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ELETROTÉCNICA GERAL

CONTEÚDO
-História da Eletricidade
-Tensão, Corrente, Potência e Energia
-Instrumentos de Medição de Grandezas Elétricas
-Corrente Contínua x Corrente Alternada
-Fasores
-Circuitos Monofásicos e Circuitos Trifásicos
-Condutores e Isolantes
-Transformadores
-Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
-Grupos Geradores
-Motores de Indução
-Dimensionamento de Circuitos e Proteção de Motores Elétricos
-Fator de Potência e sua correção

BIBLIOGRAFIA:

-Chester L. Dawes, Curso de Eletrotécnica – 6 volumes - Globo


-Edminister, Joseph A., Circuitos Elétricos, Makron books – Coleção Schaum
-Gray Wallace, Eletrotécnica Princípios e Aplicações, LTC
-A.E. Fitzgerald, Charles KingsleyJr, MáquinasElétricas, McGraw Hill
-Irving I. Kosov, Máquinas Elétricas e Transformadores, Editora Globo
-Orlando Silvio Lobosco, Seleção e Aplicação de Motores Elétricos, Mc Graw Hill
-E. Molloy, Vademecum de Eletricidad, Editorial Reverte S/A
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USINA DE SOBRADINHO – CHESF – VISTA DA SALA DE CONTROLE

HIDROELÉTRICA DE SOBRADINHO – CHESF – VISTA DO ROTOR DE


UM DOS GERADORES
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HIDROELÉTRICA DE SOBRADINHO – CHESF – VISTA DA TURBINA

OBS:

Recentemente, diversas inovações tecnológicas modificaram a


maneira dos consumidores enxergarem o mercado de energia
elétrica. A implantação de redes inteligentes, o crescimento do uso
de veículos elétricos e a geração distribuída de energia, por meio de
fontes não convencionais, já é uma realidade no cenário mundial e
está com força no Brasil.
PARQUE
EÓLICO

Geração convencional e geração eólica em Sobradinho/BA


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Modelo da Geração Distribuída

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou em


17/04/2012 (REN n°482/2012), regras destinadas a reduzir barreiras
para instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem
a microgeração, com até 100 kW de potência e a minigeração, de
100 kW a 1 MW. A norma cria o Sistema de Compensação de Energia,
que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua
unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local.

A regra é válida para geradores que utilizem fontes incentivadas


de energia. (hidráulica, solar, biomassa, eólica).

Por esse sistema, a unidade geradora instalada em uma


residência por exemplo, produzirá energia e o que não for consumido
será injetado no sistema da distribuidora (Coelba; Celpe, etc.), que
utilizará o crédito para abater o consumo dos meses subsequentes.
Os créditos poderão ser utilizados em um prazo de até 36 meses e
as informações estarão na fatura do consumidor, para que ele saiba
o saldo de energia e tenha o controle sobre a sua fatura.

CAPÍTULO 1
HISTÓRIA DA ELETRICIDADE
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1. INTRODUÇÃO:
1.1 – Marcos históricos:
AULA 1 DE ELETRICIDADE As Fontes da Corrente.wmv

* 600 a.c. na Grécia Antiga - Tales de Mileto descobre as propriedades da


eletrização do âmbar por atrito. (Eletricidade Estática). O âmbar, que é uma
resina fóssil, também tem o nome de elektrum de onde derivou a palavra
“eletricidade”.

Tales de Mileto foi um


filósofo da Grécia Antiga,
Nasceu em Mileto, antiga
colônia grega, na Ásia
Menor, atual Turquia, por
volta de 624 ou 625 a.c.

Tales de Mileto

Objetos ornamentais feitos de âmbar.

Vídeo relacionado: ELETRIZAÇÃO POR ATRITO USP

* Na Ásia descobre-se que um pedaço de rocha atrai pequenos


pedaços de ferro.

*Em 1.600 o físico e médico inglês William Gilbert publica o livro De


Magnete, sobre os ímãs, os corpos magnéticos e o grande imã
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terrestre. Em seu livro, ele também estudou eletricidade estática
usando âmbar; em grego, âmbar é chamado elektron, então, Gilbert
decidiu chamar isso de eletricidade e pronto.

* Em 1660, Otto Von Guericke inventa a máquina eletrostática que


era capaz de gerar cargas elétricas por fricção.

* Em 1729, Stephen Gray fez a distinção entre materiais condutores


e não condutores;

* Em1730, Charles Francis DuFay descobriu que a eletricidade


produzida por fricção podia ser de duas classes – positiva ou
negativa;

* Em 1744 na Universidade de Leyden – Holanda foi inventado um


dispositivo chamado garrafa de Leyden.

Vídeo relacionado: Garrafa de Leyden 3 min


* Benjamin Franklin – Estados Unidos – carregou uma garrafa de
Leyden utilizando pipas durante tempestades e constatou que os
raios são uma forma de eletricidade.

* Esta descoberta de Franklin possibilitou a invenção dos primeiros


pára-raios.
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Leitura complementar: Como Funcionam os Pára Raios.

* No século XVIII acreditava-se que a eletricidade era um fluido. Com


base nesta teoria, Franklin estabeleceu (1750) os termos
“eletricidade positiva” e “eletricidade negativa”, assim como as
propriedades da atração e repulsão entre corpos carregados.

* Em 1780 na Itália, Luigi Galvani, professor de anatomia, descobre


que as pernas de um sapo morto, que estavam sobre uma placa
metálica, sofriam uma contração quando tocadas com um bisturi.
Galvani atribui este fenômeno à uma descarga elétrica.
Video: experimento de galvani

A PRIMEIRA PILHA

* Alessandro Volta – Itália – descobre que ocorre uma reação


química, quando dois metais diferentes ficam em contato com uma
solução ácida. Devido a esta reação surge uma corrente elétrica.

Pilha de Volta
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* Em 1796 – Volta construiu a primeira pilha utilizando discos de
cobre e zinco, separados por um material que continha uma solução
ácida.

Vídeo relacionado: ELETRICIDADE 06 Entre o Mais e o Menos.wmv

ELETROMAGNETISMO

* Em 1820 na Dinamarca, Hans Christian Oersted descobre que uma


corrente elétrica, fluindo em um condutor, é capaz de movimentar a
agulha de uma bússola.
* Em 1831 na Inglaterra, Michael Faraday descobriu que, se um
condutor se movimentar dentro do campo magnético de um ímã,
uma força eletromotriz é induzida nos terminais do condutor.

Mickel Faraday
LEIS DE COULOMB
* Em 1800 na França, Charles Augustin Coulomb descobriu que a
força entre dois polos carregados é inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre eles e diretamente proporcional à suas
magnitudes.

Charles Augustin Coulomb

SOLENOIDE
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* Em 1820 na França, André Marie Ampère, demonstrou que condutores
percorridos por correntes elétricas desenvolvem forças de atração ou de
repulsão. Ele inventou o solenóide.

* Em 1827 Ampère elaborou a formulação matemática do


eletromagnetismo, a conhecida “lei de Ampère”.

André Marie Ampère


Video: Solenoide Animação 1 min

LEI DE OHM

* Em 1827 na Alemanha, George Simon Ohm descobre a relação


entre corrente, tensão e resistência em um condutor elétrico,
surgindo uma das mais famosas e utilizadas expressões na
eletricidade, “ Lei de Ohm.”

V=R×I

George Simon Ohm


TELÉGRAFO – MÁQUINAS ELETRICAS
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* Em 1833 na Alemanha, Wilhelm Weber e Karl Gauss desenvolveram um


telégrafo eletromagnético, que posteriormente foi aperfeiçoado por
Werner Von Siemens e Samuel Morse.

Karl Gauss Wilhelm Weber

* Em 1833 na Inglaterra, Michael Faraday estabeleceu as leis da


eletrólise, da capacitância elétrica e inventou o motor elétrico, o
dínamo e o transformador.

Motor de Faraday

TELEFONE – ILUMINAÇÃO

* Em 1830 nos Estados Unidos, Joseph Henry descobriu a “indução


eletromagnética” e a conversão do magnetismo em eletricidade.

Joseph Henry

* Em 1875 nos Estados Unidos, Alexander Graham Bell inventou o


telefone.
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Alexander Graham Bell

* Em 1880 nos Estados Unidos, Thomas Edson desenvolveu a


lâmpada elétrica incandescente.

Thomas Edson

GERAÇÃO DE ENERGIA ELETRICA

* Em 1864 na Inglaterra, James Maxwell desenvolveu as equações


fundamentais do eletromagnetismo – Leis de Maxwell.

James Maxwell

* Em 1882 Thomas Edson projetou e construiu as primeiras usinas


geradoras, uma em Londres e duas nos Estados Unidos. Ambas
eram de pequeno porte e forneciam eletricidade em Corrente
Contínua (DC).
CORRENTE ALTERNADA
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* Em 1886 nos Estados Unidos, George Westhinghouse inaugurou
o primeiro sistema de energia elétrica em AC (Corrente Alternada),
utilizando um transformador eficiente desenvolvido por W. Stanley.

George Westhinghouse
* Em 1887 já haviam algumas usinas em AC que alimentavam cerca de
135.000 lâmpadas. A transmissão era feita em 1.000 Volts.

* Em 1890, Nikola Tesla criou o sistema de geração de energia


elétrica trifásico, que passou a ser utilizado de 1896 e até os dias
atuais.

Nicola Tesla e sua Bobina de Tesla


Vídeo relacionado: Bobina de Tesla 700kV
VÁLVULA ELETRÔNICA:
O efeito Edson ou efeito Richardson ou ainda efeito termoiônico,
consiste na emissão de elétrons, por parte de cátodos incandescentes e
metais ou semicondutores submetidos a elevadas temperaturas. Foi
descoberto em 1901 pelo inventor norte-americano Thomas Edison (1847-
1931) e explicado teoricamente pelo físico inglês Owen Williams
Richardson (1879-1959).

Válvula Diodo

Vídeo relacionado: 09 Termoiônico Diodo 4 min


TRANSISTOR
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O Prêmio Nobel de 1956 foi conferido à equipe cuja


pesquisa levou à invenção do transistor em 1947. Nesta
foto, tirada nos laboratórios da Bell Telephone, encontram-
se da esquerda para a direita, os premiados John Bardeen,
William Shocklei e Walter Brittain.

CIRCUITO INTEGRADO
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O circuito integrado pode ser considerado como sendo
inventado por Jack Kilby da Texas Instruments e Robert Noyce,
da Fairchild Semiconductor, trabalhando independentemente um do
outro. Kilby registrou suas ideias iniciais sobre o circuito integrado
em julho de 1958 e demonstrou com sucesso o primeiro circuito
integrado em 12 de setembro de 1958.

Circuito Integrado

MICROPROCESSADOR

É um circuito integrado que realiza as funções de cálculo e


tomada de decisão de um computador. Todos os computadores,
celulares e equipamentos eletrônicos baseiam-se nele para executar
suas funções. Podemos dizer que o processador é o cérebro do
computador por realizar todas estas funções, isto é, tornar o
computador inteligente.

Microprocessador

1.2 – Desafios do avanço tecnológico


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FUTURO

Nanotecnologia

A nanotecnologia está sendo utilizada para criar novos materiais, produtos


e processos por meio da manipulação de átomos e moléculas. O mercado total
de produtos que incorporam nanotecnologias (incluindo semicondutores e
eletrônicos) atingiu U$ 135 bilhões em 2007, alcançou US$ 693 bilhões no
final de 2012 e cerca de US$ 2,95 trilhões em 2015.

➔ Atualmente a eletrônica entrou na era da nanotecnologia.


Video relacionado: O que é Nanotecnologia 7 min

SUPERCONDUTIVIDADE:

Determinados materiais condutores diminuem a resistência elétrica com


a redução da temperatura. Quando submetidos a temperaturas próximas do 0
K (zero absoluto), esses materiais apresentam o fenômeno da
supercondutividade, ou seja, a resistência desses materiais cai para “zero”
tornando-se supercondutores.
Vídeo: Supercondutor Alemanha 5 min

PIEZOELETRICIDADE:

Certos materiais isolantes, quando submetidos a esforços mecânicos, tais


como tração, compressão ou torção, geram na sua estrutura, polarização
elétrica, ou seja, geram campos elétricos. Da mesma forma, esses materiais,
quando submetidos a campos elétricos sofrem deformações em suas
dimensões.

Um exemplo desse princípio é o acendedor de fogão, que gera uma


descarga de alta tensão, quando um cristal de quartzo e submetido a um
choque mecânico.

Aplicação: Osciladores a cristal, transdutores elétricos, geradores de ultrasom.

Vídeos relacionados: 04 Materiais Piezoelétricos CNPq USP 10 min

CAPÍTULO 2
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TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICAS

2.1 - TENSÃO ELÉTRICA:

Denomina-se TENSÃO ELÉTRICA uma diferença de


pressão (DDP Diferença de Potencial), de origem elétrica,
existente entre dois pontos do espaço ou entre dois corpos
carregados.
+++

Va
++
Vb

Vab = Va -Vb

Esta diferença de potencial Vab é a tensão elétrica


entre os dois corpos.

Unidade: A TENSÃO elétrica é medida em VOLT.

É uma energia potencial por unidade de carga


Joule/Coulomb = Volt

ANALOGIA:

Para melhor entendermos a TENSÃO elétrica podemos


compará-la à diferença de pressão existente entre duas
caixas d’água:
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Vab = Va – Vb
Medido em metros [m]

Va

Vb

2.2 – CORRENTE ELÉTRICA:

No caso das caixas d’água mostrada anteriormente, se


ligarmos por um cano uma caixa a outra, a água fluirá da
caixa de maior potencial para a de menor, estabelecendo
uma “corrente” de água também chamada VAZÃO medida
em litros por segundo.

Da mesma forma, se na figura anterior, ligarmos um fio


condutor do corpo A para o corpo B, uma “vazão” de cargas
elétrica se estabelecerá entre os dois corpos, formando uma
CORRENTE ELÉTRICA. O fluxo de água é medido em
litros/segundo e a corrente elétrica (fluxo de cargas
elétricas) é medida em Coulomb/segundo, que foi chamada
de Ampère.

A CORRENTE elétrica é medida em Ampères[A].


............................................................................................................

Resumindo: TENSÃO elétrica é a diferença de pressão e


CORRENTE é o fluxo ou circulação de cargas elétricas. Assim, não
pode haver corrente sem tensão.
*OBS: Salvo em supercondutores

Vídeos relacionados: Viagem na eletricidade: Os três mosqueteiros 5 min &


Viagem na Eletricidade - Mais Volts para ir Mais Longe 5 min & O que é
Tensão e Corrente Elétrica 2,5 min
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2.3 – RESISTÊNCIA ELÉTRICA:

No caso das duas caixas d’água ligadas uma a outra por um


cano, a vazão será tanto maior quanto maior for a área da seção
reta do cano e menor seu comprimento, pois a “resistência” à
passagem da água será menor. Também, quanto maior for a
diferença de nível maior será a vazão. Por analogia, A CORRENTE
ELÉTRICA que passará pelo fio, será tanto maior quanto menor for
a RESISTÊNCIA elétrica do fio (mais grosso e de menor
comprimento) e também quanto maior for a diferença de
potencial (TENSÃO elétrica aplicada).
Assim podemos dizer:
CORRENTE é proporcional à TENSÃO e inversamente
proporcional a RESISTÊNCIA.
𝑻𝑬𝑵𝑺Ã𝑶
𝑪𝑶𝑹𝑹𝑬𝑵𝑻𝑬 =
𝑹𝑬𝑺𝑰𝑺𝑻Ê𝑵𝑪𝑰𝑨
𝑽 𝑽
𝑽=𝑹×𝑰 𝑰= 𝑹=
𝑹 𝑰
FAMOSA LEI DE OHM
A UNIDADE DE RESISTÊNCIA É O OHM [Ω]

Vídeo relacionado: Lei de Ohm e Resistores 10 min & Os Curiosos


Corrente Elétrica 10 min

Exercícios:
1) Um chuveiro funciona com 220V de tensão. Se medirmos uma
corrente de 20 A qual é o valor da resistência desse chuveiro?
R = 11 Ohms = 11 Ω

2) Um ferro de passar funciona com 220V de tensão. Mediu-se a


corrente do mesmo em funcionamento obtendo-se 5 Amperes. Qual
a resistência desse aparelho?
R = 44 Ohms = 44 Ω
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2.4 – MEDIÇÃO DE TENSÃO, CORRENTE E RESISTÊNCIA

Os instrumentos para medir essas grandezas elétricas são


chamados:

TENSÃO → Voltímetro

Analógicos e digitais
CORRENTE → Amperímetro

Analógicos Digitais
RESISTÊNCIA →Ohmímetro

MULTÍMETROS ou MULTITESTES:

São equipamentos que reúnem, num só corpo, as funções


de Amperímetro, Voltímetro e Ohmímetro.
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Analógicos Digitais
OBS: Unidades derivadas:

TENSÃO: microvolt (µV), milivolt (mV), Volt, Quilovolt (kV),


Megavolt (MV)

CORRENTE: microampère (µA), miliampère (mA), Ampère,


Kiloampère (kA), Megampère (MA)

RESISTÊNCIA: micro-ohm (µ Ω), miliohm (m Ω), Ohm,


kilohm (k Ω), Megohm (M Ω)
Vídeo Relacionado: O Que Nos Mata, os Volts ou os Amperes 4 min

2.5 – CÓDIGO DE CORES PARA RESISTORES:

Construção do Resistor:
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Modelos comerciais:

PRETO MARROM VERMELHO LARANJA AMARELO VERDE AZUL VIOLETA CINZA BRANCO

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

A PRIMEIRA FAIXA em um resistor é interpretada como o PRIMEIRO DÍGITO do valor


ôhmico da resistência do resistor. Para o resistor mostrado acima, a primeira faixa é
amarela, assim o primeiro dígito é 4:
A SEGUNDA FAIXA dá o SEGUNDO DÍGITO. Essa é uma faixa violeta, então o segundo
dígito é 7. A TERCEIRA FAIXA é chamada de MULTIPLICADOR e não é interpretada do
mesmo modo.
O número associado à cor do multiplicador nos informa quantos "zeros" devem ser
colocados após os dígitos que já temos. Aqui, uma faixa vermelha nos diz que devemos
acrescentar 2 zeros. O valor ôhmico desse resistor é então 4700 ohms, quer dizer,
4.700 ou 4,7 k.

EXERCÍCIOS:

Determine a Resistência e a Tolerância dos resistores abaixo:


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CAPÍTULO 3
POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA

3.1 - POTÊNCIA ELÉTRICA:

Até agora aprendemos que TENSÃO ou voltagem é a


“pressão” elétrica e que CORRENTE ou “amperagem” é a
“vazão” de cargas elétricas. Ora, como no caso das caixas
d’água, se temos pressão e vazão temos uma “capacidade”
de realizar algum TRABALHO. Assim, se temos Tensão
Elétrica e Corrente Elétrica, temos também a capacidade de
realizar algum trabalho, ou seja, capacidade de transformar
energia elétrica em outras formas de energia.
I=0,45A

220V

No caso acima temos: Tensão = 220 V = 220 Joules/Coulomb


Corrente = 0,45 A = 0,45 Coulomb/segundo

Se multiplicarmos Tensão x Corrente obteremos 220 V x 0,45 A =

Joules Coulombs Joules


= 220 x 0,45 = 100 = 100 W → É chamado de
Coulomb Segundo Segundo
→→→→→→→→→→→→→→→ POTÊNCIA

UNIDADE DE POTÊNCIA Watt [W]


POTÊNCIA➔ É a CAPACIDADE de produzir TRABALHO, ou de transformar energia
elétrica em outra forma de energia.

Assim, uma lâmpada de 100 W é capaz de transformar 100 Joules de energia por
segundo em luz e calor.

POTÊNCIA = TENSÃO x CORRENTE ou simbolicamente P=VxI


Vídeo relacionado: O que é Watts 1,5 min
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2.2 - ENERGIA ELÉTRICA:

Se POTÊNCIA é a capacidade de transformar energia por


unidade de tempo, a ENERGIA transformada será a POTÊNCIA
multiplicada pelo TEMPO.

ENERGIA = POTÊNCIA x TEMPO ou simbolicamente E =Pxt


Se a potência for variável no tempo, matematicamente podemos
também escrever ENERGIA =  P(t )dt
Ou ainda se 𝑝(𝑡) = 𝑣(𝑡) × 𝑖(𝑡) ENERGIA =  v(t ).i(t )dt

Se V e I são constantes teremos: 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 = 𝑉 × 𝐼 ∫ 𝑑𝑡

𝑬𝑵𝑬𝑹𝑮𝑰𝑨 = 𝑽 × 𝑰 × 𝒕
Assim, se nossa lâmpada de 100 W ficar ligada 10 h por
noite ela transformará:

= 100W x 10 horas = 100 Joules/s x (10 x 60 x 60) s =


3,6×106Joules, que não é uma unidade muito prática.

2.3 UNIDADES PRÁTICAS:

Como a unidade [Joule] é muito pequena, na prática (dia a dia)


as unidades utilizadas são:
= 100 W x 10 horas = 0,1 kW X 10 horas= 1 kWh
POTÊNCIA: Watt (W), kiloWatt (kW), MegaWatt (MW), GigaWatt,
HP e CV → 1 CV = 735 W e 1 HP = 746 W

O quê é CV ou HP ?????
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Vídeo relacionado: HP Horse Power - CV Cavalo-Vapor 3 min

TEMPO: HORAS (h)

ENERGIA: Watt.Hora (Wh), KiloWatt.hora (kWh), MegaWatt.hora


(MWh), GigaWatt.hora (GWh)

Vídeos relacionados: viagem na eletricidade Energia Elétrica e Hidráulica

2.4 – MEDIDORES DE POTÊNCIA E ENERGIA:

→ Wattímetro

ENERGIA (kWh) ➔KiloWatt hora metro.Vulgarmente


chamado de “RELÓGIO DE LUZ”.
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ELETROMECÂNICOS ELETRÔNICO/DIGITAL

Exercícios:
1) Calcule o consumo mensal de uma lâmpada de 100 W
ligada 12 h por dia.

2) Considere um chuveiro de 4.400 W ligado em 220 V.


a) Calcule a corrente elétrica que circula por esse chuveiro e pela
instalação. R: 20 A
b) Calcule a resistência elétrica desse chuveiro R: 11 Ω
c) Calcule o consumo mensal de energia em kWh para uma família
de 4 pessoas tomando banho 15min/dia cada pessoa. R: 132 kWh
d) Calcule o custo mensal desse chuveiro considerando uma tarifa
residencial de R$ 0,70/kWh. R: R$ 92,40.

3) Calcule o consumo e o custo mensal de 01 aparelho de ar


condicionado de 10.000 BTU ligado 10 h por dia. (considerar 10.000
BTU = 1,0 kW) R: 300 kWh.

4) Uma padaria possui um forno de 50 kW de potência alimentado


em 220 V.
a) Calcule a corrente que alimenta esse forno.R: 227 A
b) Calcule a resistência do forno. R: 0,97 Ω
c) Calcule o consumo mensal funcionando 3h por dia. R: 4.500kWh
d) Calcule o custo considerando uma tarifa comercial de
R$0,70/kWh. R: R$3.150,00.
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5) O sistema de bombeamento de um prédio possui os
seguintes motores: (Considere 1 CV = 0,735 kW)
1 motor de 3 CV horário funcionamento: 06:00 às 18:00 h
2 motores de 5 CV horário funcionamento: 18:00 às 06:00 h

Calcule:
a) A corrente nominal de cada motor ligado em 220 V
b) A corrente nominal de cada motor ligado em 380 V
c) O consumo em kWh mensal desse bombeamento
d) O custo da energia considerando uma tarifa de
R$0,90/kWh

6) Qual é o consumo mensal de 01 computador funcionando


10 h por dia.
(Potência 100 W)

7) Os geradores da usina de Sobradinho são de 175 MW


cada. Considerando uma média de 1 kW por residência,
quantas residências um dos geradores de Sobradinho
poderá alimentar simultaneamente?

SIMULADOR DE CONSUMO
As concessionárias disponibilizam na Internet simuladores
de consumo, conforme tela abaixo, tirada do Site da CELPE
(www.celpe.com.br)
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Disponível no site: http://servicos.celpe.com.br/portal-imobiliario/servicos-ao-


cliente/Paginas/calcular-consumo.aspx

Disponível em: http://servicos.coelba.com.br/portal-imobiliario/servicos-ao-cliente/Paginas/calcular-


consumo.aspx

Disponível em: https://www.cemig.com.br/pt-


br/atendimento/Documents/SimuladorDeConsumo/Cemig%20-
%20Estime%20seu%20Consumo2.htm
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CAPÍTULO 4

CORRENTE CONTÍNUA x CORRENTE ALTERNADA

4.1 - INTRODUÇÃO:

Quando um aparelho é ligado a uma pilha ou bateria, a


corrente elétrica se mantém sempre em um mesmo sentido.
Por este motivo dizemos que pilhas e baterias geram
corrente contínua (abreviamos por CC ou DC em inglês). Já
nas tomadas das residências, a corrente é alternada. Isso
significa que ora a tensão tem um sentido ora tem outro (se
alterna). A força que impulsiona os elétrons inverte
constantemente de sentido.

4.2 – CORRENTE CONTÍNUA:


Corrente contínua (CC ou, em inglês, DC) é o fluxo
constante e ordenado de elétrons sempre em um mesmo
sentido. Esse tipo de corrente é gerado por baterias de
automóveis ou de motos (6, 12 ou 24 V), pequenas baterias
(geralmente 9 V), pilhas (1,2 V e 1,5 V), dínamos, células
fotovoltáicas e fontes de alimentação de várias tecnologias,
que transformam a corrente alternada para produzir
corrente contínua. Normalmente é utilizada para alimentar
aparelhos eletrônicos (entre 1,2 V e 24 V) e os circuitos
digitais de equipamento de informática (computadores,
modens, etc.).
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OBS: Todo aparelho que utiliza Corrente Contínua (CC) terá
geralmente marcado nos terminais os sinais (+) para o polo positivo
e (-) para o polo negativo ou ainda, o polo positivo virá marcado com
a cor VERMELHA e o polo negativo com a cor PRETA.

GRÁFICO DA CORRENTE CONTÍNUA x TEMPO

A corrente contínua constante é a que encontramos nas pilhas


e baterias. Quando dizemos constante é porque (teoricamente) a
tensão da bateria se mantém num mesmo valor (p. ex. 12 Volts) ao
longo do tempo, para qualquer carga (teoricamente). Na prática, a
tensão vai decrescendo com o tempo em função da descarga da
bateria.
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4.3 – CORRENTE ALTERNADA:

A Corrente Alternada, ou CA (em inglês AC -


Alternating Current) é, como o próprio nome diz, uma fonte
elétrica cuja intensidade e sentido variam ciclicamente (se
alternam), ao contrário da corrente contínua cujo sentido
permanece constante e que possui pólos positivo e negativo
definidos. A forma de onda usual em um circuito de potência
CA é senoidal, por ser a forma de transmissão de energia
mais eficiente. Entretanto, em certas aplicações, diferentes
formas de ondas são utilizadas tais como triangular, onda
quadrada e dente de serra, que também são alternadas.

OBS:
1) Uma forma de analogia que pode ajudar a entender a Corrente
Alternada Senoidal é o pêndulo, cujo movimento harmônico lembra
a forma de onda da CA senoidal.
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2) De agora em diante, quando falarmos em Corrente Alternada,


estaremos nos referindo a corrente alternada senoidal.

Vídeo relacionado: Corrente Alternada e Contínua Qual a Diferença 7 min

4.3.1 – GERAÇÃO DA CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL:

Um gerador de corrente alternada simples é constituído de um


imã fixo e de uma espira colocada no meio do imã como mostra a
figura acima. A alimentação da lâmpada é realizada através das
escovas que estão em contato com os anéis que, por sua vez, estão
ligados na extremidade da espira. Ao girar a espira, há variação de
fluxo magnético, induzindo uma FEM (lei de Faraday), que produzirá
uma corrente, que vai passar através das escovas e alimentar o
circuito e assim, acender a lâmpada. Esta corrente é alternada e
neste caso o gerador é denominado gerador de corrente alternada
ou simplesmente alternador. Este é o princípio básico dos geradores
das grandes hidroelétricas.
Vídeo relacionado: 04 - Viagem na Eletricidade - Corrente Alternada 5 min e
Funcionamento do gerador de corrente alternada 2 min
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4.3.2 – CONVENÇÕES UTILIZADAS:

No caso da Corrente Contínua (CC) temos os pólos POSITIVO


e NEGATIVO. No caso da Corrente Alternada (CA) não temos essa
característica, pois, a polaridade muda constantemente com o
tempo.

Assim, no caso da figura acima, o condutor ou pólo “vivo” é


chamado na prática de FASE e o condutor “morto” de NEUTRO.
1 condutor “vivo” → Monofásico
2 condutores “vivos” → Bifásico
3 condutores “vivos” → Trifásico

Vídeo relacionado: 02 Gerador de Corrente Alternada básico 3D 6 min

4.3.3 – HISTÓRIA DA CORRENTE ALTERNADA:


A corrente alternada surgiu quando Nikola Tesla foi contratado
por J. Westinghouse para construir uma linha de transmissão entre
Niágara e Búfalo, em NY. Thomas Edison fez o possível para
desacreditar Tesla, mas o sistema trifásico de Tesla foi adotado. A
Corrente Alternada é a forma mais eficaz de se transmitir uma
corrente elétrica por longas distâncias. Nela os elétrons invertem o
seu sentido várias vezes por segundo.

A Corrente Alternada foi adotada para transmissão de energia


elétrica a longas distâncias devido à facilidade relativa que ela
apresenta para ter o valor de sua tensão alterada por intermédio de
transformadores. No entanto, as primeiras experiências e
transmissões foram feitas com Corrente contínua (CC ou, em inglês,
DC).

OBS: A Corrente Alternada é a forma mais eficaz de transmitir energia, porque


ela pode ser transformada (elevar ou baixar seu potencial). A Corrente
Contínua NÃO.
33

4.3.4 – FORMA MATEMÁTICA DA CORRENTE ALTERNADA SENOIDAL:

Toda Tensão ou Corrente Alternada (CA) pode ser escrita na


forma:

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡 + ∅)


𝑖 (𝑡) = 𝐼𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡 + 𝛳)

Onde:
Vmax ou I max→ Valor máximo ou de pico
W→ Velocidade angular em rad/s W = 2.π.f
No caso da frequência de 60 Hz → W = 377 rad/s
t → Tempo [s]
Ø,𝛳 → Ângulo de fase [rad]

VISTA DE UMA CORRENTE ALTERNADA NO OSCILOSCÓPIO

OSCILOSCÓPIO:
Aparelho que apresenta em uma tela o oscilograma de uma onda qualquer.
34
EXERCÍCIOS
1- Dado os equipamentos abaixo: Bateria 12 V, lâmpadas 40 Wx12 V
𝑃 40 𝑊 𝑉 12 𝑉
𝐼= = = 3,33 𝐴 → 𝑅 = = = 3,6 Ω
𝑉 12 𝑉 𝐼 3,33 𝐴

a) Monte um circuito esquemático com essas lâmpadas em série e calcule a


corrente que circula pelas mesmas e a tensão em cada lâmpada.

b) Monte um circuito esquemático com essas lâmpadas em paralelo e calcule a


corrente que circula em cada lâmpada, a corrente total e a tensão em cada uma
delas.

2- Dado os equipamentos abaixo:

Tomada de 220.sen(Wt + 30º) V, f = 60 Hz, lâmpadas 100 Wx220 V


𝑃 100 𝑊 𝑉 220 𝑉
𝐼= = = 0,45 𝐴 → 𝑅 = = = 490 Ω
𝑉 220 𝑉 𝐼 0,45 𝐴

a) Monte um circuito esquemático com essas lâmpadas em série e calcule a


corrente que circula pelas mesmas e a tensão em cada lâmpada.

b) Monte um circuito esquemático com essas lâmpadas em paralelo e calcule a


corrente que circula em cada lâmpada e a tensão em cada uma delas.
35
4.3.5 – RESISTÊNCIA, CAPACITÂNCIA E INDUTÂNCIA
EM CORRENTE ALTERNADA

RESISTÊNCIA:

Para a resistência é válida a lei de OHM, tanto em


corrente contínua como em Corrente Alternada:

𝑉
𝑉 = 𝑅 × 𝐼 𝑜𝑢 𝐼 =
𝑅
Assim, se temos uma tensão alternada

𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡
𝑣 (𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠 𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑖(𝑡) =
𝑅
𝑉𝑚𝑎𝑥
= 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡 𝐴𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠
𝑅
Exemplo:
Uma lâmpada incandescente de 100 W é alimentada com uma tensão de 220 V
alternada de 60 Hz. Escreva a tensão e a corrente na forma senoidal e trace o
gráfico de ambas.

𝑷 𝟏𝟎𝟎 𝑾
𝑰= = = 𝟎, 𝟒𝟓 𝑨
𝑽 𝟐𝟐𝟎 𝑽

Assim: v(t)=220.sen(377t) Volts e i(t)= 0,45.sen(377t) Amperes

Dizemos que a tensão e a corrente estão em fase, pois os valores máximos e


mínimos coincidem.
36
CAPACITÂNCIA:

A relação entre a tensão e a corrente em uma capacitância não é dada


pela lei de OHM:

A carga armazenada na capacitância é proporcional a tensão aplicada:


𝑑𝑞(𝑡) 𝑑𝑣(𝑡)
𝑄 = 𝐶 × 𝑉 𝑜𝑢 𝑞(𝑡) = 𝐶. 𝑣(𝑡) 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 = 𝐶.
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑞(𝑡)
𝑀𝑎𝑠, = 𝑖(𝑡) → 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
𝑑𝑡

Assim, teremos para a capacitância de um capacitor:


𝒅𝒗(𝒕)
𝑖 𝐶 (𝑡 ) = 𝑪 →O capacitor é um derivador de tensão
𝒅𝒕
Assim, se aplicarmos uma tensão alternada senoidal em uma capacitor:

𝒗(𝒕) = 𝑽𝒎𝒂𝒙 𝒔𝒆𝒏(𝒘𝒕)


𝑑[𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡)]
𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐶
𝑑𝑡

𝑖𝐶 (𝑡) = 𝑊C𝑉𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑊𝑡

Se fizermos WCVmax= Imax

Teremos: 𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐼𝑚𝑎𝑥 𝑐𝑜𝑠𝑊𝑡 𝐴𝑚𝑝é𝑟𝑒𝑠


Isso mostra que se a tensão for um seno a corrente será cosseno, ficando
defasadas de 90º.

Vídeo relacionado: CAPACITORES E CAPACITÂNCIA 2 min

Exemplo: Um capacitor de 100 µF é ligado a uma tensão alternada senoidal


v(t)=220.sen377t Volts. Determine a corrente e trace o gráfico de ambas.

𝑖 (𝑡) = 377 × 1000 µ𝐹 × 220 × 𝑐𝑜𝑠377𝑡 = 83. 𝑐𝑜𝑠377𝑡 𝐴


37
O capacitor defasa a corrente da tensão nele aplicada de 90º.
Dizemos que o capacitor “adianta” a corrente de 90º em relação à
tensão.

Vídeo relacionado: Capacitor o que é, para que serve, tipos e aplicação 8 min

INDUTÂNCIA:

Na indutância a relação entre a tensão e a corrente é dada por:

𝑑Ф(𝑡)
𝑣𝐿 (𝑡) = → 𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐹𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑦 𝑚𝑎𝑠 Ф(𝑡) = 𝐿. 𝑖(𝑡)
𝑑𝑡

𝑑𝑖𝐿 (𝑡)
𝑣𝐿 (𝑡) = 𝐿 ou integrando-se teremos:
𝑑𝑡
1
𝑖𝐿 (𝑡) = ∫ 𝑣(𝑡)𝑑𝑡
𝐿

Assim, o indutor é um derivador de corrente ou


um integrador de tensão.
Se a tensão aplicada na indutância for:
𝒗(𝒕) = 𝑽𝒎𝒂𝒙 𝒔𝒆𝒏(𝒘𝒕)

A Corrente será:
1 𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑖𝐿 (𝑡) = ∫ 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡)𝑑𝑡
𝐿 𝐿

𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑖𝐿 (𝑡) = − 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡
𝑤𝐿
38
Exemplo: Seja um indutor de 10 mH no qual se aplica uma
tensão alternada 60 Hz ➔ v(t)=220.sen(377t) Volts.
Determinar a corrente e traçar o gráfico de ambas.
220
𝑖(𝑡) = − cos (𝑤𝑡) = −58,3 × cos (377𝑡) 𝐴
377.0,01

300
200
100
V(T)
0
I(T)
-100 0 2 4 6 8
-200
-300

4.3.6 – POTÊNCIA E ENERGIA EM CORRENTE ALTERNADA:

Se aplicarmos em um circuito qualquer uma tensão alternada obteremos


uma corrente alternada.

Se aplicarmos 𝑣(𝑡) = 𝑉𝑀𝐴𝑋 × 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡) 𝑜𝑏𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑖(𝑡) = 𝐼𝑀𝐴𝑋 × 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡 + Ф)

Potência →𝑝(𝑡) = 𝑣(𝑡) × 𝑖(𝑡)

Energia →
E =  v(t ).i (t )dt
0
39
Vamos examinar agora a potência e energia dos três elementos Resistência,
Capacitância e Indutância em corrente alternada:

POTÊNCIA NA RESISTÊNCIA:

Seja o circuito abaixo:

Como a tensão aplicada é senoidal obteremos uma corrente:


𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡)
𝑖(𝑡) = = 𝐼𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡)
𝑅

Assim, a potência ficará:

p(t ) = Vmax  I max sen 2 wt = Pmax  sen2 wt

Exemplo: Seja o circuito abaixo com uma tomada de 220 V e uma lâmpada
de 40 W

A tensão podemos escrever v(t) = 220.sen(377t) Volts e a corrente


encontramos:

40 𝑊
𝐼= = 0,18 𝐴
220 𝑉

Como a tensão é alternada senoidal a corrente em função do tempo ficará:

i (t ) = 0,18  sen(377 t ) Ampéres

Entrando na fórmula da Potência teremos:

P(t ) = v(t )  i(t ) = 220 .sen(377 t )  0,18.sen(377 t ) = 40 sen2 (377 t )watts


40
Disso podemos concluir que a potência dissipada da
Lâmpada será pulsativa seguindo um sen2.Como o sen2
nunca fica negativo, resulta que a potência na Lâmpada
sempre será positiva.
45,0
40,0
35,0
30,0
25,0
20,0 v(t)
15,0 i(t)
10,0 p(t)
5,0
0,0
-5,0 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65
-10,0
-15,0

OBS: Como a potência dissipada na Lâmpada é pulsativa, inclusive


atingindo ZERO, a tendência da Lâmpada é piscar. Se for uma
Lâmpada incandescente ela não “pisca” devido a sua inércia térmica.
Entretanto, se for uma lâmpada de descarga (fluorescente) ou de
LED, ela piscará 2xf, ou seja, 120 vezes por segundo. Não
conseguimos perceber isso devido a persistência retiniana. Esse
efeito é chamado efeito estroboscópico.

VIDEO RELACIONADO: EFEITO ESTROBOSCÓPICO

POTÊNCIA NO CAPACITOR:

Enquanto que no resistor a relação entre a tensão e a corrente é dada


pela Lei de OHM V = R.I, no Capacitor, que é um dispositivo elétrico capaz de
armazenar energia em seu campo elétrico, a relação entre a tensão e a corrente:

𝑑𝑣(𝑡)
𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐶
𝑑𝑡
Assim, se colocarmos em um capacitor uma fonte de tensão senoidal teremos:

𝑖(𝑡) = 𝑊C𝑉𝑚𝑎𝑥 cos (𝑊𝑡)


C
v(t)=220 sen 377t 10uF
41
V(t) = 220.sen(377t) V Capacitor 10 µ F a corrente ficará:
ic(t) = 10.10-6.220.377.cosWt = 0,83.cos377t Amperes.
P(t) = 220 sen377t . 0,83.cos377t = 182. sen377t.cos377t
Lembramos que: sen 2x = 2 senx.cosx→senx.cosx = (sen2x)/2

P(t) = 91.sen (2x377t)

A potência em um capacitor tem a dupla frequência da


tensão. O mais interessante é que o sen(2x377t) será
positivo e negativo significando:
a) Quando for positiva o capacitor está armazenando
energia (carregando)
b) Quando for negativa o capacitor está devolvendo a
energia para a rede(descarregando)

Disso resulta que a energia total armazenada em um


capacitor em corrente alternada e em regime permanente é
nula, pois ele carrega e descarrega continuamente. (o
capacitor não dissipa ou transforma energia)
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0 v(t)
0,0 i(t)
-20,0 1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 p(t)
-40,0
-60,0
-80,0
-100,0
-120,0
-140,0

OBS: Em Corrente Alternada podemos dizer;

1) O capacitor “adianta” a tensão da corrente em 90º.

2) O capacitor não “consome” (transforma) energia. Durante um semi-ciclo ele


armazena energia (carrega) e no semiciclo seguinte ele devolve essa energia
para a fonte (descarrega).

POTÊNCIA NO INDUTOR OU BOBINA:


42

1 𝑉𝑚𝑎𝑥
L
i (t ) = v(t )dt 𝑖(𝑡) = − 𝑤𝐿
𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡

Potência no indutor:

Considere uma bobina de 100 mH submetida a uma tensão de 220.sen(377t)


Volts:

A corrente será:
1 220
𝑖(𝑡) = −3
∫ 220𝑠𝑒𝑛377𝑡 = − 𝑐𝑜𝑠377𝑡 = −5,83. 𝑐𝑜𝑠377𝑡
100. 10 100. 10−3 . 377

P(t) = v(t).i(t) =220.sen(377t) x (-5,83.cos(377t)) = -641.sen(2x377t)


Watts.
1000

500
v(t)
0 i(t)
1 7 131925313743495561
P(t)
-500

-1000

No indutor a potência também tem a dupla frequência da tensão e é


positiva e negativa mostrando que o indutor absorve energia da fonte,
quando a potência é positiva e devolve energia para a fonte quando a
potência é negativa.

Conclusão:
43
Podemos observar que as potências do capacitor e do
indutor são simétricas mostrando que, em Corrente
Alternada, os seus efeitos tendem a se anular. Esse efeito é
muito utilizado na prática para se anular o problema
causados nas redes elétricas pelos reatores das lâmpadas
fluorescentes, transformadores e pelos motores, quando se
usa para esse fim capacitores para corrigir.

4.3.7 – CIRCUITOS MISTOS:

Até agora vimos como se comportam o Resistor, o


Capacitor e o Indutor em corrente alternada individualmente
da seguinte forma:

Resistor➔ Transforma energia em Calor


𝑉𝒎𝒂𝒙
𝑆𝑒 𝑣𝑅(𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡) 𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑖𝑅 (𝑡) = × 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡
𝑅

Potência: p(t ) = Vmax  I max sen wt = Pmax  sen wt


2 2
[Watts]

Capacitor➔ Armazena energia em forma de Campo Elétrico


entre as placas
𝑣𝐶 (𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 . 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡 → 𝑖𝐶 (𝑡) = 𝑊𝐶𝑉𝒎𝒂𝒙. . 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡

Potência no capacitor: → 𝑝(𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡) × 𝑊𝐶𝑉𝑚𝑎𝑥 . cos (𝑤𝑡)

𝑝(𝑡) = 𝑊𝐶𝑉𝑚𝑎𝑥 2 . 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡. 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡

𝑊𝐶𝑉𝑚𝑎𝑥 2
𝑝(𝑡) = . 𝑠𝑒𝑛(2𝑤𝑡) [VAR]
2

Indutor➔ Armazena energia em forma de Campo Magnético

𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑣𝐿 (𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡) → 𝑖𝐿 (𝑡) = − × 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡
𝑊𝐿
𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑃(𝑡) = 𝑣𝐿 (𝑡) × 𝑖𝐿 (𝑡) = 𝑉𝑚𝑎𝑥 × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡) × [− × cos(𝑤𝑡)]
𝑊𝐿
44

𝑉𝑚𝑎𝑥 2
𝑝𝐿 (𝑡) = − × 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡) × cos (𝑤𝑡)
𝑊𝐿
𝑉𝑚𝑎𝑥 2
𝑝(𝑡) = − 𝑠𝑒𝑛(2𝑤𝑡) [VAR]
2𝑊𝐿

Vamos agora combinar esses componentes:

iTotal(t) = i R (t) +iC (t) + i L (t)

𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑉𝑀𝐴𝑋
𝑖 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑡) = 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡 + 𝐶. 𝑉𝑀𝐴𝑋. 𝑤. 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡 − 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡
𝑅 𝑤𝐿
1 1
𝑖 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑡) = 𝑉𝑀𝐴𝑋 { 𝑠𝑒𝑛𝑤𝑡 + [𝐶𝑤 − ] 𝑐𝑜𝑠𝑤𝑡}
𝑅 𝑤𝐿

iTotal(t) = Vmax[ a senwt + b coswt ] = Imaxsen (wt + Ø)

25
20
15
10
5 a.senx
0 b.cosx
-5 1 10 19 28 37 46 55 64 73 82 91 100 109 118 127 a.senx + b.cosx
-10
-15
-20
-25

Conclusão: Em circuitos mistos encontrados na prática, aplicando-se uma tensão


alternada senoidal, a corrente também será senoidal, com a mesma frequência
da Tensão só que defasada de um ângulo Ø.
Exercício:
Dado o circuito abaixo, calcule a corrente total, a potência total e
trace o gráfico da Tensão, Corrente e Potência.
45

R1 C1 L1
v(t)=220sen377t 200Ω 25uF 150mH

Resposta: 𝑖𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑡) = 2,13𝑠𝑒𝑛(377𝑡 − 60°)𝐴 →


𝑝(𝑡) = {233,2𝑠𝑒𝑛2 377𝑡[𝑊] − 200,6𝑠𝑒𝑛(2 × 377𝑡)[𝑉𝐴𝑟]}

Gráfico da Tensão, Corrente e Potência


400

300

200
TENSÃO
100
CORRENTE
0
POTÊNCIA
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101
-100

-200

-300

CAPÍTULO 5
FASORES

5.1 INTRODUÇÃO:
Como vimos no capítulo anterior, em circuitos mistos, que
encontramos na prática, torna-se muito complicado trabalhar com
senos e cossenos em função do tempo. Diante disso, os matemáticos
criaram uma ferramenta chamada FASOR, que torna o estudo da
corrente alternada muito mais fácil e prático.

Esse operador matemático veio da identidade de EULER:

e j = cos  + jsen ou e jwt = cos wt + jsenwt


Vídeo relacionado: Identidade de Euler.

5.2 – FASORES:
46
São entes matemáticos que representam as tensões e
correntes alternadas senoidais. Eles são representados por
VETORES centrados na origem do plano cartesiano e que
“giram” com a velocidade angular W.

Video relacionado: 04 - Viagem na Eletricidade - Corrente Alternada 5 min

Assim, o FASOR TENSÃO ou FASOR CORRENTE terá um módulo


igual ao valor máximo da tensão ou da corrente e um ângulo igual
ao ângulo de fase da onda alternada.

Exemplo:

1) Seja o circuito misto do último exercício cuja tensão é v(t)=220.sen(377t


+0º) V, que resultou em uma corrente i(t) = 2,13 x sen(377t - 60º) A

Na forma de fasor ou fasorial (polar) escrevemos essas grandezas da seguinte


forma:

V = Vm 0 o = 220 0º Volts I = I m = 2,13 − 60 º A

Vídeos relacionados: FASORES 06-06-2022 0,5 min e O que é um fasor


13 min

Exercícios:
47
1) Dados as tensões e correntes senoidais abaixo, escreva o valor das mesmas
na forma fasorial, represente as mesmas no plano cartesiano e determine a
“defasagem” entre elas:

a) v(t) = 220.sen(377t) Volts; i(t) = 100.sen(377t+30º) Amperes

b) v(t) = 13.800 sen(377t + 60º) Volts; i(t) = 15.sen(377t + 90º) A

2) Dadas as tensões e correntes abaixo na forma fasorial, desenhe os fasores


respectivos e escreva as mesmas em função do tempo.

a) V = 110/29º Volts I = 20/54º Ampéres f=1kHz

b) V = 500 /20º kVolts I = 200/45º Ampéres f = 200Hz

5.2.1 – NÚMEROS COMPLEXOS:

Um número é chamado de complexo quando é escrito na forma

𝑍 = 𝑅 + 𝑗𝑄
Onde:

Z → Nº complexo
R → Parte Real
jQ→ Parte Imaginária
𝒋 = √−𝟏

5.2.2 ALGEBRA FASORIAL:


48

FORMA POLAR: V = 220 0º volts; I = 2,13 − 60 º amperes

V = 220 cos 0º + j 220 sen0º volts;


FORMA RETANGULAR:
I = 2,13 cos( −60 º ) + j 2,13 sen(−60 º ) amperes

OPERAÇÃO COM FASORES:

Soma e Subtração: A melhor forma de se efetuar essas


operações é na forma retangular: soma-se ou subtrai-se as
partes reais e imaginárias.

Multiplicação: A melhor forma de se efetuar essa operação


é na forma polar: Multiplica-se os módulos e soma-se os
ângulos. Por quê?

Divisão: A melhor forma de se efetuar essa operação é na


forma polar: Divide-se os módulos e subtrai-se os ângulos

Exercícios:

1) Dado os números complexos abaixo, faça as operações indicadas:


A=10 + j20 B=5 - j4 C= 2,78 - j3,68

a) A+B
b) A-B
c) B+C
d) AxBxC
e) A/(BxC)
f) A2
g) √𝐵

Conjugado de um número complexo: Se A = a + jb então A*= a - jb


(conjugado de A é A*). Isso tem importância porquê a multiplicação de um nº
complexo pelo seu conjugado resulta em um nº REAL puro.

5.3 -REATÂNCIA CAPACITIVA E REATÂNCIA INDUTIVA:


49
AURÉLIO[Do ingl. reactance.]
S. f. Eletr. 1. Num circuito de corrente alternada, o módulo da parte
imaginária da impedância do circuito [símbolo: X ] .

A relação entre a TENSÃO e a CORRENTE nos três elementos básicos em


função do tempo é dada por:
𝑣(𝑡)
Resistor ➔𝑖𝑅 (𝑡) =
𝑅
𝑑𝑣(𝑡)
Capacitor ➔𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐶
𝑑𝑡

1
Indutor ➔𝑖𝐿 (𝑡) = ∫ 𝑣(𝑡)𝑑𝑡
𝐿

Assim, se a tensão for senoidal 𝑣(𝑡) = 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡 + 0º) 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠


Na forma fasorial ou polar →𝑉 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟ 0𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠

Teremos para corrente:

a) Resistor:

𝑉𝑀𝐴𝑋
𝑖𝑅 (𝑡) = 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡) = 𝐼𝑀𝐴𝑋 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡)
𝑅

Na Forma polar→𝐼 = 𝐼𝑀𝐴𝑋 /0o

𝑜
𝑉 𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟ 0𝑜 𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟ 0
Dividindo-se V/I teremos:V/I = = = 𝑉𝑀𝐴𝑋 =𝑅Ω
𝐼 /0º
𝑅
b) CAPACITOR:

𝑑
𝑖𝐶 (𝑡) = 𝐶 𝑉 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡) = 𝐶𝑊𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑐𝑜𝑠(𝑊𝑡) = 𝑊𝐶𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡 + 90º)
𝑑𝑡 𝑀𝐴𝑋

Na forma polar →𝐼𝐶 = 𝑊𝐶𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟90𝑜 Ampéres

Dividindo-se a Tensão pela corrente obteremos:

𝑉 𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟ 0𝑜 1
𝑋𝐶 = = = ∠ − 90𝑜 ou ainda
𝐼𝐶 𝑊𝐶𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟ 90𝑜 𝑊𝐶

−𝑗 1
𝑋𝐶 = = < −90º [Ω]→ Chamada de REATÂNCIA CAPACITIVA
𝑊𝐶 𝑊𝐶

Video relacionado: Reatância Capacitiva 2min

c) INDUTOR:
50
1 1 1 𝑉𝑀𝐴𝑋
𝑖𝐿 (𝑡) = ∫ 𝑣(𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑉𝑀𝐴𝑋 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡)𝑑𝑡 = − 𝑉𝑀𝐴𝑋 cos (𝑊𝑡) = 𝑠𝑒𝑛(𝑊𝑡 − 90º)
𝐿 𝐿 𝑊𝐿 𝑊𝐿

𝑉𝑀𝐴𝑋
Na forma fasorial 𝐼𝐿 = /-90º
𝑊𝐿

Dividindo-se a tensão pela corrente na forma fasorial obteremos:

𝑉𝑀𝐴𝑋 ̸͟ 0𝑜
XL = VMAX /0º = W.L /90º = Jwl 𝑋𝐿 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 = 𝑊𝐿 < 90º
𝑊𝐿
<−90º
VMAX /-90º
W.L

XL =j WL=WL<90º [Ω] Chamada de REATÂNCIA INDUTIVA

Vídeo relacionado: Reatância Indutiva 6 min

RESUMINDO:
Em corrente alternada (AC):

Resitor→XR =V/I = R[Ω]→RESISTÊNCIA

𝑉 −𝑗 1
Capacitor →𝑋𝐶 = = 𝑊𝐶 = 𝑊𝐶 < (−90º) [Ω] → REATÂNCIA CAPACITIVA
𝐼

𝑉
Indutor →𝑋𝐿 = = 𝑗𝑊𝐿 = 𝑊𝐿 < (90º) [Ω] → REATÂNCIA INDUTIVA
𝐼

REPRESENTAÇÃO NO PLANO COMPLEXO:


51

IMPEDÂNCIA:
Na prática não temos elementos puros, ou seja, não
encontramos somente resistências ou somente capacitâncias
ou somente indutâncias. O que acontece é encontrarmos dois
ou três desses elementos juntos. Ao efeito produzido na
corrente elétrica (Reação, Impedimento) pela combinação de
dois ou mais elementos chamamos IMPEDÂNCIA.

Por exemplo: Um fio enrolado na forma de uma bobina, tem


indutância mas, como trata-se de um fio físico, tem também
resistência e assim, os dois elementos aparecem ao mesmo
tempo.

Representação:

Dessa forma dizemos que a bobina possui uma IMPEDÂNCIA.


52

Vídeo relacionado: Reatância e Impedância 4 min

EXERCÍCIOS:

1) O circuito abaixo já foi resolvido em função do tempo. Resolva o


mesmo exercício usando a ferramenta FASOR calculando:

R1 C1 L1
v(t)=220sen377t 200Ω 25uF 150mH

* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada


e transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.

a) A corrente em cada elemento. R: 𝑰𝑹 = 𝟏, 𝟏 𝑨 ; 𝑰𝑪 = 𝟐, 𝟎𝟕 < −𝟗𝟎º; 𝑰𝑳 = 𝟑, 𝟖𝟗 < 𝟗𝟎º


b) A corrente total fornecida pela fonte ao conjunto.R: 𝑰𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 = 𝟐, 𝟏𝟑 <
−𝟓𝟖, 𝟗º 𝑨
c) Represente os três elementos por uma impedância equivalente
R: 𝒁𝑬𝑸𝑼𝑰𝑽𝑨𝑳𝑬𝑵𝑻𝑬 = 𝟏𝟎𝟑, 𝟑 < 𝟓𝟖, 𝟗º
d) Trace o diagrama fasorial do conjunto.

2) Dado o circuito RLC abaixo, se ele for alimentado entre os


pontos A e D, por uma tensão de v(t) = 220senWt, na
frequência de 60Hz determine:

* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada e


transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.
a) A Impedância Equivalente. R: 𝑍𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣 = 138 < −43,5º Ω
b) A corrente que circula pelo mesmo.R: 𝐼 = 1,6 < 43,5º
c) A tensão em cada componente.R: 𝑉𝑅 = 160𝑉; 𝑉𝐶 = 212 <
−46,5º; 𝑉𝐿 = 60 < 133,5º [𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠]
d) Trace o diagrama fasorial de todas as tensões e correntes.
53
Respostas:
a) Zeq = (100-j94,9) ou 138/-43,5º ohms
b) I = 1,6 /43,5º Amperes
c) VR = 160/43,5º Volts VC = 212 /-46,5º Volts VL = 60/133,5º
Volts
d) Diagrama Fasorial

I*
V* V*L

V*c V*R

3) Considere o circuito R L C paralelo abaixo:

a) Calcule I1, I2, I3, It e Zeq


b) Desenhe o diagrama fasorial do circuito
c) O circuito é predominantemente indutivo ou capacitivo?
* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada
e transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.

5.5- POTÊNCIA EM CIRCUITOS MISTOS:

Se numa impedância qualquer Z aplicarmos uma tensão


V = V MAX 0º Volts

obteremos uma corrente: I = I MAX  −  Amperes


54
VMAX
Dividindo a tensão pela corrente obteremos: Z = 
I MAX

Se multiplicarmos a tensão pelo conjugado da corrente teremos:

𝑆̇ = 𝑉 × 𝐼 ∗ = 𝑉𝑀𝐴𝑋 ∠0º × 𝐼𝑀𝐴𝑋 ∠𝛷 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 × 𝐼𝑀𝐴𝑋 ∠𝛷 = 𝑆∠𝛷

Onde: 𝑆 = 𝑉𝑀𝐴𝑋 × 𝐼𝑀𝐴𝑋 é chamada POTÊNCIA APARENTE → UNIDADE [VA]

𝑆̇ = 𝑆∠𝛷 = 𝑆𝑐𝑜𝑠𝛷 + 𝑗𝑆𝑠𝑒𝑛𝛷

𝑆 × 𝑐𝑜𝑠𝛷 → 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑒𝑚 [𝑊]

𝑆 × 𝑠𝑒𝑛𝛷 → 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑅𝑒𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑒𝑚 [𝑉𝐴𝑟]

Esse ângulo Ø é chamado ângulo de potência e o cosØ é


chamado FATOR DE POTÊNCIA e S é chamada Potência
Complexa ou Potência Aparente.

TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS:
55
EXERCÍCIOS:

1)Dado o circuito abaixo, calcule a corrente total e a


potência dissipada em cada componente:
* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada
e transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.

2- Dado o circuito abaixo calcule:

10Ω

25µF
v(t) = 20sen(377t)volts
~ 281mH

* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada


e transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.

a) A Impedância equivalente R: Z = 10 Ω
b) A corrente fornecida pela fonte R: I = 2/0º A
c) A tensão em cada componente R:VR = 20 V; VC= 212/-90º V; VL=212/90º V
d) A potência Ativa e Reativa total R: P = 40 W Q = 0 VAr
56

3- Dado o circuito abaixo determine:

v(t) = 110sen(377t) volts 100Ω 25µF 281mH

* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada


e transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.

a) A corrente em cada componente


b) A corrente total
c) A impedância equivalente
d) A potência Ativa e Reativa Total.

5.6 VALOR EFICAZ DE UMA GRANDEZA ALTERNADA


SENOIDAL (TENSÃO OU CORRENTE)

Na prática, todas as tensões e correntes a que são referenciados os dados


de placa dos equipamentos, são VALORES EFICAZES.

Do Dicionário Aurélio: Eficaz: Que tem eficácia, Que produz


determinado efeito. Que efetua o que promete ou o que se espera; que
causa o resultado inicialmente pretendido.
57
PLACA DE MOTOR

Exemplos: 220 V→ é o valor eficaz da tensão presente nas


tomadas. 22 A → é o valor eficaz da corrente em um motor
de 15CV.

O VALOR EFICAZ de uma tensão ou corrente alternada, é o


valor de uma corrente contínua constante que, em um
mesmo resistor, dissipa a mesma quantidade de calor no
mesmo intervalo de tempo.

𝑽𝑨𝑳𝑶𝑹 𝑴Á𝑿𝑰𝑴𝑶
𝑽𝑨𝑳𝑶𝑹 𝑬𝑭𝑰𝑪𝑨𝒁 =
√𝟐
Demonstração:

VDC R

v(t ) = Vm sen wt R

Em corrente contínua constante, para um tempo T= 𝝅:

2  2
VDC
P = R.I2 = VDC
→ ENERGIA= 1  VDC 2 dt = EDC = 
R R 0
R

Em corrente Alternada para o mesmo período T = e o mesmo resistor R:

v(t ) 2 v(t ) 2 
P(t ) =  E =  p(t )dt =  dt =  RV
1
max
2
 sen 2 wtdt
R R 0
58

t 
Mas: sen Wtdt = [ + sen(2Wt )]0 =
 
2 
(T = rad a parte sen0º e sen  = 0).
0
2 2

2
Vmax 
Assim, a energia em corrente alternada será: ENERGIA = 
R 2

Igualando-se a Energia em DC e AC teremos:


Vmax
= VRMS = VEFICAZ =
2 2
VDC Vmax
 =  ➔ VDC
R R 2 2

I MAX
O mesmo pode ser dito para a corrente: I EF =
2

OBS: RMS (do inglês Root Mean Square) ou valor eficaz

Exemplos:

1) Dado as tensões e correntes em valor máximo determine o valor eficaz:

a) v(t) = 311×sen377t volts

b) i (t) = 141,4×sen 377t amperes

2) Dado as tensões e correntes abaixo em valores eficazes determine o valor


de pico ou máximo:

a) V = 13.800 V

b) I = 40 A

c) V = 138 kV
59

3) Um chuveiro tem os seguintes dados de placa:

V = 220 V
P = 4.400 W
Determine:
a) A tensão de pico aplicada
b) A corrente eficaz
c) A Potência eficaz
d) A Potência de pico.

Curvas da Tensão, Corrente e Potência do chuveiro

5.6 – POTÊNCIA EFICAZ:

Se em uma impedância Z aplicarmos uma tensão eficaz


V=VEFICAZ /0º_ Volts obteremos uma corrente eficaz
I=IEFICAZ/Φ_ Amperes.

Multiplicando ambas teremos:

Potência Aparente S= VEFICAZ/0° x IEFICAZ/Φ =


VEFICAZ ×IEFICAZ/Φ = S/Φ Volt.Ampére

Passando para a forma retangular: S = P + jQ


S é chamada potência aparente e sua unidade é o
Volt.Ampere [VA].

P→ É a potência real medida em Watts

Q→ É a potência reativa medida em VAreativo [VAR]

O ângulo Ø é chamado ângulo de potência e o cosØ é


chamado FATOR DE POTÊNCIA.
60
TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS:

Podemos escrever: S = P + jQ

S [VA]
[VA] Q [VAR]
Ø

P [W]

Exercício:

1) Dado o circuito abaixo, determine:

* A primeira coisa a fazer é transformar em “fasor” a tensão aplicada


e transformar os elementos (capacitâncias e indutâncias) nas suas
respectivas reatâncias.
a) A Corrente em cada componente
b) A corrente total
c) A Potência Aparente
d) A potência ativa
e) A Potência reativa
f) Trace o triângulo de potências
g) Qual o fator de potência?
61
CAPÍTULO 6
CIRCUITOS MONOFÁSICOS E CIRCUITOS
TRIFÁSICOS

6.1 – INTRODUÇÃO:

A principal aplicação dos circuitos trifásicos se encontra


na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Nicola Tesla provou que a melhor maneira de se transmitir
energia elétrica é usando circuitos trifásicos.

6.2 – GERAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA MONOFÁSICA E


TRIFÁSICA:

6.2.1 GERAÇÃO MONOFÁSICA:

Na figura mostrada acima, que é uma representação


simbólica do gerador monofásico, aparece apenas uma
tensão senoidal dada por:
𝑣 (𝑡) = 𝑉𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑡 + 0𝑜 ) 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠

6.2.2 GERAÇÃO TRIFÁSICA:

Toda geração de energia de grande porte é feita por


geradores trifásicos, que nada mais são que três geradores
monofásicos colocados em um mesmo invólucro, mas defasados
de 120° no espaço e interconectados entre si.
62

ESQUEMA DO GERADOR TRIFÁSICO

250
200
150
100
50 Va
0 Vb

153
105
113
121
129
137
145
1
9

97
17
25
33
41
49
57
65
73
81
89

-50 Vc

-100
-150
-200
-250

Formas de onda das três fases

OBS: A grande vantagem da geração trifásica é que o


campo magnético criado pelas três fases é um campo
giratório no espaço.
63
6.2.3 – TENSÃO DE LINHA E TENSÃO DE FASE:
A Origem do fator √𝟑
A tensão em cada fase pode ser escrita como:
Van(t) = 220.sen(377t + 0o) volts
Vbn(t) = 220.sen(377t + 120°) volts
Vcn(t) = 220.sen(377t + 240°) volts
Na forma fasorial:
𝑉𝑎𝑛 = 220 < 0𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
𝑉𝑏𝑛 = 220 < 120𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
𝑉𝑐𝑛 = 220 < 240𝑜 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠

Kirchoff 𝑉𝑎𝑛 − 𝑉𝑎𝑏 − 𝑉𝑏𝑛 = 0


𝑉𝑎𝑏 = 𝑉𝑎𝑛 − 𝑉𝑏𝑛

𝑉𝑎𝑛 = 220𝑠𝑒𝑛377𝑡
𝑉𝑏𝑛 = 220𝑠𝑒𝑛(377𝑡 + 120°)
𝑉𝑎𝑏 = 220𝑠𝑒𝑛377𝑡 − 220𝑠𝑒𝑛(377𝑡 + 120°)

𝑉𝑎𝑏 = 220𝑠𝑒𝑛377𝑡 − 220[𝑠𝑒𝑛377𝑡. 𝑐𝑜𝑠120° + 𝑠𝑒𝑛120°. 𝑐𝑜𝑠377𝑡]


𝑚𝑎𝑠 𝑠𝑒𝑛120° = √3⁄2 𝑒 𝑐𝑜𝑠120° = −1/2
𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖𝑛𝑑𝑜
1 √3
𝑉𝑎𝑏 = 220[𝑠𝑒𝑛377𝑡 + ( ) 𝑠𝑒𝑛377𝑡 − ( ) . 𝑐𝑜𝑠377𝑡]
2 2
3 √3 220
𝑉𝑎𝑏 = 220 [𝑠𝑒𝑛377𝑡 (2) + 𝑐𝑜𝑠377𝑡] = [3𝑠𝑒𝑛377𝑡 − √3𝑐𝑜𝑠377𝑡 ]
2 2
Dividindo e multiplicando-se tudo por√12 = 2√3 obteremos:
64
220 3 √3 220 √3 1
𝑉𝑎𝑏 = [ 𝑠𝑒𝑛377𝑡 + 𝑐𝑜𝑠377𝑡] × 2√3 = . 2√3 [ 𝑠𝑒𝑛377𝑡 + 𝑐𝑜𝑠377𝑡]
2 2√3 2√3 2 2 2
Vab=220.√3. 𝑠𝑒𝑛(377𝑡 + 30°) Volts

Resumindo: a amplitude da tensão de fase para fase, que é


chamada de tensão de linha, é igual a tensão de fase para o neutro
multiplicada por √3.
Os geradores trifásicos, são compostos de 03
“geradores” monofásicos dispostos em ângulo de 120º
conforme acima:

Dessa forma podemos escrever para os circuitos trifásicos:


Vb 240º

Va = Vefsen (wt + 0º) 120º

Vb = Vefsen (wt + 120º) Va


Vc = Vefsen (wt + 240º)
Vc

Exemplos:

1) Representar na forma de fasores e em função do tempo,


as tensões trifásicas existentes nas redes de BT(Baixa
Tensão) comerciais da nossa região VFN = 220V

2) Três chuveiros em uma residência, com ligação trifásica,


são ligados cada um em uma fase. Sabendo-se que a
potência do chuveiro é 4400W/220V determine:

a) A corrente em cada fase


b) Represente as tensões e correntes na forma fasorial e em
função do tempo
c) Desenhe o circuito equivalente dessa carga.
65
6.3 LIGAÇÃO EM ESTRELA OU Y E TRIÂNGULO OU Δ:

Os circuitos trifásicos podem ser ligados de duas maneiras.

Y ou estrela e Δ delta ou triângulo:

6.3.1 – LIGAÇÃO EM Y OU ESTRELA:

Na ligação Y ou estrela, as cargas são ligadas a um ponto


comum da seguinte forma:

L1
220 V

V1 L2
3PH
220 V

220 V 60 Hz

L3
220 V

No caso da ligação Y podemos ter um quarto fio que é


chamado de NEUTRO é aterrado.

6.3.2 LIGAÇÃO DELTA ou TRIÂNGULO:

L1

220 V

L2
V1
3PH
220 V

120 V 60 Hz

L3

220 V
66

6.4 – TRANSFORMAÇÃO  − Y
Podemos transformar ligação Delta – Ypsilon ou Estrela – Triângulo e vice-
versa

ZY = Z  /3ou Z  = 3. ZY para impedâncias iguais.


6.5 – CIRCUITOS TRIFÁSICOS EQUILIBRADOS E DESEQUILIBRADOS:

Os circuitos trifásicos são chamados equilibrados


quando possuem o mesmo valor de impedância ligada nas
três fases:
U1
Resistor1_1.0k
Exemplo: Um motor trifásico,
V2
U2 em condições normais, tem a
3PH

Resistor1_1.0k mesma impedância nas três


fases podendo ser
120 V 60 Hz

U3 considerado equilibrado.
Resistor1_1.0k

São Chamados desequilibrados quando os valores das


impedâncias são diferentes em uma ou duas ou nas três fases:
L1

220 V
100W

L2
V1
3PH
220 V
150W

120 V 60 Hz

L3

220 V
500W
Observe que as lâmpadas possuem potências diferentes
67

Exercícios:

1) Três impedâncias iguais a Z = 55 30º  são ligadas em estrela


aterrado a um gerador trifásico 380V equilibrado, devidamente
aterrado. Determine:
* Se é 380V, essa tensão é de fase para fase. A tensão de fase
para o neutro será 380/1,73=220V.

a) Desenhe o circuito equivalente


b) Calcule as correntes que circulam nas três fases:
c) A corrente que circula no neutro.
d) Trace o diagrama fasorial

2) Três impedâncias Z1 =10  30º  ; Z2 =20  40º  eZ3 =50  60º 


são ligadas em estrela aterrada a um gerador trifásico com tensões
fase-fase de 380V equilibrado. Determine:

a) Desenhe o circuito dessa ligação


* Depois do desenho a primeira coisa a fazer é calcular a tensão
fase-neutro.
b) A corrente em cada fase R: 𝐼𝐴 = 22 < −30º 𝐴 𝐼𝐵 = 11 < 80º 𝐴 𝐼𝐶 = 4,4 < 180º 𝐴
c) A corrente de neutro. R:𝐼𝑁 = 16,56 < 0º 𝐴
d) Diagrama Fasorial

6.6 – POTÊNCIA EM CIRCUITOS TRIFÁSICOS:

6.6.1 – INTRODUÇÃO:

O cálculo da potência em circuitos trifásicos é de grande


importância na prática, especialmente para se calcular os
cabos de alimentação e as proteções dos diversos
equipamentos.

6.6.2 – POTÊNCIA TRIFÁSICA:

Seja o circuito trifásico equilibrado abaixo com ligação Y.


68
V1
3PH

220 V 60 Hz
A B C

L1 L2 L3
220 V 220 V 220 V

Lâmpada 220V/100W

A Potência aparente em cada fase é dada por:

SA = VAN  IA
SB = VBN  IB
SC = VCN  IC
A potência trifásica total será:

S3F = SA + SB + SC= VAN  IA+ VBN  IB+ VCN  IC

Para um sistema equilibrado |VAN|=|VBN|=|VCN|=VFN e


|IA|=|IB|=|IC|= IF

Assim: S3F = 3  VFN  IF

Mas:
VFF = VL = 3  VFN
Como vimos a tensão de FASE PARA NEUTRO = (TENSÃO FASE-FASE)/ 3
VFF = 3 VFN

S3F = (3  VFF  IF) Racionalizando S3F= 3  VFF  IF


3

Na prática, a tensão FASE-FASE é chamada TENSÃO DE LINHA e a corrente de


FASE é chamada CORRENTE DE LINHA.
69

Assim:

S3F = 3  VL  IL

OBS:
Se, como acontece na maioria dos casos, a corrente estiver DEFASADA

de um ângulo  teremos:
S= 3  VL 0ºI L  = 3  VL  I L  é chamada POTÊNCIA APARENTE
pois terá uma parte “REAL” e uma parte “IMAGINÁRIA”

S = S . cos  + j.S .sen = P + jQ Chamada Potência complexa.

Onde: P→ Potência Real (Watt) e Q → Potência Reativa (VAreativo)

Dessa forma, na prática temos:

S= 3  VL  IL VOLT AMPERES
EXERCÍCIOS:

1) Um motor ligado em 380V, cosФ=0,85, Rend. 0,92;


mediu-se a corrente em uma das fases (se o motor estiver
normal, as corrente nas três fases são iguais)
encontrando-se 29,8 A. Qual a potência desse motor em
CV?
𝑆 = √3 × 380 × 29,8 = 19.613𝑉𝐴 = 19,6 𝑘𝑉𝐴
𝑃 = 19,6𝑘𝑉𝐴 × 𝑐𝑜𝑠∅ = 19,6𝑘𝑉𝐴 × 0,85 = 16,66𝑘𝑊
16,66𝑘𝑊 × 0,92 = 15,3 𝑘𝑊 𝑛𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜
15,3 ÷ 0,735 = 20𝐶𝑉

2) Um motor trifásico de 100CV/380V possui fator de


potência de 0,87 indutivo, rendimento 92,5%. (1CV =
0,735kW)
70

a) Escreva as tensões na forma fasorial e em função do


tempo.
b) Calcule a corrente em cada fase e escreva na forma
fasorial e em função do tempo.
c) Trace o diagrama fasorial das correntes e tensões desse
motor.
3) Um motor trifásico ligado em 380V mediu-se a corrente obtendo-se 43 A.
O fator de potência do mesmo obtido da sua placa é cos  = 0,85 ;o
rendimento = 0,91 . Determine:
a) A potência aparente desse motor em KVA. R: 28,3kVA
b) A Potência real em KW. R: P=24,05kW
c) A potência reativa em KVAr. R: Q=14,9kVAr
d) A Potência mecânica em CV no eixo do motor R: 30CV
e) A Potência em KVAR de um capacitor para corrigir o FP para cos  = 1
R: 15kVAr

4) Um motor tem a placa mostrada abaixo:.

fp = 0,81 Rend. = 0,95


Determine:
a) A Potência em KW no eixo. R: 808,5 kW
b) A potência aparente desse motor extraída da rede em KVA. R: 1.051kVA
c) A potência reativa extraída da rede em KVAr. R: 617kVAr
d) A Potência em CV no eixo desse motor. R: 1.100CV
e) A Potência em KVAR de um capacitor para corrigir o FP para cos  = 1
R: 617kVAr
71
5) Dado a placa do motor trifásico abaixo confirme se os valores das correntes

estão coerentes:

6) Em um circuito de alimentação de um setor industrial mediu-se a tensão e a


corrente encontrando-se os valores de 375V e 115A. Calcule a Potência aparente
do transformador que pode alimentar essa carga.R:75kVA

7) Qual é a máxima potência em kW que um transformador de 45kVA pode


alimentar com um fator de potência de 0,80?R: 36kW.

8) Três motores trifásicos de 380V trabalham juntos. Sendo o dado de placa dos
mesmos mostrado abaixo, determine a potência aparente e potência ativa total
fornecida pelo transformador: (considere 1CV = 0,735kW).
MOTOR A – 20CV - cos  = 0,80;  = 0,92
MOTOR B – 30CV - cos  = 0,85;  = 0,93
MOTOR C – 40CV - cos  = 0,83;  = 0,94

Precisamos de um transformador de 112,5kVA e 47kVAr de capacitores para


corrigir o Fator de Potência para 1 ou 100%.

9) Em um circuito de um motor trifásico 380V, medimos a corrente conforme


abaixo:

Calcule a potência desse motor em CV no eixo (FP = 0,82 e η = 0,93)


72
𝑆 = √3 × 𝑉 × 𝐼
𝑆 = √3 × 380𝑉 × 16,96𝐴 = 11,16 𝑘𝑉𝐴
𝑃 = 𝑆𝑐𝑜𝑠𝛷 = 11,16𝑘𝑉𝐴 × 0,82 = 9,15𝑘𝑊
𝑃𝐸𝑖𝑥𝑜 = 𝑃 × 𝜂 = 9,15 × 0,93 = 8,51𝑘𝑊
𝑃𝐸𝑖𝑥𝑜 [𝑘𝑊]
𝑃𝐶𝑉 = = 12𝐶𝑉
0,735

CAPÍTULO 7
CONDUTORES

7.1 INTRODUÇÃO:

Chama-se Material Condutor toda substância que permite a


ocorrência de um fluxo de elétrons através do mesmo.

Os materiais que apresentam essa característica são


principalmente os metais: Exemplo: Cobre, Alumínio, Prata, Ouro

6.2 NÚVENS DE ELÉTRONS

Todos os METAIS apresentam uma estrutura cristalina


regular, com o núcleo formando essa estrutura cristalina por
forças de coesão interatômicas.

Os elétrons da última camada ou da camada mais externa,


devido a características próprias do material, podem movimentar-se
livremente por entre a estrutura cristalina e assim são chamados
ELÉTRONS LIVRES. Esses Elétrons livres formam uma “nuvem” de
cargas negativas também chamada de “Gás de Elétrons”.
73

O movimento desses elétrons livres é aleatório ou


randômico e assim, o valor médio da corrente elétrica
resultante desse movimento é zero.

Se aplicarmos um Campo Elétrico em um material


condutor, os elétrons livres vão movimentar-se e,
consequentemente, surgirá uma corrente elétrica.

6.3 TIPOS DE MATERIAIS CONDUTORES:

Em todos os materiais condutores, a sua capacidade de


condução de elétrons (corrente elétrica), capacidade essa
também chamada CONDUTIVIDADE do material, é afetada por
diferentes causas, tais como a temperatura, desuniformidade da
estrutura cristalina, e impurezas existentes ou adicionadas ao
mesmo.

CONDUTORES SÓLIDOS:
Cobre, alumínio, ferro, ligas metálicas, prata;

CONDUTORES LÍQUIDOS
Mercúrio, Soluções ácidas, básicas ou alcalinas;

CONDUTORES GASOSOS
Gases ionizados, Plasmas;
74
OBS:
A eletrotécnica e a eletrônica utilizam esses materiais
condutores para transportarem as correntes elétricas e, com elas,
desenvolverem ações de comando, força, monitoração e controle.

Dentre os principais materiais condutores utilizados destacam-


se o Cobre, o Alumínio, o Ferro, a Prata, o Níquel, o Zinco e o
Ouro e as ligas metálicas construídas com esses materiais.

Mineração Caraíba onde é extraído cobre

6.4 – FUSÍVEIS: (que se funde ou derrete)


É um dispositivo elétrico condutor utilizado na proteção
de circuitos ou equipamentos contra as sobrecargas e
correntes de curto circuito.
75
Chama-se corrente de curto circuito a elevada e danosa
corrente que é gerada por um defeito em alguma parte da
instalação ou equipamento.

Os fusíveis são os componentes elétricos de proteção


de uso mais extenso dentro da eletricidade.

São construídos geralmente de ligas de chumbo e


estanho que se destinam, pela fusão, a interromper (desligar)
automaticamente a corrente dos circuitos e equipamentos
elétricos e eletrônicos.
Os fusíveis são dispositivos que protegem os circuitos elétricos
contra danos causados por sobrecargas de corrente e curto circuitos,
que podem provocar incêndios e até explosões. Os fusíveis são
aplicados geralmente nos circuitos domésticos, comerciais e na
indústria leve.

Princípio de funcionamento:

O funcionamento do fusível baseia-se no princípio


segundo o qual uma corrente que passa por um condutor
gera calor proporcional ao quadrado dessa corrente. Quando
a corrente atinge a intensidade máxima tolerável, o calor
gerado não se dissipa com rapidez suficiente, derretendo o
76
componente, interrompendo o circuito.

FUSÍVEIS PARA ALTA TENSÃO:


A chave fusível é utilizada em redes de distribuição de energia e
instalações de unidades consumidoras para proteção de
transformadores, banco de capacitores, cabines primárias e ramais,
própria para uso ao tempo é provida de
gancho para utilizar ferramenta de
abertura em carga. O porta-fusível possui
fibra interna e fibra de vidro externo para
interromper correntes de curto-circuito
de alta intensidade.

ELOS FUSÍVEIS
6.5 – FIOS E CABOS

Fio→É um condutor sólido, maciço, provido ou não de isolação,


usado diretamente como condutor de energia elétrica.

Cabo→ É um conjunto de fios reunidos para formar um condutor


de energia elétrica.

FIO ou CABO NU

É um fio ou cabo condutor sem capa isolante. Abaixo vemos


exemplos:
77

São usados aterramentos e redes aéreas

FIO RÍGIDO

É formado por um único fio dentro de uma capa isolante. Este


tipo de fio é usado em instalações elétricas gerais e em eletrônica
para fabricar alguns tipos de bobinas. Abaixo vemos tipos de fio
rígido. Eles são vendidos por diâmetro.

O fio rígido tem uma desvantagem: quebra com facilidade.


Portanto não deve ser usado em equipamentos que se movimentam
ou vibram.

CABO FLEXÍVEL

Este tipo é formado por vários "fiozinhos" dentro da capa


isolante. Este fio é mais fácil de manusear e dobrar que o fio rígido
e quebra com menos frequência. É muito usado em eletrônica, onde
recebe o nome de cabinho flexível. Também é vendido pelo seu
diâmetro. Abaixo vemos vários tipos de cabos flexíveis:
78

CABO COAXIAL

Este tipo possui um fio rígido interno com uma cobertura de


plástico e uma malha metálica que funciona como blindagem de
interferências. Por cima de tudo há uma capa isolante. Este tipo de
fio é usado para conduzir sinais de altas frequências como os de
antena de TV, TV a cabo, etc. Abaixo vemos um tipo de cabo coaxial:

CABOS BLINDADOS

Possui uma malha externa para impedir a entrada de


interferências nos fios internos. Normalmente a malha vai ligada ao
terra do circuito. Este tipo de fio é usado em áudio, como por
exemplo na ligação de um amplificador a um microfone ou a um fone
de ouvido. O cabo blindado pode ter um ou vários fios dentro da
malha. Abaixo vemos alguns tipos:
79
CABOS DE POTÊNCIA OU ENERGIA
São cabos utilizados no transporte de grandes correntes tanto em AT (Alta
Tensão) como em BT (Baixa Tensão).

Cabos BT

Antichama 750V
• Fio e Cabo Antichama 750V
Cabo AntichamaFlexivel 750V
• Condutor de cobre:

• Isolação PVC

Aplicações: Instalações industriais, comerciais e residenciais.

CABOS DE POTÊNCIA AT (Alta Tensão)

OBSERVAÇÃO:
Por razões termoelétricas e eletroquímicas um fio de cobre não
deve ser ligado diretamente a um fio de alumínio.
80
OBS: BARRAMENTOS

É uma parte do sistema elétrico considerado de


impedância zero. Pode ser construído de cobre ou
alumínio. É utilizado para fazer derivações em sistemas
elétricos de potência.

6.6 – RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO:

6.6.1 – INTRODUÇÃO:

Porque os sistemas elétricos são aterrados?

Controle de sobretensões.
Segurança pessoal.
Proteção contra descargas atmosféricas.
81

Aterrar um equipamento elétrico, significa ligá-lo


eletricamente à terra por meio de um sistema apropriado.

Os dispositivos de aterramento são constituídos


essencialmente dos seguintes elementos:

1º) Eletrodo de Aterramento:

É um condutor metálico cravado na terra, podendo ser:


tubo de ferro galvanizado com 3m de comprimento,
cantoneira de ferro galvanizada com 3m de comprimento,
haste de aterramento tipo cooperweld (aço recoberto de
cobre) geralmente com 2,40m de comprimento e espessura
de 5/8” (1,6cm).

Hastes e conector de aterramento.

2º) O condutor (fio ou cabo) que conecta o equipamento que se


quer aterrar ao eletrodo cravado no solo.
82
3º) A terra que envolve o eletrodo de aterramento.

O aterramento tem duas finalidades:

a) Aterramento de Serviço: Aterramento do centro estrela


dos transformadores, aterramento do neutro das redes
de distribuição de energia e aterramento de retorno no
MRT.

b) Aterramento de Segurança: Aterramento da carcaça de


máquinas e motores, aterramento das partes metálicas
não energizadas das Subestações, aterramento dos
medidores de energia e suas caixas e aterramento de
pára-raios.
83

O aterramento, para desempenhar bem sua função, deve ter baixa


resistência de terra, para que uma corrente elétrica ao chegar ao
mesmo seja drenada para a terra.

Pode-se dizer então que a “RESISTÊNCIA DE TERRA” é a


oposição oferecida à passagem da corrente elétrica do eletrodo de
aterramento para a terra que o envolve.

A RESISTÊNCIA DE TERRA TEM QUATRO COMPONENTES PRINCIPAIS:

a) Resistência do próprio eletrodo


b) Resistência do fio de interligação
c) Resistência de contato com a terra (condições de contorno)
d) Resistência da terra propriamente dita que depende da
temperatura, da umidade e da natureza do solo que envolve o
eletrodo de terra.

Para conhecermos a resistência oferecida pelo solo à passagem


da corrente elétrica, o que é muito útil quando executamos
aterramento, precisamos estudar a distribuição de potencial entre
dois eletrodos enterrados no solo.
84

Distribuição dos Potenciais

Através de uma experiência simples, usando uma fonte de


tensão de uns 30 V, um amperímetro, um voltímetro, dois eletrodos
de ensaio, fios de ligação e uma trena, podemos conhecer a
distribuição da tensão no entorno de um eletrodo de aterramento
existente e assim, determinar a sua resistência de terra.

Para que o aterramento tenha bons resultados, é necessário que


a resistência de terra seja a menor possível, principalmente quando
as correntes envolvidas são grandes, como no caso dos pára-raios
e aterramentos de grandes subestações. (curto circuito)

De um modo geral, poderíamos considerar como excelente uma


resistência de terra menor do que 5 Ω, como boa entre 5 e 15Ω,
razoável entre 15 e 30 Ω e condenável acima de 30 Ω.

A resistência de terra depende essencialmente das


características do solo e melhora sensivelmente quando o mesmo
está úmido.

Há tratamentos de solo que melhoram as características da


resistência elétrica, como o sal, o coque ou carvão vegetal e
produtos químicos especiais. No entanto, com o tempo, esse ganho
tende a desaparecer devido à dispersão desses materiais na terra.

Quando precisamos ter uma resistência de terra menor,


podemos aprofundar o eletrodo ou aumentar o número deles. A
experiência mostra que, com relação ao aprofundamento, a variação
é sensível até 3m de profundidade. A partir daí, a redução da
resistência de aterramento torna-se desinteressante.
85
O aumento do número de eletrodos é então a solução mais
indicada, tendo-se o cuidado de afastá-los de modo a torná-los
independentes. (distância entre eles no mínimo igual ao
comprimento da haste de aterramento.

A interligação entre eles através de cordoalhas de cobre nú gera o


que chamamos de malha de terra.

EQUIPAMENTOS ESPECIAIS PARA MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIA DE


ATERRAMENTO (TERRÔMETROS)

OBSERVAÇÃO:
1) Na prática, para se saber se a resistência de terra está dentro
dos parâmetros mínimos estabelecidos, é preciso medi-la.
Mesmo nas instalações onde o aterramento é previamente
projetado, após a conclusão da obra, é necessário medir a
resistência de terra. Outras medições periódicas devem ser
realizadas para acompanhar o comportamento dessa
resistência ao longo do tempo.
86

Choque em chuveiro
Tensão de TOQUE e tensão de PASSO: Se uma corrente está
fluindo pelo eletrodo de terra haverá, uma distribuição de
potencial no solo, tanto maior quanto maior for a resistência de
terra e a corrente:
87
6.7 - BIMETAL:

O bimetal térmico é construído pela superposição de duas


lâminas de mesmas dimensões e de materiais condutores com
coeficiente de dilatação térmica diferentes.

Se o material superior tiver o coeficiente de dilatação térmica


maior que o inferior, quando aquecidos, haverá um encurvamento
para baixo.
BIMETAL

Este efeito pode ser utilizado na proteção


de circuitos elétricos. Conforme é
mostrado acima, quando uma corrente
acima de determinado valor passa pelo
bimetal aquece - o, e assim “torce” e
desliga o circuito. É muito utilizado na
construção de disjuntores.

6.8 - SUPERCONDUTIVIDADE:

Determinados materiais condutores diminuem a resistividade com


a redução da temperatura (PTC). Quando submetidos a
temperaturas próximas do 0K (zero absoluto) esses materiais
apresentam o fenômeno da supercondutividade, ou seja, a
resistividade desses materiais cai para “zero” tornando-se
supercondutores.
88
6.9 - DIMENSIONAMENTO DE FIOS E CABOS:

6.9.1 – INTRODUÇÃO:

O correto dimensionamento dos fios e cabos elétricos das


instalações é de grande importância, tanto para o funcionamento
dos equipamentos receptores quanto para a segurança das
pessoas, animais e construções de um modo geral.

A seção ou bitola dos condutores de uma instalação ou sistema


elétrico é dimensionada com base na máxima corrente
admissível, que é limitada pela classe de temperatura do
isolamento, tipo de instalação e também pela máxima queda de
tensão admissível, de acordo com as normas da ABNT, bem como
outros critérios como de resistência mecânica. Vamos adotar os
critérios da máxima corrente admissível e da máxima queda de
tensão que são os mais importantes.

6.9.2 – ESCALAS PARA BITOLA DE FIOS E CABOS:

As escalas para as seções de fios e cabos mais utilizadas são


as escalas AWG (American Wire Gauge) e a milimétrica. No
Brasil, a escala milimétrica foi adotada para cabos de cobre e a
escala AWG ainda é utilizada para cabos de alumínio.

ESCALA AWG (American Wire Gauge)

Nessa escala a bitola dos fios e cabos são identificadas por


números codificados:

# 4/0 ou 0000 ....... cabo 4 barra zero AWG ou cabo 4 zero


# 2/0 ou 00..............cabo 2 barra zero AWG
# 1/0 ou 0................cabo 1 barra zero
# 2 ..........................cabo 2 AWG
# 4 ..........................cabo 4 AWG
...............................................................................................
# 36 ...........................fio bitola 36 AWG
89

OBS:

1) Quanto maior o número mais fino é o fio ou cabo.

2) O símbolo # é usado para substituir a palavra BITOLA.

3) A formação da escala AWG baseou-se numa PG (Progressão


Geométrica)

6.9.3 – CRITÉRIO DA MÁXIMA CORRENTE ADMISSÍVEL:

Como vimos anteriormente, os condutores (cobre e alumínio),


utilizados na condução das correntes elétricas, possuem impedância
(Resistência + Reatância indutiva). A resistência R do condutor,
apesar de pequena, quando submetida à passagem de uma
corrente, dissipa energia na forma de calor pelo efeito JOULE P =
R.I2. Disso resulta que os condutores, nas condições de aplicação
usual, suportam uma corrente máxima que deve ser respeitada, para
não aquecerem além do limite e queimar o isolamento ou mesmo
derreter.

Video relacionado: afumex compacto x incêndio 5 min

Esse limite de capacidade de condução de corrente é fornecido


pelos fabricantes, conforme tabela abaixo:
90

Como escolher um cabo ou fio para alimentar uma carga com


base na tabela acima:

Verifica-se na placa do equipamento ou carga a corrente


nominal ou calcula-se com base na potência. Com esse valor de
corrente e o tipo de instalação (ar livre, em eletroduto, etc.) procura-
se na tabela o cabo cuja corrente suportável seja igual ou superior a
corrente nominal do equipamento.
Exemplos:

1- Qual deve ser a bitola do fio ou cabo para alimentar um chuveiro


de 4.000 W de potência ligado em 220 V?
𝑃 4.000 𝑊
𝑃 = 𝑉 × 𝐼 𝑜𝑢 𝐼 = → 𝐼 = = 18,2 𝐴
𝑉 220 𝑉
Na tabela verifica-se que o melhor fio (mais econômico) é o de 2,5
mm2

2- Qual deve ser a bitola do fio ou cabo para alimentar um ar


condicionado de 10.000 BTU de potência ligado em 220 V?

10.000BTU = 1.500W
P 1.500
I= = = 6,8 A
V 220
91
Na tabela verifica-se que o melhor fio (mais econômico) é o de 1mm2,
mas pela norma NBR 5410, a bitola mínima que se pode usar é
2,5mm2. Portanto essa é a bitola escolhida.

CIRCUITOS TRIFÁSICOS
92
3- Qual deve ser a bitola do cabo de alimentação de um motor
trifásico, ligado em 380 V, cujos dados de placa são mostrados
abaixo pelo critério da máxima corrente admissível?
Tipo da instalação: cabos em eletroduto enterrado no solo.
DADOS DE PLACA:

Tipo da instalação: cabos em eletroduto enterrado no solo.

Corrente absorvida da rede = 142 A

Pela tabela verifica-se que o melhor cabo é de 70 mm2

4) Dimensionar os cabos para alimentar o motor cuja placa de identificação é


a mostrada abaixo, com cabos instalados em canaleta no solo.

Resposta: Na placa do motor identifica-se a corrente nominal do mesmo que


é 73 A. Na tabela escolhe-se o cabo que suporte essa corrente ou maior. Na
tabela o cabo de 16 mm2 suporta 76 A. Então esse é o cabo escolhido.

5) Idem para o motor 3F abaixo ligado em 6600 V com cabos instalados no


solo.

Resposta:Pela tabela o cabo de 6 mm2 suporta, mas tem de ser isolado


para 6.600V ou mais.
93
6.9.4 CRITÉRIO DA MÁXIMA QUEDA DE TENSÃO:

A corrente elétrica passando por um condutor, além de provocar um


aquecimento, provoca também uma queda de tensão ao longo do mesmo
devido a impedância [Z] do condutor, dado pela relação  V = Zcabo.I

Exemplo: Qual a impedância de um cabo bipolar de 4 mm2 para alimentar


um motor monofásico de 1CV/220V, cosΦ = 0,80, rendimento = 85%
colocado a 100 m de distância e quais as quedas de tensão em regime
permanente e na partida?
Pela tabela cabo 4 mm2: RCA = 5,52 Ω/km XL = 0,12 Ω/km

A impedância em 100 m será:

R= 5,52/10 = 0,552Ω pois são 100m.


X = 0,12/10= 0,012Ω

Z = 0,552 + j0,012 ~0,552Ω

A corrente do motor é:
735𝑊
𝐼= = 4,9𝐴
0,8 × 0,85 × 220

Queda de tensão ∆V = 4,9 A x 2 (ida e volta) x 0,552 = 2,7 V o que dá um


percentual de 2,7÷220 = 1,2%

Assim chegará no motor uma tensão de 220 - 2,7 = 217,3 V


94
Se considerarmos a partida desse mesmo motor, a corrente no instante da
partida pode chegar a 8x corrente nominal;

Assim, na partida teremos uma corrente de 8 x 4,9 = 39,2 A

Queda de tensão na partida ∆V= 39,2 A x 2 (ida e volta) x 0,552 Ω = 43,3 V,


correspondendo a um percentual de 43,3 ÷ 220= 20%.

Conclusão: Esse motor não parte devido à forte queda de tensão.

Vf VC

Do diagrama acima tiramos:

VC = Vf – Z.I → Z.I→ Queda de tensão no cabo

Onde:
Vf→ Tensão na fonte
Vc→ Tensão na carga

Do gráfico tiramos:
*Quanto maior a corrente maior a queda de tensão.
*Quanto maior a impedância [Z] do fio ou cabo(mais fino
e mais comprido) maior a queda de tensão.
95
Existem limites normatizados para essa queda de tensão:

Pela NBR 5410 temos a máxima queda de tensão em relação à


tensão nominal do sistema:

Circuitos de Iluminação = 4%
Circuitos de Motores = 5%
Circuitos de Aquecimento = 5%
Circuitos de Distribuição = 2%

Resolução 505/ANEEL/2001

Os fabricantes criaram uma tabela com as quedas de tensão


para cada Ampére de corrente e para cada quilômetro de cabo,
conforme abaixo.
96

Exemplo:
No exercício anterior do motor de 100 CV (eletroduto enterrado no
solo), temos Corrente absorvida da rede = 142 A. Pela tabela verificou-
se que o melhor cabo é de 70 mm2, verificar qual é a máxima
distância que poderíamos colocar esse motor de 100 CV pelo critério
da máxima queda de tensão.

Pela tabela temos (cabo 70mm2): Queda máxima admissível = 0,54 V/A.km

Com a corrente de 142 A teremos uma queda de tensão de ∆𝑉 =


𝑉 𝑉
0,54 × 142 = 79
𝐴.𝑘𝑚 𝐴.𝑘𝑚

Como vimos, em 380 V a máxima queda de tensão admissível para motores


é de 5 % = 19 V
1000 m------------79 V
X ------------ 19 V R: X = 240 m
97
OBS: se a distância do motor à fonte for superior a 240 m deveremos utilizar
um cabo de bitola superior.

Exemplo 2: Dimensionar o cabo para alimentar um motor de 20CV/380v


INOMINAL = 30A mostrado no diagrama abaixo:

500m Aérea vertical M


FONTE

Pelo critério da máxima corrente seria alimentado com cabo 4 mm2

Pelo critério da máxima queda de tensão: 5%x380 = 19V

Queda Unitária = 19V/(30A.0,5km) = 1,27 V/A.km

Na tabela escolhe-se o cabo que tenha a queda igual ou imediatamente


menor que esse valor.
Voltando na tabela temos →Cabo de 35mm2

6.9.5 - RESUMO DO DIMENSIONAMENTO DE CABOS:

Dois critérios: a) Máxima corrente


b) Máxima queda de tensão

a) Máxima corrente→ Obtém-se a corrente que vai passar pelo cabo e a


maneira de instalar e encontra-se na tabela o cabo que suporte essa
corrente ou uma corrente maior.

b) Máxima queda de tensão→De acordo com o equipamento e a tensão de


operação, encontra-se a máxima queda de tensão admissível pela Norma.

Circuitos de Iluminação = 4%
Circuitos de Motores = 5%
Circuitos de Aquecimento = 5%
Circuitos de Distribuição = 2%

Calcula-se a máxima queda de tensão com os percentuais acima (volts)


e divide-se pela corrente que vai passar pelo cabo e pela distância em Km.
Com a maneira de instalar escolhida, vá na tabela escolha o cabo que
apresente queda de tensão igual ou menor que a encontrada.

c) Com os dois critérios, escolhe-se o fio ou cabo de maior bitola.


98
OBS: Importante:

No caso dos motores, eles já possuem escrito na placa a corrente nominal


que deverá ser usada. Pode-se também utilizar a tabela abaixo:
99
EXERCÍCIO:

Dado o sistema elétrico abaixo, dimensione os cabos e os fusíveis de


proteção para alimentação das cargas.

a) Motor 1 - 30CV

I = 45 A → Na tabela de corrente nominal de motores

Pelo critério da máxima corrente →Cabo 6 mm2

Pelo critério da máxima queda de tensão

Máxima queda de tensão permitida por norma = 5% x 380v = 19v


19 𝑉 𝑉
V = = 1,41 pela tabela → Cabo 35 mm2
45 𝐴 ×0,3 𝑘𝑚 𝐴.𝑘𝑚

b) Motor 2 60CV

I = 85 A

Pelo critério da máxima corrente → Cabo 16 mm2

Pelo critério da queda de tensão

Máxima queda de tensão permitida por norma= 5% x 380v = 19v


19 𝑉 𝑉
∆𝑉 = = 1,11 →pela tabela → Cabo 50 mm2
85 𝐴 ×0,2 𝑘𝑚 𝐴.𝑘𝑚

Do transformador até o quadro de distribuição:

Corrente = 90 A + 45 A = 135 A
100
Pelo critério da máxima corrente → cabo 70 mm2

Pelo critério da máxima queda de tensão:

Máxima queda de tensão permitida por norma= 2% x 380v = 7,6V

V =
7,6V
= 2,81 V / A.Km pela tabela → Cabo 16mm2
135 A  0,02 km

Escolhe-se o de maior bitola determinado pela máxima corrente:

Cabo 70 mm2

Os fusíveis escolhidos são:

Motor de 30 CV → 03 Fusíveis NH Retardados de 60 A

Motor de 60 CV → 03 Fusíveis NH Retardados de 150 A

Na saída do transformador → 03 Fusíveis NH Retardados de 200 A


3#35mm2

3#70mm2 30CV
60A

T 200A
3#50mm2

60CV
150A
101

CAPÍTULO 7 – ISOLANTES E DIELÉTRICOS

7.1 – ISOLANTE:

Chama-se isolante elétrico todo material com alta resistividade


no qual o fluxo de cargas elétricas, resultante de uma diferença
de potencial aplicada, é desprezível.

Exemplos: Cerâmicas, vidro, plástico, borrachas, óleos


orgânicos, etc.

7.2 - DIELÉTRICO PERFEITO:

Seria determinado material que tivesse resistividade infinita, ou seja, não


deixasse passar nenhuma corrente elétrica, qualquer que fosse a tensão
aplicada. Na prática esse material não existe.

Uma aproximação desse “Isolante Perfeito” seria o vácuo absoluto que


na prática também é impossível de se conseguir.

7.3 – DIELÉTRICO REAL:

Dicionário Aurélio:S. m.
Substância ou objeto isolador da eletricidade.

São materiais que possuem elevada resistividade, ou seja, a quantidade


de elétrons livres é muito pequena, não permitindo um bom caminho para
o deslocamento das cargas elétricas. Nesses materiais os elétrons da
última camada estão fortemente presos ao núcleo central.
Estrutura do material dielétrico sem aplicação de
um campo Elétrico externo. Os “dipolos” não
estão orientados e sua distribuição é aleatória.
102

It→ Corrente total


Ic→ Corrente de condução (fuga)
Id → Corrente de deslocamento

Nos dielétricos temos Id>>>Ic, ou seja, A corrente de deslocamento


é muito maior que a corrente de condução. Caso contrário o material não
seria isolante.

Obs: Em corrente contínua (DC) a corrente de deslocamento é transitória


e a corrente de condução é permanente.

7.4 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS ISOLANTES:

7.4.1 - RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO:

É a resistência elétrica oferecida a passagem da corrente, sendo da ordem


de megohms (106Ω).

I = V/R→ Mesmo para tensões aplicadas elevadas a corrente é muito


pequena.
103

4.2 - RIGIDEZ DIELÉTRICA:

É o valor máximo do campo elétrico ou tensão aplicada que um determinado


material pode suportar sem afetar a sua estrutura.Quando esse valor é
ultrapassado aparece uma forte corrente de condução e o material não se
comporta mais como isolante:
Resumindo: “Fura o isolamento”

Tabela: valores de εre Rigidez dielétrica para alguns materiais.


Material εr kV / mm Material εr kV / mm

Água 78 - Polietileno 2,3 50


Âmbar 2,7 90 Poliestireno 2,6 25
Ar (seco) 1,00054 3 Porcelana 6,5 4
Baquelita 4,8 12 Quartzo 3,8 8
Celulose 3,7 - Teflon 2,1 60
Dióxido de titânio 100 6 Vácuo 1 
Mica 5,4 160 Vidro comum 7,75 -
Neoprene 6,9 12 Vidro pirex 4,5 13
Papel 3,5 14

7.5 - ENVELHECIMENTO DOS DIELÉTRICOS:

Os fatores listados abaixo contribuem para o envelhecimento do poder de isolação dos


dielétricos:

. Incidência de sol
. Salinidade
. Tempo prolongado de aplicação de uma
DDP
. Impulso de tensão
. Calor
. Umidade

7.6 PRINCIPAIS DIELÉTRICOS USADOS:

Sólidos: Vidro, Plásticos, Cerâmicas, Mica, Teflon, Baquelite, Polímeros

Líquidos: Óleos, tintas e vernizes.

Gasosos: Ar, SF6(Hexafluoreto de Enxofre)


104

7.7- CLASSES DE ISOLAMENTO:

É a temperatura máxima que o isolante pode suportar sem perder as


suas características isolantes.

Atualmente o material isolante mais utilizado em motores elétrico tem


classe de temperatura B. Isto significa que estes motores, instalados em locais
onde a temperatura ambiente é no máximo 40º C, podem trabalhar com uma
elevação de temperatura de 90 ºC continuamente sem perder suas
característicasisolantes.

Classe Isolamento A = temperatura do ponto mais quente = 105 º C


Classe Isolamento E = temperatura do ponto mais quente = 120 º C
Classe Isolamento B = temperatura do ponto mais quente = 130 º C
Classe Isolamento F = temperatura do ponto mais quente = 155 º C
Classe Isolamento H = temperatura do ponto mais quente = 180 º C
Classe Isolamento C = temperatura do ponto mais quente > 180 º C

7.8 - ISOLADORES:

São dispositivos utilizados em linhas de transmissão ou


distribuição de energia elétrica, subestações ou equipamentos.
Devem apresentar elevada rigidez dielétrica e grande estabilidade,
além de elevada resistência mecânica para suportarem as severas
condições de trabalho sob chuva, sol, ventos, poeira, etc.
Materiais mais usados: Vidro, Cerâmica e Poliméricos.
Isolador elétrico de epoxi
Isolador elétrico de porcelana
Isolador elétrico de silicone
Isolador elétrico polimérico
Isolador p/ancoragem
Isolador p/suspensão
Isolador p/telecomunicação
Isolador suporte p/cabo e barramento
Isolador-bucha de passagem
105

7.9 – MEDIÇÃO DE ISOLAÇÃO OU ISOLAMENTO:

O Aparelho destinado a medir resistência de isolação


é chamado MEGOMETRO ou MEGGER

Para se obter a resistência de isolamento de um motor por exemplo, coloca-


se a ponta de prova no fio do enrolamento e a outra na carcaça do motor e
aciona-se o aparelho. A resistência de isolamento aparece direto no display.
106
Teste de resistência de isolamento:
Utiliza alta voltagem DC, geralmente 250V, 500V e 1000V, para medir resistência de
isolamento (R) de 1 Mohm a milhares de Mohms. Conexões em transformadores
podem ser feitas de fase para terra ou de AT para BT. O sistema é "carregado" com a
voltagem de teste DC, a corrente de fuga é medida e a resistência calculada (R=V/I).
Assim, se 1000V for aplicado e 1 mA medido, então R = 1M  Um "valor aceitável" de
Resistência de isolamento varia de acordo com a aplicação; uma regra básica citada
às vezes por eletricistas é 1 Mohm para cada 1000V.

Aplicações principais

• Inspeção de novas instalações de cabos.


• Teste e manutenção de motores elétricos: uma falha comum
de motor é a deterioração do isolamento do circuito doestator.
• Teste de manutenção de capacitores.
• Teste de manutenção em transformadores.

Usuários Principais
Eletricistas de fábrica, eletricistas industriais, construtores
elétricos, engenheiros de manutenção de fábrica, técnicos
de instrumentação, técnicos de motores elétricos e ar-
condicionado, técnicos de elevadores, companhia de
energia, etc.

7.10 – MEDIÇÃO DE ISOLAMENTO DE ÓLEOS ISOLANTES:


Os transformadores e demais equipamentosimersos
em óleo isolante, precisam de verificações periódicas
do estado desse óleo isolante.

Recolhe-se um amostra do óleo do transformador e


submete-se o mesmo ao teste de Alta Tensão no
aparelho ao lado. Como a distância dos eletrodos é
conhecida e a tensão de descarga também é
medida, a relação V/cm é o Campo Elétrico máximo
ou Rigidez Dielétrica do Óleo.

INSTRUMENTO PORTÁTIL PARA TESTE DE RIGIDEZ


DIELÉTRICA EM LÍQUIDOS
ISOLANTES ATÉ 75 KV.
Modelo: DPA 75. Marca: BAUR.
Tensões de teste selecionáveis em até 75 kVrms +/- 1KV
Espaço entre os eletrodos ajustável através de calibrador
107
• Agitador magnético para circulação do óleo.
• Seleção do modo de elevação da tensão: 0,5kV/s, 1kV/s, 2kV/s, 3kV/s e 5kV/s.

Além desse teste, também são realizados:

Teste Cromatográfico, Teste de Acidez, Teste teor de Água diluída


no óleo.

Acidente em Transformador:

Nos transformadores, se
não forem feitas
manutenções preventivas
satisfatórias, pode levar a
queima do mesmo
correndo o risco de
explosões e incêndios.

CAPÍTULO 8
TRANSFORMADORES

8.1 – INTRODUÇÃO:

Conforme mostrado por Nikola Tesla, a grande


vantagem da utilização da Corrente Alternada (AC) senoidal
é a facilidade com que ela pode ter seu potencial ou
“voltagem” aumentada ou reduzida, ou seja, pode ser
transformada de acordo com a necessidade a um baixo
custo.
108
O equipamento largamente utilizado na transmissão,
distribuição e utilização da energia é o TRANSFORMADOR.
Equipamento versátil, de custo relativamente baixo, que
encontra grande gama de aplicação tanto na Eletrotécnica
quanto na Eletrônica.

TRANSFORMADOR

Para se transportar grandes quantidades de energia,


faz-se necessário elevar as tensões utilizadas para poder
baixar as correntes mas, não podemos utilizar nos
equipamentos AltasTensões, devido ao perigo que as
mesmas representam.
Porisso são utilizados os TRANSFORMADORES que têm essa
grande propriedade.

8.2 – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:

O funcionamento do transformador é bastante simples e explicado


através da Lei de Faraday, da Indução Eletromagnética, que nos diz que
quando um circuito é atravessado por uma corrente variável é produzido um
campo magnético variável, e quando um circuito é atravessado por um campo
magnético variável é gerada uma Força Eletromotriz Induzida nesse circuito.
109

O transformador básico é constituído de dois circuitos


independentes, geralmente dois enrolamentos com espiras
(VOLTAS) de fio, sendo o enrolamento onde entra a energia
chamado de primário e o outro, onde sai a energia, chamado de
secundário.

Primário: Onde entra a energia

Secundário: Onde sai a energia


110
O circuito primário é atravessado por uma corrente alternada

IP (Primária). Dessa forma, é gerado um campo magnético


senoidal ø.

A corrente senoidal que circula no Primário IP criará um fluxo


magnético ø também senoidal.
𝑑ø
Com são N1 espiras no primário, 𝑉𝑃 = 𝑁1 × e, como são N2
𝑑𝑡
𝑑ø
espiras no secundário, 𝑉𝑆 = 𝑁2 ×
𝑑𝑡

Assim, dividindo-se ambas as expressões obteremos:

VP V1 N1
= =
VS V2 N 2
Como a energia é a mesma nos dois lados P1 = P2 teremos:

V1.I1 = V2 .I 2  Mas V 1 = V2 x
N1
N2
N1 I1 N
Assim, V2 x . I1 = V2.I2 ou = 2
N2 I2 N1
RELAÇÃO FUNDAMENTAL DOS TRANSFORMADORES:
V1 N1 I1 N2
V2 = N2 I2 = N1

Exemplo:
Um transformador possui 2.000 espiras no primário e 110 espiras no
secundário. Ele é alimentado com uma tensão de 220 V no lado primário. Se
ele alimentar uma lâmpada de 100 W ligada no secundário, Calcular:
a) A tensão no secundário
b) A Corrente no secundário
c) A corrente no Primário
Solução:Relação de transformação: 2000  110 = 18,18
a) Tensão no secundário V2 = 220  18,18 = 12,1V
b) Corrente no secundário I 2 = 100W  12,1V = 8,26 A
c) Corrente no primário I1 = 8,26  18,18 = 0,454 A
111

V1
T1
220 V X1
60 Hz 12 V
0Deg
NLT_PQ_4_10
2000:110

OBS: O transformador que deve ser especificado neste caso é:


220V para 12V → 500 mA

OBS: Na prática, os transformadores não tem os enrolamentos colocados dos


dois lados do núcleo mas, são enrolados um em cima do outro para ter um
maior aproveitamento do fluxo magnético e assim reduzir a dispersão desse
fluxo.

NÚCLEO ENVOLVIDO NÚCLEO ENVOLVENTE

8.3 – O TRANSFORMADOR REAL COM CARGA:

Até aqui consideramos que os fios dos enrolamentos


tanto do lado primário quanto do lado secundário não
apresentavam resistência e que o transformador era “ideal”,
ou seja, toda energia que chega no lado primário é
transferida para o lado secundário.

Na prática isso não é bem assim porque os fios dos


enrolamentos dos transformadores possuem resistência que
provocam perdas por efeito Joule e também, o núcleo de
ferro esquenta pelo aparecimento de correntes parasitas,
também chamadas de correntes de Foucalt.
112
Além do mais, nem todo fluxo magnético produzido fica
concentrado dentro do núcleo, mas algum fica circulando
apenas no seu próprio enrolamento.
Para considerarmos essas perdas, representamos o
transformador real levando-se em consideração as mesmas
da seguinte forma:

8.4 – AUTOTRANSFORMADORES:

Enquanto que os transformadores normais possuem no


mínimo 2 enrolamentos, o autotransformador utiliza apenas
um enrolamento.

Um exemplo de
autotransformador e o
transformador utilizado
para converter 220V para
110V ou vice versa.
113
8.6 – REGULADORES DE TENSÃO COM AUTOTRANSFORMADORES:

Se o autotransformador tem uma determinada TENSÃO por


espira enrolada no núcleo, se aumentarmos ou diminuirmos o nº de
espiras, podemos variar a tensão de saída do mesmo:

Tensão
variável

REGULADOR DE TENSÃO DE ALTA TENSÃO


114
8.7 – TRANSFORMADORES PARA MEDIÇÃO E PROTEÇÃO:

Nos sistemas elétricos, temos tensões e correntes elevadas


que não podem ser ligadas a voltímetros, amperímetros e medidores
de energia. Para isso são utilizados os transformadores para
instrumentos de medida.

Tem construção especial que lhes garanta uma relação de


transformação com bastante exatidão, para não interferir nas
medições, tanto de tensão ou corrente mas principalmente na
medição de potência e energia.

8.7.1 – TRANSFORMADOR DE POTENCIAL (TP):

Com o mesmo princípio de funcionamento do


transformador com dois enrolamentos normal, somente com
a diferença que sua relação de transformação tem de ter alta
exatidão.

RTP → Relações: 13.800V/115V = 120 34.500V/115V=300


69.000V/115V=600
115
8.6.2 – TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC):

Da mesma forma que os TP’s os Transformadores de Corrente


(TC´s) transformam as altas correntes existentes nos sistemas
elétricos para correntes passíveis de serem medidas nos
equipamentos:

RTC → Relações: 10 A / 5 A = 2 20 A / 5 A = 4 40 A / 5 A = 8 100 A / 5 A 1000 A / 5 A = 200

Exemplo: Em uma unidade industrial a medição da energia é feita


com TP de 13.800/115 V e com TC de 50/5 A. No período de 1
mês o medidor registrou:
Leitura anterior: 5694kwh
Leitura atual: 5755kwh
Qual foi o consumo real dessa indústria?

Solução:

RTP = 120
RTC = 10
Multiplicador = 120x10 = 1200
Assim o consumo será (5755-5694) x 1200 = 73.200 kwh
116
8.7 – TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS:

Os transformadores trifásicos nada mais são do que três


transformadores monofásicos enrolados em um mesmo núcleo:

EXERCÍCIOS:

1) Em um transformador trifásico 75 kVA/13.8 kV-380 V a plena carga,


calcule:

a) A relação de transformação

b) A corrente secundária

c) A corrente primária

2) Um transformador trifásico elevador, 100 MVA/13.8 kV-230 kV plena carga,


calcule:

a) A relação de transformação

b) A corrente secundária

c) A corrente primária
117

CAPÍTULO 9
GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

9.1 – INTRODUÇÃO:

A geração de energia elétrica, principalmente a


Hidráulica, geralmente fica distante dos grandes centros
consumidores. Por isso é necessário transportar essa
energia a grandes distâncias, através de linhas de
transmissão.

Dessa forma, para reduzir as perdas, as tensões são


elevadas para a transmissão dessa energia e depois
reduzidas novamente para a distribuição nos centros
consumidores, de acordo com esquema abaixo:
GERAÇÃO

TRANSMISSÃO

DISTRIBUIÇÃO
118
9.2 – FONTES DE ENERGIA PRIMÁRIA:

As fontes de energia primária que movimentam os geradores são:

Turbinas Hidráulicas (Sobradinho, Itaipu, Furnas, Paulo Afonso)


Motores de combustão interna (diesel, gás, gasolina)
Motores Eólicos
Reatores Nucleares (Angra I e II)
Turbinas a Vapor
Energia Solar Fotovoltáica.

9.3 – ESQUEMA GERAL DA GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO:

GERAÇÃO

V1 TRANSMISSÃO DISTRIBUIÇÃO
T1 T2 SUBTRANSMISSÃO T3 T4
13.8kV
60 Hz
0Deg
IRON_CORE_XFORMER IRON_CORE_XFORMER IRON_CORE_XFORMER IRON_CORE_XFORMER
13.8/345kv 345/69kv 69/13.8kv 13.8kv/380v

9.4 – USINAS EM CONSTRUÇÃO NO BRASIL:


119
9.5 – NÍVEIS DE TENSÃO DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO e DISTRIBUIÇÃO:

Geração:
A tensão de geração é característica do tipo de
equipamento e está relacionada com a tecnologia de
construção do gerador, sendo limitada pela
capacidade dielétrica e de trocas térmicas dos
materiais do isolamento, confinados pelos requisitos
de compactação inerentes destes equipamentos, e
pela tensão de trabalho dos outros componentes
ligados ao gerador. Situa-se normalmente entre 2,3
e 13,8 kV, podendo excepcionalmente atingir 22 kV,
selecionada entre valores padronizados pela
tecnologia de máquina e normas técnicas
internacionais.

Transmissão:

O custo e as dificuldades técnicas da transmissão de potência


e, consequentemente, da energia após a geração, aumentam
exponencialmente com o valor da corrente elétrica, e em menor
proporção com o da tensão do sistema. Por este motivo o transporte
de energia é feito em tensões mais elevadas e correntes mais
reduzidas. A conversão dos valores de V e I, inerentes aos
equipamentos de geração, para valores adequados à transmissão, é
realizada por transformadores elevadores, que são projetados para
receber a potência produzida pela central geradora, na tensão e
corrente do gerador e entregar esta mesma potência na tensão de
transmissão.
120

O transformador elevador multiplica a tensão recebida,


mantendo a potência constante, consequentemente a corrente
entregue é reduzida na mesma proporção, de forma que o produto P
= V×I não é alterado. As tensões usuais de transmissão são 138 kV,
230 kV e 500 kV, que são mais largamente utilizadas. As linhas de
Itaipu em corrente alternada operam em 750 kV.

Distribuição:
CONSUMIDOR INDUSTRIAL
DE ALTA TENSÃO

As Altas Tensões usuais de distribuição, dependendo


da distribuidora e região são:11 kV, 13.8 kV, 23 kV, 34,5
kV e 69 kV. Já do lado de Baixa Tensão são encontradas:
380/220V, 220/127V, 220/440V.
121
9.6 – FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA:

EÓLICA

Vídeo: Energia eólica como funciona.

NUCLEAR

Vídeo: Usina nuclear como funciona


122
SOLAR FOTOVOLTÁICA:

MAPA SOLARIMÉTRICO MUNDIAL

PAINÉIS SOLARES

Os métodos de captura da energia solar classificam-se em diretos ou


indiretos:

Direto significa que há apenas uma transformação para fazer da


energia solar um tipo de energia utilizável pelo homem. Exemplos:

A energia solar atinge uma célula fotovoltaica criando eletricidade.


(A conversão a partir de células fotovoltaicas é classificada como
direta)

Vantagens

- A energia solar não polui durante seu uso. A poluição decorrente da


fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis
solares é totalmente controlável, utilizando as formas de controles
existentes atualmente.

- As centrais necessitam de manutenção mínima.


123
- Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo que o
custo dos mesmo vem decaindo. Isto torna cada vez mais a energia solar
uma solução economicamente viável.

- A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois


sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em
linhas de transmissão e/ou distribuição.

- Em países tropicais, como o Brasil, a utilização da energia solar é viável


em praticamente todo o território, e, em locais longe dos centros de
produção energética, e sua utilização ajuda a diminuir a demanda
energética e consequentemente a perda de energia que ocorreria na
transmissão.

Desvantagens

- Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação


climática (chuvas, neve), além de que, durante a noite, não existe produção
alguma, o que obriga a que existam meios de armazenamento da energia
produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam
ligados à rede de transmissão de energia.

- Locais em latitudes médias e altas (Ex: Finlândia, Islândia, Nova Zelândia


e Sul da Argentina e Chile) sofrem quedas bruscas de produção durante os
meses de Inverno devido à menor disponibilidade diária de energia solar.
Locais com frequente cobertura de nuvens (Curitiba, Londres), tendem a
ter variações diárias de produção de acordo com o grau de nebulosidade.

- As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes


quando comparadas por exemplo aos combustíveis fósseis (carvão,
petróleo e gás), a energia hidroelétrica (água) e a biomassa (bagaço da
cana ou bagaço da laranja)

9.7 – CORRENTE CONTÍNUA OBTIDA DA CORRENTE ALTERNADA:


124

Podemos obter Corrente Contínua através do acionamento de um


Gerador Rotativo de Corrente Contínua, com um motor primário(Motor
de Corrente Alternada, Diesel, Turbina a Gás, etc.), conforme esquema
abaixo:

CORRENTE
AC TRIFÁSICA CONTÍNUA

MOTOR DE GERADOR DE
CORRENTE CORRENTE
ALTERNADA CONTÍNUA

Ou podemos obter a Corrente Continua (DC) diretamente da


Corrente Alternada (AC), conforme esquema abaixo:

AC RETIFICADOR DC

O dispositivo mais simples que faz essa conversão é o diodo


semicondutor:

Fig A Fig B

Dessa forma, como a corrente alternada muda de sentido


“polarização”, se introduzirmos um diodo em um circuito de corrente
alternada, o diodo só deixará passar a corrente elétrica quando ele
estiver polarizado conforme figura A acima. Quando ocorrer o outro
semi-ciclo, o diodo se comporta como circuito aberto e não deixa a
corrente alternada passar.

CAPÍTULO 10
125
MOTORES E GERADORES ELÉTRICOS

10.1 – MÁQUINAS ELÉTRICAS DE CORRENTE CONTÍNUA:

10.1.1 – INTRODUÇÃO:

A Corrente Contínua (DC) encontra aplicações em vários setores


como por exemplo: Instalações eletroquímicas, carregamento de
baterias, tração elétrica, imãs industriais, satélites e naves espaciais,
bem como nos veículos, onde toda a instalação elétrica é em Corrente
Contínua.

10.1.2 - Motor de Corrente Contínua


Princípio de Funcionamento

COMUTADOR

Fig A Fig B

Quando energia elétrica é fornecida aos condutores do


enrolamento da armadura (rotor), pela aplicação de uma ddp em
seus terminais (fig A e B), uma corrente irá circular, produzindo uma
Força dada pela lei de Lorentz (fig A):

F  k. B  i  l  sen 
Onde:
B → Campo Magnético
L → Comprimento do Fio submetido ao campo
i → Intensidade da corrente
K → Constante de proporcionalidade
Daí podemos deduzir:
Quanto maior a corrente maior será a Força e quanto maior a intensidade de
campo maior será a força F.
126
Na construção dos motores de Corrente Contínua, são
colocadas várias espiras em ângulos diferentes, com a finalidade do
maior aproveitamento possível das forças resultantes. O ímã
permanente somente é utilizado em pequenos motores. Para
motores de maior porte o imã permanente é substituído por um
eletroímã, conforme abaixo, onde vemos em corte um motor de
arranque de um veículo.

OBS: No motor de Corrente Contínua (DC) se invertermos uma das grandezas


(i ou B) a força se inverte e o motor passa a girar no sentido contrário.

10.1.3 Partes constituintes da máquina de corrente contínua


Rotor ou Induzido(armadura)
Parte girante da máquina, montada sobre o eixo da máquina,
construído de um material ferromagnético envolto em um
enrolamento chamado de enrolamento de armadura, este
enrolamento suporta uma alta corrente e o anel comutador.
Estator(Campo Magnético)
Parte estática da máquina, montada em volta do rotor, de
forma que o mesmo possa girar internamente, também
constituído de material ferromagnético envolto em um
enrolamento de baixa potência chamado de enrolamento de
campo, que tem a função apenas de produzir um campo
magnético fixo para interagir com o campo da armadura.

Escovas
127
Geralmente construidas de CARVÃO são os contatos da fonte
externa de energia para o rotor.

10.1.3 – LIGAÇÕES DOS MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA:

Esquema do Motor de Corrente Contínua


U1 Enrolamento do
Enrolamento Induzido (Rotor)
de campo
(estator)

MOTOR SÉRIE:

O Enrolamento de Campo é ligado em série com o Enrolamento do Induzido:

Este tipo de motor se caracteriza por girar muito lentamente


quando deve movimentar uma grande carga e girar muito rápido no
vazio.

MOTOR PARALELO (SHUNT):

Neste tipo de motor, o enrolamento do Induzido (armadura) é


ligado em Paralelo com o enrolamento de Campo (estator)

Observe que um aumento de carga não provoca uma grande


redução na velocidade. Esta característica o torna ideal para
aplicações em máquina ferramenta.
128
MOTOR COMPOSTO (compound):

Neste tipo de motor, o enrolamento do estator é dividido em duas


partes. Uma parte fica em série como o enrolamento do rotor
(induzido) e a outra parte fica em paralelo.

MOTOR DE PASSO:

Os motores de passo, como o próprio nome sugere, fazem


movimentos discretos. Eles têm posições estáveis em ângulos bem
definidos. Devido a esta característica, eles têm grande aplicação
onde esta propriedade é importante, por exemplo, para movimentar
o avanços das folhas ou a posição do cartucho de tinta de uma
impressora de jato de tinta.

O motor de passo, por não poder desenvolver uma grande


potência, normalmente não tem grande aplicação na automação
industrial, mas é muito usado em robótica e em diversos sistemas
eletromecânicos de baixa potência.

MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA OPERANDO COMO GERADOR


129
Inversamente ao Motor, onde entramos com energia elétrica e obtemos
energia mecânica, os Geradores de Corrente Contínua apresentam a situação
inversa. Neste caso, a energia mecânica é suprida pela aplicação de um
torque e da rotação do eixo do mesmo, uma fonte de energia mecânica pode
ser,por exemplo, umaturbina hidráulica, ou motor a combustão.

ESQUEMA DE UM
GERADOR DE CORRENTE
CONTÍNUA

A fonte de energia mecânica tem o papel de produzir o


movimento relativo entre os condutores elétricos dos enrolamentos
de armadura e o campo magnético produzido pelo enrolamento de
campo e, desse modo, provocar uma variação temporal da
intensidade do mesmo, e assim, pela lei de Faraday, induzir uma
tensão entre os terminais do condutor.

10.2 – MÁQUINAS ELÉTRICAS DE CORRENTE ALTERNADA

10.2.1 – GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA (Alternador)

Se no lugar do “comutador” nos motores de Corrente Contínua


colocarmos dois anéis coletores, e aplicarmos um motor primário (motor
diesel, turbina hidráulica, etc) passaremos a ter um gerador de Corrente
Alternada.

Esquema de um
Gerador de Corrente
Alternada (AC)
monofásico.

Vista em corte de um Alternador automotivo


130

Como a parte elétrica dos veículos somente funcionam com Corrente


Contínua (DC) as Correntes Alternadas devem ser convertidas em Correntes
Contínuas. Isso é feito através de diodos retificadores.

Circuito Retificador dos Alternadores automotivos.

GRUPOS GERADORES:
131

São construídos com máquinas primárias (Turbinas a Gás, Motores Diesel,


Turbinas a Vapor, etc.)

OBS:
Esses componentes possuem um circuito eletrônico para controle
automático da Tensão gerada e da velocidade de rotação da qual depende a
Frequência Gerada.

DIMENSIONAMENTO DE GRUPOS GERADORES:


132

Para o correto dimensionamento dos Grupos Geradores temos de levar em


consideração o tipo de carga que ele vai alimentar.

São necessários alguns itens conforme abaixo:

Carga Instalada
Demanda Registrada
Potência dos Maiores Motores

Definições segundo a RESOLUÇÃO 414/ANEEL2010

Art. 2º Para os fins e efeitos desta Resolução são adotadas as seguintes


definições mais usuais:

I - Carga instalada: soma das potências nominais dos equipamentos elétricos


instalados na unidade consumidora, em condições de entrar em
funcionamento, expressa em quilowatts (kW).

XII - Demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada por


medição, integralizada no intervalo de 15 (quinze) minutos durante o período
de faturamento, expressa em quilowatts (kW)

XIX - Fator de demanda: razão entre a demanda máxima num intervalo de


tempo especificado e a carga instalada na unidade consumidora.

Unidade consumidoras novas: o dimensionamento do Grupo Gerador deverá


ser baseado:

Carga Instalada (kW)


Fator de Demanda (Fd) → Típico da Planta → Tabelado
Potência do Maior Motor (kW)

Unidades consumidoras em operação:

Maior Demanda Registrada (período de 12 meses)


Potência do Maior Motor

Exemplo:
133

Uma empresa de resfriamento de produtos agrícolas possui o seguinte


histórico de demandas:
KW
DEMANDA (65kw )

100

80,49
78,20

77,84
68,58
80

58,91
53,14
50,32
60

42,28
40

24,93

12,11
20

8,32
7,51

0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

O maior motor é um compressor de 20CV partida Chave – Estrela /


Triângulo: (1/3 da potência na partida)

Especificar o Grupo Gerador:

a) Demanda Máxima = 80kW

b) Maior motor 20CV ➔ 20kW

Pior situação: Temos 60kW de carga ligada e partimos o motor:

Geralmente um motor tem Ip/In = 8, ou seja, a corrente ou potência na


partida é igual a 8 vezes a potência nominal. Assim, na pior situação teríamos:

60kW + 8x20kW  3 = 60 + 53,3 = 113kW

Considerando-se um Fator de Potência de 0,80 teriamos:

113kw  0,80 = 141KVA

Especificação do Grupo Gerador: 150kVA/380V

10.2.2 – MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA:


134
TEORIA DO CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE:

Seja três campos magnéticos H A , H B , H C defasados no espaço de 120º e


alimentados por correntes senoidais defasadas de 120º no tempo.

HB

HA

HC
H A = Hsenwt

H B = Hsen(wt + 120)

H C = Hsen(wt + 240 )

O campo Magnético resultante H R será dado pela soma vetorial dos três
campos no espaço:

→ → → →
H R = H A + H B + Hc

→ → → →
H R = Hsenwt a x + Hsen( wt + 120 ) cos120 a x + Hsen( wt + 120 ) sen120 a y
→ →
+ Hsen( wt + 240 ) cos240 a x + Hsen( wt + 240 ) sen240 a y

→ →
Vamos dividir tudo por H e separar as componentes em a x e a y

Componentes no eixo x:

[senwt + sen(wt+120)cos120 + sen(wt+240)cos240]=

senwt + ( senwt cos 120 + cos wtsen120 ) cos 120 + ( senwt cos 240 + cos wtsen 240 ) cos 240
= senwt + senwt cos 2 120 + cos wtsen120 cos 120 + senwt cos 2 240 + cos wtsen 240 cos 240
= senwt(1 + cos 2 120 + cos 2 240 ) = 1,5 senwt

Hx = 1,5.senwt

Vamos agora para a componente Hy

Hy = sen( wt + 120 ) sen120 + sen( wt + 240 ) sen240


135

= ( senwt cos 120 + cos wtsen120 ) sen120 + ( senwt cos 240 + cos wtsen 240 ) sen240
= senwt cos120 sen120 + cos wtsen 2 120 + senwt cos 240 sen240 + cos wtsen 2 240

3 2 3
= cos wt (sen
2
120 + sen2 240 ) = cos wt[( ) + (− ) 2 ] = 1,5.coswt
2 2
Hy = 1,5.coswt

Campo resultante:

→ → →
H R = 1,5senwt. a x + 1,5 cos wt. a y


Assim, o módulo do vertor H R é dado por:


H R = (1,5senwt ) 2 + (1,5 cos wt ) 2 = 3 2 →Constante que gira com velocidade Wrad/s
2

Os motores de Corrente Alternada são divididos em duas classes:

Motores Síncronos

Motores Assíncronos

Significado do termo Síncrono:

Para gerar a Corrente Alternada de uma determinada frequência (60Hz p


ex.) o Gerador da Hidroelétrica ou Termoelétrica, deve girar numa velocidade
determinada e constante.

Como exemplo, para gerar os 60Hz ou 60 ciclos por segundo o gerador


136
segundos
teria de ter uma velocidade de 60 ciclos x 60 = 3.600 RPM.
segundo min uto
Se ligarmos um motor Síncrono na rede alimentada por esse gerador,
ele acompanhará a velocidade do gerador, ou seja, ele dará 3.600RPM
entrando em sincronismo com o mesmo.

Obs: Na prática os geradores das usinas não giram nessa velocidade pois,
seria impossível uma maquina elétrica de grande porte girar em tamanha
velocidade. Para contornar esse problema os geradores são construídos com
um número de pólos magnéticos maior que 2 (um norte e um sul). A fórmula
que dá a rotação do gerador e do motor será:

3600
V= RPM
p

Onde p é o nº de pares de pólos:

Assim, se o gerador tiver 12 pares de pólos sua velocidade será de 300RPM,


o mesmo acontecendo com os motores síncronos.

Exemplo: Quantos pares de polos tem o gerado da usina de Sobradinho? O


gerador gira a 75 RPM. R: 48 pares de polos.

MOTORES SÍNCRONOS:

Os motores síncronos, como o próprio nome indica, têm velocidade


137
constante, pois sua velocidade depende da velocidade do gerador
(frequência). São motores especiais que possuem vantagens e desvantagens:

Vantagens:
Velocidade constante
Corrigem o Fator de Potência

Desvantagens:
Necessitam de fonte de corrente contínua para funcionarem.
Maior manutenção.
Custo maior.

OBS:
Os Geradores das usinas também são motores síncronos.
Se alimentarmos os mesmos com energia elétrica ele funciona como motor. A
maior aplicação desse processo é em usinas reversíveis onde os geradores
passam a funcionar como motores, devolvendo a água ao reservatório, para
ser utilizada no horário de PONTA quando o preço da energia é mais caro.

MOTORES ASSÍNCRONOS OU DE INDUÇÃO:

Introdução:

O acionamento de máquinas e equipamentos mecânicos, por motores


138
elétricos, é um assunto de extraordinária importância econômica. No campo
de acionamentos industriais, avalia-se que de 70 a 80% da energia elétrica
consumida pelo conjunto de todas as indústrias, seja transformada em energia
mecânica através de motores elétricos.

O MOTOR ASSÍNCRONO é também chamado de MOTOR DE INDUÇÃO


ou motor com rotor em GAIOLA DE ESQUILO.

Comparando com o motor de corrente contínua e o motor síncrono, o


motor de indução tem como vantagem a sua simplicidade, que se traduz em
baixo custo e máxima eficácia com manutenção mínima.

O nome MOTOR DE INDUÇÃO deve-se ao fato do mesmo não ter


enrolamento móvel, sendo que as correntes que circulam no ROTOR serem
INDUZIDAS pelo estator, também podendo ser chamado de
TRANSFORMADOR ROTATIVO.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO:

O estator é ligado à fonte de alimentação CA. O rotor não está ligado


eletricamente a nenhuma fonte de alimentação. Quando o enrolamento do
estator é energizado através de uma alimentação trifásica, cria-se um campo
magnético girante. À medida que o campo varre os condutores do rotor, é
induzida uma fem nesses condutores ocasionando o aparecimento de uma
corrente elétrica nos condutores. Os condutores do rotor, percorridos por
corrente elétrica, interagem com o campo magnético girante do estator para
produzir um torque eletromagnético que atua sobre os condutores do rotor
fazendo-o girar. Entretanto, como o campo do estator gira continuamente, o
rotor não consegue se alinhar com ele. A velocidade do rotor é sempre
menorque a velocidade síncrona (velocidade do campo girante).

MOTOR DE INDUÇÃO MONOFÁSICO

Partes construtivas:
139

Típico motor elétrico de indução monofasico (muito usado em bombas d´água de


pequeno porte para casas e pequenos predios). Também são usados em
eletrodomésticos como maquinas de lavar, geladeiras, frezers, etc.

Os motores de indução monofásicos são utilizados quando não se dispõe de


um sistema trifásico ou para o acionamento de pequenas cargas. Geralmente
são utilizados com potências menores que 3CV.
140

Pequeno motor de indução monofásico

O motor de indução trifásico é o motor CA mais usado, por causa de sua


simplicidade, construção robusta, baixo custo de fabricação e boas
características de funcionamento. Estas características do motor de indução
resultam do fato de ser o seu rotor uma unidade auto-suficiente que não
necessita de conexões externas. O nome do motor de indução é derivado do
fato de serem induzidas correntes alternadas no circuito do rotor, pelo campo
magnético girante produzido nas bobinas do estator.

Motor elétrico de indução trifásico (ideal para potência acima de 3CV)


141
Vantagens em relação aos monofásicos:

• menor vibração e ruído


• não necessitam de capacitor de partida
• maior rendimento
• maior torque de partida
142
CURVA CARACTERÍSTICA DOS MOTORES DE INDUÇÃO:
143
144
145
146
147
148
149
150
151

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