2
= + + 2𝑥 + 2 ln|𝑥 − 1| + 𝐶 =
3 2
3
𝑥 𝑥2
= + + 2𝑥 + ln(𝑥 − 1)2 + 𝐶.
3 2
(b) Fatorando 𝑥 2 − 3𝑥 + 2, obtemos 𝑥 2 − 3𝑥 + 2 = (𝑥 − 2)(𝑥 − 1). Observe que 𝑥 +
3 = 5(𝑥 − 1) − 4(𝑥 − 2), de modo que
𝑥+3 5(𝑥 − 1) − 4(𝑥 − 2) 5 4
2
= = − .
𝑥 − 3𝑥 + 2 (𝑥 − 2)(𝑥 − 1) 𝑥−2 𝑥−1
Note que esta é uma expansão em frações parciais. Então
𝑥+3 5 4 1 1
∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ ( − ) 𝑑𝑥 = 5 ∫ 𝑑𝑥 − 4 ∫ 𝑑𝑥
𝑥 − 3𝑥 + 2 𝑥−2 𝑥−1 𝑥−2 𝑥−1
|𝑥 − 2|5
= 5 ln|𝑥 − 2| − 4 ln|𝑥 − 1| + 𝐶 = ln + 𝐶.
(𝑥 − 1)4
(c) Dividindo 𝑥 2 + 2 por 𝑥 2 − 3𝑥 + 2, obtemos
𝑥 2 + 2 = 1 ⋅ (𝑥 2 − 3𝑥 + 2) + 3𝑥.
Fatorando 𝑥 − 3𝑥 + 2, encontramos 𝑥 2 − 3𝑥 + 2 = (𝑥 − 1)(𝑥 − 2). Exprimindo o
2

resto 3𝑥 como combinação linear de 𝑥 − 1 e 𝑥 − 2, obtemos 3𝑥 = 6(𝑥 − 1) −


3(𝑥 − 2). Então
𝑥2 + 2 1 ⋅ (𝑥 2 − 3𝑥 + 2) + 3𝑥 3𝑥
2
= 2
=1+ 2
𝑥 − 3𝑥 + 2 𝑥 − 3𝑥 + 2 𝑥 − 3𝑥 + 2
6(𝑥 − 1) − 3(𝑥 − 2) 6 3
=1+ =1+ −
(𝑥 − 1)(𝑥 − 2) 𝑥−2 𝑥−1
𝑥2 + 2 1 1
∴∫ 2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + 6 ∫ 𝑑𝑥 − 3 ∫ 𝑑𝑥
𝑥 − 3𝑥 + 2 𝑥−2 𝑥−1
= 𝑥 + 6 ln|𝑥 + 2| − 3 ln|𝑥 − 1| + 𝐶
(𝑥 + 2)6
= 𝑥 + ln(𝑥 + 2)6 − ln|𝑥 − 1|3 + 𝐶 = 𝑥 + ln + 𝐶.
|𝑥 − 1|3
(d) Dividindo 𝑥 3 + 2 por (𝑥 − 1)2 = 𝑥 2 − 2𝑥 + 1, temos:

𝑥 3 + 2 = 𝑥(𝑥 2 − 2𝑥 + 1) + 2𝑥 2 − 𝑥 + 2 = 𝑥(𝑥 2 − 2𝑥 + 1) + 2(𝑥 2 − 2𝑥 + 1) + 3𝑥


= (𝑥 + 2)(𝑥 2 − 2𝑥 + 1) + 3𝑥 = (𝑥 + 2)(𝑥 − 1)2 + 3𝑥.
𝑥3 + 2 (𝑥 + 2)(𝑥 − 1)2 + 3𝑥 3𝑥
∴ = =𝑥+2+ .
(𝑥 − 1)2 (𝑥 − 1)2 (𝑥 − 1)2
Então
𝑥3 + 2 3𝑥 3(𝑥 − 1) + 3
∫ 2
𝑑𝑥 = ∫(𝑥 + 2)𝑑𝑥 + ∫ 2
𝑑𝑥 = ∫(𝑥 + 2)𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
(𝑥 − 1) (𝑥 − 1) (𝑥 − 1)2
𝑥−1 1
= ∫(𝑥 + 2)𝑑𝑥 + 3 ∫ 2
𝑑𝑥 + 3 ∫ 𝑑𝑥
(𝑥 − 1) (𝑥 − 1)2
𝑥2 3 1 1
= + 2𝑥 + ∫ 2
2(𝑥 − 1)𝑑𝑥 + 3 ∫ 𝑑𝑥
2 2 (𝑥 − 1) (𝑥 − 1)2
𝑥2 3 1 1 𝑥2 3 1
= + 2𝑥 + ∫ 𝑑𝑢 + 3 ∫ 2 𝑑𝑣 = + 2𝑥 + ln|𝑢| − 3 + 𝐶
2 2 𝑢 𝑣 2 2 𝑣
2
𝑥 3 1
= + 2𝑥 + ln(𝑥 − 1)2 − 3 +𝐶
2 2 𝑥−1
𝑥2 3
= + 2𝑥 + ln|𝑥 − 1|3 − + 𝐶.
2 𝑥−1

(e) Notando que 1 é uma raiz de 𝑥 3 − 𝑥 2 − 𝑥 + 1, obtemos a fatoração 𝑥 3 − 𝑥 2 − 𝑥 +


1 = (𝑥 + 1)(𝑥 − 1)2 . Assim, pelo teorema da expansão em frações parciais,
existem 𝐴1,1 , 𝐴2,1 , 𝐴2,2 ∈ ℝ tais que
2𝑥 + 1 𝐴1,1 𝐴2,1 𝐴2,2
= + + .
𝑥 − 𝑥 − 𝑥 + 1 𝑥 + 1 𝑥 − 1 (𝑥 − 1)2
3 2

Montando e resolvendo o sistema linear correspondente, encontramos 𝐴1,1 =


− 1⁄4, 𝐴1,2 = 1⁄4, 𝐴2,2 = 3⁄2. Então
2𝑥 + 1 1 1 1 1 3 1
∫ 3 2
𝑑𝑥 = − ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 𝑑𝑥
𝑥 −𝑥 −𝑥+1 4 𝑥+1 4 𝑥−1 2 (𝑥 − 1)2
1 1 3 4 𝑥 −1
= − ln|𝑥 + 1| + ln|𝑥 − 1| − + 𝐶 = ln √ + 𝐶.
4 4 2(𝑥 − 1) 𝑥+1
(f)
𝑥 2 + 2𝑥 + 3 𝑥 2 + 4𝑥 + 13 − (2𝑥 + 10) 2𝑥 + 10
∫ 2
𝑑𝑥 = ∫ 2
𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 − ∫ 2 𝑑𝑥
𝑥 + 4𝑥 + 13 𝑥 + 4𝑥 + 13 𝑥 + 4𝑥 + 13
(𝑥 + 2) + 3
= 𝑥 − 2∫ 𝑑𝑥
(𝑥 + 2)2 + 32
1 1
=𝑥−∫ 2 2
2(𝑥 + 2)𝑑𝑥 − 6 ∫ 𝑑𝑥
(𝑥 + 2) + 3 (𝑥 + 2)2 + 32
6 1 1
= 𝑥 − ln|(𝑥 + 2)2 + 32 | − ∫ 2 𝑑𝑥 + 𝐶
3 𝑥+2 3
( 3 ) +1
𝑥+2
= 𝑥 − ln(𝑥 2 + 4𝑥 + 13) − 2 arctan ( ) + 𝐶.
3
(g) Pelo teorema da expansão em frações parciais, existem 𝐴1,1 , 𝐴2,1 , 𝐴2,2 ∈ ℝ tais que
1 − 𝑥 + 2𝑥 2 − 𝑥 3 𝐴1,1 𝐵1,1 𝑥 + 𝐶1,1 𝐵1,2 𝑥 + 𝐶1,2
= + + .
𝑥(𝑥 2 + 1)2 𝑥 𝑥2 + 1 (𝑥 2 + 1)2
Montando e resolvendo o sistema linear correspondente, encontramos 𝐴1,1 = 1,
𝐵1,1 = 1, 𝐶1,1 = 1, 𝐵1,2 = 1 , 𝐶1,2 = 0, 𝐴2,2 = 3⁄2.
1 − 𝑥 + 2𝑥 2 − 𝑥 3 1 𝑥+1 𝑥
∫ 2 2
𝑑𝑥 = ∫ [ − 2 + 2 ] 𝑑𝑥
𝑥(𝑥 + 1) 𝑥 𝑥 + 1 (𝑥 + 1)2
1 𝑥 1 𝑥
= ∫ 𝑑𝑥 + ∫ 2 𝑑𝑥 − ∫ 2 𝑑𝑥 + ∫ 2 𝑑𝑥 =
𝑥 𝑥 +1 𝑥 +1 (𝑥 + 1)2
1 1
= ln|𝑥| − ln(𝑥 2 + 1) − arctan 𝑥 − 2
+ 𝐶.
2 2(𝑥 + 1)
7. INTEGRAÇÃO TRIGONOMÉTRICA

7.1. IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS

(a) sen2 𝑥 + cos2 𝑥 = 1.


(b) tan2 𝑥 − sec 2 𝑥 = −1.
(c) cot 2 𝑥 − csc 2 𝑥 = −1.
(d) sen(𝐴 + 𝐵) = sen 𝐴 cos 𝐵 + sen 𝐵 cos 𝐴.
(e) cos(𝐴 + 𝐵) = cos 𝐴 cos 𝐵 − sen 𝐴 sen 𝐵.
(f) tan(𝐴 + 𝐵) = (tan 𝐴 + tan 𝐵)⁄(1 − tan 𝐴 tan 𝐵).
1
(g) cos2 𝑥 = 2 (1 + cos 2𝑥).
1
(h) sen2 𝑥 = 2 (1 − cos 2𝑥).
1
(i) cos 𝑥 sen 𝑥 = 2 sen 2𝑥.
1
(j) sen 𝐴 sen 𝐵 = [cos(𝐴 − 𝐵) − cos(𝐴 + 𝐵)].
2
1
(k) sen 𝐴 cos 𝐵 = 2 [sen(𝐴 − 𝐵) + sen(𝐴 + 𝐵)].
1
(l) cos 𝐴 cos 𝐵 = [cos(𝐴 − 𝐵) + cos(𝐴 + 𝐵)].
2

7.2. INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS JÁ VISTAS

 ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥 = sen 𝑥 + 𝐶.
 ∫ sen 𝑥 𝑑𝑥 = − cos 𝑥 + 𝐶.
 ∫ sec 2 𝑥 𝑑𝑥 = tan 𝑥 + 𝐶.
 ∫ sec 𝑥 tan 𝑥 𝑑𝑥 = sec 𝑥 + 𝐶.
 ∫ csc 𝑥 cot 𝑥 𝑑𝑥 = − csc 𝑥 + 𝐶.
 ∫ csc 2 𝑥 𝑑𝑥 = − cot 𝑥 + 𝐶.
 ∫ tan 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥| + 𝐶.

7.3. OUTRAS INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS BÁSICAS

(sec 𝑥 + tan 𝑥) sec 𝑥 1


∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ (sec 𝑥 + tan 𝑥)′ 𝑑𝑥
sec 𝑥 + tan 𝑥 (sec 𝑥 + tan 𝑥)
= ln|sec 𝑥 + tan 𝑥| + 𝐶.

Fazendo de outro jeito:


cos 𝑥 cos 𝑥 1 1
∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 = ∫ cos 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑢
cos 2 𝑥 1 − sen2 𝑥 1 − sen2 𝑥 1 − 𝑢2
1 1 1 1 1 1
= ∫[ + ] 𝑑𝑢 = ∫ 𝑑𝑢 + ∫ 𝑑𝑢
2(1 − 𝑢) 2(1 + 𝑢) 2 1−𝑢 2 1+𝑢
1 1 1 + sen 𝑥
= − ln|1 − sen 𝑥| + ln|1 + sen 𝑥 | = ln √ + 𝐶.
2 2 1 − sen 𝑥
Daí, como
1 + sen 𝑥 1 + sen 𝑥 1 + sen 𝑥 (1 + sen 𝑥)2 (1 + sen 𝑥)2
= ⋅ = = = (sec 𝑥 + tan 𝑥)2 ,
1 − sen 𝑥 1 − sen 𝑥 1 + sen 𝑥 1 − sen2 𝑥 cos2 𝑥
segue que
∫ sec 𝑥 𝑑𝑥 = ln|sec 𝑥 + tan 𝑥| + 𝐶.
Podemos integrar csc 𝑥 de forma análoga, obtendo
∫ csc 𝑥 𝑑𝑥 = ln|csc 𝑥 − cot 𝑥 | + 𝐶.
E, analogamente à integração de tan 𝑥 (Exemplo (h) da Seção 3), obtemos também:

∫ cot 𝑥 𝑑𝑥 = − ln|csc 𝑥| + 𝐶 = ln|sen 𝑥| + 𝐶.

7.4. OUTRAS INTEGRAIS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS BÁSICAS AO


QUADRADO

1 1 1 1 𝑥 sen 2𝑥
∫ cos 2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( + cos 2𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 + ∫ cos 2𝑥 2𝑑𝑥 = + + 𝐶.
2 2 2 4 2 4

1 1 1 1 𝑥 sen 2𝑥
∫ sen2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( − cos 2𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑑𝑥 − ∫ cos 2𝑥 2𝑑𝑥 = − + 𝐶.
2 2 2 4 2 4
∫ tan2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫(sec 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = ∫ sec 2 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑑𝑥 = tan 𝑥 − 𝑥 + 𝐶.

∫ cot 2 𝑥 𝑑𝑥 = ∫(csc 2 𝑥 − 1)𝑑𝑥 = ∫ csc 2 𝑥 𝑑𝑥 − ∫ 𝑑𝑥 = − cot 𝑥 − 𝑥 + 𝐶.

7.5. FÓRMULAS DE RECORRÊNCIA PARA INTEGRAIS DE POTÊNCIAS


TRIGONOMÉTRICAS

Já sabemos resolver as integrais das funções trigonométricas básicas (seno, cosseno,


secante, cossecante, tangente, cotangente), bem como as integrais dessas funções ao
quadrado. A partir daí, as seguintes fórmulas permitem determinar a integral de qualquer
potência de uma função trigonométrica básica.
1 𝑘−1
∫ sen𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = − sen𝑘−1 𝑥 cos 𝑥 + ∫ sen𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑘 𝑘

1 𝑘−1
∫ cos 𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = cos 𝑘−1 𝑥 sen 𝑥 + ∫ cos 𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑘 𝑘

tan𝑘−1 𝑥
∫ tan𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = − ∫ tan𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑘−1

sec 𝑘−2 𝑥 tan 𝑥 𝑘 − 2


∫ sec 𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = + ∫ sec 𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑘−1 𝑘−1

cot 𝑘−1 𝑥
∫ cot 𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = − − ∫ cot 𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑘−1

csc 𝑘−2 𝑥 cot 𝑥 𝑘 − 2


∫ csc 𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = − + ∫ csc 𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥.
𝑘−1 𝑘−1

Para verificar a primeira, considere 𝑓(𝑥) = sen𝑘−1 𝑥, 𝑔′ (𝑥) = sen 𝑥 e resolva


∫ 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 por partes. No segundo membro da equação resultante, aparecerá o termo
−(𝑘 − 1) ∫ sen𝑘 𝑥 𝑑𝑥, que podemos mandar para o primeiro membro, onde o oposto dele é
somado com ∫ sen𝑘 𝑥 𝑑𝑥. Dessa forma, encontramos 𝑘 ∫ sen𝑘 𝑥 𝑑𝑥 = − sen𝑘−1 𝑥 cos 𝑥 +
(𝑘 − 1) ∫ sen𝑘−2 𝑥 𝑑𝑥. Basta então dividir tudo por 𝑘. A demonstração da segunda fórmula
é feita por um raciocínio análogo. Para deduzir a terceira, escreva tan𝑘 𝑥 como
tan𝑘−2 𝑥 (sec 2 𝑥 − 1) e integre tan𝑘−2 𝑥 sec 2 𝑥 fazendo a substituição 𝑢 = tan 𝑥. Para a
quarta, considere 𝑓(𝑥) = sec 𝑘−2 𝑥, 𝑔′ (𝑥) = sec 2 𝑥, aplique a fórmula de integração por
partes para ∫ 𝑓(𝑥)𝑔′ (𝑥)𝑑𝑥 e então use a identidade (b) da Subseção 7.1 para eliminar o
fator tan2 𝑥 do integrando na integral do segundo membro. As provas da quinta e da sexta
são semelhantes às da terceira e da quarta, respectivamente; mas utilizam a identidade (c)
da Subseção 7.1 onde era utilizada a identidade (b).

7.6. INTEGRAIS DE PRODUTOS TRIGONOMÉTRICOS

1 1
∫ sen 𝑚𝑥 sen 𝑛𝑥 𝑑𝑥 = ∫ cos(𝑚𝑥 − 𝑛𝑥) 𝑑𝑥 − ∫ cos(𝑚𝑥 + 𝑛𝑥) 𝑑𝑥.
2 2

1 1
∫ sen 𝑚𝑥 cos 𝑛𝑥 𝑑𝑥 = ∫ sen(𝑚𝑥 − 𝑛𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ sen(𝑚𝑥 + 𝑛𝑥) 𝑑𝑥.
2 2

1 1
∫ cos 𝑚𝑥 cos 𝑛𝑥 𝑑𝑥 = ∫ cos(𝑚𝑥 − 𝑛𝑥) 𝑑𝑥 + ∫ cos(𝑚𝑥 + 𝑛𝑥) 𝑑𝑥.
2 2

Essas fórmulas vêm das identidades (j), (k) e (l) da Subseção 7.1. Os números 𝑚 e 𝑛, aí, são
reais arbitrários. Nas tabelas a seguir, eles são naturais.
∫ sen𝑚 𝑥 cos𝑛 𝑥 𝑑𝑥

condições abordagem inicial próximos passos

Fazer 𝑢 = cos 𝑥,
𝑚 = 2𝑝 + 1 2 𝑝 𝑛
− ∫(1 − cos 𝑥) cos 𝑥 (− sen 𝑥)𝑑𝑥 expandir, integrar
parcelas

Fazer 𝑢 = sen 𝑥,
𝑛 = 2𝑞 + 1 𝑚 2 𝑞
∫ sen 𝑥 (1 − sen 𝑥) cos 𝑥 𝑑𝑥 expandir, integrar
parcelas
Regra geral
1 − cos 2𝑥 𝑝 1 + cos 2𝑥 𝑞
∫( ) ( ) 𝑑𝑥
2 2
Expandir e
𝑚 = 2𝑝,
∫(1 − cos2 𝑥)𝑝 cos𝑛 𝑥 𝑑𝑥 integrar cada
𝑛 = 2𝑞
parcela

∫ sen𝑚 𝑥 (1 − sen2 𝑥)𝑞 𝑑𝑥

Fazer 𝑢 = 2𝑥 e
Casos 1
𝑚=𝑛=𝑘 ∫ sen𝑘 2𝑥 𝑑𝑥 usar as fórmulas
especiais 2𝑘
de recorrência.

Exemplo 7.1.

(a)
∫ cos[(𝑛 + 1)𝑥] cos[(𝑛2 − 1)𝑥] 𝑑𝑥
1 1
= ∫ cos[(−𝑛2 + 𝑛 + 2)𝑥] 𝑑𝑥 + ∫ cos[(𝑛2 + 𝑛)𝑥] 𝑑𝑥
2 2
Mas
1
2 sen[(−𝑛2 + 𝑛 + 2)𝑥] se 𝑛 ∉ {−1,2}
∫ cos[(−𝑛 + 𝑛 + 2)𝑥] 𝑑𝑥 = {(−𝑛2 + 𝑛 + 2)
𝑥 caso contrario
e
1
2 sen[(𝑛2 + 𝑛)𝑥] se 𝑛 ∉ {−1,0}
∫ cos[(𝑛 + 𝑛)𝑥] 𝑑𝑥 = {(𝑛2 + 𝑛)
𝑥 caso contrario.
Assim,
 se 𝑛 ∉ {−1,0,2}, então
∫ cos[(𝑛 + 1)𝑥] cos[(𝑛2 − 1)𝑥] 𝑑𝑥
1
= sen[(−𝑛2 + 𝑛 + 2)𝑥]
2(−𝑛2 + 𝑛 + 2)
1
+ 2
sen[(𝑛2 + 𝑛)𝑥] + 𝐶;
2(𝑛 + 𝑛)
 se 𝑛 = −1, então
∫ cos[(𝑛 + 1)𝑥] cos[(𝑛2 − 1)𝑥] 𝑑𝑥 = 𝑥 + 𝐶;
 se 𝑛 = 0, então
∫ cos[(𝑛 + 1)𝑥] cos[(𝑛2 − 1)𝑥] 𝑑𝑥
1 𝑥
= sen[(−𝑛2 + 𝑛 + 2)𝑥] + + 𝐶;
2(−𝑛2 + 𝑛 + 2) 2
 se 𝑛 = 2, então
𝑥 1
∫ cos[(𝑛 + 1)𝑥] cos[(𝑛2 − 1)𝑥] 𝑑𝑥 = + 2
sen[(𝑛2 + 𝑛)𝑥] + 𝐶.
2 2(𝑛 + 𝑛)
(b)
1
∫ sen 𝑥 sen 2𝑥 sen 3𝑥 𝑑𝑥 = ∫[cos(−𝑥) − cos 3𝑥] sen 3𝑥 𝑑𝑥
2
1
= ∫(cos 𝑥 − cos 3𝑥) sen 3𝑥 𝑑𝑥
2
1 1
= ∫ cos 𝑥 sen 3𝑥 𝑑𝑥 − ∫ cos 3𝑥 sen 3𝑥 𝑑𝑥
2 2
1 1
= ∫[sen(−2𝑥) + sen 4𝑥]𝑑𝑥 − ∫(sen 0 + sen 6𝑥)𝑑𝑥
4 4
1 1 1
= − ∫ sen 2𝑥 + ∫ sen 4𝑥 − ∫ sen 6𝑥 𝑑𝑥
4 4 4
1 1 1
= cos 2𝑥 − cos 4𝑥 + cos 6𝑥 + 𝐶.
8 16 24
(c)
1 1 1
∫cos 𝑥 sen2 4𝑥 = ∫cos 𝑥 (1 − cos 8𝑥) 𝑑𝑥 = ∫cos 𝑥 𝑑𝑥 − ∫cos 𝑥 cos 8𝑥
2 2 2
1 1 1 1
= sen 𝑥 − [ ∫ cos(−7𝑥) 𝑑𝑥 + cos(9𝑥)]
2 2 2 2
1 1 1
= sen 𝑥 − ∫ cos(7𝑥) 𝑑𝑥 − ∫ cos(9𝑥) 𝑑𝑥
2 4 4
1 1 1
= sen 𝑥 − sen(7𝑥) + sen(9𝑥) + 𝐶.
2 28 36
(d) Nas integrais definidas em intervalos simétricos, atenção para a paridade do
integrando (ver Seção 4). Nem sempre é necessário fazer contas.
𝜋
∫ cos5 𝑥 sen11 2𝑥 = 0.
−𝜋
∫ tan𝑚 𝑥 sec 𝑛 𝑥 𝑑𝑥

condições abordagem inicial próximos passos

Fazer 𝑢 = sec 𝑥,
𝑚 = 2𝑝 + 1, 2
∫(sec 𝑥 − 1) sec 𝑝 𝑛−1
𝑥 tan 𝑥 sec 𝑥 𝑑𝑥 expandir,
𝑛≥1
integrar parcelas

Fazer 𝑢 = cos 𝑥,
Regra 𝑚 = 2𝑝 + 1, (1 − cos 2 𝑥)𝑝
−∫ (− sen 𝑥)𝑑𝑥 expandir,
geral 𝑛=0 cos 2p+1 𝑥
integrar parcelas

Expandir e usar
𝑚 = 2𝑝 ∫(sec 2 𝑥 − 1)𝑝 sec 𝑛 𝑥 𝑑𝑥 as fórmulas de
recorrência

Fazer 𝑢 = tan 𝑥,
Casos
𝑛 = 2𝑞 ≥ 2 𝑚
∫ tan 𝑥 (1 + tan 𝑥) 2 𝑞−1 2
sec 𝑥 𝑑𝑥 expandir,
especiais
integrar parcelas

Observação 7.1.

(a) A estratégia da abordagem inicial do caso 𝑚 = 2𝑝 + 1, 𝑛 = 0, na tabela acima, pode


ser usada sempre que 𝑚 for ímpar (𝑛 não precisa ser zero). Escreve-se o
integrando em termos de seno e cosseno, deixando um fator sen 𝑥 guardado, perto
do 𝑑𝑥, depois se faz a substituição 𝑢 = cos 𝑥 e integra-se a função racional
resultante.
(b) Note que as duas tabelas anteriores também servem para integrar potências de
seno, cosseno, secante e tangente.

Exemplo 7.2. Dependendo do método empregado (fórmulas de recorrência ou tabela das


integrais de produtos), dois resultados aparentemente diferentes (porém iguais a menos
de constantes) vão aparecer para∫ tan3 𝑥 𝑑𝑥.
sec 2 𝑥 tan2 𝑥
− ln|sec 𝑥| + 𝐶1 = − ln|sec 𝑥| + 𝐶2 .
2 2

8. SUBSTITUIÇÃO INVERSA

Suponha que 𝑓 é uma função contínua, 𝑔 é derivável, injetiva, com derivada contínua.
Fazendo 𝑥 = 𝑔(𝑢), temos:

∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑔(𝑢))𝑔′ (𝑢) 𝑑𝑢.


𝑏 𝑔−1 (𝑏)
∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑓(𝑔(𝑢))𝑔′ (𝑢) 𝑑𝑢.
𝑎 𝑔−1 (𝑎)

A demonstração é similar à da substituição direta.

A substituição inversa ocorre tipicamente na eliminação de raízes, que frequentemente é


feita por meio de funções trigonométricas, como mostramos a seguir.

8.1. SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA

Expressão Substituição Identidade


𝜋 𝜋
𝑥 = 𝑎 sen 𝜃 , − ≤𝜃≤
2 2 sen2 𝑥 + cos2 𝑥 = 1
√𝑎2 − 𝑥 2
𝑥 = 𝑎 cos 𝜃 , 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋
𝜋 𝜋
√𝑎2 + 𝑥 2 𝑥 = 𝑎 tan 𝜃 , − ≤𝜃≤ tan2 𝑥 − sec 2 𝑥 = −1
2 2

𝑥 = 𝑎 sec 𝜃, 𝜋 ≤ 𝜃 ≤
3𝜋 tan2 𝑥 − sec 2 𝑥 = −1
√𝑥 2 − 𝑎2 2

Nos intervalos especificados, as funções 𝜃 ↦ 𝑥 são injetivas.

Exemplo 8.1.

(a) Sejam 𝑎, 𝑏 ∈ [1,3]. Fazendo sen 𝜃 = 𝑥 − 2, temos 𝑑𝑥 = cos 𝜃 𝑑𝜃 e


𝑏 𝑏 arcsen(𝑏−2)
∫ √−𝑥 2 + 4𝑥 − 3 𝑑𝑥 = ∫ √1 − (𝑥 − 2)2 𝑑𝑥 = ∫ cos2 𝜃 𝑑𝜃
𝑎 𝑎 arcsen(𝑎−2)
arcsen(𝑏−2) arcsen(𝑏−2)
1 1 𝜃 1
=∫ ( + cos 2𝜃) 𝑑𝜃 = [ − sen 2𝜃]
arcsen(𝑎−2) 2 2 2 4 arcsen(𝑎−2)
𝜃2 − 𝜃1 sen 2𝜃2 − sen 2𝜃1
= − ,
2 4
𝜋 𝜋
onde 𝜃1 = arcsen(𝑎 − 2) e 𝜃2 = arcsen(𝑏 − 2). Mas sen 𝜃1 = 𝑎 − 2 e 𝜃1 ∈ [− 2 , 2 ],
de modo que cos 𝜃1 = √1 − (𝑎 − 2)2 . Daí, pela identidade (d) da Subseção 7.1
(com 𝐴 = 𝐵 = 𝜃1 ), segue que

sen 2𝜃1 = 2 cos 𝜃1 sen 𝜃1 = 2√1 − (𝑎 − 2)2 (𝑎 − 2).


Analogamente, deduz-se que
sen 2𝜃2 = 2 cos 𝜃2 sen 𝜃2 = 2√1 − (𝑏 − 2)2 (𝑏 − 2).
Então
𝑏
∫ √−𝑥 2 + 4𝑥 − 3 𝑑𝑥
𝑎
arcsen(𝑏 − 2) − arcsen(𝑎 − 2) − √1 − (𝑏 − 2)2 (𝑏 − 2) + √1 − (𝑎 − 2)2 (𝑎 − 2)
= .
2
(b) Fazendo a substituição 𝑥 = 3 sen 𝜃 e usando a identidade (c) da Subseção 7.1,
√9 − 𝑥 2
∫ 𝑑𝑥 = − cot 𝜃 − 𝜃 + 𝐶.
𝑥2
(c) Fazendo a substituição 𝑥 = 2 tan 𝜃, reescrevendo o integrando em termos de sen 𝜃
e cos 𝜃, fazendo a substituição 𝑢 = sen 𝜃 e notando que csc 𝜃 = √𝑥 2 + 4/𝑥,
1 √𝑥 2 + 4
∫ 𝑑𝑥 = − + 𝐶.
𝑥 2 √𝑥 2 + 4 4𝑥
(d) Seja 𝑎 > 0. Fazendo a substituição 𝑥 = 𝑎 sec 𝜃 e notando que tan 𝜃 = √𝑥 2 − 𝑎2 /𝑎,
𝑑𝑥
∫ = ln |𝑥 + √𝑥 2 − 𝑎2 | − ln 𝑎 + 𝐶 = ln |𝑥 + √𝑥 2 − 𝑎2 | + 𝐶1 .
√𝑥 2 − 𝑎2
Para 𝑥 > 0, a substituição 𝑥 = 𝑎 cosh 𝑡 também pode ser feita:
𝑑𝑥 𝑎 senh 𝑡 𝑥
∫ =∫ 𝑑𝑡 = ∫ 𝑑𝑡 = 𝑡 = cosh−1 ( ) + 𝐶2 .
√𝑥 2 − 𝑎2 𝑎 senh 𝑡 𝑎
Os resultados parecem diferentes, mas são equivalentes.

BIBLIOGRAFIA
Gradshteyn, I. S. & Ryzhik, I., 2007. Table of Integrals, Series, and Products. 7th ed. Elsevier
Inc..

Guidorizzi, H. L., 2001. Um Curso de Cálculo. 5ª ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: LTC.

Stewart, J., 2012. Calculus. 7th ed. Belmont, CA: Brooks/Cole.

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