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Aula 01B – Revisão dos conceitos

básicos de eletricidade

PEA3391 – Eletricidade II
Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo
da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Gleison Elias da Silva
Na aula anterior ...
◼ A Aula 01A – Revisão histórica da
eletricidade e do magnetismo é
opcional e aborda os principais fatos e
eventos que marcaram a evolução do
eletromagnetismo e da física moderna.

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Indice
◼ Resumo histórico – Eletricidade e Magnetismo.
◼ Revisão de conceitos gerais:
◼ Lei de Coulomb e Carga elétrica;

◼ Corrente elétrica;

◼ Potencial elétrico;

◼ Corrente e tensão elétricas em função do tempo;

◼ Lei de Joule e Potência e Energia elétricas;

◼ Leis de Ohm e Resistência elétrica.

3
Indice
◼ Anexo A1 – Fontes de ◼ Anexo A2 – Circuitos
produção de energia elétrica: Elétricos:
◼ Triboeletricidade; ◼ Sistemas elétricos;

◼ Eletroquímica; ◼ Modelo conceitual de

◼ Piezoeletricidade;
projeto em engenharia
elétrica;
◼ Indução eletromagnética;
◼ Teoria de circuitos e
◼ Fotoeletricidade; validade.
◼ Termoeletricidade.
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Indice
◼ Anexo A3 – Sistema de
Unidades:
◼ Prefixos;

◼ Escrita correta;

◼ Símbolos;

◼ Representação.

◼ Potência de 10.

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Objetivos da aula
◼ Listar os principais eventos históricos do eletromagnetismo.
◼ Compreender os conceitos das grandezas elétricas
fundamentais.
◼ Familiarizar-se com os parâmetros que determinam a
resistência de um elemento e ser capaz de calcular a
resistência dos materiais a partir de suas características e
dimensões.

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Objetivos da aula
◼ Compreender os efeitos da temperatura sobre a resistência
de um material e como calcular a mudança da resistência de
acordo com a temperatura.
◼ Compreender a importância da lei de Ohm e aprender como
aplicá-la.
◼ Ser capaz de representar graficamente a lei de Ohm e
compreender como “ler” uma representação gráfica da
tensão em relação à corrente.

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Objetivos da aula
◼ Discutir as principais fontes de produção de energia elétrica.
◼ Definir circuitos elétricos.
◼ Descrever o conceito de projeto nas Engenharias.
◼ Revisar o Sistema Internacional de Unidades.

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Resumo histórico – Linha do tempo
Shen Kuo Charles Coulomb Alessandro Volta André-Marie Ampère James C. Maxwell J. J. Thomson
Bússola magnética Lei de Coulomb Pilha de Volta Lei de Ampère Prelúdio das Descoberta da
Equações de Maxwell existência do elétron

1088 1785 1576 1821 1861 1894 Veja também:


Aula 01A – Revisão histórica da
eletricidade e do magnetismo

600 aC 1600 1791 1819 1831 1865 1909

Tales de Mileto William Gilbert Luigi Galvani Hans C. Øersted Michael Faraday James C. Maxwell Robert A. Millikan
Âmbar e Magnetita Fenômenos Eletricidade animal Corrente na Lei da indução de Equações de Maxwell Mediu a carga do
elétricos e bússola Faraday elétron
magnéticos

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Resumo – Idade Antiga
◼ 600 a.C.: credita-se a Tales de Mileto1 a observação de
que o âmbar, ao ser atritado, adquire a propriedade de
atrair objetos leves e secos.

Âmbar: do grego arcaico Tales de Mileto


“ήλεκτρον” (élektron)

A eletricidade está na matéria

◼ Séculos mais tarde verificou-se


que essa propriedade de atração
tratava-se da eletrização. Pena sendo atraída por
Imagem: Timetoast, 2023 uma pedra de âmbar
Nota 1: a antiga Mileto, atualmente, faz parte de Balat na Turquia
10
Resumo – Idade Antiga
◼ Também se credita a Tales de Mileto a observação da
atração de ferro por um tipo de pedra advinda da
região da Magnesia na Tessália (norte da Grécia).

Pedra magnesiana: do grego arcaico


Tales de Mileto
“μαγνῆτις λίθος” (magnētis lithos) Imagem: Wikipedia, 2023

◼ Esta pedra natural é nomeada de magnetita


(lodestone).
Magnetita no Salão das Gemas
do Museu Smithsonian

11
Resumo – Idade Média
◼ 1.088 d.C.: Shen Kuo foi um polímata,
cientista e estadista chinês da dinastia
Song e foi o primeiro a descrever a
bússola de agulha magnética com
uso para navegação em seu livro
Shen Kuo
“Ensaios do Lago dos Sonhos”
(Dream Pool Essays).

O magnetismo, além do uso místico, começou a ser


usado para navegação

Dream Pool Essays

12
Resumo – Idade Moderna
◼ 1.600 d.C.: William Gilbert foi um físico, médico e
filósofo natural inglês que abordou em seu livro sobre
magnetismo e eletricidade a eletricidade estática
utilizando o âmbar (em latim electrum).
Imagem: Wikipedia, 2023

William Gilbert
Introduziu termos elétricos utilizados atualmente

◼ Gilbert cunhou os termos


“eletricidade”, “força elétrica” e
“atração elétrica”.
De Magnete, Magneticisque Corporibus
GILBERT, William. (1600) De Magnete, Magneticisque Corporibus, et de Magno Magnete Tellure (original em latim)
(Sobre os ímãs, os corpos magnéticos e o grande imã terrestre) 13
https://archive.org/details/williamgilbertof00gilb
Resumo – Idade Moderna
◼ Gilbert também apresentou no mesmo
livro a conclusão de que a Terra deve
ser considerada um ímã gigante com
dois polos. Imagem: Infoescola, 2023

Deu caráter científico aos fenômenos magnéticos

GILBERT, William. (1600) De Magnete, Magneticisque Corporibus, et de Magno Magnete Tellure (original em latim)
(Sobre os ímãs, os corpos magnéticos e o grande imã terrestre) 14
https://archive.org/details/williamgilbertof00gilb
Resumo – Idade Moderna
◼ 1.785 d.C.: Charles-Augustin Balança de Torsão de Coulomb
de Coulomb foi um físico
francês e usou uma balança de
torção para medir a força entre
esferas com cargas elétricas.
Charles-Augustin
de Coulomb
Quantificou as atrações e as repulsões

A Lei de Coulomb
Ele escreveu “A força repulsiva de dois
pequenos globos com a mesma natureza da
eletricidade é inversamente proporcional ao Imagem: APS News, 2016

quadrado da distância entre os centros dos


Coulomb's Torsion Balance – 4’06”
dois globos”. https://www.youtube.com/watch?v=FYSTGX-F1GM

COULOMB, C. A. (1785) Premiere Memoire sur l'electricité et le Magnetisme, Histoire de l'Academie Royale des Sciences, 569-577
(Primeira tese sobre eletricidade e magnetismo) 15
https://archive.org/details/mmoiressurllectr00coul/mode/2up
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.791 d.C.: Luigi Galvani foi um médico, investigador,
físico e filósofo italiano e realizou estudos em coxas de
rã e descobriu que músculos e células nervosas eram
capazes de produzir eletricidade, que ficou conhecida
então como “eletricidade galvânica” ou
Luigi Galvani
“eletricidade animal”.
Imagem: History Today, 2021

A eletricidade está na vida

Youtube – How Luigi Galvani's Frog Leg Experiment Made a Dead Frog Jump & Invented the Battery – 7’15”
(Como o experimento da perna de sapo de Luigi Galvani fez um sapo morto pular e inventar a bateria) 16
https://www.youtube.com/watch?v=xG6W8A3JYFA&t
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.796 d.C.: Alessandro Giuseppe Antonio
Anastasio Volta foi um químico e físico italiano
e se dedicou ao estudo da “eletricidade
animal” de Galvani, descobrindo que a rã não
produzia eletricidade, mas apenas reagia ao
Alessandro Volta
estímulo elétrico.
A eletricidade está na química

◼ Volta produziu, pela primeira vez, Imagem: Sutori, 2023

Pilha de Volta
energia elétrica a partir de uma pilha
de placas de prata e zinco. Surgia uma disputa entre os dois pesquisadores
italianos.
Youtube – How Volta Invented the First Battery Because He Was Jealous of Galvani's Frog – 12’04”
(Como Volta inventou a primeira bateria porque tinha inveja do sapo de Galvani) 17
https://www.youtube.com/watch?v=f6wJfx0VYRY&t
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.819d.C.: Hans Christian Øersted foi um físico e
químico dinamarquês que mostrou experimentalmente
que uma corrente elétrica fluindo através de um fio
poderia mover um ímã próximo.
◼ De fato, a famosa experiência de Øersted,
Hans Christian Øersted
mostrando que a eletricidade e o magnetismo
estão ligados, ocorreu durante uma palestra em
1820.
Corrente elétrica produz magnetismo

Youtube – Øersted's Experiment – 9’05”


https://www.youtube.com/watch?v=V-irinjvhmc&t

Youtube – Oersted's Experiment: Why it is Important & Why it is so WEIRD – 8’27”


(Experiência de Oersted: Por que é importante e por que é tão ESTRANHO) 18
https://www.youtube.com/watch?v=2yawV5ekyN0
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.820 d.C.: André-Marie Ampère foi um físico,
filósofo, cientista e matemático francês que, partindo das
experiências de Øersted sobre o efeito magnético da
corrente elétrica, mostrou que dois fios quando
atravessados por uma corrente elétrica exercem
ações recíprocas. André-Marie Ampère
A eletricidade flui como a água: início da eletrodinâmica
Força de atração e de repulsão nos fios devido a passagem de corrente elétrica

◼ A Lei de Ampère de 1822 afirma que a ação mútua de dois


comprimentos de fio condutor de corrente é proporcional aos seus
comprimentos e às intensidades de suas correntes.
Ampère, A.-M. Mémoire sur l’expression analytique des attractions et répulsions des courans électriques. Lu le 4 décembre 1820. Annales de Mines, (5) 546–553
(Tese sobre a expressão analítica das atrações e repulsões de correntes elétricas) 19
https://doi.org/10.1080/14786448108627031
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.831 d.C.: Michael Faraday foi um encadernador,
físico e químico britânico que gerou uma corrente
elétrica a partir de um campo magnético variável, o
fenômeno conhecido como a Lei da indução
eletromagnética de Faraday.
Michael Faraday
Magnetismo produz corrente elétrica

Youtube – Faraday's Electromagnetic Induction – 6’01” Representação da


https://www.youtube.com/watch?v=3HyORmBip-w Lei da indução de Faraday
Youtube – How Faraday Made Electricity with Magnets: Discovery of Induction, the Generator, & Magnetic Fields – 8’29”
(Como Faraday produziu eletricidade com ímãs: descoberta da indução, do gerador e dos campos magnéticos) 20
https://www.youtube.com/watch?v=MpjoGC-Prks
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.861 d.C.: Maxwell publica um artigos dividido em
quatro parte, no qual discute as linhas de força em
termos magnéticos, elétricos e da luz.
◼ Este artigo é a base para a derivação das equações do
eletromagnetismo de 1965.
James Clerk Maxwell

Part I: The Theory of Molecular Vortices applied to Magnetic Phenomena


Part II: The Theory of Molecular Vortices applied to Electric Currents
Part III: The Theory of Molecular Vortices applied to Statical Electricity
Part IV: The Theory of Molecular Vortices applied to the Action of Magnetism on Polarized Light

James Clerk, Maxwell (1861) On Physical Lines of Force


https://en.wikisource.org/wiki/On_Physical_Lines_of_Force

Youtube – James Clerk Maxwell Biography: History of Maxwell's Equations – 10’38”


(Biografia de James Clerk Maxwell: História das Equações de Maxwell) 21
https://www.youtube.com/watch?v=DlMufPAtf4M
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.865 d.C.: Maxwell publica o conjunto completo das
equações do eletromagnetismo.

James Clerk Maxwell

A eletricidade e o magnetismo estão


relacionados com a luz

Maxwell, J. C. (1865). A Dynamical Theory of the Electromagnetic Field. Philosophical Transactions of the Royal Society of London, 155(0), 459–512
https://royalsocietypublishing.org/doi/pdf/10.1098/rstl.1865.0008

Youtube – How Maxwell's Equations (and Quaternions) Led to Vector Analysis – 55’38”
(Biografia de James Clerk Maxwell: História das Equações de Maxwell) 22
https://www.youtube.com/watch?v=DlMufPAtf4M
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.894 d.C.: com base nas pesquisas de Stoney o físico
Joseph John Thomson mostrou experimentalmente a
existência do elétron durante o estudo com raios
catódicos. Identificação do elétron – relação carga e massa

◼ Thomson mediu a razão J. J. Thomson

carga/massa do elétron e os Imagem: Chemistrygod, 2023

resultados foram apresentados pela


primeira vez na Royal Institution
of Great Britain em 1897.
Youtube – Thomson's Cathode Ray Tube Experiment – 5’15” J. J. Thomson's
https://www.youtube.com/watch?v=4aKMsMs-5tc Cathode Ray Tube Experiment
THOMSON, J. J. Carriers of negative electricity, Nobel Lecture, December 11, 1906
https://www.nobelprize.org/uploads/2018/06/thomson-lecture.pdf 23
Resumo – Idade Comtemporânea
◼ 1.909 d.C.: Robert Andrews
Millikan mediu a carga do
elétron com o experimento de
queda da gota de óleo e mostrou
que a carga elétrica é quantizada,
Robert A. Millikan
ou seja, ocorre na natureza em
quantidades discretas.

Medição da carga do elétron

Youtube – Millikan Oil-Drop Experiment – 1’58”


https://www.youtube.com/watch?v=UFiPWv03f6g Millikan’s Oil-Drop Experiment
MILLIKAN, Robert A., The electron and the light-quant from the experimental point of view, Nobel Lecture, May 23, 1924
https://www.nobelprize.org/uploads/2018/06/millikan-lecture.pdf 24
Carga elétrica
O que é carga elétrica?

A resposta é, simplesmente, decepcionante!!! Não sabemos o que é


carga elétrica, não temos uma teoria a partir da qual possamos prever o
valor da carga elétrica, por exemplo, do elétron.

Imagem: vsgif, 2023

25
Carga elétrica Imagem: Brasilescola, 2023

◼ Carga é uma propriedade elétrica das


partículas atômicas que compõem a
matéria (elétron, próton e nêutron).
◼ Trata-se de uma grandeza física
fundamental, pois não pode ser entendida a
partir de outros conceitos.

◼ Não sabemos o que é a carga elétrica, mas podemos perceber suas


manifestações.
◼ Além disso, podemos medi-la, comparando forças.

26
Carga elétrica – Lei de Coulomb
◼ A Lei de Coulomb afirma que a magnitude da força eletrostática
(grandeza vetorial) com as quais duas cargas pontuais em repouso
interagem é diretamente proporcional ao produto da magnitude de ambas
as cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as
separa:
Imagem: Todamateria, 2023
𝑞1 . 𝑞2
𝐹= 2
(1.1)
4. 𝜋. 𝜀. 𝑟

◼ 𝑞1 e 𝑞2 : são as magnitudes sinalizadas das cargas,


expressas em coulomb C ;
◼ 𝜀: permissividade elétrica do meio C 2 m−2 N−1 .

27
Carga elétrica – Lei de Coulomb – Campo Elétrico
◼ Podemos reescrever a Eq. (1.1),
Coulomb é uma unidade grande para cargas. Em 1 C de carga,
utilizando a relação entre a força existem 6,241509074×1018 elétrons (1/1,60217663412 × 10–19 C).
eletrostática gerada por 𝑞1 (fixa) e Portanto, valores reais ou de laboratório para cargas se
encontram na casa dos pC, nC ou mC.
uma carga de prova puntiforme 𝑞2
(que será atraída ou repelida).
Imagem: Todamateria, 2023
𝑞1 . 𝑞2 𝑞1
𝐹= 2
= 2
. 𝑞2 (1.1)
4. 𝜋. 𝜀. 𝑟 4. 𝜋. 𝜀. 𝑟

𝐸1
𝐹 = 𝐸1 . 𝑞2 (1.2)

◼ 𝐸1 : campo elétrico (grandeza vetorial) provocado pela carga 𝑞1 , dado em V. m−1 .

28
Carga elétrica – Lei de Coulomb – Trabalho Elétrico
◼ O trabalho elétrico 𝑊𝐴 realizado pela carga 𝑞2 desde um ponto muito
distante (infinito) até o ponto 𝐴 de 𝑞1 é dada por:
𝐴 𝐴 𝐴
Ԧ 𝑑𝑟Ԧ = − න 𝐸1 . 𝑞2 . 𝑑 𝑟Ԧ = −𝑞2 න 𝐸1 . 𝑑 𝑟Ԧ
𝑊𝐴 = − න 𝐹. (1.3)
∞ ∞ ∞

◼ O trabalho elétrico é o trabalho realizado por


uma força elétrica ao mover uma carga elétrica Imagem: Todamateria, 2023

através de um campo elétrico.


◼ A unidade de trabalho elétrico no Sistema Internacional
de Unidades (SI) é o joule 𝐽 .

29
Carga elétrica – Lei de Coulomb – Potencial Elétrico
◼ O potencial elétrico é uma grandeza escalar definida como sendo o
trabalho 𝑊𝐴 por unidade carga 𝑞2 , ou seja:
𝐴
𝑊𝐴 𝐽 É uma medida da capacidade que o
(1.4)
𝑉𝐴 = = − න 𝐸1 . 𝑑 𝑟Ԧ , 𝑉 ou campo tem de realizar trabalho
𝑞2 𝐶 quando uma carga é colocada nele.

Note que o potencial elétrico independe da carga 𝑞2 , mas apenas do campo elétrico da carga geradora

◼ O potencial elétrico, por outro lado, é a Imagem: Todamateria, 2023

quantidade de energia potencial elétrica por


unidade de carga em um ponto no espaço
devido à presença de um campo elétrico.

30
Carga elétrica – Lei de Coulomb – Tensão Elétrica
◼ A tensão elétrica (ou diferença de potencial elétrico, ddp) entre dois
pontos de um circuito é definida como a variação do trabalho realizado
por unidade de carga para movimentar esta carga entre os dois
pontos:
𝐵 ∞ 𝐵
Ԧ 𝑑𝑟Ԧ = − න 𝑞2 . 𝐸1 . 𝑑 𝑟Ԧ − න 𝑞2 . 𝐸1 . 𝑑 𝑟Ԧ
𝑊𝐴𝐵 = − න 𝐹. (1.5)
𝐴 𝐴 ∞
◼ Assim:
𝑊𝐴𝐵 = 𝑞2 . 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴 (1.6)

31
Carga elétrica – Lei de Coulomb – Tensão Elétrica
◼ Portanto, a tensão elétrica entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é o trabalho realizado
para se deslocar a unidade de carga de 𝐴 até 𝐵.
𝑉𝐴𝐵 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 (1.7)

◼ A unidade da tensão elétrica no SI é o: volt V .


◼ 𝑣 positivo indica que o pólo 1 (+) tem um potencial elétrico
maior que o do pólo 2 (–).

32
Carga elétrica – Exemplo 01A
◼ a) Qual é a quantidade de carga correspondente a 4.600 elétrons?
Resposta
1C 6,241509074×1018 elétrons
X 1 elétron

Um coulomb representa a carga de 6,241509074×1018 elétrons, portanto um elétron possui a


carga igual a X = –1,660217663412.10-19 C.

1 elétron –1,660217663412.10-19 C.
4.600 elétrons Y

Cada elétron tem uma carga igual a –1,6022.10-19 C.


Portanto, 4.600 elétrons terão –1,660217663412.10-19 C/elétron x 4.600 elétrons:

Carga elétrica = –7,370.10-16 C (– 0,737 fC, femto coulombs)

33
Carga elétrica – Exemplo 01A
◼ b) Calcule a quantidade de carga representada por seis milhões de
prótons.?
Resposta
1 próton +1,660217663412.10-19 C.
6.106 prótons X

Carga elétrica = +9,61306.10-13 C (+0,961 pC, pico coulombs).

34
Corrente elétrica
◼ Corrente é a quantidade de carga elétrica Sentidos real e convencional
que se desloca por unidade de tempo:
𝑑𝑞(𝑡)
𝑖(𝑡) = (1.8)
𝑑𝑡
Corrente convencional  cargas positivas adotada
Corrente eletrônica  cargas negativas (elétrons)

◼ A unidade da corrente elétrica no SI é o: ampère A ou C. s −1 .


◼ A corrente elétrica possui um sentido.
◼ A corrente que entra em um elemento é igual à que sai.

35
Corrente elétrica – Exemplo 01B
◼ a) Qual o valor da corrente elétrica que atravessa um fio metálico se
12,0466 quintilhões de elétrons passam pela área de seção transversal do
condutor no período de 10 s?
Resposta
1 elétron –1,660217663412.10-19 C.
12,0466.1018 elétrons Y
A quantidade de carga devido aos elétrons é de –2,00 C.
Como a corrente elétrica é a variação da quantidade de carga (coulombs) que atravessa uma
determinada área de seção transversal em um determinado período de tempo (segundo), temos:
𝑑𝑞(𝑡) 2 C
𝑖(𝑡) = =
𝑑𝑡 10 s
𝒊 = 0,2 A (200 mA)

36
Carga dada uma corrente elétrica
◼ Conhecida a corrente elétrica, a carga por ela transportada num dado
intervalo de tempo pode ser obtida por uma integração:
𝑡
𝑞(𝑡) = න 𝑖 𝜏 𝑑𝜏 + 𝑞(0) (1.9)
𝑡0

◼ Unidade de medida: coulomb C .

37
Corrente e tensão elétricas em função do tempo
◼ Podem variar com o passar do tempo:
◼ Se não variam são ditas CONTÍNUAS.
◼ Se alternam o sinal são ditas ALTERNADAS.
Veja também:
Anexo A1. – Fontes de produção
de energia elétrica
v(t) v(t) Tensão alternada quadrada com offset
Tensão contínua

t t
i(t) v(t)
Corrente alternada aleatória Tensão alternada

0
t t

38
Corrente e tensão elétricas em função do tempo
◼ Corrente Contínua (CC ou DC - Direct Current): é a corrente elétrica
que flui constantemente em uma única direção.
◼ A tensão em um circuito de CC permanece constante, tornando a
corrente ideal para aplicações eletrônicas, onde a estabilidade é necessária,
como em dispositivos móveis, carros e eletrônicos em geral.
◼ As fontes de corrente contínua incluem baterias, células solares e fontes
de alimentação de CC que convertem a corrente alternada em corrente
contínua.

39
Corrente e tensão elétricas em função do tempo
◼ Corrente Alternada (CA ou AC - Alternating Current): é
caracterizada por sua capacidade de mudar de direção e magnitude com o
tempo.
◼ Em um circuito de CA, a direção da corrente e a polaridade da tensão se
invertem periodicamente.
◼ Além disso, o valor médio da corrente alternada é zero no tempo para
quantidade de ciclos positivo e negativo iguais.
◼ A forma de onda mais comum para a corrente alternada em aplicações de
energia elétrica é a senoidal, devido à sua capacidade de ser facilmente
transformada em diferentes níveis de tensão com o uso de
transformadores.
40
Lei de Joule – Energia elétrica
◼ A Lei de Joule (também conhecida como efeito Joule ou efeito
térmico) é uma lei física que expressa a relação entre o calor gerado e a
corrente elétrica que percorre um condutor de resistência em determinado
tempo:
𝐸 = 𝐼2 . 𝑅. 𝑡 (1.10)
◼ 𝐸: é a energia elétrica dissipada por efeito joule devido a uma corrente elétrica
percorrendo uma resistência elétrica por determinado tempo, dado em joule J ;
◼ 𝐼: é a corrente elétrica que percorre o condutor com determinada resistência 𝑅;
◼ 𝑅: é a resistência elétrica do condutor;
◼ 𝑡: é a duração ou intervalo de tempo em que a corrente elétrica percorreu ao
condutor.

41
Lei de Joule – Energia elétrica
◼ A energia elétrica é a forma de energia resultante do fluxo de carga
elétrica.
◼ É uma forma de energia potencial quando armazenada, por exemplo, em
um campo elétrico ou como energia cinética quando associada ao
movimento das cargas elétricas (corrente elétrica).

Elétron

42
Lei de Joule – Energia elétrica
◼ Apesar de trabalho elétrico e energia elétrica descreverem conceitos
ligeiramente diferentes, ambos representam energia no seu cerne,
justificando o uso da mesma unidade.

◼ A diferença fundamental é que trabalho elétrico refere-se a uma ação


pontual de mover uma carga em um campo elétrico, enquanto que energia
elétrica refere-se a uma capacidade ou potencial para realizar trabalho, que
pode ser distribuída ao longo do tempo.

43
Lei de Joule – Energia elétrica
◼ Pode-se definir a energia como a integral da potência ao longo do tempo:
𝑡 𝑡
𝐸 𝑡 = න 𝑝 𝜏 𝑑𝜏 + 𝐸(0) = න 𝑣 𝜏 𝑖 𝜏 𝑑𝜏 + 𝐸 0 (1.11)
0 0

◼ 𝐸(0): é a energia inicial no instante 𝑡 = 0 ;

◼ A unidade de energia elétrica no SI é o: joule J , mas na prática de consumo de


energia elétrica, o quilowatt-hora kWh é mais comumente usado, bem como as
demais unidades dela derivadas, como o watt-segundo Ws .
◼ 1 kWh = 3,6 × 106 Ws = 3,6 MJ

44
Lei de Joule – Energia elétrica – Potência elétrica
◼ A potência elétrica é a energia dissipada por unidade de tempo, ou seja,
é a taxa de transferência de energia para um determinado elemento.
𝐸
𝑃 = = 𝐼2 . 𝑅 (1.12)
𝑡
◼ Nos circuitos elétricos ela pode ser determinada pelo produto da tensão e
da corrente elétricas: 𝑣 𝑖
𝑑𝐸 𝑑𝑊 𝑑𝑊 𝑑𝑞
𝑃 𝑡 = = = = 𝑣 𝑡 . 𝑖(𝑡) (1.13)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑞 𝑑𝑡

◼ Unidade de medida: watts W ou J. s −1 .

45
Lei de Joule – Energia elétrica – Potência elétrica
◼ Da Eq. (1.10), temos:
𝐸 = 𝐼2 . 𝑅. 𝑡 = 𝐼. 𝐼. 𝑅. 𝑡 (1.10)
◼ Sabendo da Eq. (1.8) que:
𝑞 = 𝐼. 𝑡 (1.8)
◼ Resulta que:
𝐸 = 𝑅. 𝐼. 𝑞 (1.14)
◼ Da Eq. (1.4), temos que o trabalho elétrico é determinado pela diferença
de potencial entre dois pontos vezes a carga elétrica que se move entre os
dois pontos:
𝑊 = 𝑉. 𝑞 (1.4)

46
Resistência elétrica – Primeira Lei de Ohm
◼ Substituindo a Eq. (1.4) na Eq. (1.14), temos:
A energia potencial elétrica (trabalho)
é igual a energia elétrica no resistor 𝑉. 𝑞 = 𝑅. 𝐼. 𝑞 (1.14)

◼ Resulta na primeira Lei de Ohm ou, simplesmente, lei de Ohm:


𝑉 = 𝑅. 𝐼 (1.15)

47
Resistência elétrica – Primeira Lei de Ohm
◼ O físico alemão Georg Simon Ohm
definiu que um ohm é a quantidade
de resistência que limita a corrente
em um condutor em um ampere
quando a tensão aplicada ao condutor
for de um volt.

Ilustração da Lei de Ohm

◼ A oposição que um determinado corpo oferece à passagem de corrente


elétrica (cargas em movimento) em seu interior é denominada de
resistência elétrica ou resistência ôhmica, em homenagem ao Ohm.

48
Resistência elétrica – Primeira Lei de Ohm
◼ A Primeira Lei de Ohm estabelece que a razão entre a diferença de
potencial (𝑉) e a corrente elétrica (𝐼) em um condutor é igual a
resistência elétrica (𝑅) desse condutor.

𝑉
𝑅= (1.16)
𝐼
◼ Unidade de medida: ohm Ω .

Definição da 1ª Lei de Ohm


49
Resistência elétrica – Primeira Lei de Ohm
◼ Há outras formas de representar a Lei de Ohm:

𝑉 (1.17)
𝐼=
𝑅

𝑉 = 𝑅. 𝐼 (1.15)

50
Resistência elétrica – Primeira Lei de Ohm
◼ Combinando as equações da Lei de Ohm e a equação da potência
elétrica, tem-se:

𝑉 = 𝑅. 𝐼 com 𝑃 = 𝑉. 𝐼 𝑃 = 𝑅. 𝐼. 𝐼 = 𝑅. 𝐼2 (1.18)

𝑉 𝑉 𝑉2
𝐼 = com 𝑃 = 𝑉. 𝐼 𝑃 = 𝑉. = (1.19)
𝑅 𝑅 𝑅

51
Resistência elétrica – Primeira Lei de Ohm

Círculo da Lei de Ohm expandido

52
Resistência elétrica – Equações constitutivas
◼ Nas engenharias as equações (ou relações) constitutivas descrevem
uma relação entre duas grandezas físicas.
◼ Em circuitos elétricos trata-se da
relação entre a corrente e a
tensão do elemento, como por
exemplo: a Lei de Ohm para o
resistor.

𝑉
𝑅 = = tan 𝜃 (1.16)
𝐼
Gráfico da relação constitutiva de um resistor

53
Resistência elétrica – Equações constitutivas
◼ Válvula termiônica tríodo

Curva característica da função


de uma válvula tríodo

◼ Diodo semicondutor
i

+
v

-
Curva característica da função
de um diodo semicondutor

54
Resistência elétrica – Segunda Lei de Ohm
◼ A Segunda Lei de Ohm é uma expressão matemática que relaciona as
propriedades físicas que interferem na resistência elétrica de um corpo
condutor, homogêneo e isotrópico.

𝐿
𝑅 = 𝜌. (1.20)
𝐴
◼ A expressão estabelece que a resistência em um condutor homogêneo de
seção transversal constante é proporcional a uma constante de
proporcionalidade que depende do material e de sua temperatura,
denominada resistividade elétrica 𝜌 , Ω. m e ao comprimento 𝐿 , m
e inversamente proporcional à área de seção transversal 𝐴 , m2 .

55
Resistência elétrica – Segunda Lei de Ohm
◼ Sabe-se que a relação entre o diâmetro
𝜙 e o raio 𝑟 de uma circunferência
é dado por:
𝜙 = 2. 𝑟 (1.21) Modelo de fio condutor com seção circular

◼ Assim, podemos calcular a área de


seção transversal 𝐴 circular das
seguintes formas:
𝐴 = 𝜋. 𝑟 2 (1.22)
2
𝜙
𝐴 = 𝜋. (1.23)
2 Relação entre resistência elétrica e
propriedades extensivas: área e comprimento

56
Resistência elétrica – Segunda Lei de Ohm
◼ A Segunda Lei de Ohm em função do diâmetro de um fio cilíndrico é
dado por:

𝐿
𝑅 = 𝜌. (1.24)
2
𝜙
𝜋.
2

57
Resistência elétrica – Condutância elétrica
◼ O inverso da resistência elétrica é a condutância elétrica (𝐺), assim
podemos também representar a 1ª Lei de Ohm, como:

𝐼 1
𝐺= = (1.25)
𝑉 𝑅

◼ Unidade de medida: siemens 𝑆 ou mho Ω−1 , ℧ .

◼ A condutância elétrica depende de propriedades extensivas do material,


tais como geometria e material.

58
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ Para materiais homogêneos e isotrópicos é possível definir os conceitos
resistividade (𝜌) e condutividade 𝜎 .
◼ Resistividade elétrica (𝜌), também resistência elétrica específica é
uma propriedade fundamental de um material e dá uma medida da
oposição do material ao fluxo de corrente elétrica.
◼ Quanto mais alta for a resistividade, menos o material permite a passagem
de uma corrente elétrica.
◼ A unidade de medida: Ω. m .

59
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ A condutividade 𝜎 é o recíproco da resistividade, ou seja, é indicativa
da facilidade com a qual um material é capaz de conduzir uma corrente
elétrica.
◼ A unidade de medida: Ω. m −1 .

◼ A resistividade e, portanto, a condutividade do material variam com a


temperatura, assim, deve-se informar qual a condição de medida.

60
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ A resistividade (𝜌)
permite que diferentes
materiais sejam
comparados quanto à
resistência de acordo
com a sua natureza,
independentemente de
diferentes
comprimentos ou áreas.

Resistividades e coeficientes de temperatura da resistividade para


alguns condutores metálicos

61
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ A resistividade dos materiais depende da temperatura. Assim, uma outra
característica dos materiais é o coeficiente de temperatura (𝛼), que
mostra de que forma a resistividade e, consequentemente, a resistência
variam com a temperatura.
◼ A resistência varia com a temperatura de acordo com a expressão:
𝑅𝑇 = 𝑅0 [1 + 𝛼 (𝑇−𝑇0 )] (1.26)
Onde:
𝑅𝑇 = a resistência na temperatura T em Ω ;
𝑅0 = a resistência a 0 °C em Ω ;
𝛼 = coeficiente de temperatura em ℃−1 ;
𝑇 = temperatura final em ℃ ;
𝑇0 = temperatura inicial em ℃ .

62
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ Alguns materiais possuem o coeficiente de temperatura (𝛼) positivo, ou
seja, aumentam a resistência elétrica com o aumento da temperatura e
outros possuem o valor do coeficiente negativo, pois diminuem a
resistência com o aumento da temperatura.

Dependência da resistividade com a temperatura (a) cobre, (b) nicromo e (c) semicondutor típico

63
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ Como a condutividade 𝜎 é o recíproco da resistividade (𝜌), portanto,
podemos reescrever a 2ª Lei de Ohm, como:
1𝐿 (1.27)
𝑅=
𝜎𝐴

◼ A condutividade está relacionada a


mobilidade dos portadores.

64
Resistência elétrica – Resistividade e Condutividade
◼ Como dito, a condutividade está associada ao movimento de cargas
elétricas (elétrons ou lacunas) de uma posição para outra no corpo, assim:
𝜎 = 𝑛. 𝑞. 𝜇𝑒 + 𝜇ℎ (1.28)
Onde:
𝜎 = condutividade elétrica Ω. m −1 ;
𝑛 = número de portadores de carga por 𝑚3 , (concentração de portadores);
𝑞 = carga carregada pelo portador [1,6022 × 10−19 𝐶, lembrando que a forma analítica 𝐶 = 𝐴. 𝑠 ;
𝜇𝑒 e 𝜇ℎ = mobilidade dos portadores de carga: elétron e lacuna, respectivamente 𝑚2 Τ𝑉. 𝑠 .

◼ Com isso, a mesma condutividade pode vir de um pequeno número de


elétrons com alta mobilidade, ou de um grande número de elétrons com
pequena mobilidade.

65
Resistência elétrica
◼ “Corpos bons condutores são aqueles em que os elétrons mais externos,
mediante um estímulo apropriado (atrito, contato ou campo magnético),
podem facilmente ser retirados dos átomos.”
◼ Exemplos bons condutores: platina, prata, cobre e alumínio.

◼ “Corpos maus condutores são aqueles em que os elétrons estão tão


rigidamente solidários aos núcleos que somente com grandes dificuldades
podem ser retirados por um estímulo exterior.”
◼ Exemplos maus condutores: porcelana, vidro, madeira.

66
Resistência elétrica – Exemplo 01C
◼ Sabe-se que a resistividade do cobre é  = 0,0178 Ω. 𝑚𝑚2 /𝑚 @ 15 °𝐶e a
condutividade do alumínio é  = 0,028 Ω. 𝑚𝑚2 /𝑚 @ 15 °𝐶. Considere o
coeficiente de temperatura do cobre, 𝛼 = 0,0039 𝐶 −1 @ 0 °𝐶 e
0,004 𝐶 −1 @ 20 °𝐶.
1 – A resistência de um condutor de cobre a 0 °𝐶 é de 50 Ω. Qual será a sua
resistência a 20 °𝐶?

2 – Qual a resistência de um fio de alumínio de 1 𝑘𝑚 de extensão e de área de


seção transversal de 2,5 𝑚𝑚2 a 15 °𝐶 ?

3 – Se no exemplo anterior o condutor fosse de cobre, qual a sua resistência?

67
Resistência elétrica – Exemplo 01C – Resposta
1 – A resistência de um condutor de cobre a 0 °𝐶 é de 50 Ω. Qual será a sua
resistência a 20 °𝐶?
𝑅𝑇 = 𝑅0 [1 + 𝛼 (𝑇−𝑇0 )] (1.26)

𝑅20 = 50 1 + 0,004 20 − 0 = 54 Ω
2 – Qual a resistência de um fio de alumínio de 1 𝑘𝑚 de extensão e de área de
seção transversal de 2,5 𝑚𝑚2 a 15 °𝐶?
𝐿 (1.20)
𝑅=𝜌
𝐴
Ω. 𝑚𝑚2 1000 𝑚
𝑅 = 0,028 . 2
= 11,2 Ω
𝑚 2,5 𝑚𝑚
68
Resistência elétrica – Exemplo 01C – Resposta
3 – Se no exemplo anterior o condutor fosse de cobre, qual a sua resistência?
𝐿
𝑅=𝜌
𝐴 (1.20)
Ω. 𝑚𝑚2 1000 𝑚
𝑅 = 0,0178 . 2
= 7,12 Ω
𝑚 2,5 𝑚𝑚

69
Resistência elétrica e Resistores
◼ Resistores lineares: o bipolo, cuja função que relaciona (𝑣) e (𝑖) é
algébrica e linear e, é chamado apenas de resistor:

𝑓 𝑣, 𝑖 (1.29)
Símbolo IEC Curva característica da função

◼ A função também pode depender de outras variáveis, tais como tempo (𝑡),
comprimento de onda () e temperatura (𝑇) e pode ser ou não ser
linear:
𝑓 𝑣, 𝑖, 𝑡, , 𝑇 (1.30)

70
Resistência elétrica e Resistores
◼ Resistores não-lineares: os bipolos, cuja função que relaciona (𝑣) e (𝑖)
são algébricas, mas não são lineares, são chamados resistores não lineares,
como por exemplo:
◼ Lâmpada Incandescente: em
metais, a resistividade
geralmente cresce com a
temperatura, que por sua vez
cresce com a dissipação de
potência, explicando a
característica não linear.
Curva característica da função de
uma lâmpada incandescente

71
Resistência elétrica e Resistores
◼ Um dispositivo obedece à Lei de Ohm quando a resistência do
dispositivo independe da intensidade e da polaridade da diferença de
potencial aplicada. Neste caso, a corrente através do dispositivo é sempre
diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada ao mesmo.

◼ Para adicionar resistência a um circuito,


componentes elétricos chamados resistores
são usados.
◼ O resistor é um dispositivo cuja resistência ao
fluxo de corrente possui um valor conhecido Resistor de cabono
com valor de 1.000  ±5%
e especificado.

72
Resistência elétrica e Resistores – Simbologia
◼ IEEE/ANSI 315-1975 - IEEE Standard for
Graphic Symbols for Electrical and
Electronics Diagrams.
◼ IEC 60617 - Graphical Symbols for
Diagrams.

Simbologia de tipos de resistor de


acordo com normas IEEE e IEC

73
Resistência elétrica e Resistores – Tipos
Tipos de resistores

74
Resistência elétrica e Resistores – Montagem
Resistores THT
◼ Nos resistores com montagem baseada na
tecnologia through-hole (THT, Through-
Hole Technology) os pinos dos
componentes são inseridos em buracos
abertos nas placas de circuito impresso e
soldados a superfícies no lado oposto.

Aspectos construtivos de resistores THT

75
Resistência elétrica e Resistores – Montagem
Resistores THT

Tamanho, potência dissipada e tensões de


trabalho e de sobrecarga de resistores THT

76
Resistência elétrica e Resistores – Montagem
Resistores THT

Tabela de codificação de resistores THT

77
Resistência elétrica e Resistores – Montagem
Resistores SMT
◼ Nos resistores com montagem baseada na
tecnologia de montagem superficial
(SMT, Surface-Mount Technology) os
componentes são montados diretamente
sobre a superfície da placa de circuito
impresso (PCI), permitindo o
aproveitamento de ambas as faces.
◼ Os componentes são denominados de
dispositivo de montagem em superfície
(SMD, Surface-Mount Device). Codificação de resistores SMD

78
Resistência elétrica e Resistores – Montagem
Resistores SMT

Codificação de tamanho de
resistores SMD

79
Bibliografia básica
◼ 1. NILSSON, James W. and RIEDEL, Susan A.; Circuitos Elétricos; tradução: Sonia Midori Yamamoto
e revisão técnica: Antônio Emílio Angueth de Araújo e Ivan José da Silva Lopes, 10ª edição -- São Paulo :
Pearson Education do Brasil, 2015.
◼ 2. DORF, Richard C. and SVOBODA, James A.; Introdução aos Circuitos Elétricos; tradução e revisão
técnica: Ronaldo Sérgio de Biasi, 8ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2012.
◼ 3. ALEXANDER, Charles K. e SADIKU, Matthew N. O.; Fundamentos de Circuitos Elétricos; tradução:
José Lucimar do Nascimento; revisão técnica: Antônio Pertence Júnior, 5ª edição, Porto Alegre: McGraw
Hill, 2013.
◼ 4. ORSINI, Luiz Queiroz e CONSONNI, Denise.; Curso de Circuitos Elétricos, Volume 1, 2ª edição, São
Paulo: Edgard Blücher, 2002.
◼ 5. ORSINI, Luiz Queiroz e CONSONNI, Denise.; Curso de Circuitos Elétricos, Volume 2, 2ª edição, São
Paulo: Edgard Blücher, 2004.

Este material foi baseado nos livros da bibliografia. Além disso, imagens e conteúdos podem ter sido retirados de notas de aulas de circuitos
elétricos dos professores Renato Baldini Filho (Unicamp), João Francisco Justo Filho e Leopoldo R. Yoshioka (EPUSP), Denise Consonni
(UFABC) e/ou Sérgio Haffner e Ramon Carlos Poisl (UFRGS) e de material disponível on-line (sites), eventualmente, não citados.

80
ATENÇÃO
O uso deste material destina-se apenas à consulta no processo de ensino
e aprendizagem da disciplina supra citada e, portanto, fica proibido o
processo de escaneamento, fotocópia, reprodução ou ainda, postagem
em sites acessível ao público ou protegido por senha, no todo ou em
parte.

Os autores das imagens e dos textos contidos nesta apresentação podem


requerer direitos autorais, assim antes de reproduzi-las ou divulgá-las
consulte o autor deste conteúdo, a fim de solicitar a fonte do material.

81
Anexo A1. – Fontes de produção de energia elétrica
◼ Por fricção ou atrito - triboelétrica
◼ Por reação química - eletroquímica
◼ Por pressão/deformação mecânica -
piezoeletricidade
◼ Por indução eletromagnética
◼ Por interação com a luz - fotoeletricidade
◼ Por calor - termoeletricidade

82
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Um corpo ou um átomo é dito eletrizado ou ionizado quando
adquiriu carga elétrica (positiva ou negativa).
◼ Íon positivo ou Cátion: átomo que perdeu elétrons.
◼ Íon negativo ou Aníon: átomo que ganhou elétrons.
Imagem: Brasilescola, 2023

Íon positivo ou Cátion Íon negativo ou Aníon

83
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Eletrização por fricção ou atrito (carga triboelétrica):
materiais não condutores perdem ou ganham elétrons
durante o atrito físico.

Gerador de van der Graaff

Imagem: Toppr, 2018 Imagem: Staticworx, 2023 Imagem: Fishersci, 2023

84
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Eletroquímica: por meio de reações químicas pode-se obter cargas
elétricas, como a pilha de Daniell. Imagem: Aulasdequimica, 2023

Valores dos potenciais-padrão


de vários metais e ametais

85
Fontes de produção de energia elétrica
Cristais de Rochelle
◼ Piezoeletricidade: determinados cristais alteram os
centros gravitacionais das cargas elétricas (positivas e
negativas), quando submetidos a pressões mecânicas:
◼ Quartzo (dióxido de silício, sílica);
◼ Cristais de Rochelle (tartarato de sódio e potássio);
◼ Turmalina (grupo dos silicatos); Turmalina lapidada
◼ Titanato zirconato de chumbo (PZT).

Transdutores PZT

86
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Piezoeletricidade:

Pastilha piezelétrica

Microfone piezelétrico – Innowattech, Israel


PCB Piezotronics

87
Fontes de produção de energia elétrica Imagem: Hélio Pinheiro (IFSP), 2020

◼ Indução eletromagnética: A lei


de Faraday-Neumann-Lenz ou,
simplesmente, lei da indução
eletromagnética, prevê como um
campo magnético interage com um
circuito elétrico para produzir uma
força eletromotriz, fenômeno
chamado de indução
eletromagnética.

Geração de um ciclo de tensão CA com


gerador de uma única espira

88
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Indução eletromagnética: os geradores Imagem: Wikimedia, 2020

eletromecânicos síncronos necessitam de energia


mecânica (cinética) para fazer girar as pás da
turbina, a qual está acoplada no mesmo eixo que o
rotor do gerador de eletricidade.
◼ Na parte móvel (rotativa) denominada de rotor
estão alojados os denominados enrolamentos
campo, bobinas de fio montadas nos polos.
◼ Na parte fixa (estática) denominada de estator
estão alojados os denominados enrolamentos de
armadura. Gerador elétrico com eixo vertical
e com turbina Francis

89
Fontes de produção de energia elétrica
◼ As bobinas de campo são alimentadas com tensão elétrica CC (tensão
de campo), que geram campos magnéticos.
◼ O rotor então é acionado por uma máquina primária (turbina),
produzindo um campo magnético girante no interior da máquina.
◼ Este campo girante induzirá
um conjunto de tensões
trifásicas nos enrolamentos
do estator.

Gerador elétrico modelo GTA (WEG)


com bobina auxiliar Imagem: WEG, 2020

90
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Indução eletromagnética:

Gerador de Itaipú
Brasil/Paraguai

Representação de uma usina hidrelétrica

Gerador de 3 Gargantas
(Three Gorges), China

91
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Fotoeletricidade: quando se incide
energia eletromagnética com determinada
energia (relacionada com o comprimento
de onda) sobre algumas substâncias,
elétrons (fotoelétrons) são arrancados dos
átomos. Imagem: Live Science, 2017

Imagem: College Sidekick, 2020

Representação de um elétron
sendo arrancado do átomo por
um fóton

92
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Termoeletricidade: o cientista Thomas J. Seebeck mostrou o que ficou
conhecido como efeito termoelétrico, fenômeno de produção de
eletricidade quando duas junções de placas metálicas diferentes são
mantidas em temperaturas diferentes.

Imagem: Thermoelectric Solutions., 2019


Imagem: K. Uchida et.al., 2008

Efeito Seebeck – Termopar

93
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Termoeletricidade:

Termopar tipo K

94
Fontes de produção de energia elétrica
◼ Termoeletricidade:

Curvas típicas de termopares

95
Anexo A2. – Circuitos Elétricos
◼ Circuitos elétricos
◼ Sistemas elétricos
◼ Modelo conceitual de projeto em
engenharia elétrica
◼ Teoria de circuitos: premissas e
validade

96
Circuitos Elétricos
Por quê estudamos Circuitos
Elétricos?
◼ Vivemos cercados de equipamentos
elétricos e eletrônicos.
◼ Eles são cercados de dezenas ou
milhares de circuitos elétricos.
◼ Esses circuitos são a base das
engenharias elétrica, eletrônica e de
computação.

97
Circuitos Elétricos – Definição
◼ Define-se circuito elétrico como sendo um conjunto de
componentes (elementos) elétricos interligados entre si de modo
a formar um circuito fechado através do qual pode circular uma
corrente elétrica.

98
Circuitos Elétricos
◼ Circuito elétrico é um modelo matemático 𝑁 𝑁

que descreve aproximadamente o ෍ 𝑝𝑘 = ෍ 𝑣𝑘 . 𝑖𝑘 = 0


comportamento de um sistema elétrico real 𝑘=1 𝑘=1
(formado por bipolos conectados).
◼ A energia total fornecida é igual a energia i4

total recebida pelos bipolos de um circuito + v4 -


elétrico (PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO i2 i3 i5

DE ENERGIA). + v2 -+ v
3
- + v5 -
-

+
As Leis de Kirchhoff associadas às relações

+
◼ v1 i1 i6 v7 i7 i8
v6 v8
entre tensão e corrente nos bipolos - - -

+
constituem a Teoria de Circuitos Elétricos.
Circuito Elétrico

99
Circuitos Elétricos – Exemplos
◼ Chips com dezenas,
centenas, milhares, milhões
ou bilhões de componentes
(transistores, resistores,
capacitores, indutores,
diodos, etc).

Amplificador Operacional UA741

100
Circuitos Elétricos – Exemplos
◼ Placa mãe de um microcomputador,
com centenas de chips.

Chip acelerador de AMD Instinct MI300X Motherboard


130 Bilhões de transistores Placa mãe ASUS Rog Strix X670E-E

101
Circuitos Elétricos – Exemplos
◼ Redes elétricas complexas: fornecedores (geradores) e
consumidores (residenciais e industriais).
◼ Redes de transmissão.
◼ Smart grid.

Smart-grids: projetos para um “Campus”


em Grenoble e um “Instituto” em Lyon

102
Circuitos Elétricos – Visão Geral

Visão geral dos estudos sobres circuitos elétricos

103
Circuitos Elétricos – Sistemas
◼ Ramo da Engenharia relativo à:
◼ Produção, Transformação, Transmissão e Medição de Sinais
Elétricos.
Modelos físicos
Ferramentas
de fenômenos
matemáticas
naturais

Combinar

Sistemas de Comunicação
Sistemas de Computação
Sistemas de Sistemas de Controle
interesse Sistemas de Geração e Transmissão
prático Sistemas de Processamento de Sinais

104
Circuitos Elétricos – Sistemas de Comunicação
◼ Gerar, Transmitir e Distribuir informações

105
Circuitos Elétricos – Sistemas de Computação
◼ Gerar e Processar informações

106
Circuitos Elétricos – Sistemas de Controle
◼ Regulação de Processos
◼ Automação Industrial

107
Circuitos Elétricos – Sistemas de Energia Elétrica
◼ Geração, Transmissão e Distribuição Energia Elétrica

Geradora Eólica Geradora Hidroelétrica Geradora Termelétrica Geradora Termelétrica Geradora Termelétrica
Nuclear a carvão a Gás

Central de Controle
Rede de Transmissão de Distribuição

108
Circuitos Elétricos – Sistemas de Sinais
◼ Transformação e Processamento de Sinais

109
Circuitos Elétricos – Interação entre os Sistemas
Elétricos

Sistemas de
HMS Defender Processamento
Contratorpedeiro – UK Saab F-39 Gripen
de Sinais Caça – Suécia/Brasil
Sistemas de Sistemas de
Comunicação Computação

Sistemas de Sistemas de
Controle Transmissão

110
Projeto em Engenharia Elétrica – Modelo Conceitual
Quando a utilização de CE é necessária?
◼ Entender o funcionamento dos dispositivos e equipamentos elétricos e
eletrônicos.
◼ Melhorar o desempenho, aumentar a eficiência ou reduzir o consumo de
energia de redes elétricas.
◼ Escolher ou especificar o equipamento eletroeletrônico mais adequado para
atender a uma necessidade específica

111
Projeto em Engenharia Elétrica – Modelo Conceitual
Etapas de projeto Necessidade

Especificações de Projeto

Visão
Geral
Concepção Circuito que atende
as Especificações de
Análise de Circuito Projeto
Circuitos
Protótipo
Medidas em
Aperfeiçoamento Laboratório
com base na Análise

Aperfeiçoamento com
base nas Medidas
➢ Análise de Circuitos
 Utilizada para Prever o Comportamento de Circuitos e seus componentes
 Baseia-se em Técnicas Matemáticas Teoria de Circuitos Elétricos

112
Teoria de Circuitos – Características
◼ Desenvolvida a partir de medidas experimentais dos fenômenos elétricos.
◼ Atribui-se sua concepção ao físico Gustav Robert Kirchhoff.
◼ Atualmente, pode ser vista como uma simplificação da Teoria
Eletromagnética (Leis de Maxwell).
◼ É fundamentada nos conceitos de: corrente e tensão elétricas.

Nesta disciplina estudaremos os


circuitos elétricos baseados em bipolos.

113
Teoria de Circuitos – Premissas
◼ Para aplicar a teoria de circuitos três premissas devem ser satisfeitas:
◼ Resposta instantânea (sistemas de parâmetros concentrados):
efeitos elétricos ocorrem simultaneamente em todo o sistema;
◼ A carga total em cada componente é nula: nenhum componente
pode acumular excesso líquido de carga (embora alguns componentes
possam conter cargas separadas iguais, porém opostas);
◼ Não há nenhum acoplamento magnético entre componentes de
um sistema (podem ocorrer acoplamentos dentro de componentes).
◼ De fato, a primeira premissa é fundamental e determina se a Teoria de
Circuitos Elétricos é aplicável ou não, mesmo porquê as outras duas
ocorrem nos componentes.
114
Teoria de Circuitos – Premissas
◼ Da primeira premissa e considerando que os sinais elétricos se propagam
como uma onda a Teoria de Circuitos Elétricos só pode ser aplicada a
sistemas elétricos cuja dimensão seja menor que o comprimento de onda
do sinal.
◼ Recomenda-se que o circuito seja menor que λ/10, onde λ é o
comprimento de onda, no vácuo, da onda eletromagnética de maior
frequência no sistema.

𝑐 (A.1)
𝜆=
𝑓

115
Teoria de Circuitos – Validade
◼ Rede de distribuição de energia elétrica
◼ Frequência principal: 𝑓 = 60 Hz;

◼ Frequência 5ª harmônica: 𝑓 = 300 Hz.

𝑐
𝜆=
𝑓

3.108
𝜆= = 106 m
300
𝜆Τ = 100 𝑘𝑚, sistema contido em um raio de 100 km


10

Teoria de Circuitos Elétricos

116
Teoria de Circuitos – Validade
◼ Receptor FM
◼ Frequência principal: 𝑓 = 100 MHz.

𝑐
𝜆=
𝑓

3. 108
𝜆= 8
=3m
10
𝜆Τ = 0,3 𝑚, circuito do rádio são menores que 30 cm
10

Teoria de Circuitos Elétricos


✓ 117
Teoria de Circuitos – Validade
◼ Celular 4G


◼ Frequência principal: 𝑓 = 2.400 MHz;

𝑐
𝜆=
𝑓
Teoria Eletromagnética
3.108
𝜆= = 0,125 m
2,4.109
𝜆Τ = 1,25 𝑐𝑚, para qualificar o uso da Teoria de Circuitos Elétricos o
10
circuito deveria ser menor que esta dimensão.

X
Teoria de Circuitos Elétricos

118
Anexo A3. – Sistemas de Unidades
◼ Sistema Internacional de Unidades
◼ Prefixos

◼ Escrita correta

◼ Símbolos

◼ Representação

◼ Potência de 10

119
Sistema de Unidades
◼ Sistema Internacional de Unidades (SI),
adotado pela Conferência Geral de Pesos e
Medidas em 1960, é conhecido como uma
linguagem de medição internacional.
Unidades de grandezas básicas

DICA: Assista o Documentário da BBC (TV Escola):


“Precisão – A Medida de Todas as Coisas”
(Precision – The Measure of All Things)

Precisão – A Medida de Todas as Coisas (Precision: The Measure of All Things), 2017 - Episodes 3
https://www.bbc.co.uk/programmes/b02xbjmf 120
Sistema de Unidades
Imagem: Wikipedia, 2023

Unidades de grandezas derivadas

121
Prefixos do SI

Prefixos do SI
Youtube – Universe Size Comparison | Cosmic Eye (Original HD), 2’99”
https://www.youtube.com/watch?v=8Are9dDbW24 122
Prefixos do SI
◼ Para utilizá-los, basta juntar o prefixo aportuguesado e o nome da unidade,
sem mudar a acentuação, como em miliampere e deciwatt. Para formar o
símbolo, basta juntar os símbolos básicos: nm, µm, mA e dW.

Exceções
◼ Unidades segundo e radiano: é necessário dobrar o “r” e o “s”. Exemplos:
milissegundo, decirradiano, etc.
◼ Especiais: múltiplos e submúltiplos do metro: quilômetro, hectômetro,
decâmetro, decímetro, centímetro, milímetro, nanômetro, picômetro.

123
Prefixos do SI
◼ Em unidades como km² e km³ é comum ocorrerem erros de conversão.
◼ 1 km² = 1 000 000 m², porque 1 km × 1 km = 1 km², 1 km = 1000 m,
1000 m × 1000 m = 1 000 000 m².
◼ Para fazer conversões nesses casos, devem-se colocar mais dígitos por casa
numérica:
◼ em metros, cada casa tem um dígito: 1 0 0 0 m = 1 km.

◼ em metros quadrados, cada casa numérica tem dois dígitos:

1000 m × 1000 m = 01 00 00 00 m² = 1 km².


◼ em metros cúbicos, cada casa numérica tem três dígitos:

1000 m × 1000 m × 1000 m = 001 000 000 000 m³ = 1 km³.

124
Prefixos do SI
◼ O k usado em “quilo”, em unidades como quilômetro (km) e quilograma
(kg), deve ser grafado em letra minúscula. É errado escrevê-lo em
maiúscula.
◼ Em informática, o símbolo “k” que pode preceder as unidades bits e bytes,
e pode não se referir ao fator multiplicativo 1000, mas sim a 1024 (210)
unidades da grandeza citada.
◼ Em 2000 a IEC a International Electrotechnical Commission (IEC) definiu o
chamado prefixo binário no qual 1 kibibyte (KiB) é 1024 bytes e quando
utilizados os prefixos no SI o kilobyte equivalem 1000 bytes (103).

125
Sistema de Unidades – Escrita correta
Nome de unidade
◼ O nome das unidades deve ser sempre escrito em letra minúscula.

Exemplos:
◼ Correto: quilograma, newton, metro cúbico.

◼ Exceção: quando o nome estiver no início da frase e em “grau Celsius”.

126
Sistema de Unidades – Escrita correta
◼ É importante saber que somente o nome da unidade de medida aceita o
plural.

As regras para a formação do plural (no Brasil) para o nome das unidades de medida seguem a Resolução
Conmetro 12/88, conforme ilustrado abaixo:

◼ Para a pronúncia correta do nome das unidades, deve-se utilizar o acento


tônico sobre a unidade e não sobre o prefixo.
◼ Exemplos: micrometro (BIPM), hectolitro, milissegundo, centigrama.
◼ Exceções: micrômetro (Pt-BR), quilômetro, hectômetro, decâmetro,
decímetro, centímetro, nanômetro e milímetro
BIPM: Bureau international des poids et mesures (Escritório Internacional de Pesos e Medidas ou Gabinete Internacional de Pesos e Medidas)

Resolução Conmetro nº 11, de 12 de outubro de 1988


http://www.inmetro.gov.br/metlegal/resolucao11.asp 127
Sistema de Unidades – Escrita correta
◼ Ao escrever uma unidade composta, não se deve misturar o nome com o
símbolo da unidade.

Por favor, corte duzentas


gramas de mortandela.
Por favor, corte duzentos
gramas de mortadela.
 O grito de
Edvard Munch, 1893

128
Sistema de Unidades – Símbolos
◼ As unidades do SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por
meio de símbolos.
◼ Símbolo não é abreviatura.
◼ É um sinal convencional e invariável utilizado para facilitar e universalizar a
escrita e a leitura de significados — no caso, as unidades SI; logo, jamais
deverá ser seguido de “ponto”.

129
Sistema de Unidades – Símbolos
◼ Símbolo não admite plural
◼ Como sinal convencional e invariável que é, utilizado para facilitar e
universalizar a escrita e a leitura de significados, nunca será seguido de “s”.

130
Sistema de Unidades – Representação
◼ O resultado de uma medição deve ser representado com o valor numérico
da medida, seguido de um espaço de até um caractere e, em seguida, o
símbolo da unidade em questão.
Exemplos:

131
Sistema de Unidades – Representação
Exceções
◼ Para os símbolos da unidade de ângulo plano grau (°), minuto (‘) e segundo
(“), não devem haver espaços entre o valor medido e as unidades, porém,
deve haver um espaço entre o símbolo da unidade e o próximo valor
numérico.

132
Potência de 10
◼ Regra 1: Para escrever números maiores do que 1 na forma de um número
pequeno vezes uma potência de 10, desloca-se a casa decimal para a
esquerda tantos algarismos quanto os desejados. A seguir, multiplica-se o
número obtido por 10 elevado a uma potência igual ao número de casas
deslocadas.

3.000 = 3,000, 6.500 = 65,00, 880.000 = 88,0000,


3.000 = 3 103 6.500 = 65 102 880.000 = 88 104

42,56 = 4,2,56 13,4 = 0,13,4 1.000.000 = 1,000000,


42,56 = 4,256 101 13,4 = 0,134 102 1.000.000 = 1 106

133
Potência de 10
◼ Regra 2: Para escrever números menores do que 1 como um número
inteiro vezes uma potência de 10, desloca-se a casa decimal para a direita
tantos algarismos forem necessários. A seguir, multiplica-se o número
obtido por 10 elevado a uma potência negativa igual ao número de casas
decimais deslocadas.

0,006 = 0,006, 0,435 = 0,4,35 0,00092 = 0,00092,


_ _ _
0,006 = 6 10 3 0,435 = 4,35 10 1 0,00092 = 92 10 5

0,578 = 0,57,8 0,0016 = 0,001,6 0,1024 = 0,1024,


_ _ _
0,578 = 57,8 10 2 0,0016 = 1,6 10 3 0,1024 = 1024 10 4

134
Potência de 10
◼ Regra 3: Para converter um número expresso como uma potência positiva
de 10 em um número decimal, desloca-se a casa decimal para a direita
tantas casas ou posições quanto o valor do expoente.

0,615  103 = 0,615, 0,615  106 = 0,615000, 0,0049  103 = 0,004,9


0,615  103 = 615 0,615  106 = 615.000 0,0049  103 = 4,9

84  102 = 84,00, 4,096  103 = 4,096, 1,024  104 = 1,0240,


84  102 = 8.400 4,096  103 = 4.096 1,024  104 = 10.240

135
Potência de 10
◼ Regra 4: Para converter um número expresso como uma potência negativa
de 10 em um número decimal, desloca-se a casa decimal para a esquerda
tantas casas ou posições quanto o valor do expoente.

_ _ _
70  10 3 = 0,070, 82,4  10 2 = 0,82,4 60.000 10 6 = 0,060000,
_
_
70  10 3 = 0,07 82,4  10 2 = 0,824 _
60.000 10 6 = 0,06

_ _ _
0,5  10 3 = 0,000,5 4,096  10 3 = 0,004,096 1024  10 4 = 0,1024,
_ _
0,5  10 3 = 0,0005 4,096  10 3 = 0,004096 _
1,024  10 4 = 0,1024

136
Vídeos e links recomendados
Eletromagnetismo
◼ Canal Me Salva! | Playlist (16 vídeos) – Física - Eletrostática Todas as aulas
(https://www.youtube.com/playlist?list=PLf1lowbdbFIAm_891HSmYBQbY4utT0opn)
◼ Portal Hyperphysics | – Electricity and Magnetism (em inglês) Electricity and
(http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/index.html) Magnetism

Introdução aos circuitos elétricos


◼ UNIVESP| Playlist (28 vídeos) – Engenharia de Computação - Circuitos Elétricos Apenas aulas: 1, 2 e 3
(https://www.youtube.com/playlist?list=PLxI8Can9yAHd1UnLqOLBQv7KbDq4Zsbax)
◼ Canal Me Salva! | Playlist (33 vídeos) – Circuitos Resistivos Apenas aulas: 1
(https://www.youtube.com/playlist?list=PLf1lowbdbFIAnt2fnN8-QJ1xkFKwQFf9n)

137
Quero saber mais...
◼ Para saber mais sobre os temas abordados nesta aula
consulte os livros da bibliografia, mas, evidentemente, não
precisa se limitar a eles. Imagem: Sisttech, 2024

Capítulo 1 - Variáveis de Capítulo 1 - Variáveis de Capítulo 1 - Conceitos básicos Capítulo 1 - Conceitos Capítulo 1 - Introdução
circuitos circuitos elétricos básicos, bipolos e Capítulo 2 - Tensão e Corrente
quadripolos Capitulo 3 – Resistência
Capitulo 4 – Lei Ohm, Potência
e Energia

138
FIM
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