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Introdução

O aparecimento da eletricidade é, com certeza, o fator que mais tem contribuído para o
desenvolvimento da humanidade.

O homem, tomando conhecimento dos efeitos da eletricidade, tem vindo a desenvolvê-los de


modo a proporcionar uma melhor qualidade de vida.

Dos efeitos da eletricidade (luminoso, químico, calorífico e magnético) é de certo o magnético


aquele que mais tem contribuído para o desenvolvimento da humanidade e do seu bem estar.

Por certo, haverá muitos homens e mulheres, ligados à área da eletricidade e eletrônica, que
não dominam os efeitos da eletricidade.

Sabem sim que, quando ligam um interruptor, uma lâmpada ilumina (efeito luminoso);
quando ligam um calorífero, ele fornece calor (efeito calórico); quando ligam um rádio portátil,
ele dá som através do efeito químico das pilhas; quando ligam uma batedeira ou motor, por
mais potente que ele seja aí está presente o efeito magnético...

Para todos aqueles que desconhecem estes efeitos, irei abordar neste trabalho o efeito do
magnetismo.

Porventura não será uma exposição aturada, mas uma forma simples e que pretendemos de
fácil compreensão para todos aqueles que não dominam esta matéria.

Entender Eletromagnetismo é ter uma boa capacidade de abstração do espaço tridimensional


vetorial, além de matemática e física. Enfim, lidar com as equações de Maxwell e entendê-las
na prática do cotidiano requer traduzir as informações matemáticas e dos campos vetoriais
para a realidade física do mundo material. Muitas vezes, através de exemplos, compreende-se
bem o que quer dizer cada abstração física e matemática na área de Eletromagnetismo. Lidar
com esta disciplina é complicado devido ao fato de estar se trabalhando com uma verdade
abstrata, que é a carga elétrica. Observa-se aí que na eletricidade, todos os fenômenos
explicados pelas equações de Maxwell no eletromagnetismo, são formalismos matemáticos
que traduzem algo que não se vê ou se pode tocar: o elétron.
Magnetismo

Magnetismo é o ramo da Ciência que estuda os materiais magnéticos, ou seja, que estuda
materiais capazes de atrair ou repelir outros.

A primeira referência conhecida sobre uma substância capaz de atrair outras é a de Tales de
Mileto. Segundo ele os habitantes de Magnésia, uma região da Grécia, conheciam um material
com tal propriedade.

Mas esse fenômeno nunca despertou um grande interesse, até o século XIII, quando a bússola
passou a ser usada. Algumas pessoas tentaram explicar o magnetismo durante essa época,
mas só no século XIX, quando Oersted iniciou o Eletromagnetismo e Maxwell formulou leis que
descreviam esses fenômenos, que um estudo mais completo se iniciou.

Atualmente, estudar isoladamente o magnetismo e o eletromagnetismo não faz muito sentido.


Materiais magnéticos são amplamente utilizados em motores, transformadores, dínamos,
bobinas, etc, ou seja, em equipamentos elétricos e o próprio magnetismo é explicado em
termos do movimento dos elétrons.

O magnetismo está intimamente ligado ao movimento dos elétrons nos átomos, pois uma
carga em movimento gera um campo magnético. O número e a maneira como os elétrons
estão organizados nos átomos constituintes dos diversos materiais é que vai explicar o
comportamento das substâncias quando sobre influência de um campo magnético de uma
segunda substância.

A maneira para determinar se um material é magnético ou não é colocá-lo sobre a influência


de um campo magnético (campo criado pelo movimento de cargas elétricas). Se aparecerem
forças ou torques, se trata de uma substância magnética. Isso é verdadeiro para todas as
substâncias, mas em algumas o efeito é bem mais evidenciado, e essas são chamadas de
magnéticas.

Magnetismo e ímãs: O fenômeno do magnetismo foi descoberto pelos chineses por volta do
ano 2637 a.C. Os ímãs usados nas bússolas primitivas eram chamados de pedras-guias. Hoje
sabe-se que esse material nada mais era do que pedaços de um minério de ferro conhecido
como Magnetita. O magnetismo é um campo de força que atua em alguns materiais, mas não
em todos.

Os ímãs usados atualmente são todos fabricados. Eles são compostos por varias ligas
contendo elementos como o cobre, níquel, alumínio, ferro e cobalto e são muito mais fortes
que as pedras magnetitas naturais.

Campos magnéticos, fluxos e pólos: Todo ímã tem dois pontos opostos que atraem
prontamente pedaços de ferro. Esses pontos são chamados de pólos do ímã: o pólo Norte e o
pólo Sul. Exatamente da mesma forma que cargas elétricas iguais se repelem e cargas opostas
se atraem, os pólos magnéticos iguais se repelem, e pólos opostos se atraem.
Um ímã atrai um pedaço de ferro graças a alguma força que existe em torno do ímã. Essa
força é denominada Campo Magnético e se estende do ímã para todas as direções.

As linhas de força invisíveis que compõe o campo magnético são conhecidas como Fluxo
Magnético. As linhas de força sempre deixam o pólo norte (N) e chega ao pólo sul (S) do ímã.
Essa força pode ser evidenciada espalhando-se limalha de ferro sobre uma placa de vidro
colocada sobre um ímã em barra.

Se um ímã é quebrado ao meio, dois novos pólos são criados e o único ímã se torna dois ímãs.
Se quebrado em varias partes, cada uma delas torna-se um novo ímã com seus próprios pólos
norte e sul.

Fluxo magnético : O conjunto de todas as linhas do campo magnético que emergem do pólo
norte do ímã é chamado de fluxo magnético. Seu símbolo é a letra grega minúscula  (fi).

A unidade do fluxo magnético no Sistema Internacional é o Weber (Wb). Um weber é igual a


1x108 linhas do campo magnético. Um weber é a quantidade de variação de fluxo requerido
em 1 segundo para induzir 1 volt de tensão em um condutor.

Exemplo: Se um fluxo magnético  tem 3000 linhas, calcule o número de webers.

 = 3000 linhas / 1x108 linhas = 30  Wb

Densidade de Fluxo Magnético B: É o fluxo magnético por unidade de área de uma secção
perpendicular ao sentido do fluxo. A equação para a densidade de fluxo magnético é:
No Sistema Internacional a unidade de B é webers por metro quadrado (Wb/m 2). Um weber
por metro quadrado é chamado de Tesla.

Exemplo: Qual a densidade de fluxo magnético, em Teslas , quando existe um fluxo de 600 
Wb através de uma área de 0,0003 m2?

Dados:  = 600  Wb = 6 x 10 –4 Wb; A = 0,0003 m2 = 3 x 10 –4 m2

B =  / A , então B = 6 x 10 –4 Wb / 3 x 10 –4 m2 = 2 T

Força Magnetomotriz -(Fmm=NI)

A intensidade de um campo magnético numa bobina de fio depende da intensidade da


corrente que flui nas espiras da bobina.

F - Força Magnetomotriz, Ae

F = NI N - Número de Espiras.

I - Corrente Elétrica, A

Intensidade de Campo (H)

H - Intensidade de Campo Magnético - Ae/m

NI
H
l para bobinas, NI - Força Magnetomotriz, Ae

L - Comprimento, m
Eletromagnetismo

Em 1819, o cientista dinamarquês Oersted descobriu uma relação entre o magnetismo e a


corrente elétrica. Observou-se que uma corrente elétrica ao atravessar um condutor produzia
um campo magnético em torno do condutor. Em uma experiência realizada, a limalha de ferro
formava uma configuração definida de anéis concêntricos em torno do condutor, evidenciando
o campo magnético da corrente que circula no fio.

A intensidade do campo magnético em torno do condutor é dependente do valor da


corrente que o atravessa e o fluxo é perpendicular à direção da corrente.

Polaridade de uma bobina: Forma-se uma bobina de fio condutor quando há mais de um laço
ou espira. Para determinar a polaridade magnética da bobina, aplique a regra da mão direita.
Se segurarmos a bobina com os dedos da mão direita dobrada no sentido da corrente que flui
através da bobina, o polegar apontará para o pólo Norte da bobina. Colocando-se um núcleo
de ferro dentro da bobina, a densidade de fluxo aumentará. O dispositivo a seguir é conhecido
como Eletroímã.

Eletroímãs: Uma bobina de fio com uma corrente elétrica circulando através dela é um
eletroímã. Se uma barra de ferro ou de aço doce for colocada no campo magnético da bobina,
a barra ficará magnetizada tornando-se um ímã temporário.

A força de um eletroímã depende sobretudo de quatro fatores:


1 – Do tipo do material do núcleo

2 – Do tamanho e formato do núcleo

3 – Do número de espiras da bobina

4 – Da intensidade da corrente na bobina

Os eletroímãs são amplamente usados em dispositivos elétricos e na indústria. Na eletrônica


sua aplicação mais comum é o relé e na indústria são usados para fixar o aço enquanto ele está
sendo fabricado, levantar e mover produtos pesados de aço. Exemplo de um circuito de relé
simples:

Solenóides: É um dispositivo eletromagnético que usa a corrente elétrica para controlar um


atenuador mecânico. A haste móvel do solenóide pode ser usada para operar, por exemplo,
um freio mecânico, uma trava ou uma válvula para controlar a vazão de água.

Indução Eletromagnética: Em 1831, Michael Faraday descobriu o princípio da indução


eletromagnética. Ele afirma que, se um condutor atravessar linhas de força magnética, ou se
linhas de força atravessar um condutor, induz-se uma força eletromotriz (fem), ou uma tensão
nos terminais do condutor.

Resumo do trabalho da indução eletromagnética:

1 – Quando as linhas de força são interceptadas por um condutor ou quando as linhas de força
interceptam um condutor, é induzida uma fem, ou uma tensão no condutor.

2 – É preciso haver um movimento relativo entre o condutor e as linhas de força a fim de se


induzir a fem.
3 – Mudando-se o sentido da intersecção, mudar-se-á o sentido da fem induzida .

Lei de Faraday da Tensão Induzida


Vind  N
t

 Vind - Tensão induzida

 N - Número de espiras


 t - Velocidade com que o fluxo intercepta o condutor.

Obs.: Vind depende:

a) Número de espiras;

b) Intensidade de fluxo;

c) Velocidade de interseção.

Lei de Lenz

Para determinarmos o sentido da corrente induzida, utilizamos a Lei de Lenz.

“O sentido da corrente induzida é tal que, por seus efeitos, opõe-se à causa que lhe deu
origem”.
Sistema Internacional de Unidades para Eletromagnetismo

Nome da
Símbolo Nome da grandeza Unidade Unidades base
unidade
I Corrente elétrica ampère A A = W/V = C/s
q Carga elétrica coulomb C A·s
Diferença de potencial ou
V Potencial elétrico
volt V J/C = kg·m2·s−3·A−1
Resistência elétrica,
R, Z, X Impedância, Reatância
ohm Ω V/A = kg·m2·s−3·A−2

ρ Resistividade ohm metro Ω·m kg·m3·s−3·A−2


P Potência elétrica watt W V·A = kg·m2·s−3
C/V =
C Capacitância farad F
kg−1·m−2·A2·s4
inverso de
Elastância F−1 V/C = kg·m2·A−2·s−4
farad
ε Permissividade farad por metro F/m kg−1·m−3·A2·s4
χe Susceptibilidade elétrica Adimensional - -
Condutância, Admitância,
G, Y, B Susceptância
siemens S Ω−1 = kg−1·m−2·s3·A2
siemens por
σ Condutividade
metro
S/m kg−1·m−3·s3·A2
Campo magnético, densidade
Wb/m2 = kg·s−2·A−1
B de fluxo magnético, Indução tesla T
= N·A−1·m−1
magnética
Φm Fluxo magnético weber Wb V·s = kg·m2·s−2·A−1
ampère por
H Intensidade magnética
metro
A/m A·m−1
ampère por
Relutância A/Wb kg−1·m−2·s2·A2
weber
Wb/A = V·s/A =
L Indutância henry H
kg·m2·s−2·A−2
henry por
μ Permeabilidade
metro
H/m kg·m·s−2·A−2

χm Susceptibilidade magnética Adimensional

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